Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO A´lgebra Linear Segundo exerc´ıcio escolar - Gabarito 29 de maio de 2015 1o Questa˜o Julgue verdadeira ou falsa cada afirmac¸a˜o. Justifique. (a) (1.0 pt) Existe transformac¸a˜o linear T : P3 → P4 que satisfaz T (1 + t) = t4, T (t3) = 1, T (1 + t + t3) = 2 + t4. (b) (1.0 pt) Qualquer que seja a transformac¸a˜o linear T : P2015 → M1000×2(R), seu nu´cleo N (T ) tem dimena˜o pelo menos 16. (c) (1.0 pt) Seja T : R3 → R3 uma transformac¸a˜o linear tal que a sua matriz [T ]BU , com respeito a um certo par de bases B e U , vale [T ]BU = 1 0 00 1 1 1 1 1 . Enta˜o, T e´ um isomorfismo. Resoluc¸a˜o: . (a) Falsa. De fato, como 1 + t + t3 = (1 + t) + t3, qualquer transformac¸a˜o linear deve satisfazer T (1 + t + t3) = T (1 + t) + T (t3). Logo, se tive´ssemos T (1 + t) = t4 e T (t3) = 1, enta˜o dever´ıamos ter T (1 + t + t3) = t4 + 1 ao inve´s de T (1 + t + t3) = 2 + t4. (b) Verdadeira. De fato, pelo Teorema do Nu´cleo e da Imagem, dimN (T ) = dimP2015 − dim Im(T ) = 2016 − dim Im(T ). Por outro lado, como Im(T ) e´ subespac¸o vetorial de M1000×2(R) e dim M1000×2(R) = 2000, enta˜o dim Im(T ) ≤ 2000. Portanto, dimN (T ) ≥ 2016− 2000 = 16. (c) Falsa. De fato, sabemos que T e´ isomorfismo se, e somente se, a matriz [T ]BU for in- vers´ıvel qualquer que seja o par de bases B e U . Como a matriz dada tem a terceira linha igual a soma das duas primeiras, seu determinante e´ nulo e portanto a matriz na˜o e´ invers´ıvel. 2o Questa˜o Sejam B e U as bases de R2 dadas por B = {(2,−3), (−1, 1)}, U = {(−1, 2), (1,−3)}, e seja T : R2 → R2 a transformac¸a˜o linear tal que [T ]BU = [ 1 0 −1 2 ] . (a) (1.0 pt) Dado (x, y) ∈ R2, determine T (x, y). (b) (1.0 pt) Sendo S : R2 → R2 a transformac¸a˜o linear S(x, y) = (2y, x− y), determine [S]BU . 1 Resoluc¸a˜o: . (a) De acordo com a definic¸a˜o da matriz [T ]BU , devemos ter T (2,−3) = 1 · (−1, 2)− 1 · (1,−3) = (−2, 5) T (−1, 1) = 0 · (−1, 2) + 2 · (1,−3) = (2,−6). Dado (x, y), resolvendo em a e b a equac¸a˜o (x, y) = a · (2,−3) + b · (−1, 1), (1) obtemos a = −x − y e b = −3x − 2y. Portanto, aplicando T a ambos os membros de (1), obtemos T (x, y) = a · T (2,−3) + b · T (−1, 1) = −(x + y)(−2, 5)− (3x + 2y)(2,−6) = (−4x− 2y, 13x + 7y). (b) As colunas de [S]BU sa˜o [S(2,−3)]U e [S(−1, 1)]U . De S(x, y) = (2y, x − y) obtemos S(2,−3) = (−6, 5) e S(−1, 1) = (2,−2). Para determinarmos [(−6, 5)]U e [(2,−2)]U , encon- tramos a, b, c, d tais que (−6, 5) = a · (−1, 2) + b · (1,−3) (2,−2) = c · (−1, 2) + d · (1,−3) Resolvendo estes sistemas lineares, obtemos a = 13, b = 7, c = −4, d = −2. Logo [(−6, 5)]U =[ 13 7 ] e [(2,−2)]U = [ −4 −2 ] , e portanto [S]BU = [ 13 −4 7 −2 ] . 3o Questa˜o Seja T : R3 → R3 um operador linear que tem 2 e 3 como autovalores e tal que os autoespac¸os correspondentes sa˜o V2 = {(x, y, z) : x+y+z = 0} e V3 = {(x, x,−x) : x ∈ R}. (a) (1.0 pts) T e´ diagonaliza´vel? Em caso afirmativo, encontre uma base de R3 formada por autovetores de T .Justifique. (b) (1.0 pts) Dado (x, y, z) ∈ R3, determine T (x, y, z). Resoluc¸a˜o: . (a) Veja que V2 e V3 sa˜o, respectivamente, um plano pelo origem e uma reta pela origem, de modo que dimV2 = 2 e dimV3 = 1. Da´ı, dimV2 + dimV3 = dimR3 e portanto T e´ diagona- liza´vel. Uma base de R3 formada por autovetores de T e´ obtida unindo-se uma base de V2 a uma base de V3. Como V2 = {(−y−z, y, z) : y, z ∈ R} = Ger[(−1, 1, 0), (−1, 0, 1)], uma base para V2 e´ formada pelos vetores (−1, 1, 0) e (−1, 0, 1). Tambe´m, como V3 = Ger[(1, 1,−1)], o vetor (1, 1,−1) constitui uma base para V3. Portanto, B = {(−1, 1, 0), (−1, 0, 1), (1, 1,−1)} e´ uma base de R3 formada por autovetores de T . (b) Soluc¸a˜o1: Sendo C a base canoˆnica de R3, sabemos que T ( xy z ) = [T ]CC · xy z . 2 Precisamos, pois, encontrar a matriz [T ]CC . Sendo B a base encontrada em (a), pela fo´rmula de mudanc¸a de bases, temos [T ]CC = [I] B C · [T ]BB · ([I]BC )−1. (2) Mas, (i) [T ]BB = 2 0 00 2 0 0 0 3 , pois (−1, 1, 0), (−1, 0, 1) ∈ V2 e (1, 1,−1) ∈ V3. (ii) Como C e´ a base canoˆnica, [I]BC = −1 −1 11 0 1 0 1 −1 . Calculando a sua inversa via Gauss-Jordan, encontra-se ([I]BC ) −1 = −1 0 −11 1 2 1 1 1 . Substituindo em (2): [T ]CC = −1 −1 11 0 1 0 1 −1 2 0 00 2 0 0 0 3 −1 0 −11 1 2 1 1 1 = 3 1 11 3 1 −1 −1 1 . Portanto, T ( xy z ) = 3 1 11 3 1 −1 −1 1 xy z . Soluc¸a˜o 2: Como (−1, 1, 0), (−1, 0, 1) ∈ V2, e (1, 1,−1) ∈ V3, enta˜o T (−1, 1, 0) = 2 · (−1, 1, 0) = (−2, 2, 0) T (−1, 0, 1) = 2 · (−1, 0, 1) = (−2, 0, 2) T (1, 1,−1) = 3 · (1, 1,−1) = (3, 3,−3). Logo, para o ca´lculo de T (x, y, z), se a, b, c sa˜o tais que (x, y, z) = a · (−1, 1, 0) + b · (−1, 0, 1) + c · (1, 1,−1), (3) teremos T (x, y, z) = a · T (−1, 1, 0) + b · T (−1, 0, 1) + c · T (1, 1,−1) = (−2a− 2b + 3c, 2a + 3c, 2b− 3c). (4) Resolver em a, b, c a equac¸a˜o (3) significa resolver o sistema linear −a − b + c = x a + c = y b − c = z Somando-se as 3 equac¸o˜es fornece c = x + y + z, e substituindo nas duas u´ltimas equac¸o˜es obtemos a = −x− z e b = x + y + 2z. Substituindo esses valores em (4), obtemos T (x, y, z) = (3x + y + z, x + 3y + z,−x− y + z). 3 4o Questa˜o Seja T : R3 → R3 o operador linear T (x, y, z) = (x + z,−y, y − 2z). (a) (0.5 pt) Calcule os autovalores de T . (b) (1.5 pt) Para cada autovalor encontrado em (a), encontre uma base para o autoespac¸o correspondente. (c) (0.5 pt) T e´ diagonaliza´vel? Se sim, exiba uma base B de R3 tal que a matriz [T ]BB seja diagonal e exiba esta matriz. (d) (1.5 pt) Sendo C a base canoˆnica de R3, calcule a poteˆncia ([T ]CC)2015. Boa prova! Resoluc¸a˜o: . (a) Seja C a base canoˆnica de R3. Como T ( xy z ) = 1 0 10 −1 0 0 1 −2 xy z , segue que [T ]CC = 1 0 10 −1 0 0 1 −2 e portanto o polinoˆmio caracter´ıstico de T e´ cT (t) = det ( [T ]CC − tI3 ) = (1− t) ∣∣∣∣ −1− t 01 −2− t ∣∣∣∣ = (1− t)(1 + t)(2 + t). Segue da´ı que os autovalores de T sa˜o 1,−1,−2. (b) (i) Ca´lculo de V−2 : xy z ∈ V−2 ⇐⇒ 1 0 10 −1 0 0 1 −2 xy z = −2 xy z ⇐⇒ { 3x + z = 0 y = 0 Utilizando x como varia´vel livre, obtemos que V−2 = { x0 −3x : x ∈ R} = Ger[ 10 −3 ] e uma base para V−2 e´ formada pelo vetor v1 = 10 −3 . (ii) Ca´lculo de V−1 : xy z ∈ V−1 ⇐⇒ 1 0 10 −1 0 0 1 −2 xy z = − xy z ⇐⇒ { 2x + z = 0 y − z = 0 4 Utilizando x como varia´vel livre, obtemos que V−1 = { x−2x −2x : x ∈ R} = Ger[ 1−2 −2 ] e uma base para V−1 e´ formada pelo vetor v2 = 1−2 −2 . (iii) Ca´lculo de V1 : xy z ∈ V1 ⇐⇒ 1 0 10 −1 0 0 1 −2 xy z = xy z ⇐⇒ z = 0 − 2y = 0 y − 3z = 0 Portanto, V1 = { x0 0 : x ∈ R} = Ger[ 10 0 ] e uma base para V1 e´ formada pelo vetor v3 = 10 0 . (c) Como T tem 3 autovalores distintos e dimR3 = 3, enta˜o T e´ diagonaliza´vel. De fato, por serem v1, v2, v3 (encontrados em (b)) autovetores associados a autovalores distintos de T , segue que v1, v2, v3 sa˜o L.I.. Portanto, B = {v1, v2, v3} e´ uma base de R3 formada por autovetores de T . Com respeito a esta base, [T ]BB = −2 0 00 −1 0 0 0 1 . (d) Pela fo´rmula de mudanc¸a de bases, [T ]CC = P · [T ]BB · P−1, onde P = [I]BC = [ [v1]C | [v2]C | [v3]C ] = 1 1 10 −2 0 −3 −2 0 , e [T ]BB = −2 0 00 −1 0 0 0 1 . Calculando-se P−1 por Gauss-Jordan, encontra-se P−1 = 0 1/3 −1/30 −1/2 0 1 1/6 1/3 . Elevando-se ambos os membros de [T ]CC = P · [T ]BB · P−1 a 2015: ([T ]CC) 2015 = P · (−2)2015 0 00 (−1)2015 0 0 0 12015 · P−1= 1 1 10 −2 0 −3 −2 0 (−2)2015 0 00 (−1)2015 0 0 0 12015 0 1/3 −1/30 −1/2 0 1 1/6 1/3 = 0 0 00 −1 0 0 0 0 . 5
Compartilhar