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Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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Olá, meu caros colegas!! 
 
Bem-vindo (a) a mais uma aula do nosso curso. 
Nessa aula, iremos abordar os conteúdos referentes ao tema de Traumas. 
É importante rememorar que a leitura e resolução de questões comentadas são as melhores ferramentas 
para alcançar a APROVAÇÃO desejada. 
Não há segredos, basta ter disciplina, foco, revisar e acreditar que você é capaz e vai conseguir. 
Desejamos uma ótima leitura e muita garra. 
 
Profº. Rômulo Passos 
Profª Tainá Santiago 
 
 
 
 
 
 
 
www.romulopassos.com.br 
 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
4 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRAUMA 
 
 AVALIAÇÃO DA CENA 
 
Ao chegar no local da cena, o socorrista deve ter as seguintes prioridades: 
 
 1. Avaliação da cena: assegurar-se de que a cena é segura para equipe e ao paciente, bem como 
considerar cuidadosamente a natureza exata da situação. É importante salientar que a avalição da segurança 
começa desde a central de regulação médica ou no trajeto com base nas informações transmitidas pelo 
médico regulador. Antes de atender a vítima, o socorrista pode avaliar a cena obtendo uma impressão geral da 
situação local, verificar a causa e os resultados do incidente e observar familiares e testemunhas. 
 O atendimento aos doentes deve ser adiado até que a cena esteja segura. Os riscos para a segurança da 
equipe e doente são: fios elétricos caídos, explosivos, materiais perigosos incluindo sangue ou fluidos 
corporais, tráfego de veículos, inundações, armas (revólveres, facas) e condições ambientais. 
 A análise acurada da situação pode envolver os seguintes questionamentos: 
a) O que realmente aconteceu? 
b) Por que foi solicitada ajuda? 
c) Qual foi o mecanismo do trauma (cinemática ou biomecânica)? 
d) Quantas pessoas foram envolvidas e qual a idade de cada uma delas? 
e) Serão necessárias mais unidades para tratamento ou transporte? 
f) São necessários mais recursos ou mais pessoal (bombeiros, IML, polícia, companhia elétrica)? 
g) É necessário equipamento especial para salvamento ou retirada das ferragens? 
h) É necessário transporte aéreo? 
i) O fator que levou ao trauma pode ter sido um problema clínico? 
 
 2. Avaliação de cada doente: inclui uma forma inicial de triagem, de modo que os doentes mais graves 
sejam avaliados primeiro, com ênfase em: condições que possam resultar em perdas de vida e/ou de 
membros. 
 
3. Situações de catástrofe ou incidente de múltiplas vítimas: em uma situação de desastre a prioridade 
muda. Em vez de dirigir todos os recursos para o doente mais grave, deve-se dirigi-los para o salvamento do 
maior número de vítimas. 
 
 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E ATENDIMENTO DO DOENTE 
 
 Após a análise da situação e segurança da cena, a avaliação do doente se faz presente, visto que esse é 
um fator fundamental para o melhor tratamento das vítimas de trauma. Condições que ameacem a vida são 
rapidamente avaliadas, e a intervenção de urgência e reanimação são iniciadas. 
Caso haja tempo, realiza-se uma avaliação secundária, para identificar lesões que ameacem os membros ou 
que não estão comprometendo a vida. 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
5 
 Ressalta-se que um doente traumatizado grave que não responde ao tratamento inicial, está 
provavelmente com hemorragia interna e deve ser levado ao centro cirúrgico no menor tempo possível para 
um tratamento definitivo. 
 As principais preocupações para avaliação e atendimento do doente traumatizado são resumidas no 
famoso mnemônico ABCDE do trauma, de acordo com a prioridade. Vale salientar que a avaliação primária só 
é prosseguida se a etapa anterior for corrigida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A base das lesões que conferem risco de morte mais comum é a falta de oxigenação adequada do 
tecido, que leva ao metabolismo anaeróbio. 
A avaliação primária inicia com uma visão simultânea ou global dos estados respiratório, circulatório e 
neurológico. Quando um doente consegue dar uma explicação coerente através de frases completas, o 
socorrista pode concluir que o doente está com via aérea permeável, apresenta função respiratória suficiente 
que permite a fala, perfusão cerebral adequada e funcionamento neurológico razoável. 
 
ETAPA A – ATENDIMENTO DA VIA AÉREA E CONTROLE DA COLUNA CERVICAL 
 
 A via aérea é rapidamente checada para garantir que esteja permeável e 
que não existe perigo de obstrução. 
Em caso de comprometimento da via aérea, esta precisa ser aberta por métodos 
manuais como a elevação do mento no trauma ou tração da mandíbula no 
trauma. Próteses, dentes, aparelhos ortodônticos, materiais orgânicos, dentre outros corpos estranhos devem 
ser removidos. 
 Caso haja necessidade e disponibilidade de equipamento, uma via aérea avançada pode ser instalada. 
Quando se permeabiliza a via aérea, existe a possibilidade de lesionar a coluna cervical, pois o movimento 
excessivo pode tanto causar quanto agravar lesões neurológicas. A solução é ter certeza que de que o pescoço 
foi manualmente mantido em posição neutra durante a abertura da via aérea e a realização de ventilação 
necessária. 
 
 
 
 
• Vias aéreas (airway) A 
• Respiração (breathing) B 
• Circulação (circulation) C 
• Disfunção neurológica (disability) D 
• Exposição (exposure) E 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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ETAPA B – VENTILAÇÃO 
 
 A primeira medida consiste em administrar oxigênio eficazmente aos pulmões da vítima. Uma vez que a 
via aérea esteja permeável, a qualidade e quantidade da ventilação devem ser avaliadas: 
 Verificar se o doente está ventilando; 
 Caso o doente não esteja em apneia, iniciar imediatamente a ventilação assistida com bolsa-valva-máscara 
(Ambu) com oxigênio suplementar antes de continuar a avaliação; 
 Assegurar que o ar inspirado contenha ao menos 85% de oxigênio; 
 Vítimas com ventilação anormal devem ter seu tórax exposto, observado e palpado rapidamente. Em 
seguida, devem-se auscultar os pulmões para identificar murmúrio vesicular anormal, diminuído ou ausente. 
 
ETAPA C – CIRCULAÇÃO (HEMORRAGIA E PERFUSÃO) 
 
 A oxigenação das hemácias sem que sejam encaminhadas às células do tecido 
não traz nenhum benefício à vítima. Logo, deve-se identificar e tratar a hemorragia 
externa na avaliação primária, porque se uma hemorragia não for controlada de 
imediato, o potencial de morte do doente aumenta consideravelmente. Deve sempre 
ser lembrado que cada hemácia é importante. 
 O controle da hemorragia inicia-se durante a avaliação primária e deve ser 
mantido durante o transporte. O socorrista, geralmente, precisa de ajuda para manter a ventilação e controlar 
a hemorragia simultaneamente. 
Pode-se controlar a hemorragia de acordo com as seguintes etapas: 
 - Pressão direta: aplicar pressão no local da hemorragia por meio da um curativo com uma gaze ou uma 
compressa cirúrgica sobre a lesão e aplicando pressão manual; 
 - Caso não exista pessoal suficiente, o socorrista deve lançar mão de um curativo compressivo(bandagem elástica ou atadura); 
 - Torniquetes: são utilizados e extremidades como último recurso. Deve ser usado apenas se as 
primeiras medidas não forem resolutivas. 
Pode-se obter uma avaliação geral do estado circulatório da vítima ao se verificar: 
 - Pulso: presença, qualidade e regularidade; 
 - Pele: coloração (cianose indica oxigenação incompleta), temperatura (pele fria indica hipoperfusão), 
umidade (pele úmida indica hipoperfusão) e tempo de enchimento capilar (> 2 segundos indica que os leitos 
capilares não recebem perfusão adequada). 
 
ETAPA D – DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA 
 
 A avaliação da função cerebral é uma medida indireta da oxigenação cerebral, cujo objetivo é 
determinar o nível de consciência e inferir o potencial de hipóxia. 
Vítimas agressivas, combativas ou que não cooperam devem ser consideradas em hipóxia até prova em 
contrário. 
 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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 Um nível de consciência diminuído deve alertar para quatro possibilidades: 
1. Oxigenação cerebral diminuída (hipoperfusão ou hipóxia); 
2. Lesão cerebral traumática; 
3. Intoxicação por álcool ou outras drogas; 
4. Distúrbio metabólico. 
 
 A Escala de Coma de Glasgow é uma ferramenta simples e de aplicação rápida para avaliar o nível de 
consciência, sendo preditiva da sobrevida do doente. É dividida e três ações: abertura ocular, melhor resposta 
verbal e melhor resposta motora. Um escore > 8 indica lesão grave; 9 a 12 lesão moderada; e 13 a 15 lesão 
mínima. Um escore igual ou menor que 8 é indicação para consideração de tratamento ativo da via aérea do 
doente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETAPA E – EXPOSIÇÃO E AMBIENTE 
 
 Retirar as roupas da vítima é fundamental para a exposição de outras lesões. Quando todo o corpo do 
doente tiver sido visto, deve ser coberto para conservar o calor corporal. Em ambiente externo, somente as 
partes necessárias devem ser expostas. Uma vez dentro da viatura, o exame pode ser completado e recobrir o 
doente o mais rápido possível. 
 A reanimação descreve as etapas de tratamento para corrigir problemas com risco de vida identificados 
na avaliação primária. Tais manobras devem ser precisas e sistemáticas seguindo as prioridades citadas, além 
de que o transporte para o centro de trauma não deve ser retardado. 
 A reposição volêmica consiste na restauração do sistema cardiovascular por meio de volume adequado 
de perfusão tão logo possível. Como o sangue e soluções coloides geralmente não estão disponíveis no cenário 
pré-hospitalar, a solução preferencial para reanimação no trauma é o Ringer lactato, uma solução cristaloide 
que além de sódio e cloreto, contém pequenas quantidades de potássio, cálcio e lactato. 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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 No caminho do hospital devem ser instituídos dois acessos venosos calibrosos (14 a 16) em veias do 
antebraço ou fossa antecubital. Instituir acesso venoso na cena só prolonga o tempo de permanência no local 
e atrasa o transporte. 
 
 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
 Esta avaliação consiste na avaliação cefalocaudal (da cabeça aos pés) da vítima, sendo somente 
realizada após o término da avaliação primária e tratamento de todas as lesões que ameacem a vida. 
Seu objetivo é a identificação de lesões ou problemas não observados durante a avaliação primária. 
A abordagem “ver, ouvir e sentir” é utilizada para avaliar a pele e tudo que ela contém: 
 Examine toda a pele de cada região; 
 Estar atento para qualquer hemorragia externa e sinais de hemorragia interna, como distensão 
abdominal, tensão exagerada em uma extremidade ou hematoma expansivo 
 Observe a presença de lesões de pele, como escoriações, queimaduras, contusões, hematomas, 
lacerações e ferimentos penetrantes; 
 Observar se há alguma massa, edema ou deformidade de ossos; 
 Observar e a pele tem entalhes anormais e sua coloração; 
 Observar se há algum som incomum quando o doente inspira ou expira; 
 Observar se existe algum som anormal na ausculta torácica; 
 Verificar se o murmúrio vesicular é igual e normal em ambos os pulmões; 
 Auscultar as carótidas e em outros vasos; 
 Mover cuidadosamente cada osso na região. Observar se isso produz crepitação, dor ou movimento 
incomum; 
 Palpe com firmeza todas as partes da região. 
 
 Deve ser obtido e registrado um conjunto completo de sinais vitais a cada 3 a 5 minutos, tanto quanto 
possível, ou a cada mudança na condição ou problema clínico. 
 Um histórico rápido da vítima deve ser coletado, através das vítimas que estão conscientes ou parentes 
e transeuntes que estejam próximos, documentado e repassado para a central de regulação. 
 
 O método mnemônico SAMPLA serve como lembrança de seus componentes-chave: 
 Sintomas: de que o doente se queixa? Dor? Dificuldade respiratória? Dormência? Formigamento? 
 Alergias: principalmente a medicamentos. 
 Medicações: medicamentos prescritos ou não que o doente usa regularmente. 
 Passado médico e antecedente cirúrgico: problemas clínicos importantes para os quais o doente 
recebe tratamento; inclui cirurgias prévias. 
 Líquidos e alimentos: a alimentação recente pode aumentar o risco vômito e aspiração durante a 
indução da anestesia. 
 Ambiente: eventos que levaram ao trauma. 
 
Meu amigo (a), agora vamos estudar separadamente alguns tipos de traumas! 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) 
 
 A lesão cerebral traumática (LCT) ou Traumatismo Cranioencefálico (TCE) contribui significativamente 
para a morte de cerca de 50% de todas as vítimas de trauma. 
 Colisões automobilísticas continuam sendo a principal causa de LCT em pessoas com idade entre 5 e 65 
anos, e as quedas são a principal causa dessas lesões em doentes pediátricos de até 4 anos e em pessoas 
idosas. 
 Constitui um sério problema de saúde pública que acarreta em um elevado ônus individual, familiar e 
social. Atinge predominantemente indivíduos do sexo masculino em idade produtiva, estando frequentemente 
associado a múltiplos traumas. Geralmente, sequelas irreversíveis e incapacitantes são desenvolvidas após 
TCE. 
 
1. Definição 
Define-se TCE como quaisquer lesões decorrentes de um trauma externo na região da cabeça que possa gerar 
alterações anatômicas do crânio, comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos. 
 
2. Etiologia 
Suas principais etiologias são: 
 Colisões automobilísticas (5 a 65 anos); 
 Quedas (menores de 4 anos e idosos); 
 Agressões / violência interpessoal; 
 Acidentes ocorridos em esportes e atividades recreativas. 
 
3. Classificação 
O TCE pode ser classificado de diferentes formas: 
 Quanto ao mecanismo do trauma: contuso (fechado) ou penetrante. 
 Classificação clínica (gravidade ou severidade) 
 TCE leve: ECGl 13 - 15; 
 TCE moderado: ECGl 9 - 12; 
 TCE grave: ECGl ≤ 8. 
 Classificação morfológica (tipo de lesão): couro cabeludo, fraturas de crânio, lesões faciais; lesões 
laríngeas e lesões cerebrais. 
 
No que diz respeito à fisiopatologia, as lesões cerebrais podem ser classificadas em: 
 Lesões cerebrais primárias: resultante do trauma direto no encéfalo associado a estruturas 
vasculares e ocorre no momento da agressão inicial como laceração, lesões por cisalhamento, esmagamento, 
contusões e hemorragias. 
 Lesões cerebrais secundárias: processos contínuos de lesão (causas intracranianas e extracranianas) 
que incluem os seguintes mecanismos: 
 Efeito de massa, herniação e elevação da pressão intracraniana (↑PIC)– consequente manifestação 
de síndromes clínicas de herniação: dilatação ou lentidãona resposta da pupila a estímulo ipsilateral, 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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fraqueza contralateral, postura de decorticação ou de descerebração, respiração de Cheyne-Stokes e 
fenômeno de Cushing (uma combinação fatal de aumento acentuado da pressão arterial com a 
bradicardia resultante que pode ocorrer com aumentos acentuados da PIC). 
 Hipóxia, edema, isquemia, hipotensão e fluxo sanguíneo cerebral inadequado: 4 a 6 minutos de 
anóxia pode gerar dano cerebral irreversível e pressão arterial sistólica (PAS) < 90 mmHg pode levar a 
um prognóstico mais reservado. 
 Mecanismos celulares - insuficiência de energia, inflamação e cascatas “suicidas”. 
 Edema cerebral: ocorre frequentemente no local da lesão primária, caracterizado por acúmulo de 
líquido intracelular. Pode causar resposta inflamatória e ocorrer associado ou como resultado de 
hematomas. 
 
 Hematomas intracranianos: epidurais (lesões puramente expansivas, resultantes de lesão de baixo 
impacto na região temporal e laceração da artéria meníngea média, caracterizadas por um intervalo lúcido); 
subdurais (resulta de hemorragias venosas, possui apresentações aguda e crônica, frequentes em doentes que 
fazem uso de anticoagulantes e tem como manifestações clínicas: cefaleia, distúrbios visuais, alterações da 
personalidade, disartria e hemiparesia ou hemiplegia); subaracnoides e intracerebrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Assistência pré-hospitalar ao TCE 
Tem como foco o aporte apropriado de oxigênio e nutrientes, além da identificação rápida dos doentes com 
risco de herniação e com PIC elevada. Uma rápida avaliação da biomecânica e eficiente análise primária 
ajudará a identificar problemas com potencial risco de morte. Segue abaixo um resumo dos pontos mais 
importantes a serem observados na avaliação primária: 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A aula não está chata, pensamento positivo, 
você vai conseguir!”. 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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 Ainda durante a avaliação primária, os problemas que conferem risco de morte devem ser resolvidos 
pela equipe, de acordo com a ordem de prioridade: 
VIA AÉREA: 
 Aspiração intermitente; 
 Intubação traqueal (ECGl ≤ 8); 
 Pode-se postergar a colocação do colar cervical; 
 Monitorar a SaO2 durante a intubação; 
 Imobilização da coluna cervical; 
 Cricotireoidostomia pode ser necessária. 
 
VENTILAÇÃO: 
 Todos os suspeitos de LCT devem receber O2 suplementar; 
 A SaO2 deve ser mantida ≥ 95%; 
 Deve-se manter FR normais: 10, 20 e 25 irpm para adultos, crianças e bebês respectivamente. 
 Atentar que a hiperventilação é prejudicial para a o fluxo sanguíneo cerebral, sendo indicada somente 
em casos de sinais de herniação e fenômeno de Cushing até a cessação das manifestações clínicas. 
 
CIRCULAÇÃO: 
 Controle da hemorragia (couro cabeludo); 
 Não usar curativo compressivo em afundamento de crânio; 
 Assegurar acesso venoso calibroso e reposição volêmica em velocidade não superior a 125 mL/h; 
 Solução hipertônica não é recomendada: não existem evidências robustas que sustentem essa prática. 
A solução cristaloide de escolha é o Ringer lactato. 
 
DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA: 
 Monitorar a ECGl seriadamente (5-10 min); 
 Administração de benzodiazepínicos em caso de convulsões. 
A avaliação secundária deve ser realizada após resolvidos os problemas da avaliação primária e os principais 
pontos que devem ser atentados são: 
 Cabeça e face devem ser palpados cuidadosamente à procura de ferimentos, depressões ou 
crepitações; 
 “Halo” amarelo no chumaço de algodão, sinal de Battle (equimose retroauricular) e “olho de 
guaxinim” (equimose periorbital): sinais indicativos de fratura de base de crânio; 
 Exame do pescoço - dor e deformidades: possibilidade traumatismo raquimedular; 
 Déficits neurológicos e sinais de lateralização; 
 Histórico SAMPLA (sintomas, alergias, medicações, passado mórbido, líquidos e última refeição, 
ambiente). 
Em casos de transporte prolongado, a equipe de saúde deve verificar glicemia em doentes com ECGl anormal; 
garantir reposição volêmica com objetivo de PAS > 90 mmHg; observar sinais de alerta de possível ↑PIC e de 
herniação: 
 
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 Perda de 2 pontos ou + na ECGl; 
 Pupilas não reativas ou com pouca reação à luz; 
 Desenvolvimento sinais de lateralização; 
 Fenômeno de Cushing. 
 
 TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR 
 
1. Considerações iniciais 
 O trauma raquimedular, se não for reconhecido e atendido adequadamente no local do trauma, pode 
resultar em lesão irreparável à medula espinhal e deixar o doente paralisado para sempre. 
Algumas vítimas de trauma da coluna vertebral podem evoluir com lesão medular, em consequência do 
movimento da coluna. 
 A imobilização inadequada da coluna fraturada pode produzir resultado muito pior do que a 
imobilização inadequada do fêmur fraturado. 
 Os efeitos da lesão raquimedular afetam de maneira significativa o indivíduo, acarretando um elevado 
ônus social, familiar e individual, afastando-os das atividades laborativas precocemente com mudanças nas 
atividades da vida diária e no nível de independência. 
 A ação repentina de forças violentas sobre o corpo pode mover a coluna para além da amplitude normal 
de movimento, seja por impacto na cabeça ou no pescoço, seja pelo deslocamento do tronco da sua posição 
abaixo do pescoço. 
 
2. Fisiopatologia 
Existem vários tipos de lesões da coluna vertebral que causam lesões medulares: 
 Fraturas por compressão que produzem achatamento total do corpo vertebral ou compressão em 
cunha; 
 Fraturas que produzem pequenos fragmentos de osso, que podem alojar-se no canal espinhal, 
próximo à medula; 
 Subluxação, que é o deslocamento parcial de uma vértebra do seu alinhamento normal na coluna 
espinhal; 
 Superestiramento ou laceração dos ligamentos e músculos produzindo uma relação instável entre as 
vértebras. 
Existem alguns mecanismos específicos de trauma que causam lesão vertebromedular, como 
hiperflexão, hiperextensão, hiper-rotação, inclinação lateral repentina e tração excessiva (superalongamento 
da coluna). 
 Assim como no TCE, existem dois mecanismos de lesão do tecido nervoso: lesões primárias e 
secundárias. Lesão primária é decorrente do impacto ou aplicação da força pode causar compressão medular, 
lesão direta (geralmente por fragmentos ósseos instáveis ou projéteis) e/ou interrupção da oferta de sangue 
para a medula. Por outro lado, lesões secundárias ocorrem após a injúria inicial e pode incluir edema, 
isquemia ou movimento de fragmentos ósseos. 
 A concussão medular resulta da interrupção temporária das funções da medula espinhal distal à lesão. 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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 Choque medular é um fenômeno neurológico que ocorre durante um período variável e imprevisível 
após a lesão da medula, resultando e perda temporária de toda a função sensitiva e motora, flacidez e 
paralisia e perda dos reflexos abaixo do nível da lesão. 
 A compressão da medula é a pressão sobre causada por inchaço, mas pode também ser causada por 
ruptura traumática de disco e presença de fragmentos ósseos. Já a laceração ocorre quando o tecido medular 
é cortado ou lacerado. Na transecção medular completa todos os tratos espinhais são interrompidos, 
diferentemente da transecção incompleta. 
 
3. Avaliação 
 As prioridades ABCDE são mantidas, dando-se importância substancial na etapa A, na qual a coluna 
cervical deve ser adequadamente contida manualmente e imobilizada. A menos que seja contraindicado, a 
cabeçadeve ser trazida a uma posição alinhada neutra. 
 O socorrista deve considerar a biomecânica do trauma e que todo doente que apresenta trauma pelos 
mecanismos a seguir deve ser considerado um potencial portado de TRM: 
 Qualquer mecanismo contuso que produza um impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou 
pelve; 
 Qualquer incidente que produza aceleração ou desaceleração repentinas ou impactos laterais que 
forcem o pescoço ou o tronco; 
 Qualquer queda, especialmente em idosos; em doentes pediátricos quedas de lugares altos 
(geralmente duas a três vezes a altura do doente), de triciclo ou bicicleta, e atropelamento por veículo 
automotor; 
 Ejeção ou queda de qualquer veículo motorizado ou acionado por outro mecanismo de 
movimentação; 
 Qualquer vítima de acidente de mergulho em águas rasas. 
 
4. Sinais e sintomas de trauma da coluna: 
 
 Dor no pescoço ou nas costas; 
 Dor ao mexer o pescoço ou as costas; 
 Dor à palpação da região posterior do pescoço ou da linha média das costas; 
 Deformidade da coluna vertebral; 
 Defesa ou contratura da musculatura do pescoço ou das costas; 
 Paralisia, paresia, dormência ou formigamento nas pernas ou braços, em qualquer momento após o 
incidente; 
 Sinais e sintomas de choque neurogênico; 
 Priapismo (em homens). 
 
5. Indicações para imobilização da coluna 
 
 O ponto-chave é uma boa avaliação e, em caso de dúvida, imobilizar. No caso de vítimas de traumas 
penetrantes (ferimentos por arma de fogo ou arma branca), na cabeça, pescoço e tórax, deve-se suspeitar de 
Glaucio Giscard Ribeiro Coutinho - 055.032.437-22
 
 
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mecanismo de lesão preocupante quando houver unção motora ou sensitiva, ou, ainda, perda de consciência. 
Se não houver nenhum dos sintomas citados, não existe necessidade de imobilização da coluna. 
 Algumas condições no trauma contuso apontam para a necessidade de imobilização espinhal: 
 Alteração do nível de consciência, com escore na escala de coma de Glasgow menor do que 15. 
 Dor ou sensibilidade na coluna. 
 Déficit ou sintoma neurológico 
 Deformação anatômica da coluna. 
 
6. Tratamento 
 
 O tratamento da coluna possivelmente instável é composto pela imobilização da vítima, alinhada em 
posição neutra, geralmente em prancha longa. A cabeça, o pescoço, o tronco e a pelve devem ser 
imobilizados alinhados em posição neutra, impedindo qualquer movimento da coluna instável que possa 
resulta em dano medular. A imobilização da coluna segue a regra geral: a imobilização da articulação acima 
(cabeça) e da articulação abaixo da lesão (pelve). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quanto à estabilização manual da cabeça, deve ser feita segurando-a e movendo-a até uma posição 
neutra e alinhada, sem tração significativa na cabeça e no pescoço. Movimentar a cabeça para uma posição 
neutra alinhada apresenta menos risco do que transportar o doente com a cabeça em posição angulada. 
Caso a movimentação cuidadosa da cabeça e do pescoço em direção a uma posição alinhada e neutra 
provoque qualquer uma das seguintes reações, ela deve ser imediatamente interrompida: 
 Resistência ao movimento; 
 Espasmos dos músculos do pescoço; 
 Aumento da dor; 
 Início ou aumento de déficit neurológico, como adormecimento, formigamento ou perda de 
motricidade; 
 Comprometimento da via aérea ou da ventilação. 
 No que diz respeito aos colares cervicais rígidos, de maneira isolada, não imobilizam adequadamente, 
apenas ajudam a sustentar o pescoço e impedir movimentos. Limitam a flexão em quase 90% e a extensão, 
flexão lateral e rotação em cerca de 50%. Devem sempre ser utilizados com estabilização manual ou 
imobilização mecânica. Sua finalidade principal é proteger a coluna cervical de compressão. É importante que 
o colar cervical seja o tamanho correto e que não esteja apertado demais ao ponto de comprimir as veias do 
pescoço e causar elevação da pressão intracraniana. Ademais, não devem impedir a abertura da boca da 
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vítima, espontânea ou realizada pelo socorrista caso ocorra vômito; e não devem obstruir ou dificultar a 
ventilação. 
 O tronco deve ser imobilizado antes da cabeça ao dispositivo (prancha) rígido e fixado com tiras para 
que a cabeça e o pescoço fiquem apoiados e imobilizados quando presos a ele. 
Em alguns doentes, a colocação da cabeça no nível da prancha pode levar à hiperextensão acentuada e, 
para evitá-la, é necessário colocar um coxim entre a prancha e a cabeça. Já em crianças pequenas (menores de 
7 anos), o tamanho da cabeça é proporcionalmente maior com relação ao restante do corpo. Isso associado ao 
menor desenvolvimento da musculatura posterior do tórax, faz com que a cabeça fique em hiperflexão, 
quando a criança é posta em prancha longa. Para prevenir essa hiperflexão, é necessário colocar um coxim 
sobre os ombros e o tronco da criança. 
 
 TRAUMAS TORÁCICOS 
 
1. Introdução 
 
Uma força contusa aplicada à caixa torácica em colisões automobilísticas, quedas de grandes alturas, 
agressões ou lesões por esmagamento podem causar ruptura da anatomia e da fisiologia normais dos órgãos 
torácicos. Da mesma forma, feridas penetrantes produzidas por armas de fogo, armas brancas ou objetos 
empalados, como vigas de aço, podem ferir o tórax. 
A maioria dos pacientes são tratados com intervenções relativamente simples como oxigênio 
suplementar, suporte ventilatório, analgesia e toracostomia com drenagem. Poucos casos possuem como 
tratamento definitivo a toracotomia. 
Hipóxia, hipercapnia, acidose e choque podem ser consequências de tratamento inicial inadequado de lesões 
torácicas. 
 
2. Fisiopatologia 
 
Lesões penetrantes no tórax podem gerar feridas que criam uma comunicação entre a cavidade torácica 
e o meio externo. Assim, o ar tende a penetrar no espaço pleural pela ferida durante a inspiração quando a 
pressão intratorácica é menor do que a pressão externa. 
O ar no espaço pleural (pneumotórax) rompe a aderência entre as pleuras, permitindo que o pulmão sofra 
colabamento. 
Os ferimentos pulmonares por objetos penetrantes também permitem a saída de ar do pulmão para o 
interior do espaço pleural. 
De ambas as formas, a vítima apresenta respiração rápida e esforço respiratório. Tecidos lacerados e vasos 
sanguíneos lesionados podem causar hemorragia no interior do espaço pleural (hemotórax), impedindo a 
expansão pulmonar do lado afetado. 
Em relação aos traumas fechados (lesões contusas), a onda de energia transmitida no impacto pode 
lesionar o tecido pulmonar, causando hemorragia no interior dos alvéolos (contusão pulmonar). Se a força 
aplicada lesionar a pleura parietal, ar pode escapar do pulmão para o espaço pleural. Pode também causar 
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fraturas de costelas, com subsequente laceração do tecido pulmonar, hemotórax e pneumotórax, ruptura de 
grandes vasos e instabilidade da caixa torácica. 
 
3. Avaliação 
 
Como em toda cena de trauma, primeiro verifica-se a situação e a segurança da cena. Durante a 
avaliação primária as prioridades ABCDE são seguidas. Um breve histórico SAMPLA pode ser coletado com 
familiares ou com o próprio paciente, caso esteja consciente e em condições de verbalizar. Quanto à avaliação 
secundária, é importante estar atento às seguintes recomendações: 
 Observação: palidez cutânea, sudorese, cianose, apreensão (sinais de evidente hipóxia avançada). 
Frequência ventilatória e sinais de dificuldade respiratória (dispneia, uso de musculatura acessória, batimentos 
de asas de nariz). Alinhamento da traqueia, simetria da parede torácica, distensão de veias jugulares. 
Equimoses,abrasões e lacerações na pele do tórax. 
 Ausculta: diferenças dos murmúrios vesiculares entre os hemitórax, crepitações, bulhas cardíacas 
abafadas, sopros. 
 Palpação: presença de pontos dolorosos, crepitações, enfisemas subcutâneos, instabilidade da 
parede torácica. 
 Percussão: dificilmente utilizado no pré-hospitalar. Um som abafado pode indicar hemotórax ou 
contusão pulmonar. Um som timpânico pode indicar pneumotórax. 
 Oximetria de pulso: verificar a resposta do paciente frente à terapia instituída. 
 
4. Tratamento de lesões específicas 
 
4.1 Fraturas de costelas 
 A localização mais comum é a face lateral das costelas 4 e 8, que são finas e menos protegidas pela 
musculatura. A ponta quebrada da costela pode lesionar o músculo, pulmões, vasos sanguíneos, podendo 
causar contusão pulmonar. Fraturas de costelas inferiores podem ser associadas a lesões esplênicas e 
hepáticas. 
 Os pacientes queixam-se de dor torácica e dispneia. Podem ser observados sinais de dificuldade 
respiratória, sensibilidade da parede torácica e crepitação. Devem ser feitas avaliações frequentes dos sinais 
vitais, com especial atenção à frequência respiratória. 
 O tratamento inicial consiste no alívio da dor, obtenção de um acesso venoso calibroso. A vítima é 
estimulada a manter inspirações profundas e a tossir para evitar atelectasia. A administração de oxigênio e 
assistência ventilatória podem ser necessárias. 
 
4.2 Tórax instáveis (retalho costal móvel) 
 A instabilidade do tórax acontece quando duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas em pelo 
menos dois lugares. Geralmente associado à contusão pulmonar, o que aumenta o comprometimento da 
ventilação e troca gasosa. À inspeção, quando os músculos respiratórios se contraem para elevar as costelas e 
abaixar o diafragma, o seguimento contundido se move, paradoxalmente, para dentro, em resposta à pressão 
negativa criada no interior da caixa torácica. 
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 A vítima de queixa de dor intensa, não consegue respirar profundamente, a frequência respiratória se 
eleva, apresenta sensibilidade e potencialmente crepitação sobre o segmento afetado. 
 O tratamento inicial pode incluir alívio da dor, acesso venoso calibroso, suporte ventilatório (CPAP, 
bolsa-valva-máscara, intubação endotraqueal, ventilação com pressão positiva) e monitoramento da oximetria 
de pulso e dos sinais de agravamento. 
 
4.3 Pneumotórax simples 
 É causado pela presença de ar no espaço pleural e os achados são semelhantes aos de uma fratura de 
costelas. O paciente se queixa de dor pleurítica e os achados clássicos são diminuição de murmúrio vesicular 
do lado da lesão e timpanismo à percussão. Pode evoluir rapidamente para um pneumotórax hipertensivo, por 
isso é preferível que seja transportado por uma viatura de suporte avançado. O socorrista administra oxigênio 
suplementar, institui acesso venoso calibroso, monitora a oximetria e se prepara para tratar o choque. 
 
4.4 Pneumotórax abertos (“ferimento torácico soprante”) 
 Envolve um pneumotórax associado a um defeito na parede torácica que permite que o ar proveniente 
do exterior entre e saia do espaço pleural com esforço ventilatório. Quando o doente tenta inspirar, o ar 
atravessa a ferida e penetra no espaço pleural devido à pressão negativa. A passagem do ar cria um ruído 
característico. A ventilação eficaz é inibida, tanto pelo colapso pulmonar do lado afetado, quanto pelo fluxo de 
ar preferencial para o espaço pleural em vez dos alvéolos. 
 O doente geralmente revela sinais de insuficiência respiratória evidente, apresentando-se ansioso, 
taquipneico e taquisfigmo. O tratamento inicial envolve o selamento do defeito na parede torácica com um 
curativo de três pontos (permite o escape de ar para o meio externo durante a expiração) e administração de 
oxigênio suplementar. Casos essas medidas não funcionem, a intubação endotraquel e ventilação com pressão 
positiva podem ser necessárias. 
 
4.5 Pneumotórax hipertensivos 
 Ocorre quando o ar continua a entrar no espaço pleural e é aprisionado, com gradual aumento da 
pressão intratorácica, piora do comprometimento ventilatório e redução do retorno venoso ao coração, 
resultando em profundo choque. A maior pressão do lado acometido pode empurrar as estruturas 
mediastinais para o outro lado da cavidade. Doentes com probabilidade de pneumotórax apresentam risco 
aumentado de pneumotórax hipertensivo. 
 As vítimas podem manifestar apreensão e desconforto, queixam-se de dor torácica e dificuldade para 
respirar, exibem agitação crescente e sofrimento respiratório. Os achados clássicos são desvio traqueal em 
direção contrária à lesão, diminuição dos murmúrios vesiculares e percussão timpânica no lado da lesão. 
Outros achados são a turgência venosa jugular, crepitação da parede torácica e cianose. A taquicardia e 
taquipneia ficam cada vez mais acentuadas à medida que a pressão intratorácica se eleva, culminando em 
hipotensão e choque descompensado. 
 
 
 
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 A prioridade do tratamento é a descompressão do pneumotórax hipertensivo, sendo realizada na 
presença de três achados: piora do desconforto respiratório ou dificuldade de ventilação com bolsa-valva-
máscara; ausência ou redução unilateral dos sons respiratórios e choque descompensado (pressão arterial 
sistólica < 90 mmHg). A administração de oxigênio a 85% é imperativo e a assistência ventilatória com pressão 
positiva só é indicada se o paciente não responder à suplementação de oxigênio. 
 
4.6 Hemotórax 
 Consiste na presença de sangue no espaço pleural e pode representar uma fonte de perda sanguínea 
importante, pois pode acomodar de 2.500 a 3.000 mL. A hemorragia pode ter origem na parede da 
musculatura torácica, nos vasos intercostais, no parênquima pulmonar, nos vasos pulmonares ou nos grandes 
vasos do tórax. 
As manifestações clínicas são dor torácica, dispneia, desconforto respiratório, sinais de choque (taquicardia, 
taquipneia, confusão, palidez e hipotensão) e percussão abafada do lado da lesão. 
 O tratamento inicial inclui a instituição de acessos venosos calibrosos para reposição volêmica adequada 
e a administração de altas concentrações de oxigênio devem ser administrados. O transporte rápido para um 
hospital equipado é imprescindível, para intervenção cirúrgica imediata. 
 
4.7 Contusão cardíaca 
 Causada frequentemente pela aplicação de força na região anterior do tórax, sobretudo num evento de 
desaceleração. Isto posto, o coração é comprimido entre o esterno e a coluna vertebral, aumentando à 
pressão abruptamente nos ventrículos, podendo causar, às vezes, lesões valvulares e, raramente, ruptura 
cardíaca. 
Algumas consequências da contusão cardíaca são: arritmias cardíacas (taquicardia sinusal, extra-sístoles 
ventriculares, taquicardia ventricular e fibrilação ventricular); distúrbios da condução ventricular, queda do 
débito cardíaco e choque. Por outro lado, na vigência de lesões valvulares, as vítimas podem manifestar sinais 
e sintomas de insuficiência cardíaca, como taquipneia, estertores, turgência de jugular e aparecimento de 
sopro cardíaco. 
 O socorrista deve estar atento à presença de coluna de direção distorcida, quando da avaliação da 
biomecânica, pois sugere mecanismos causadores dessas lesões. O afundamento de esterno é um dos sinais 
mais preocupantes e sugestivos. 
 O tratamento inicial consiste na administração de oxigênio em alta concentração, estabelecimento de 
acesso venoso calibroso para reposição volêmica, monitorização cardíaca, terapia antiarrítmica de acordo com 
o protocolo e, caso necessário, suporte ventilatório. 
 
4.8Tamponamento cardíaco 
 Ocorre quando um ferimento cardíaco permite o acúmulo agudo de fluido entre o saco pericárdico e o 
coração, que pode acomodar até 300 mL de líquido. Devido ao saco pericárdico ser inelástico, a pressão do 
fluido acumulado se eleva rapidamente, dificultando o retorno e débito cardíacos. A cada contração cardíaca, 
mais líquido pode extravasar para dentro do saco pericárdico. Isso pode se agravar até precipitar uma 
atividade elétrica sem pulso (AESP). Cabe salientar que a causa mais comum é ferimento por arma branca. 
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 Logo, qualquer doente com ferimento penetrante na região do coração deve ter suspeita de 
tamponamento cardíaco. 
 A tríade de Beck é um conjunto de achados indicativos de tamponamento cardíaco: bulhas cardíacas 
abafadas ou distantes, turgência jugular e hipotensão. O tratamento consiste em transporte rápido e 
monitorado até um hospital, administração de oxigênio em alta concentração, obtenção de acesso venoso e 
reposição volêmica criteriosa. A drenagem de parte do fluido pericárdico por pericardiocentese geralmente é 
uma manobra eficaz para ganhar tempo. 
 
4.9 Rupturas de diafragma 
 Pode ocorrer por traumas contusos ou penetrantes. Qualquer penetração abaixo dos mamilos ou no 
nível da ponta escapular ou aplicação de força suficiente para aumentar abruptamente a pressão abdominal 
podem romper o diafragma. Pode ocorrer associado a disfunção respiratória, fraturas das costelas, hemotórax 
e pneumotórax. 
 A ruptura diafragmática pode causar uma herniação do intestino ou de outras estruturas através da 
laceração, produzindo uma compressão parcial do pulmão. 
 À avaliação, o paciente revela esforço respiratório agudo, pode estar ansioso, taquipneico e pálido. Pode 
apresentar contusões da parede torácica, crepitação óssea ou enfisema subcutâneo. Os murmúrios vesiculares 
no lado afetado podem estar diminuídos, ou os ruídos hidroaéreos podem ser auscultados sobre o tórax. 
O transporte imediato para um centro de trauma é prioridade máxima e o tratamento inicial inclui 
administração de oxigênio suplementar em alta concentração e deve ser feito suporte ventilatório. 
 
 TRAUMAS ABDOMINAIS 
 
1. Introdução 
 As lesões abdominais não reconhecidas são uma das principais causas de morte em vítimas de trauma. 
As mortes precoces resultam tipicamente de perda maciça de sangue, por isso, todo doente com choque 
inexplicado deve ser considerado com hemorragia intra-abdominal até que se prove o contrário. 
 Quando lesionados, os órgãos sólidos e vasculares (fígado, baço e veia cava) sangram, ao passo que os 
órgãos ocos (intestino, vesícula biliar e bexiga) derramam seu conteúdo dentro da cavidade peritoneal ou no 
espaço retroperitoneal. Adicionalmente, a liberação de ácidos, enzimas digestivas ou bactérias do trato 
gastrointestinal (TGI) para o interior da cavidade peritoneal resulta em peritonite e sepse, quando 
prontamente não tratada por intervenção cirúrgica. 
 Ferimentos torácicos penetrantes abaixo do diafragma podem lesar órgãos abdominais. Já os traumas 
contusos resultam de forças de compressão ou de cisalhamento, a qual rompe órgãos sólidos ou vasos 
sanguíneos da cavidade abdominal, em virtude da tração exercida sobre os ligamentos de fixação. Vale 
lembrar que o aumento da pressão intra-abdominal decorrente da compressão pode romper o diafragma e 
causar herniação dos órgãos abdominais para a cavidade torácica. 
 
2. Avaliação 
 Deve ser garantida a segurança da cena e mantidas as prioridades ABCDE. Além da coleta dos dados 
relacionados ao histórico SAMPLA, outras perguntas podem ser feitas, a depender do mecanismo da lesão: 
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 Tipo de colisão e posição do doente no veículo. 
 Extensão do dano ao veículo, deformidade do volante e necessidade de retirada prolongada. 
 Uso de dispositivos de segurança, incluindo cinto de segurança, acionamento de air bags e a 
presença de cadeirinhas de criança. 
 Tipo de arma utilizada. 
 Número de vezes que o doente foi atingido por arma de fogo ou arma branca. 
 Quantidade de sangue no local. 
 As alterações encontradas possuem correlação com o grau de choque apresentado pelo doente. Isto 
posto, o indicador mais confiável de sangramento intra-abdominal é a presença de choque de origem 
inexplicada. Por isso, o socorrista deve notar sinais sutis como leve ansiedade ou agitação, ao passo que 
vítimas com hemorragias severas apresentam depressão acentuada do nível de consciência. Cabe lembrar que 
gestantes, devido ao aumento do volume e débito cardíacos, podem não manifestar sinais clássicos de 
choque. 
 As habilidades propedêuticas mais utilizadas durante o exame físico abdominal no cenário pré-
hospitalar são a inspeção e a palpação. O abdome deve ser exposto e examinado à procura de lesões de partes 
moles (contusões, abrasões, ferimentos por arma de fogo e ferimentos por arma branca) e distensão. Os sinais 
de Grey-Turner (equimose que acomete os flancos) e de Cullen (equimose periumbilical) indicam sangramento 
retroperitoneal. 
 A palpação é feita para identificar áreas dolorosas e deve ser iniciada por uma área na qual o doente 
não se queixe de dor. A bacia também deverá ser cuidadosamente palpada para pesquisar instabilidade e dor. 
Ademais, alguns achados sugerem diagnóstico de peritonite como: dor abdominal significativa à palpação ou 
com a tosse, defesa involuntária, dor à percussão e ruídos hidroaéreos diminuídos ou ausentes. 
 O abdome não deve ser palpado nem percutido em vítimas com objetos encravados, pois isso pode 
provocar mais lesão orgânica pela ponta distal do objeto. 
Em casos de vítimas gestantes, não se deve perder tempo tentando auscultar os batimentos cardiofetais. 
Porém, a genitália deve ser examinada para verificação de evidências de sangramento vaginal. Perda de 
tampão mucoso e contrações indicam que o trabalho de parto prematuro foi iniciado. 
 
3. Tratamento 
 Vítimas de trauma contuso precisam ser imobilizadas adequadamente. No caso de gestantes, se houver 
indicação de imobilização da coluna, a prancha deve ser elevada em 10 a 15 cm do lado direito para prevenir a 
compressão aortocava que diminui o retorno venoso, o débito cardíaco e, por conseguinte, o fluxo útero-
placentário. 
 A intervenção cirúrgica precoce é a chave para a sobrevida do doente instável com trauma abdominal. 
Administra-se oxigênio suplementar para manter a saturação em 95% ou mais e faz-se suporte ventilatório 
conforme o necessário. A hemorragia externa é controlada por compressão direta ou por curativo 
compressivo. 
Obtém-se dois acessos venosos calibrosos para reanimação volêmica parcimoniosa. Na ausência de lesão 
cerebral traumática, a pressão arterial sistólica deve ser mantida entre 80 a 90 mmHg. A calça pneumática 
antichoque (PASG) pode ser considerada para transportes prolongados e na ausência de objetos empalados 
(encravados), ruptura diafragmática, gravidez e evisceração. 
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 O socorrista não deve mover nem remover objetos encravados, visto que são retirados apenas no 
centro cirúrgico. A extremidade distal do objeto pode estar contendo ativamente um sangramento. O 
socorrista deve estabilizá-lo e imobilizá-lo manual ou mecanicamente. Se houver sangramento em volta, deve 
ser feita compressão direta em volta do ferimento. 
 Não se deve tentar colocar o tecido eviscerado de volta na cavidade abdominal. Deve-se protegê-lo para 
que não sofra mais lesão, cobrindo-o com curativo limpo ou estéril umedecido com solução salina. Esses 
curativos devem ser periodicamente reumedecidos para evitar que sequem. TRAUMAS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS 
 
1. Introdução 
 As lesões musculoesqueléticas raramente representam uma condição de risco imediato à vida. 
 O socorrista deve ter três considerações primárias ao tratar de lesões de extremidades: 
1. Manter as prioridades de avaliação, isto é, não se distrair com lesões dramáticas que não 
conferem risco de morte. 
2. Reconhecer lesões potencialmente fatais. 
3. Reconhecer a cinemática que produziu as lesões musculoesqueléticas e a possibilidade de outras 
lesões com risco de morte. 
 
2. Avaliação 
As lesões musculoesqueléticas podem ser classificadas em três tipos: 
 Lesões associadas a risco de morte resultantes de trauma musculoesqueléticos (TME), tais como a 
hemorragia externa ou a hemorragia interna associada a fraturas pélvicas ou femorais com perda 
sanguínea fatal. 
 TME que não acarreta risco de morte, associado a trauma multissistêmico com risco de morte. 
 TME isolado, que não acarreta risco de morte (fraturas isoladas em membros). 
 Deve-se sempre atentar que a avaliação primária está focada na identificação e resolução dos principais 
problemas que possuem risco para a vida (ABCDE). Cumpre ressaltar que o entendimento da cinemática pode 
propiciar um alto índice de suspeita das lesões que a vítima pode ter sofrido. 
Durante a avaliação secundária, a exposição do corpo da vítima é de extrema importância para identificação 
de lesões não detectadas na avaliação primária. A vítima deve ser questionada sobre presença de dor nos 
membros. A avaliação das extremidades também inclui: 
 Ossos e articulações: inspeção à procura de deformidades ósseas que possam representar 
fraturas ou luxações. Presença de dor ou crepitação à palpação. 
 Lesões de tecidos moles: inspeção à procura de aumento de volume, lacerações, abrasões, 
hematomas, ferimento e observação da cor da pele. 
 Perfusão: avaliada pela palpação dos pulsos distais e observação do tempo de enchimento 
capilar. 
 Função neurológica: avaliação da função motora e sensitiva dos membros, por meio de perguntas 
sobre se o doente sente alguma fraqueza ou sobre a presença de quaisquer sensações anormais de 
formigamento ou dormência. 
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3. Tratamento 
O tratamento geral da suspeita de lesão em membros inclui as seguintes etapas: 
1. Tratar quaisquer lesões que ameacem a vida encontradas na avaliação primária. 
2. Interromper quaisquer sangramentos e tratar o doente em choque. 
3. Avaliar a função neurovascular distal. 
4. Sustentar a área da lesão. 
5. Imobilizar o membro ferido, incluindo a articulação acima e a articulação abaixo do sítio de lesão. 
6. Reavaliar o membro ferido após a imobilização, para verificação de alterações na função 
neurovascular distal. 
7. Tratar adequadamente a dor. 
 
4. Fraturas 
 As fraturas podem danificar o tecido muscular e os nervos. 
 São classificadas em fechadas (quando não há ruptura da pele) e expostas (a integridade da pele é 
interrompida). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dentre os sinais de fraturas fechadas, incluem-se sensibilidade, deformidade, hematomas, aumento de 
volume e crepitação. O pulso, cor da pele, funções motoras e sensitivas devem ser avaliadas distalmente ao 
sítio suspeito da lesão. 
 Nos casos das fraturas expostas, a extremidade óssea em protrusão, em geral, não deve ser 
reposicionada de modo intencional. 
 A imobilização e manipulação inadequadas podem converter uma fratura fechada em exposta. 
As duas fraturas mais graves mais comumente associadas à hemorragia grave são as de fêmur e pelve. Por 
isso, ao investigar crepitação na bacia, deve-se fazer a manobra de forma delicada. 
 No seu tratamento, a primeira consideração é o controle de hemorragias e tratamento do choque. 
Ferimentos abertos devem ser recobertos por com curativo estéril umedecido com solução salina ou água 
destilada. 
 O membro deve ser manipulado o mínimo possível, inclusive durante a imobilização, a qual deve ser 
precedida de alinhamento do membro na posição anatômica. Esse procedimento tem como vantagens o alívio 
da compressão de nervos e artérias, melhora da perfusão, redução de hemorragias, facilita a colocação da tala 
e reduz a dor. As duas contraindicações para o alinhamento na posição anatômica são a presença de dor 
significativa e a resistência ao movimento durante a tentativa. 
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 As talas impedem o movimento de uma parte do corpo. É importante lembrar de quatro pontos durante 
a colocação de qualquer tipo de tala: 
 Acolchoar talas rígidas; 
 Joias e relógios devem ser removidos; 
 As avaliações das funções neurovasculares distais ao sítio da lesão devem ser realizadas antes e após 
a colocação de qualquer tala. 
 Após a colocação da tala, considerar a elevação do membro, se possível para redução do edema e 
sensação de latejamento. Compressas frias também podem ser usadas. 
 
5. Luxações 
 São a separação de dois ossos da articulação, resultante da significativa ruptura dos ligamentos que 
normalmente conferem estabilidade à articulação. A suspeita de luxação deve ser imobilizada na posição 
encontrada. A manipulação cuidadosa da articulação pode ser feita para restaurar o fluxo sanguíneo quando o 
pulso é ausente ou fraco. Durante o transporte, gelo ou compressas frias podem ser utilizadas. 
 
6. Amputações 
 Amputação é a perda de parte ou de todo o membro, e avulsão envolve a remoção de tecidos moles. 
Quando o tecido foi totalmente separado de um membro, este fica completamente sem nutrição e 
oxigenação. Importante destacar que o risco de hemorragia é maior em amputações incompletas, uma vez 
que quando um vaso é apenas parcialmente seccionado, as duas extremidades podem não se retrair, e o 
sangue continua a sair pela abertura. 
 O membro perdido na cena deve ser localizado, para possível reimplante, mas somente após a 
realização da avaliação primária e tratamento das lesões com risco de morte. Os princípios para cuidar de uma 
parte amputada incluem: 
 Limpeza da parte amputada, irrigando-a, delicadamente com Ringer Lactato (RL). 
 Envolvimento da parte amputada com gaze estéril umedecida com RL e colocação em um saco ou 
recipiente plástico. 
 Após identificar o saco ou recipiente, colocá-lo em outro recipiente, preenchido com gelo moído. 
 Não congelamento da parte amputada, colocando-a diretamente sobre o gelo. 
 Transporte da parte amputada, junto com o doente, ao hospital adequado mais próximo. 
 
7. Síndrome compartimental 
 Refere-se à doença que pode levar à perda do membro, em que o suprimento sanguíneo do tecido é 
comprometido pelo aumento da pressão local. As duas causas mais comuns são as hemorragias derivadas de 
fratura ou lesão vascular e o edema de terceiro espaço que se forma quando o tecido muscular isquêmico é 
reperfundido. A tala ou gesso colocado de modo muito apertado também podem causar síndrome 
compartimental. 
 Os dois primeiros sinais são a dor e a parestesia. A dor aumenta dramaticamente com a movimentação 
passiva de um dedo do membro acometido. Os outros três sinais – ausência de pulso, paralisia e palidez – são 
achados tardios, que indicam alto risco de necrose muscular. Os compartimentos também podem ser 
extremamente tensos e firmes à palpação. 
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 O tratamento definitivo somente pode ser obtido no hospital (fasciotomia). Apenas manobras básicas 
podem ser feitas no local. 
 
8. Síndrome de esmagamento 
 Também denominada de rabdomiólise traumática, é uma entidade clínica caracterizada por 
insuficiência renal e morteapós grave trauma muscular, com destruição do músculo e liberação de mioglobina 
(nefrotóxica). 
Vítimas com síndrome de esmagamento são identificadas por apresentarem: 
 Soterramento prolongado; 
 Lesão traumática à massa muscular; 
 Comprometimento da circulação na área afetada. 
 Como a lesão muscular também libera potássio, podem surgir arritmias cardíacas que podem ser fatais. 
A urina apresenta coloração de chá ou refrigerante à base de cola graças à mioglubinúria. 
 O principal fator na melhora do prognóstico é a instituição precoce e agressiva de reanimação fluida, 
pois quando não realizada adequadamente, a vítima pode evoluir para parada cardiorrespiratória. O Ringer 
Lactato está contraindicado por possuir potássio, logo, a reanimação fluida deve ser feita com solução de 
cloreto de sódio 0,9%, em taxa de até 1.500 mL/h. A adição de uma ampola de bicarbonato de sódio e de 10 
gramas de manitol a cada litro de fluido usado durante o período de remoção pode auxiliar a redução da 
incidência de insuficiência renal. 
 
9. Distensões 
 São lesões nas quais ligamentos são estendidos ou lacerados, provocadas pela súbita rotação da 
articulação, caracterizadas por dor intensa, aumento do volume e, ocasionalmente, hematomas. 
Externamente podem parecer luxações. É razoável colocar uma tala quando há suspeita de distensão. 
Compressas frias ou gelo podem ajudar a aliviar a dor. 
 
10. Entorse 
 É uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento de uma articulação 
(hiperextensão, por exemplo). Normalmente, ocasiona distensão dos ligamentos e da cápsula articular e, 
conseqüentemente, dor intensa ao redor da articulação, dificuldade de movimentação em graus variáveis e, às 
vezes, sangramentos internos. 
 Quanto ao tratamento das entorses, o tratamento inicial para todas as lesões consiste em repouso por 
três dias, aplicação local de gelo, elevação do membro afetado e proteção articular com imobilizador 
(bandagem compressiva, por exemplo) ou tala gessada. O uso de antiinflamatórios não-hormonais mostrou 
diminuição da dor e edema, com melhora precoce da função articular. 
 
 
 
 
 
 
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acompanhando, pois o material é ATUALIZADO E AMPLIADO MENSALMENTE. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
Meu amigo (a), o foco e disciplina nos estudos o levará a aprovação, 
então, vamos ver algumas questões importantes a respeito do tema abordado! 
 
1. (HC/FMB/CETRO/2015) O Enfermeiro precisa saber identificar lesões que ameaçam a vida, de forma a 
priorizar o atendimento e a agilizar os cuidados que serão desenvolvidos. A lesão de tórax caracterizada por 
dor torácica sem ferimento visível, dispneia, taquicardia, hipotensão, desvio de traqueia para o lado oposto à 
lesão, ausência de murmúrio vesicular do lado afetado, distensão de jugulares e timpanismo à percussão do 
lado afetado, causada mais frequentemente por trauma ou uso de ventilação mecânica por pressão positiva, 
denomina-se 
a) pneumotórax hipertensivo. 
b) hemotórax. 
c) ferida torácica aspirativa. 
d) tórax instável. 
e) tamponamento cardíaco. 
COMENTÁRIOS: 
 O Pneumotórax hipertensivo ocorre quando o ar continua a entrar no espaço pleural e é aprisionado, 
com gradual aumento da pressão intratorácica, piora do comprometimento ventilatório e redução do retorno 
venoso ao coração, resultando em profundo choque. A maior pressão do lado acometido pode empurrar as 
estruturas mediastinais para o outro lado da cavidade. Doentes com probabilidade de pneumotórax 
apresentam risco aumentado de pneumotórax hipertensivo. 
 As vítimas podem manifestar apreensão e desconforto, queixam-se de dor torácica e dificuldade para 
respirar, exibem agitação crescente e sofrimento respiratório. Os achados clássicos são desvio traqueal em 
direção contrária à lesão, diminuição dos murmúrios vesiculares e percussão timpânica no lado da lesão. 
Outros achados são a turgência venosa jugular, crepitação da parede torácica e cianose. A taquicardia e 
taquipneia ficam cada vez mais acentuadas à medida que a pressão intratorácica se eleva, culminando em 
hipotensão e choque descompensado. 
 A prioridade do tratamento é a descompressão do pneumotórax hipertensivo, sendo realizada na 
presença de três achados: piora do desconforto respiratório ou dificuldade de ventilação com bolsa-valva-
“ Estudar em grupo pode ser uma estratégia importante, mas precisamos desenvolvê-la com prudência, pois o 
estudo individualizado a nossas necessidades deve ser a base. Podemos estudar alguns temas complexos ou 
revisões em grupo em um horário que não comprometa nosso planejamento individual. ” 
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máscara; ausência ou redução unilateral dos sons respiratórios e choque descompensado (pressão arterial 
sistólica < 90 mmHg). A administração de oxigênio a 85% é imperativo e a assistência ventilatória com pressão 
positiva só é indicada se o paciente não responder à suplementação de oxigênio. 
 
 
2. (CHC-UFPR/EBSERH/IBFC/2015) Uma vítima de acidente automobilístico, 52 anos, sexo masculino, bateu a 
parte torácica. Ao exame físico, a vítima apresenta cianose periférica, dispneia, ausculta diminuída dos 
murmúrios vesiculares em hemitórax e enfisema subcutâneo, podendo suspeitar de: 
a) Fratura de vertebras. 
b) Tamponamento cardíaco. 
c) Pneumotórax. 
d) Hemotórax. 
e) Contusão pulmonar. 
COMENTÁRIOS: 
 Caro colega, vamos relembrar aqui os traumas torácicos: 
 1. Fraturas de costelas 
 A localização mais comum é a face lateral das costelas 4 e 8, que são finas e menos protegidas pela 
musculatura. A ponta quebrada da costela pode lesionar o músculo, pulmões, vasos sanguíneos, podendo 
causar contusão pulmonar. Fraturas de costelas inferiores podem ser associadas a lesões esplênicas e 
hepáticas. 
 Os pacientes queixam-se de dor torácica e dispneia. Podem ser observados sinais de dificuldade 
respiratória, sensibilidade da parede torácica e crepitação. Devem ser feitas avaliações frequentes dos sinais 
vitais, com especial atenção à frequência respiratória. 
 O tratamento inicial consiste no alívio da dor, obtenção de um acesso venoso calibroso. A vítima é 
estimulada a manter inspirações profundas e a tossir para evitar atelectasia. A administração de oxigênio e 
assistência ventilatória podem ser necessárias. 
 2. Tórax instáveis (retalho costal móvel) 
 A instabilidade do tórax acontece quando duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas em pelo 
menos dois lugares. Geralmente associado à contusão pulmonar, o que aumenta o comprometimento da 
ventilação e troca gasosa. À inspeção, quando os músculos respiratórios se contraem para elevar as costelas e 
abaixar o diafragma, o seguimento contundido se move, paradoxalmente, para dentro, em resposta à pressão 
negativa criada no interior da caixa torácica. 
 A vítima de queixa de dor intensa, não consegue respirar profundamente, a frequência respiratória se 
eleva, apresenta sensibilidade e potencialmente crepitação sobre o segmento afetado. 
 O tratamento inicial pode incluir alívio da dor, acesso venoso calibroso, suporte ventilatório (CPAP, 
bolsa-valva-máscara, intubação endotraqueal, ventilação com pressão positiva) e monitoramento da oximetria 
de pulso e dos sinais de agravamento. 
 3. Pneumotórax simples 
 É causado pela presença de ar no espaço pleural e os achados são semelhantesaos de uma fratura de 
costelas. O paciente se queixa de dor pleurítica e os achados clássicos são diminuição de murmúrio vesicular do 
lado da lesão e timpanismo à percussão. Pode evoluir rapidamente para um pneumotórax hipertensivo, por 
Desta forma, o Gabarito correto é a letra A. 
 
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isso é preferível que seja transportado por uma viatura de suporte avançado. O socorrista administra oxigênio 
suplementar, institui acesso venoso calibroso, monitora a oximetria e se prepara para tratar o choque. 
 4. Pneumotórax abertos (“ferimento torácico soprante”) 
 Envolve um pneumotórax associado a um defeito na parede torácica que permite que o ar proveniente 
do exterior entre e saia do espaço pleural com esforço ventilatório. Quando o doente tenta inspirar, o ar 
atravessa a ferida e penetra no espaço pleural devido à pressão negativa. A passagem do ar cria um ruído 
característico. A ventilação eficaz é inibida, tanto pelo colapso pulmonar do lado afetado, quanto pelo fluxo 
de ar preferencial para o espaço pleural em vez dos alvéolos. 
 O doente geralmente revela sinais de insuficiência respiratória evidente, apresentando-se ansioso, 
taquipneico e taquisfigmo. O tratamento inicial envolve o selamento do defeito na parede torácica com um 
curativo de três pontos (permite o escape de ar para o meio externo durante a expiração) e administração de 
oxigênio suplementar. Casos essas medidas não funcionem, a intubação endotraquel e ventilação com pressão 
positiva podem ser necessárias. 
 5. Pneumotórax hipertensivos 
 Ocorre quando o ar continua a entrar no espaço pleural e é aprisionado, com gradual aumento da 
pressão intratorácica, piora do comprometimento ventilatório e redução do retorno venoso ao coração, 
resultando em profundo choque. A maior pressão do lado acometido pode empurrar as estruturas mediastinais 
para o outro lado da cavidade. Doentes com probabilidade de pneumotórax apresentam risco aumentado de 
pneumotórax hipertensivo. 
 As vítimas podem manifestar apreensão e desconforto, queixam-se de dor torácica e dificuldade para 
respirar, exibem agitação crescente e sofrimento respiratório. Os achados clássicos são desvio traqueal em 
direção contrária à lesão, diminuição dos murmúrios vesiculares e percussão timpânica no lado da lesão. 
Outros achados são a turgência venosa jugular, crepitação da parede torácica e cianose. A taquicardia e 
taquipneia ficam cada vez mais acentuadas à medida que a pressão intratorácica se eleva, culminando em 
hipotensão e choque descompensado. 
 A prioridade do tratamento é a descompressão do pneumotórax hipertensivo, sendo realizada na 
presença de três achados: piora do desconforto respiratório ou dificuldade de ventilação com bolsa-valva-
máscara; ausência ou redução unilateral dos sons respiratórios e choque descompensado (pressão arterial 
sistólica < 90 mmHg). A administração de oxigênio a 85% é imperativo e a assistência ventilatória com pressão 
positiva só é indicada se o paciente não responder à suplementação de oxigênio. 
 6. Hemotórax 
 Consiste na presença de sangue no espaço pleural e pode representar uma fonte de perda sanguínea 
importante, pois pode acomodar de 2.500 a 3.000 mL. A hemorragia pode ter origem na parede da 
musculatura torácica, nos vasos intercostais, no parênquima pulmonar, nos vasos pulmonares ou nos grandes 
vasos do tórax. 
 As manifestações clínicas são dor torácica, dispneia, desconforto respiratório, sinais de choque 
(taquicardia, taquipneia, confusão, palidez e hipotensão) e percussão abafada do lado da lesão. 
O tratamento inicial inclui a instituição de acessos venosos calibrosos para reposição volêmica adequada e a 
administração de altas concentrações de oxigênio devem ser administrados. O transporte rápido para um 
hospital equipado é imprescindível, para intervenção cirúrgica imediata. 
 
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 7. Contusão cardíaca 
 Causada frequentemente pela aplicação de força na região anterior do tórax, sobretudo num evento de 
desaceleração. Isto posto, o coração é comprimido entre o esterno e a coluna vertebral, aumentando a pressão 
abruptamente nos ventrículos, podendo causar, às vezes, lesões valvulares e, raramente, ruptura cardíaca. 
 Algumas consequências da contusão cardíaca são: arritmias cardíacas (taquicardia sinusal, extrassístoles 
ventriculares, taquicardia ventricular e fibrilação ventricular); distúrbios da condução ventricular, queda do 
débito cardíaco e choque. Por outro lado, na vigência de lesões valvulares, as vítimas podem manifestar sinais 
e sintomas de insuficiência cardíaca, como taquipneia, estertores, turgência de jugular e aparecimento de 
sopro cardíaco. 
 O socorrista deve estar atento à presença de coluna de direção distorcida, quando da avaliação da 
biomecânica, pois sugere mecanismos causadores dessas lesões. O afundamento de esterno é um dos sinais 
mais preocupantes e sugestivos. 
 O tratamento inicial consiste na administração de oxigênio em alta concentração, estabelecimento de 
acesso venoso calibroso para reposição volêmica, monitorização cardíaca, terapia antiarrítmica de acordo com 
o protocolo e, caso necessário, suporte ventilatório. 
 8. Tamponamento cardíaco 
 Ocorre quando um ferimento cardíaco permite o acúmulo agudo de fluido entre o saco pericárdico e o 
coração, que pode acomodar até 300 mL de líquido. Devido ao saco pericárdico ser inelástico, a pressão do 
fluido acumulado se eleva rapidamente, dificultando o retorno e débito cardíacos. A cada contração cardíaca, 
mais líquido pode extravasar para dentro do saco pericárdico. Isso pode se agravar até precipitar uma 
atividade elétrica sem pulso (AESP). Cabe salientar que a causa mais comum é ferimento por arma branca. 
Logo, qualquer doente com ferimento penetrante na região do coração deve ter suspeita de tamponamento 
cardíaco. 
 A tríade de Beck é um conjunto de achados indicativos de tamponamento cardíaco: bulhas cardíacas 
abafadas ou distantes, turgência jugular e hipotensão. O tratamento consiste em transporte rápido e 
monitorado até um hospital, administração de oxigênio em alta concentração, obtenção de acesso venoso e 
reposição volêmica criteriosa. A drenagem de parte do fluido pericárdico por pericardiocentese geralmente é 
uma manobra eficaz para ganhar tempo. 
 9. Rupturas de diafragma 
 Pode ocorrer por traumas contusos ou penetrantes. Qualquer penetração abaixo dos mamilos ou no 
nível da ponta escapular ou aplicação de força suficiente para aumentar abruptamente a pressão abdominal 
podem romper o diafragma. Pode ocorrer associado a disfunção respiratória, fraturas das costelas, hemotórax 
e pneumotórax. 
 A ruptura diafragmática pode causar uma herniação do intestino ou de outras estruturas através da 
laceração, produzindo uma compressão parcial do pulmão. 
 À avaliação, o paciente revela esforço respiratório agudo, pode estar ansioso, taquipneico e pálido. Pode 
apresentar contusões da parede torácica, crepitação óssea ou enfisema subcutâneo. Os murmúrios vesiculares 
no lado afetado podem estar diminuídos, ou os ruídos hidroaéreos podem ser auscultados sobre o tórax. 
O transporte imediato para um centro de trauma é prioridade máxima e o tratamento inicial inclui 
administração de oxigênio suplementar em alta concentração e deve ser feito suporte ventilatório. 
 
Logo, podemos observar que o gabarito da questão é a letra C. 
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3. (HDT-UFT/AOCP/2015) Lesão da articulação causada por um movimento violento sem fraturas, porém 
causa muita dor e edema, necessitando de imobilização. Pode causar rompimento de vasos sanguíneos, 
tendõese ligamentos. O enunciado refere-se à 
a) convulsão. 
b) infecção. 
c) luxação. 
d) fratura. 
e) entorse. 
COMENTÁRIOS: 
 De acordo com a descrição da questão podemos logo excluir as alternativas A, B e D. E então, podemos 
aqui recordar alguns conceitos: 
Entorse: é uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento de uma articulação 
(hiperextensão, por exemplo). Normalmente, ocasiona distensão dos ligamentos e da cápsula articular e, 
consequentemente, dor intensa ao redor da articulação, dificuldade de movimentação em graus variáveis e, às 
vezes, sangramentos internos. 
Estiramento: (ou distensçao muscular) caracteriza-se por um rompimento parcial ou completo de fibras 
ou feixes musculares, resultante de um esforço extremo realizado pelo músculo em questão. Junto com os 
feixes, são rompidos também capilares sanguíneos, resultando numa infiltração de sangue no local da lesão, 
formando posteriormente um coágulo. 
Contusão: é o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar uma lesão nos tecidos 
moles da superfície, nos músculos ou em cápsulas ou ligamentos articulares. 
Luxação: é a separação de dois ossos da articulação, resultante da significativa ruptura dos ligamentos 
que normalmente conferem estabilidade a uma articulação. 
Quanto ao tratamento das entorses, o tratamento inicial para todas as lesões consiste em repouso por 
três dias, aplicação local de gelo, elevação do membro afetado e proteção articular com imobilizador 
(bandagem compressiva, por exemplo) ou tala gessada. O uso de antiinflamatórios não-hormonais mostrou 
diminuição da dor e edema, com melhora precoce da função articular. 
 
 
4. (UFPR/PREF. ALMIRANTE DE TAMANDARÉ/2015) Em acidentes de carro, é bastante comum que o 
condutor sofra um trauma torácico ao se chocar contra o volante do veículo. Em relação ao assunto, assinale a 
alternativa correta. 
a) Na avaliação do pneumotórax simples, seus achados são semelhantes aos da fratura de costelas, motivo 
pelo qual não há risco de evoluir para pneumotórax hipertensivo. 
b) No pneumotórax aberto, deve-se realizar curativo oclusivo e compressivo. 
c) O pneumotórax hipertensivo pode evoluir para choque descompensado. 
d) Na comoção cardíaca, um impacto aparentemente inócuo causa parada cardíaca súbita, seguida de retorno 
da consciência após alguns segundos. 
e) No hemotórax, a percussão torácica reflete som timpânico. 
 
 
Portanto a resposta correta é a letra E. 
 
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COMENTÁRIOS: 
 Como já visto em questões anteriores os tipos de traumas torácicos, 
 
 
5. (UFPR/PREF. ALMIRANTE DE TAMANDARÉ/2015) Em um acidente automobilístico, o trauma abdominal 
pode ser bastante grave, mesmo que não apresente sinais externos óbvios de lesão. A biomecânica da lesão e 
o cenário podem auxiliar na compreensão do que pode ter ocorrido. Na avaliação da vítima de trauma 
abdominal, quando esta evolui com queda da pressão arterial e inconsciência, o profissional de saúde deve 
manter elevado nível de suspeita para: 
a) lesão gástrica e de alça intestinal, caso haja vômito e desconforto na região hipogástrica. 
b) choque hipovolêmico descompensado, sem outra causa primária aparente. 
c) lesão renal, caso a vítima apresente sinal de Giordano positivo. 
d) laceração do fígado e explosão da vesícula biliar, com derramamento de bile na cavidade peritoneal. 
e) ruptura do pâncreas e do intestino delgado. 
COMENTÁRIOS: 
Vejamos item por item: 
a) lesão gástrica e de alça intestinal, caso haja vômito e desconforto na região hipogástrica. (F) PACIENTE 
INCONSCIENTE, NÃO TEM COMO SABER SE ELE APRESENTA DESCONFORTO. 
 c) lesão renal, caso a vítima apresente sinal de Giordano positivo. (F) Esse sinal é positivo quando o 
paciente apresenta dor no flanco a punho percussão leve, isto não foi citado em nenhum momento na 
questão. 
d) laceração do fígado e explosão da vesícula biliar, com derramamento de bile na cavidade peritoneal. 
e) ruptura do pâncreas e do intestino delgado. (F) Nestes casos (letras D e E) ocorreria a PERITONITE e o 
paciente apresentaria outros sintomas. 
 
 
6. (MARINHA/MARINHA DO BRASIL/2015) Em um atendimento pré-hospitalar, a vitima por trauma grave 
(com comprometimento do ABC), que está sentada e em uma cena sem segurança, deve ser retirada com uma 
técnica que englobe estabilização, alinhamento da cabeça e colocação do colar cervical. Sabendo que o tronco 
e os membros inferiores são controlados por outro profissional, assinale a opção que apresenta a técnica 
utilizada para retirar a vítima. 
a) Retirada rápida. 
b) Imobilização tipo ked. 
c) Movimento em bloco. 
d) Alinhamento esternal. 
e) Bandagens elásticas. 
COMENTÁRIOS: 
 Caro concurseiro, existem dois tipos de retiradas, também chamada de extricação. 
 A extricação comum que consiste na retirada de pacientes com suspeita de traumas na coluna, sem 
fatores de risco na avaliação da cena, sem alteração do nível de consciência ou no ABC. São utilizados a 
prancha longa, o colar cervical e o KED. 
Podemos concluir que o Gabarito da questão é a letra C. 
 
Desta maneira, analisando delicadamente item a item obtém-se a alternativa B como resposta correta. 
 
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 A extricação rápida é utilizada como alternativa da extricação padrão, quando houver alguma alteração 
do nível de consciência, respiração ou quando forem detectados sinais de choque hemorrágico. A utilização 
desta técnica requer o uso, apenas, da prancha e do colar. 
 
tendo em vista que não foi utilizado o KED. 
 
7. (MARINHA/MARINHA DO BRASIL/2015) Um estiramento ou tração muscular e uma lesão em uma unidade 
musculo tendinosa causada por uso, distensão ou estresse excessivo, enquanto a entorse é uma lesão nos 
ligamentos e fibras musculares de uma articulação causada por uma torção. Levando-se em consideração os 
três tipos de graduação de acordo com o grau da lesão, classifica-se como estiramento e entorse de segundo 
grau a ruptura: 
a) de mais fibras musculares, caracterizando-se por perda notável da força, edema, espasmo e equimose, 
instabilidade articular, hipersensibilidade. 
b) de algumas fibras musculares, com edema de menor gravidade, leve espasmo, sem perda de função. 
c) completa, com dor intensa, edema aumentado e movimento articular anormal com perda de função. 
d) de mais fibras, sem perda de função evidente, dor à movimentação, sem instabilidade articular. 
e) completa, com perda parcial da função, leve espasmo muscular e edema aumentado. 
COMENTÁRIOS: 
 A entorse pode ser classificada em: 
Entorse Grau 1 – ocorre estiramento ou uma pequena rotura das fibras ligamentares com pouca ou 
nenhuma estabilidade articular. Pode apresentar dor leve, pouco edema e rigidez articular mínima. 
Entorse Grau 2 – ocorre alguma rotura e separação das fibras ligamentares e instabilidade moderada da 
articulação. Pode-se esperar dor moderada a forte, edema e rigidez muscular. 
Entorse Grau 3 – ocorre rompimento total e separação das fibras ligamentares e grande instabilidade31 
da articulação. Pode-se esperar dor forte, edema, hematoma e rigidez muscular. 
 
 
8. (CETREDE/PREFEITURA DE CARNAUBAL/2015) Em relação ao Trauma Cranioencefálico (TCE), assinale a 
alternativa INCORRETA. 
a) O TCE apresenta-se de formas variadas que devem ser reconhecidas precocemente pelos profissionais ainda 
no atendimento primário com o exame clínico e neurológico. 
b) O objetivo central do tratamento do TCE é evitar lesões secundárias através do controle rigoroso da 
hipotensão e da hipóxia cerebral. 
c) O resultado da lesão cerebral é definido por dois mecanismos

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