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1 Biomecânica do trauma 2 Biomecânica do trauma No atendimento ao traumatizado, o primeiro passo a ser avaliado é a biomecânica, porque auxilia a pensar quais são as lesões potencialmente graves, e consequentemente fatais, que podem estar presentes, mas que muitas vezes não são evidentes no início. Dessa forma, pode-se dizer que a biomecânica do trauma irá avaliar o possível mecanismo das lesões por movimento. A biomecânica no trauma é extremamente importante, pois, por meio da avaliação da cena e da constatação das energias envolvidas, é possível suspeitar das lesões potenciais presentes no paciente vítima de trauma. Biomecânica do trauma Em toda lesão por movimento, há uma desaceleração repentina. 3 Qual o primeiro passo no atendimento a um traumatizado? O primeiro passo do atendimento ao traumatizado é avaliar os 3 “S”: SEGURANÇA, CENA (“SCENE”) e SITUAÇÃO. Se estiver em um ambiente pré-hospitalar, é preciso avaliar a segurança da cena para não se tornar uma nova vítima. Nos dois ambientes (pré-hospitalar ou hospitalar), a segurança individual se faz necessária. Traumatismo Cranioencefálico (TCE) Define-se TCE como quaisquer lesões decorrentes de um trauma externo na região da cabeça que possa gerar alterações anatômicas do crânio, comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos. Sério problema de saúde pública; Elevado ônus individual, familiar e social; Atinge predominantemente indivíduos do sexo masculino em idade produtiva; Frequentemente associado a múltiplos traumas; Pode acarretar sequelas irreversíveis e incapacitantes. Seguem abaixo algumas consequências desse problema: 4 Anatomia e Fisiologia do Cérebro Lobo frontal Sulco central Lobo parietal Lobo occipital CerebeloLobo temporal Sulco lateral Bulbo Anterior Posterior Tronco cerebral Processos Fisiológicos do cérebro: Autorregulação do Fluxo Sanguíneo cerebral (FSC); Pressão de Perfusão Cerebral (PPC); Pressão Intracraniana (PIC). Anatomia do Crânio Composto por diversos ossos. Espaço epidural → entre a dura-máter e do crânio; Dura-máter → cobertura de proteção; Espaço subdural → entre a dura-máter e aracnóide; 5 Anatomia do Crânio M. Aracnóide → entre a dura-máter e Pia- mater; Espaço subaracnóide é uma área cheia de líquido cefalorraquidiano (LCR); Pia-máter é uma camada meníngea aderente ao cérebro. Classificação das lesões Lesões primárias resultante do trauma direto no encéfalo associado a estruturas vasculares; ocorre no momento da agressão inicial como laceração, lesões por cisalhamento, esmagamento, contusões e hemorragias. 6 Lesões secundárias são provocadas por processos contínuos de lesão, desencadeados pela lesão primária. Estes continuam lesando o cérebro por horas, dias e semanas após a agressão inicial; ocorre o efeito de massa, herniação e elevação da pressão intracraniana, hipóxia, edema, isquemia, hipotensão e fluxo sanguíneo cerebral inadequado. Classificação das lesões Classificação do TCE pelo Mecanismo Fechado – não há penetração da dura-máter. Geralmente decorrente de acidentes automobilísticos, agressões e quedas. Penetrante – há penetração da dura-máter. Geralmente decorrente de PAB e PAF. São provocadas por processos contínuos de: 7 Classificação do TCE pela Morfologia Perda significativa de sangue Desluvamento Lesão em couro cabeludo: Classificação da LCT Fratura de crânio: Afundamento ou Linear Morfologia Risco de aumento da PIC e meningite Avaliação neurocirúrgica Fratura de base de crânio 8 FIGURA - Sinal de Battle (Equimose retroauricular). FIGURA - Sinal de Guaxinim (bléfaro-hematoma). Sinais Clínicos FIGURA - Presença de fístula liquórica pelo nariz (rinorreia) ou ouvido (otorreia). Sinais Clínicos A presença de fraturas de crânio indica mecanismo de alta energia e, devido a isso, necessita de complementação com tomografia de crânio. Neste caso, aumenta-se o risco de hematomas e lesões cerebrais. 9 Atenção A sondagem nasogástrica ou enteral não é indicada na suspeita de fratura de base de crânio pelo risco de penetração da sonda no encéfalo durante a introdução da mesma pela narina. 1. (Pref. Honório Serpa-PR/FAUEL/2019) Entende-se por Trauma Cranioencefálico (TCE) qualquer agressão de ordem traumática que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus vasos. No conjunto de lesões das causas externas, o TCE destaca-se em termos de magnitude e, sobretudo, como causa de morte e incapacidade. Dentre os TCE a fratura de base de crânio apresenta características clínicas especificas que auxiliam em seu diagnóstico. De acordo com esta afirmativa, assinale a alternativa CORRETA: a) Equimose na região mastoidea (Sinal de Batlle) e equimose periorbitais (olhos de guaxinim), rinorreia e otorreia são achados clínicos característicos de fratura de base de crânio. b) Escala de coma de Glasgow > 10, sem a presença de rinorréia e ou otorreia são achados clínicos que caracterizam fratura de base de crânio c) Vômitos em jato, liberação esficteriana, equimose na região mastoidea (Sinal de Batlle) e ECG>10 são achados clínicos que caracterizam fratura de base de crânio. 10 1. (Pref. Honório Serpa-PR/FAUEL/2019) d) Equimose periorbitais (olhos de guaxinim), decorticação, hipotensão e vômitos em jato são achados clínicos que caracterizam fratura de base de crânio. 2. (IFAL/COPEVE-UFAL/2019) Marque a alternativa correta sobre as lesões cerebrais causadas por um traumatismo cranioencefálico (TCE). a) O hematoma subdural agudo é decorrente de lesões dos ramos da artéria meníngea média que cruzam o osso temporal. b) A tríade de Cushing está relacionada à presença de hipertensão intracraniana grave, sendo definida por hipertensão arterial, taquicardia e taquipneia. c) A concussão cerebral manifesta-se clinicamente por uma perda temporária da função neurológica, tendendo a desaparecer de forma rápida. Geralmente há perda temporária da consciência por período inferior a seis horas. d) O hematoma epidural é o mais frequentemente encontrado no TCE, exibindo na tomografia de crânio imagem hiperdensa que acompanha a convexidade cerebral, sendo resultante da lesão de pequenas veias localizadas entre a dura-mater e a aracnoide. 11 2. (IFAL/COPEVE-UFAL/2019) e) A abordagem de hematoma com desvio de linha média de 6 mm não deve ser cirúrgica, devendo ser tratado de forma conservadora. Fonte: ATLS, cap. 9 . 10ª ed, 2018 Estado normal – PIC normal Volume venoso Volume arterial Cérebro LCR Doutrina de Monro-Kellie 12 Fonte: ATLS, cap. 9 . 10ª ed, 2018 Doutrina de Monro-Kellie Volume venoso Volume arterial Cérebro LCRMassa Estado compensado – PIC normal Fonte: ATLS, cap. 9 . 10ª ed, 2018 Doutrina de Monro-Kellie Volume venoso Volume arterial Cérebro LCRMassa Estado descompensado – PIC elevada 13 Em geral, a PIC é medida nos ventrículos laterais. A pressão normal varia de 0 a 10 mmHg, tendo 15 mmHg como limite superior da normalidade*. Hipertensão Intracraniana *A descrição dos valores da PIC pode ter uma pequena variação, a depender da fonte bibliográfica. Outras alterações posteriores podem envolver respostas respiratórias e vasomotoras anormais e apresentam sinais e sintomas como: Cefaleia; Náuseas com ou sem vômitos; Papiledema (edema do disco do nervo óptico). pressão exercida pelo volume do conteúdo intracraniano dentro da abóbada craniana. PIC: tecido cerebral (1.400 g); sangue (75 ml); líquido cefalorraquidiano - LCR (75 ml). A abóbada craniana rígida contém: 14 3. (CISRUN-MG/COTEC/2019) O SAMU foi acionado e, ao chegar ao local do acidente, encontrou o paciente desacordado, apresentando Glasgow 6. Quando chegou à unidade de saúde, ele já apresentava Glasgow 3, hipertensão arterial, irregularidade respiratória e bradicardia, sendo realizada a intubação orotraqueal. Esses sinais e sintomas são de um fenômeno chamado tríade de Cushing, que é observado no(a) a) infarto agudodo miocárdio. b) hipertensão intracraniana. c) trauma raquimedular. d) tamponamento cardíaco. e) hipoglicemia. 4. (UEPA/FADESP/2020) O conhecimento das lesões traumáticas é de fundamental importância para a prática clínica do fisioterapeuta. O traumatismo crânioencefálico (TCE) é um dos tipos destas lesões que apresenta alta prevalência e incidência, gerando alto custo ao sistema de saúde nacional. As lesões intracranianas provenientes do TCE podem ser focais e difusas. Com relação às lesões intracranianas difusas é correto afirmar que a) na lesão axonal difusa existe extensa lesão de substância cinzenta. b) no ingurgitamento cerebral existe edema cerebral difuso acompanhado pelo aumento do volume dos ventrículos encefálicos. c) no edema cerebral existe aumento do volume cerebral secundário ao acúmulo de líquidos no parênquima cerebral. d) na concussão cerebral ocorrem lesões agudas dentro de curto espaço de tempo com extensa lesão irreversível da substância branca cerebral. 15 FAVOR NÃO ESQUECER Hiperventilação reduz a PIC, ao passo em que reduz o nível de CO2 livre no cérebro, o que leva a vasoconstricção e redução do volume intravascular. O paciente pode permanecer consciente até o hematoma expandir-se a ponto de comprimir estruturas cerebrais. É chamado de intervalo lúcido. Pode ser rapidamente fatal. Fonte: PHTLS, cap. 6 . 9ª ed, 2018. Herniação Uncal: Características clinicas Midríase ou lentidão à resposta pupilar ipsilateral; Fraqueza contralateral; Decorticação ou descerebração; Tríade de Cushing (Hipertensão, Bradicardia e Padrões Ventilatórios anormais ou apnéia). 16 Herniação Uncal: Características clinicas Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - acervo pessoal 2017. A região mais frequentemente herniada é o úncus, que sai pela incisura da tenda do cerebelo, comprimindo o nervo oculomotor. Há paralisia das fibras parassimpáticas responsáveis pela constrição da pupila, que ficará dilatada (midríase). FIGURA - Hérnia de úncus. Avaliação A avaliação do paciente com TCE respeita os mesmos princípios do atendimento de qualquer vítima de trauma, seguindo a diretriz “XABCDE” (PHTLS, 2018). Os achados da biomecânica do trauma a seguir podem auxiliar a suspeitar de lesões intracranianas: Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - acervo pessoal 2017. 17 Avaliação Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - acervo pessoal 2017. FIGURA - Sinais sugestivos de ejeção do veículo, como a perfuração do para- brisa. FIGURA - Informações sobre o uso ou não do capacete e situação do capacete após o trauma. A Manter as vias aéreas (airway) pérvias e a estabilização da coluna cervical; B Boa respiração (breathing) e ventilação; C Circulação (circulation) – verificação do pulso e controle de hemorragias; D Avaliação da disfunção neurológica (disability) pela Escala de Coma de Glasgow (ECG), AVDI* e pela pupila; E Exposição (exposure) e ambiente, prevenção da hipotermia. X Hemorragia exsanguinante (sangramentos externos graves); Avaliação Primária e Atendimento ao Trauma – X-ABCDE Fonte: PHTLS, 9ª ed, 2018. 18 5. (SEASTER-PA/IADES/2019) A avaliação primária do paciente com trauma maior deverá ocorrer conforme o protocolo de atendimento inicial do politraumatizado, recomendado pelo Advanced Trauma Life Support (ATLS). O último passo do protocolo de atendimento ao trauma consiste em a) avaliação das vias aéreas. b) avaliação da respiração. c) avaliação das disfunções neurológicas. d) exposição da vítima. e) avaliação da circulação. 6. (Pref. de Quadra-SP/CONSULPAM/2019) No atendimento pré-hospitalar de paciente com qualquer agravo clínico deve ser realizada avaliação primária do paciente. Quanto a esta, é correto afirmar que: a) Ao avaliar a responsividade e expansão torácica, caso o paciente seja não responsivo com movimentos respiratórios, deve ser prosseguida a avaliação, sem necessidade de considerar suporte ventilatório. b) Deve ser avaliada a permeabilidade de via aérea (VA) e corrigidas situações de risco com: hiperextensão da cabeça e elevação do queixo, cânula orofaríngea, aspiração e retirada de próteses, se necessário. c) O estado circulatório deve ser avaliado apenas quanto a presença de sangramento ativo. d) O exame exclusivo para a avaliação do estado neurológico é a avaliação pupilar: foto-reatividade e simetria. 19 Avaliação Entre os princípios dessa avaliação, todo paciente vítima de TCE deve receber medidas com o objetivo de evitar lesão secundária. Por isso, é necessário ao paciente: • ser submetido à via aérea definitiva se estiver inconsciente/comatoso, já que esses pacientes não conseguem manter as vias aéreas pérvias; • ser ofertado oxigênio (lembrando que o cérebro só funciona em metabolismo aeróbico); • ser mantida a normovolemia. O TCE não origina choque hipovolêmico, visto que não há como caber volume suficiente dentro da caixa craniana sem herniação cerebral. O choque, quando presente, é originado em outro local e deve ser tratado agressivamente para manter a PPC através de uma adequada PAM. Avaliação O exame neurológico é avaliado na letra “D” do atendimento inicial e consiste em avaliar a pupila, a escala de coma de Glasgow (ECG) e a presença de sinais localizatórios. Miose: diâmetro pequeno Midríase: diâmetro grande Avaliação Pupilar 20 Avaliação pupilar O exame neurológico é avaliado na letra “D” do atendimento inicial e consiste em avaliar a pupila, a escala de coma de Glasgow (ECG) e a presença de sinais localizatórios. A presença de assimetria entre as reatividades pupilares é denominada anisocoria. A presença de anisocoria denota gravidade, já que representa a possibilidade de herniação cerebral. Não há como um paciente apresentar anisocoria e estar consciente e orientado, tendo que, nesses casos, ser descartado o trauma ocular direto. Anisocoria Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - acervo pessoal 2017. Es ca la d e C o m a d e G la sl o w 1 ausente 2 abertura ocular à pressão** sons extensão 3 abertura ocular ao chamado palavras flexão anormal 4 abertura ocular espontânea confuso, desorientado flexão normal 5 orientado localiza estímulos à pressão** 6 obedece a comandos Resposta Ocular* (1 - 4 pontos) Resposta Verbal* (1 - 5 pontos) Resposta Motora* (1 - 6 pontos) Limitação da ECG - quando o paciente está sedado e intubado. ECG-P Reatividade Pupilar (- 2; - 1; 0 pontos) *NT – não testável; **Pressão por (10’’). Fonte: Glasgow Coma Scale - Pupils score (GCS-P), 2018. 21 Pressão na extremidade dos dedos Pinçamento do trapézio Pressão na incisura supraorbitária Locais para estimulação física Obs.: Pressão por (10’’). Fonte: Glasgow Coma Scale - Pupils score (GCS-P), 2018. A pressão atrás da mandíbula (processo retromandibular / estilóide) é difícil de aplicar com precisão e não é recomendada para uso rotineiro. A estimulação esfregando as articulações do esterno é fortemente desencorajada; pode causar hematomas e as respostas podem ser difíceis de interpretar. Características da resposta em flexão Fonte: Glasgow Coma Scale - Pupils score (GCS-P), 2018. 22 GRAVE Escore de ECG: ≤ 8 MODERADO Escore de ECG: 9 - 12 LEVE Escore de ECG: 13 - 15 Classificação Clínica do TCE pela Escala de Coma de Glasgow Classificação (ATLS, 2018): pontuação de 13 - 15: lesão leve; pontuação de 9 - 12: lesão moderada; pontuação de 3 - 8: lesão grave. 7. (Pref. de Turmalina-MG/COTEC/2019) Deu entrada no setor de saúde um paciente adulto, vítima de traumatismo cranioencefálico (TCE) apresentando abertura ocular mediante estímulo doloroso, emitindo sons incompreensíveis diante do estímulo verbal e reagiando ao estímulo motor com flexão anormal (decorticação) dos membros inferiores. Ao se aplicar os valores da escala de coma de Glasgow, pode-se afirmar que esse paciente apresenta: a) Coma superficial. b) TCE leve. c) TCE grave.d) TCE moderado. 23 8. (Pref. de Serrana-SP/VUNESP/2018) Transportado por familiares, vítima de ferimento por arma de fogo na cabeça foi admitida no pronto-socorro. Ao realizar a avaliação do paciente, o enfermeiro aplicou, entre outros procedimentos, a escala Escala de Coma Glasgow (ECG), obtendo escore = 8. Os parâmetros (P) avaliados pelo ECG e o significado (S) do escore obtido são: a) P = reação pupilar à luz, melhor resposta verbal e melhor resposta motora; S = traumatismo cranioencefálico moderado. b) P = abertura ocular, padrão respiratório e postura; S = traumatismo cranioencefálico grave. c) P = reação pupilar à luz, padrão respiratório e melhor resposta motora; S = comprometimento troncocerebral moderado. d) P = abertura ocular, padrão respiratório e postura; S = comprometimento troncoencefálico grave. e) P = abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora; S = traumatismo cranioencefálico grave. 9. (EBSERH/AOCP/2018-Adaptada) Paciente politraumatizado, vítima de colisão frontal carro x caminhão, dá entrada na Unidade de Urgência e Emergência, trazido pelo SAMU. Em breve avaliação, o paciente não apresenta abertura ocular com nenhum estímulo, não responde às perguntas feitas e não esboça qualquer movimento com a manobra de estímulo doloroso, além de apresentar ausência de fotorreação pupilar bilateral, Utilizando os novos parâmetros da Escala de Coma de Glasgow - P, o escore atribuído a esse paciente é de: a) 5 b) 9 c) 3 d) 1 e) 0 24 Avaliação secundária no trauma consiste na avaliação cefalocaudal (da cabeça aos pés) da vítima; é realizada após o término da avaliação primária e tratamento de todas as lesões que ameacem a vida. Objetivo Identificação de lesões ou problemas não observados durante a avaliação primária. Avaliação Secundária Neuromonitorização Em um paciente com TCE, há diversas medidas que devem ser adotadas para monitorização, a fim de não agravar a lesão e identificar a degeneração aguda, mesmo nos pacientes submetidos a intervenção cirúrgica. 25 Cuidados gerais • Manter volemia adequada, oxigenação, glicemia e temperaturas adequadas. • Manter decúbito elevado a 30ºC para otimizar o retorno venoso. • Não comprimir o pescoço com colar cervical ou fixador de tubo para não reduzir o retorno venoso. • Manter sedação adequada: diminui a dor, ansiedade e agitação, reduzindo o metabolismo cerebral. • Manter PPC por volta de 60-65 mmHg, o que exige uma PAM mais elevada. Se houver a monitorização de PIC por dispositivo, basta adotar o cálculo: 60-65 mmHg + PIC = PAM alvo. Cuidados gerais • Usar medicações anticonvulsivantes em todos pacientes comatosos (fenitoína), já que convulsões podem ocorrer em 5% dos TCEs, agravando o quadro. Cuidados específicos • Manter sódio (Na) mais elevado, entre 145 e 150 (Na normal: 135 a 145). • Manter capnografia com pCO2 no limite inferior da normalidade, entre 35 e 40. • O CO2 é um vasodilatador, de forma que valores maiores aumentam o edema e a permeabilidade capilar. Não deixar valor abaixo de 35 para não originar isquemia decorrente da vasoconstrição (pCO2 normal: 35 a 45). 26 Cuidados específicos • Monitorização da PIC através de cateter específico introduzido através de procedimento cirúrgico minimamente invasivo por neurocirurgião. • Barbitúricos podem ser indicados em pacientes com PIC persistentemente elevada a despeito de todas as outras medidas. • Oximetria do bulbo jugular. O sangue venoso cerebral se dá para os seios da dura-máter, que confluem para a base do crânio, formando os bulbos. Como esses bulbos recebem 97% do fluxo sanguíneo cerebral e somente 3% extracerebral, ao avaliar a sua saturação é possível saber como foi o consumo de oxigênio pelo cérebro, refletindo seu metabolismo. Esse cateter deve ser introduzido por médico capacitado em procedimento beira-leito através da veia jugular. Deve ser coletada gasometria, comparando a saturação de oxigênio dele dosada com a arterial (o que chega no cérebro). Cuidados específicos • Doppler transcraniano é um método que usa as ondas ultrassonográficas do sistema Doppler para avaliar o fluxo cerebral. É um procedimento não invasivo e beira-leito que permite avaliar a vasoconstrição e o vasoespasmo das artérias intracranianas. 27 10. (SESAP-RN/COMPERVE/2018) Um adulto jovem sofreu um acidente automobilístico com traumatismo crânioencefálico (TCE) e foi internado em uma unidade de terapia intensiva. Para prevenir o aumento da pressão intracraniana (PIC) e mantê-la em níveis adequados, a enfermeira prescreveu cuidados para otimizar a perfusão tecidual cerebral, que inclui: a) administrar enemas e cartáticos, de acordo com a prescrição médica, a cada 24 horas, para ajudar na defecação diária e, assim, evitar a distensão abdominal que eleva a PIC. b) realizar a rotação extrema e flexão do pescoço a cada 2 horas, para evitar o es tiramento prolongado das veias jugulares que leva ao aumento da PIC. c) instruir o paciente, quando consciente, a expirar para abrir a glote, quando for se movimentar ou estiver sendo virado no leito, para evitar a manobra de Valsalva. d) orientar a pré-oxigenação e a hiperventilação (PaCO2=40mmHg) com oxigênio a 100% no ventilador, antes da aspiração do tubo orotraqueal, e aspirar por até 20 segundos. Escala de Níveis Cognitivos Rancho de Los Amigos (RLOS) Trata-se de um sistema de avaliação da função cognitiva desenvolvida para planejar tratamento, monitorar a recuperação e classificar os níveis de resultados de pacientes vítimas de TCE. Fonte: Gutman, 2005 & Camargo, 2003. Programação do tratamento adequado 28 Escala de Níveis Cognitivos Rancho de Los Amigos (RLOS) Níveis de funcionamento cognitivo (resumo): Fonte: Gutman, 2005 & Camargo, 2003. N. I – sem resposta; N. II – resposta generalizada (dor); N. III – resposta localizada (de acordo com o estímulo - lentas); N. IV – confuso-agitado (confusão, desorientação, comportamentos agressivos); N. V – confuso-inadequado (responde a comandos simples, baixa concentração); N. VI – Confuso e apropriado (30 min de atenção, confusão apenas em assuntos fora de sua rotina, percepção de apenas déficits físicos); N. VII – Automático e apropriado (Realização de todos os cuidados sem auxílio, pouca flexibilidade mental, necessita de supervisões); N. VIII – Intencional e apropriado (Noção de possíveis déficits de pensamento e memória, compensando-os; Flexibilidade mental). 11. (Pref. de Maracanã-PA/CETAP/2019) Ao avaliar um paciente cujo diagnóstico é Traumatismo Crânio Encefálico, você utilizou a Escala de Níveis de Função Cognitiva Rancho Los Amigos e detectou que o paciente encontra-se no nível IV. Assinale a alternativa correta quanto ao estado e/ou resposta esperada: a) o paciente não responde a estímulos, b) o paciente encontra-se muito confuso e pode ser agressivo. c) o paciente apresenta resposta robotizada. d) o paciente responde de forma eficiente a situações familiares, porém, geralmente, necessita de pistas para antecipação de problemas e adequação de desempenho. 29 Estuda que a vida muda! O trauma raquimedular, se não for reconhecido e atendido adequadamente no local do trauma, pode resultar em lesão irreparável à medula espinhal e deixar o doente paralisado de forma irreversível. A imobilização inadequada da coluna fraturada pode produzir resultado muito pior do que a imobilização inadequada do fêmur fraturado. Traumatismo Raquimedular (TRM) 30 Traumatismo Raquimedular (TRM) – Anatomia Fonte: BRASIL, 2017. Fisiopatologia O trauma raquimedular (TRM) decorre de lesão da medula espinhal completa ou incompleta. A clínica apresentada pelo paciente é desencadeada pela localização da lesão em relação à vértebra e aos tratos acometidos, apresentando alteração na sensibilidade e/ou motricidade abaixo da lesão. Fraturas por compressão que causam achatamento total do corpo vertebral; Fraturas que causam pequenos fragmentos de osso, que podem alojar-se no canal espinhal; Subluxação; 31 Superestiramento ou laceraçãodos ligamentos e músculos; Hiperflexão, hiperextensão, hiper-rotação, inclinação lateral repentina e tração excessiva. Fisiopatologia 12. (SAMU/CIAS/Gestão de Concursos/2017) O TRM é uma lesão que causa sequelas permanentes e morte, dentre os mecanismos citados nas alternativas abaixo, assinale o único que NÃO está relacionado com a produção medular. a) Sobrecarga axial. b) Inclinação. c) Hiperflexão. d) Hiperextensão. 32 13. (UEPA/FADESP/2020) Após acidente automobilístico, J. A. S. sofreu traumatismo raquimedular com ausência total motora e sensorial ao nível vertebral e medular de L1. Sabendo desta informação, o quadro clínico do paciente é a) tetraplegia. b) tetraparesia. c) paraplegia. d) paraparesia. Suspeitas de TRM: Biomecânica Impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou pelve; Fraturas que produzem pequenos fragmentos de osso; Aceleração ou desaceleração repentinas ou impactos laterais que forcem o pescoço ou o tronco; Qualquer queda, especialmente em idosos; em doentes pediátricos, quedas de lugares altos; Qualquer vítima de acidente de mergulho em águas rasas. 33 Suspeitas de TRM: Biomecânica VALE A PENA LEMBRAR... Em pacientes inconscientes exames radiológicos adequados deverão ser realizados; Excluir lesões de medula é mais simples em paciente lúcidos e orientados pela ausência de dor. Toda vítima inconsciente é portadora de TRM até que se prove o contrário; 34 VALE A PENA LEMBRAR... Lesões acima de T1 (C1 a C7) resultam em tetraplegia e abaixo de T1, resultam em paraplegia. Qualquer lesão acima da clavícula deve ser investigada para possível lesão de coluna cervical; Sinais e Sintomas: Paciente Consciente Dor no pescoço ou nas costas; Dor a mobilização cervical ou dorsal; Deformidade da coluna; Paralisia, paresia dos MMSS e MMII; Choque neurogênico; Respiração Abdominal; Priapismo. 35 Sinais e Sintomas: Paciente Inconsciente Resposta a estímulo doloroso somente acima da clavícula; Hipotensão com bradicardia ou somente bradicardia; Priaprismo; Flacidez de esfíncter anal; Respiração diafragmática. 14. (Pref. de Pará de Minas-MG/FUNDEP/2018) Os pacientes que sofreram trauma raquimedular (TRM), com frequência, manifestam sinais indicativos desse agravo. Um sinal que pode ser encontrado é a paraplegia. Assinale a alternativa que define a paraplegia a) Paralisia parcial de um lado do corpo. b) Plegia dos membros inferiores. c) Paralisia dos quatro membros. d) Perda da sensibilidade dolorosa nos membros inferiores. 36 Objetivos da Imobilização Propiciar estabilidade das regiões afetadas; Impedir lesões vasculares; Impedir lesões neurológicas. Avaliação Neurológica Lesão completa: Ausência de função motora ou sensitiva abaixo do nível de lesão; Lesão Incompleta Preservação de qualquer função motora ou sensitiva abaixo do nível de lesão; A preservação sacral pode ser a única função residual. 37 Avaliação Neurológica Classificação de Frankel et al. 0 OU A: Ausência de Função total; 1 OU B: Ausência de função com sensibilidade preservada; 2 OU C: Motricidade inútil; 3 OU D: Motricidade útil; 4 OU E: motricidade preservada. 38 Detalhes Sobre a Avaliação / Atendimento Comprometimento da avaliação abdominal; Dor mais intensa em outro sítio (amputação, queimaduras); Ventilação inadequada; Detalhes Sobre a Avaliação / Atendimento Vítima deambulando no local; Choque neurogênico (Associado a lesão de coluna cervical / torácica alta; Hipotensão com bradicardia). Embriaguez ou perda de consciência; 39 Choque medular Choque medular é o quadro de flacidez e perda de reflexos após a lesão da medula, ou seja, trata-se de um quadro neurológico sem relação com a hemodinâmica. Esse estado possui tempo de duração variável, com possibilidade de recuperação do quadro. Choque Neurogênico O choque neurogênico é o quadro secundário à lesão da medula, com consequente perda do tônus simpático distal à lesão, ou seja, um quadro com repercussão hemodinâmica. Com isso, os vasos sanguíneos, principalmente dos membros inferiores, ficam vasodilatados sem a atuação do sistema simpático. O sangue é represado na periferia, com consequente hipotensão, já que não chega ao coração. O coração sem a atuação do sistema simpático não apresenta taquicardia. 40 Choque Neurogênico Subtipo do Distributivo; Inadequação entre demanda tecidual e oferta local de oxigênio; Alterações do tônus e/ou da permeabilidade vascular. FIGURA – Ressonância Magnética. Choque Neurogênico Características Hipotensão com bradicardia. Vasodilatação periférica generalizada. TRM - extremidades quentes acima da lesão e frias abaixo e diversas alterações sensitivo-motoras. Pode ser necessário o uso de marcapasso cardíaco temporário se não houver resposta às drogas. Responde a Corticoesteróides em altas doses. 41 SINAIS quente, seca fria, úmida, pegajosa Temperatura da pele HIPOVOLÊMICO NEUROGÊNICO fria, úmida, pegajosa fria, úmida, pegajosa CARDIOGÊNICO SÉPTICO rosadapálida, cianose Coloração da pele pálida, rendilhada pálida, cianose normal ou diminuída normal ou diminuída Pressão arterial normal ou diminuída normal ou diminuída alerta, lúcido, orientado alterado Nível de consciência alteradoalterado normal: < 2 seg> 2 seg Enchimento capilar > 2 seg> 2 seg diminuídaaumentada Frequência cardíaca aumentadaaumentada Fonte: BRASIL, 2016. Choque Neurogênico Dessa forma, a clínica do choque neurogênico apresentada pelo paciente será de hipotensão com bradicardia. Outros achados sugestivos da lesão medular podem estar associados, como a presença de nível sensitivo e motor. Em pacientes comatosos, em que não é possível avaliar a motricidade e sensibilidade, pode-se avaliar o tônus do esfíncter anal, que estará hipotônico, e, no homem, poderá evidenciar quadro de ereção. FIGURA – Priapismo. 42 15. (CISSUL-MG/IBGP/2017) Uma equipe de Suporte Avançado de Vida do SAMU está atendendo uma vítima de mergulho em águas rasas com traumatismo raquimedular e com quadro de choque neurogênico, dos achados semiológicos abaixo. Assinale aquele achado que MELHOR caracteriza o quadro e permite a diferenciação clínica dos demais tipos de choque. a) Taquicardia. b) Pele fria e úmida. c) Bradicardia. d) Hipotensão. 16. (Pref. de Maçambara-RS/FUNDATEC/2019) O trauma raquimedular, se não for reconhecido e atendido adequadamente no local do trauma, pode resultar em lesão irreparável. Analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( ) São indicadores de lesão medular: perda de função motora e/ou perda da sensibilidade. ( ) O paciente pode apresentar sinais de choque neurogênico. ( ) São situações comuns em lesões raquimedulares: lesões na cabeça, com qualquer alteração do nível de consciência, e lesão contusa importante no tronco. ( ) Durante o atendimento, deve-se mobilizar o tronco em um dispositivo de modo que o tronco possa se mover para cima. ( ) Priapismo não é indicativo de trauma raquimedular. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – F – V – V – V. c) V – V – F – F – V. e) F – F – F – V – V. b) V – V – V – F – F. d) F – F – V – F – F. 43 Tratamento XABCDE do trauma; Oxigenoterapia; AVP; Imobilização COMPLETA do paciente; Transporte rápido para o centro de trauma mais próximo; NADA PODE RETARDAR O TRATAMENTO DEFINITIVO. 17. (Pref. de Pará de Minas-MG/FUNDEP/2018) Os pacientes que sofreram trauma raquimedular (TRM), com frequência, manifestam sinais indicativos desse agravo. Um sinal que pode ser encontrado é a paraplegia. Assinale a alternativa que define a paraplegia. a) Paralisia parcial de um lado do corpo b) Plegia dos membros inferiores c) Paralisia dos quatro membros d) Perda da sensibilidade dolorosa nos membros inferiores 44 Sinais e Sintomas de Trauma da Coluna Vertebral Dor na região cervical ou dorsal; Dor ao mexer o pescoço ou as costas; Dor à palpação da região posterior do pescoço ou da linha médiadas costas; Deformidade da coluna vertebral; Defesa ou contratura da musculatura do pescoço ou das costas; Paralisia, paresia, dormência ou formigamento nas pernas ou braços, em qualquer momento após o incidente; Sinais e sintomas de choque neurogênico; Priapismo (em homens). Alteração do nível de consciência, com escore na escala de coma de Glasgow menor do que 15; Dor ou sensibilidade na coluna; Déficit ou sintoma neurológico; Deformação anatômica da coluna. Indicações para Imobilização da Coluna 45 Imobilização da Coluna Deve ser IMEDIATAMENTE interrompida quando houver: Resistência ao movimento; Espasmos dos músculos do pescoço; Aumento da dor; Início ou aumento de déficit neurológico, como adormecimento, formigamento ou perda de motricidade; Comprometimento da via aérea ou da ventilação. Imobilização Padrão Avaliação primária Mover a cabeça para um aposição neutra e alinhada (exceto se contra indicado). Examinar o pescoço e aplicar um colar cervical adequado e eficaz. Posicionar o paciente no dispositivo (prancha curta, longa). Imobilizar o tronco (atar os tirantes). Avaliar a necessidade de acolchoar cabeça (adulto) ou tórax (criança). Imobilizar a cabeça no dispositivo de contenção lateral e tirantes. Imobilizar o quadril. Imobilizar as pernas. Reavaliar (XBACDE). 46 18. (Pref. Assis Chateaubriand-PR/FAUEL/2020) O trauma raquimedular (TRM), também conhecido como vertebromedular, ocorre quando a coluna vertebral é lesionada por um agente externo, ocasionando fratura ou luxação, acometendo estruturas como ossos, ligamentos, medula, discos e vasos. Em relação ao TRM, assinale a alternativa INCORRETA: a) Na avaliação pré-hospitalar deve-se realizar a correta imobilização da coluna, desde a estabilização manual da cabeça até o alinhamento com o tronco, com o uso de prancha rígida, colar cervical e imobilização da coluna. b) Este tipo de trauma é mais comum em idosos do sexo masculino, decorrente de atropelamento, acidente de trânsito, queda, ferimentos por projétil de arma de fogo e arma branca, atividades esportivas, mergulhos e agressão interpessoal. c) A lesão primária ocorre quando o tecido nervoso é comprometido durante o trauma, podendo ser fechado ou penetrante, de natureza isquêmica ou compressiva. 18. (Pref. Assis Chateaubriand-PR/FAUEL/2020) d) As manifestações clínicas no trauma vertebromedular incluem deformidade, queixa de dor no pescoço ou na coluna, disfunção sensitiva, térmica e/ou motora, alteração das funções fisiológicas, do controle esfincteriano, presença de priapismo e de reflexos patológicos. 47 19. (Pref. de Cerquilhos-SP/VUNESP/2019) Wellington, 19 anos, sofreu traumatismo raquimedular por acidente automobilístico. Ele apresenta quadro lombar e musculatura flexora de quadril, realiza transferência do tipo abaixamento e utiliza cadeira de rodas manual. O nível de lesão de Wellington é: a) L1. b) L2. c) L3. d) L4. e) L5. A investigação da coluna deve ser feita com radiografias, tomografia computadorizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM). A facilidade de realizar TC em alguns centros exclui a necessidade de radiografia prévia. Investigação FIGURA - Radiografia da coluna cervical. A radiografia cervical é feita com as incidências em perfil e anteroposterior, sendo que a incidência em perfil exclui cerca de 85% das fraturas. A incidência transoral é usada para a avaliação de C1 e C2. 48 Investigação FIGURA - Radiografia da coluna torácica As fraturas de coluna torácica são menos frequentes e, geralmente, há uma avaliação das vértebras na radiografia de tórax. Na clínica de lesão da coluna torácica ou suspeita de lesão no raio X de tórax, a investigação deve ser completada com radiografia em perfil e/ou com TC. Para a avaliação de pessoas que sofreram um Traumatismo Raquimedular (TRM), a escala da ASIA é sem dúvida a avaliação mais utilizada por especialistas e tem grande aceitação em nível mundial. No momento, a escala baseia-se na avaliação da sensibilidade e da função motora, sendo possível classificar o paciente quanto ao tipo de lesão (completa ou incompleta) e determinar o nível neurológico, além de gerar um escore baseado nos achados sensitivos e motores. Escala ASIA 49 Es ca la A SI A Fo n te : A m er ic an S p in al I n ju ry A ss o ci at io n – A SI A , 1 9 8 4 , 1 9 9 2 , 2 0 0 2 . De acordo com a ASIA é possível classificar o paciente com TRM em uma de 5 categorias, de acordo com o resultado do exame dos componentes sensitivo e motor. A classificação segue abaixo: ASIA “A” = Lesão Completa: Sem preservação das funções motora e sensitiva no segmento sacral S4 - S5; ASIA “B” = Lesão Incompleta: Perda da função motora, porém função sensitiva preservada abaixo do nível neurológico e inclui sensibilidade do segmento sacral S4-S5; ASIA “C” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força inferior a 3 (apesar de haver contração muscular, não são capazes de vencer a gravidade); ASIA “D” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força igual ou superior a 3 (vencem a gravidade); ASIA “E” = Lesão Incompleta: Funções Motora e sensitiva são normais. 50 20. (SES-DF/IADES/2018) Em 1984, a Associação Americana de Lesão Medular (American Spinal Injury Association – ASIA) criou uma escala como padrão internacional para a classificação neurológica da lesão medular. Acerca da escala da ASIA, assinale a alternativa correta. a) A escala da ASIA diagnostica o término da fase de choque medular. b) Uma pessoa classificada como ASIA “C” apresenta: lesão incompleta com sensibilidade preservada abaixo do nível neurológico até o segmento S4/S5. c) A escala da ASIA tem base na avaliação da sensibilidade e da função motora, sendo possível classificar o paciente quanto ao tipo de lesão (completa ou incompleta) e determinar o nível neurológico e a presença de espasticidade e de dor neuropática, além de gerar um escore com base nos achados sensitivos e motores. d) Uma pessoa classificada como ASIA “D” apresenta: lesão incompleta com função motora preservada abaixo do nível neurológico, força muscular < grau 3. e) São limitações da escala da ASIA: avaliar a presença de espasticidade, de dor neuropática e de fraqueza muscular sutil. Tratamento Cirúrgico Redução de fraturas e luxações Descompressão Medular Estabilização 51 Estuda que a vida muda! Traumas Torácicos Pode decorrer de trauma contuso ou penetrante. Independentemente da localização do trauma no indivíduo, o atendimento ao traumatizado é igual e respeita os mesmos princípios. Ou seja, devemos conhecer o mecanismo do trauma, entender a sua biomecânica e proceder ao atendimento inicial seguindo a sequência do “XABCDE”, a fim de promover a adequada avaliação e a implementação de medidas de cuidado. 52 Anatomia A anatomia do tórax é representada pelo arcabouço torácico e pelos órgãos internos. Anatomia 53 Lesões contusas A onda de energia transmitida no impacto pode lesionar o tecido pulmonar e causar hemorragia no interior dos alvéolos (contusão pulmonar). Mecanismos de Lesão Lesões penetrantes Podem gerar feridas que criam uma comunicação entre a cavidade torácica e o meio externo; Assim, o ar tende a penetrar no espaço pleural pela ferida durante a inspiração. Mecanismos de Lesão 54 Pneumotórax Simples; Pneumotórax Hipertensivo; Pneumotórax Aberto; Tórax instável; Hemotórax; Tamponamento Cardíaco; Fraturas de Costelas; Contusão Cardíaca; Ruptura de Diafragma; Lesões Específicas Contusão Pulmonar; Comoção Cardíaca; Ruptura Traumática de Aorta; Ruptura Traqueobrônquica; Asfixia Traumática. Lesões Específicas 55 Palidez cutânea, sudorese, cianose, apreensão, alinhamento da traqueia, simetria da parede torácica, distensão de veias jugulares.Inspeção Diferenças dos murmúrios vesiculares entre os hemitórax, crepitações, bulhas cardíacas abafadas, sopros. Ausculta Presença de pontos dolorosos, crepitações, enfisemas subcutâneos, instabilidade da parede torácica. Palpação Um som abafado pode indicar hemotórax ou contusão pulmonar. Um som timpânico pode indicar pneumotórax. Percussão Avaliação Fonte: PHTLS, cap. 11. 8ª ed, 2016. Fratura de Costela É a lesão torácica mais comum; É mais frequente nas costelas 4-8, lateralmente; Pode estar associada a lesão de fígado e de baço; A queixa mais comum nas fraturas simples de costelas é a dor e a falta de ar; 56 21. (Pref. de Eldorado do Sul-RS/FUNDATEC/2018) Leia com atenção as afirmativas a seguir e marque (V) para as VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS. A vítima com suspeita de fratura nas costelas apresenta os seguintes sintomas: ( ) dores intensas no tórax, ao tentar se movimentar ou respirar. ( ) amolecimento dos tecidos na área afetada. ( ) alterações no tamanho das pupilas. ( ) dores de cabeça. ( ) deformações e deslocamentos. Marque a opção que apresenta a sequência CORRETA. a) V – V – F – F – V. d) V – V – V - V – F. b) V – V – F – V – F. e) V – V – F – F – F. c) V – V – V – F – F. Inspiração Expiração Tórax Instável Fonte: PHTLS, cap. 12. 8ª ed, 2016. Duas ou mais costelas adjacentes fraturadas em mais de um local; Respiração paradoxal; Força suficiente para causar contusão pulmonar; O tórax instável decorre da origem traumática de um segmento móvel flutuante no arcabouço torácico. 57 Tratamento O tratamento do tórax instável é analgesia agressiva, associado ao suporte ventilatório. Não é obrigatório à indicação de via aérea definitiva. Invariavelmente, há a presença de lesões torácicas associadas, como pneumotórax e principalmente contusão pulmonar, havendo, portanto, a necessidade de tratamento para cada uma dessas. Contusão Pulmonar A contusão pulmonar decorre do impacto sobre o pulmão, diretamente ou dele em relação ao arcabouço torácico. O impacto pulmonar leva à ruptura de vasos e consequente extravasamento de líquidos e sangue para o interstício pulmonar e intraalveolar. O resultado é a diminuição de espaço pulmonar sadio para a troca gasosa, levando a hipóxia. Taquipneia, roncos, sibilos, retração da musculatura intercostal e uso da musculatura acessória; Pode haver enfisema subcutâneo. 58 22. (Pref. de Eldorado do Sul-RS/FUNDATEC/2018) Quando o tecido pulmonar é lacerado ou rompido por mecanismos contusos ou penetrantes com sangramento nos espaços aéreos alveolares decorrentes de um trauma torácico, podemos dizer que esse tipo de trauma se denomina: a) Pneumotórax. b) Contusão cardíaca. c) Asfixia traumática. d) Contusão pulmonar. e) Ruptura de diafragma. 23. (Pref. de Pará de Minas-MG/FUNDEP/2018) Considerando o traumatismo torácico, é incorreto afirmar: a) Fraturas múltiplas de arcos costais podem causar tórax instável. b) A contusão pulmonar apresenta-se na radiografia do tórax como opacidades multifocais, que respeitam fissuras pleurais. c) O sinal radiológico mais comum de rotura da traqueia e dos brônquios é o pneumotórax, geralmente hipertensivo. d) Alargamento mediastinal e da faixa paratraqueal direita, desvio da traqueia para a direita e indefinição do botão aórtico são alterações radiológicas que podem ser observadas na rotura da aorta torácica. 59 Pneumotórax simples Presença de ar no espaço pleural e os achados são semelhantes aos de uma fratura de costelas. O socorrista administra oxigênio suplementar, institui acesso venoso calibroso, monitora a oximetria e se prepara para tratar o choque, caso este se desenvolva. Lesões Específicas - Pneumotórax simples Muitos casos são de pequeno volume, e dessa forma não apresentam sintomatologia ou achados no exame primário, sendo diagnosticados com exames complementares. Não deve ser feita toracocentese para o esvaziar, nem para diagnosticá-lo. Lesões Específicas - Pneumotórax simples FIGURA - RX de tórax evidenciando pneumotórax à direita. 60 24. (SESACRE/IBFC/2019) Após ação traumática sobre o tórax, decorrente de acidente automobilístico, o paciente foi encaminhado a Unidade de Pronto Atendimento com significativa dispneia e tosse seca. Ao exame clínico apresentou murmúrio vesicular diminuído em hemitórax esquerdo e timpanismo à percussão. A radiografia de tórax apresentou bordo lateral do pulmão esquerdo próximo à parede torácica, parênquima pulmonar esquerdo contraído e desvio do mediastino para o lado contralateral. Acerca do provável diagnóstico, assinale a alternativa correta. a) Fibrotórax. b) Tórax Instável. c) Hemotórax. d) Pneumotórax. Hemotórax Presença de sangue no espaço pleural que pode representar uma fonte de perda sanguínea importante; O tratamento inicial inclui a instituição de acessos venosos calibrosos para reposição volêmica adequada e a administração de altas concentrações de oxigênio; Transporte rápido. Lesões Específicas - Hemotórax 61 Lesões Específicas - Hemotórax Clínica: Sinais de choque hipovolêmico; MV ausente; Macices. Tratamento Drenagem tórax 5º EIC; Reposição volêmica – RL, Sangue. Deve-se proceder à drenagem torácica ao ser diagnosticado hemotórax, e a grande quantidade de volume drenado é indicação formal de intervenção cirúrgica. 25. (SES-DF/IADES/2018) Após sofrer trauma de tórax contuso, determinado paciente de 35 anos de idade chega à emergência e relata que é motorista de moto e colidiu contra um carro, com cinemática grave. Durante a avaliação inicial, o paciente encontra-se alerta, conversando, lúcido. A via aérea está prévia, ausculta pulmonar com murmúrio abolido à direita, expansão torácica assimétrica, sem sinais de choque ou instabilidade hemodinâmica, sem turgência jugular. Ele apresenta abdome flácido e indolor, pelve estável, sem outras alterações no exame físico. Os raios X de tórax a seguir foram realizados na admissão do paciente em unidade hospitalar. 62 25. (SES-DF/IADES/2018) Com base nesse caso clínico hipotético e na imagem radiográfica apresentada, e considerando os conhecimentos correlatos, assinale a alternativa correta. a) Esse paciente tem atelectasia pulmonar à direita, e a conduta no momento é a fibrobroncoscopia. b) Fraturas de arcos costais à direita são visualizadas nessa imagem, e a conduta no momento é a fixação costal. c) Um hemotórax à esquerda é identificado na imagem, e a conduta adequada é drenagem pleural esquerda. d) Intubação orotraqueal é a medida imediata a ser tomada. e) A imagem indica um pneumotórax à direita, e a conduta adequada é drenagem pleural direita. Pneumotórax Aberto O pulmão colaba o coração e grandes vasos se deslocam a cada inspiração Toda essa movimentação se denomina oscilação ou flutter mediastinal que causa graves problemas circulatórios. Ocorre quando uma lesão na parede torácica é suficiente para permitir que o ar passe livremente para dentro e para fora da cavidade torácica a cada tentativa de inspiração. 63 Pneumotórax Aberto Solução de continuidade entre meio interno/externo; P. intratorácica = P. atmosférica Hipóxia; Tratamento: curativo 3 pontas; drenagem torácica. 26. (SEASTER-PA/IADES/2019) Durante a avaliação de um paciente com trauma torácico, há possibilidade de identificação de pneumotórax aberto. O pneumotórax aberto exige um cuidado rápido de enfermagem para estabilização do paciente. Esse cuidado consiste na realização de a) curativo de três pontos. b) ventilações de resgate – 10 por minuto. c) radiografia de tórax de emergência. d) descompressão pleural. e) compressões torácicas de emergência. 64 Depende do seu tamanho e etiologia Pneumotórax Aberto - Curso Clínico Dor súbita Desconforto torácico Taquipneia (simples e não complicado) Angústia respiratória aguda (traumático); Após o curativo de 3 pontas, deverá ser realizada a drenagem torácica do paciente através de um orifício criado cirurgicamente, em condições assépticas. Angústia respiratória aguda (traumático): -ansioso; - “fome de ar”; - uso aumentado dos músculos acessórios; - pode ocorre cianose central por hipoxemia grave; - dor torácica intensa; - taquipneia; - movimento diminuído do lado afetado; - som timpânico; e - MV e frêmito diminuídos ou ausente do lado afetado. Pneumotórax Aberto - Curso Clínico 65 (EBSERH/CESPE/2018) O trauma de tórax caracteriza uma lesão que poderá prejudicar a função cardiorrespiratória. As lesões torácicas podem ser causadas por traumatismo fechado e por lesões penetrantes. Julgue o item a seguir, a propósito de lesões torácicas. 27. No pneumotórax aberto, cobrir o ferimento com curativo oclusivo de três pontos constitui procedimento imediato. ( ) CERTO ( ) ERRADO 28. (SUSIPE-PA/AOCP/2018) Paciente vítima de acidente por arma de fogo, apresentando lesão aberta no tórax com franca comunicação entre o ar ambiente e a cavidade pleural, evidenciada pela visível passagem do ar através do ferimento. Nesse caso, conforme protocolo básico de vida, suspeita-se de a) pneumotórax aberto. b) pneumotórax fechado. c) tórax instável. d) contusão cardíaca. e) contusão pulmonar. 66 29. (Pref. de Caxias-MA/IMA/2018) Sobre o Pneumotórax aberto, considere: I. Cobrir imediatamente o ferimento com curativo oclusivo com plástico ou papel metálico com 3 pontos//lados de fixação. II. Considerar ventilação com pressão negativa cuidadosa pelo risco de pneumotórax hipertensivo. III. Nos ferimentos por arma de fogo, é importante realizar a busca por ferimentos na parede torácica anterior e posterior. Está (ão) CORRETO (S) o que se afirma em: a) I, II, III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) III, apenas. Pneumotórax Hipertensivo É uma emergência potencialmente fatal “O ar penetra na cavidade torácica e não consegue sair” deslocamento das estruturas mediastinais aumentando o trabalho necessário para preenchê-lo com troca gasosa O pneumotórax hipertensivo decorre de uma lesão pulmonar extensa ou de uma lesão na árvore traqueobrônquica, com consequente extravasamento de grande quantidade de ar (pneumotórax) no espaço pleural. 67 Pneumotórax hipertensivo o ar é aspirado para dentro do espaço pleural pulmão lacerado ou uma pequena abertura ou ferida na parede torácica. A funções respiratórias e circulatórias ficam comprometidas, por causa da pressão intratorácica aumentada. Pneumotórax Hipertensivo “Válvula unidirecional”; Dispneia, hipotensão, desvio traqueia contralateral, ausência MV, Estase jugular, timpanismo à percussão; Tratamento: descompressão imediata seguido da drenagem. Pressão intratorácica aumentada: diminui o retorno venoso para o coração e o débito cardíaco comprometendo a circulação periférica. 68 Desvio da traqueia e Turgência jugular Ao exame físico do pescoço, nota-se o desvio da traqueia e turgência jugular, ou seja, um ingurgitamento das veias do pescoço originado pela diminuição do retorno venoso ao coração devido ao desvio dos vasos mediastinais. Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. Desvio da traqueia e Turgência jugular Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 69 30. (Pref. de Quissamã-RJ/GUALIMP/2020) Sobre o pneumotórax hipertensivo, considere: I. Nos ferimentos penetrantes, o pneumotórax hipertensivo pode ser gerado tanto por escape de ar dos pulmões como pela entrada de ar externo pela parede torácica. II. Nos traumas fechados, o pneumotórax hipertensivo pode ser gerado por perfuração pulmonar de fraturas costais, rotura de via aérea ou simplesmente pelo barotrauma. III. A radiografia simples de tórax é o exame de imagem que confirma o diagnóstico, dando informações da extensão do pneumotórax. Está CORRETO o que se afirma em: a) I e II, apenas. c) III, apenas. b) I e III, apenas. d) I, II, III. (EBSERH/CESPE/2018) O trauma de tórax caracteriza uma lesão que poderá prejudicar a função cardiorrespiratória. As lesões torácicas podem ser causadas por traumatismo fechado e por lesões penetrantes. Julgue o item a seguir, a propósito de lesões torácicas. 31. Os sinais e sintomas mais comuns de pneumotórax hipertensivo incluem respiração superficial, queixa de dor torácica e hipóxia ou cianose. ( ) CERTO ( ) ERRADO 70 32. (CISSUL-MG/IBGP/2017) Uma situação de risco de morte surge quando uma vítima de trauma torácico desenvolve o pneumotórax hipertensivo. Nessa situação, é fundamental que a equipe de atendimento pré-hospitalar móvel reconheça, de imediato, os sinais e os sintomas para iniciar as intervenções específicas. São sinais e sintomas de pneumotórax hipertensivo, EXCETO: a) Distensão de veias jugulares. b) Desvio da traqueia. c) Aumento da pressão de pulso. d) Timpanismo torácico. 33. (CLDF/FCC/2018) Homem de 50 anos é vitima de atropelamento. A radiografia de tórax é mostrada abaixo. Durante a avaliação clínica apresenta parada cardiorrespiratória (PCR). Pelos dados apresentados é mais provável a) Diagnóstico - Pneumotórax hipertensivo; PCR em - atividade elétrica sem pulso. b) Diagnóstico - Pneumotórax hipertensivo; PCR em - fibrilação ventricular. c) Diagnóstico - Hemotórax; PCR em - atividade elétrica sem pulso. d) Diagnóstico - Hemotórax; PCR em - fibrilação ventricular. e) Diagnóstico - Tamponamento cardíaco; PCR em - fibrilação ventricular. 71 Conduta Imediata Assim que detectado o pneumotórax, é a toracocentese no 2º espaço intercostal do lado acometido, com dispositivo para acesso venoso periférico calibroso a 90°. A toracocentese fará com que o ar, que está presente em grande quantidade no lado acometido, saia parcialmente, deixando de desviar as estruturas mediastinais. Conduta Imediata Após a toracocentese, deve-se realizar a drenagem de tórax no lado acometido. Realizada a drenagem de tórax, o dispositivo para acesso venoso periférico usado para a punção já pode ser retirado. Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 72 Toracocentese no 5º EIC; Drenagem no 5º EIC; Conduta Imediata 34. (Petrobras/CESGRANRIO/2018) A indicação imediata para toracotomia, no centro cirúrgico ou na sala de trauma, em paciente com trauma torácico, é feita quando esse paciente apresenta a) tórax instável com respiração paradoxal. b) saída imediata de 1500 mL de sangue. c) saída imediata de 50 mL/hora em 2 a 4 horas. d) desvio do mediastino contralateral à lesão. e) pneumotórax aberto. 73 Tamponamento Cardíaco O tamponamento cardíaco decorre na maioria das vezes de ferimento penetrante, resultando em uma lesão cardíaca ou coronariana que sangra para o interior do espaço pericárdico. Dessa forma, o diagnóstico é clínico, com a presença de estase jugular, sinais de choque e abafamento das bulhas cardíacas à ausculta. Fonte: PHTLS, cap. 12. 8ª ed, 2016. Tamponamento Cardíaco Tríade de Beck Elevação PVC (estase jugular); Hipotensão arterial; Abafamento de bulhas cardíacas; Diagnóstico: punção Marfan; janela pericárdica, FAST; Tratamento: pericardiocentese, janela pericárdica, pericardiotomia via toracotomia. 74 35. (UFPE/COVEST-COPSET/2019) Qual dos achados abaixo relacionados apresenta especificidade de 100% para diagnóstico de tamponamento cardíaco? a) Colapso do átrio esquerdo. b) Pulso paradoxal. c) Sinal de Kussmaul. d) Pletora de veia cava inferior. e) Colapso diastólico do ventrículo direito. 36. (SES-DF/AOCP/2018) O ecocardiograma à beira leito (ECO) pode ser muito útil na sala de emergência, durante a parada cardiorrespiratória (PCR) ou na fase da perirressuscitação, sendo que o uso do ECO na avaliação inicial de pacientes com hipotensão aumenta o potencial e a rapidez de percepção entre possíveis diagnósticos diferenciais, podendo auxiliar na escolha terapêutica mais adequada e, assim, resultar em melhores resultados. O ECO já é considerado classe I para avaliação de pacientes que desenvolvem ou persistem com instabilidade hemodinâmica, e o último guideline da AmericanHeart Association colocou o ECO como classe IIb, para avaliação inicial dos pacientes com PCR. A figura ao lado representa qual provável etiologia para justificar uma PCR? 75 36. (SES-DF/AOCP/2018) a) Tamponamento cardíaco. b) Hipovolemia. c) Tromboembolismo pulmonar. d) Infarto Agudo do Miocárdio. e) Choque Cardiogênico. 37. (UFPE/COVEST-COPSET/2019) Paciente é admitido na Emergência com quadro de dispneia, mal-estar precordial, hipotensão, rouquidão e soluços. De acordo com o seu ECG admissional, abaixo, qual o provável diagnóstico? 76 37. (UFPE/COVEST-COPSET/2019) a) Tamponamento cardíaco. b) Embolia pulmonar. c) Dissecção aórtica aguda. d) Insuficiência coronariana aguda. e) Hipocalcemia. Outras Lesões Rotura de aorta; Rotura da árvore traqueobrônquica; Asfixia traumática; Rotura diafragmática. 77 Ruptura traumática da aorta O mecanismo de trauma que origina a lesão de aorta é uma grande desaceleração, ou seja, qualquer mecanismo em que o corpo do paciente sofre uma frenagem abrupta em seu movimento, como em atropelamentos, impactos frontais, ejeções dos veículos e quedas de altura. 38. (Pref. de Resende-RJ/CONSULPAM/2019) A aorta é o vaso torácico mais lesado no trauma contuso, seguido pelas veias pulmonares e pela veia cava. Portanto, no exame físico, é importante observar se há sinais externos de trauma fechado ou penetrante, sinais clássicos do tamponamento cardíaco, etc. Classicamente as lesões de aorta são relacionadas aos acidentes automobilísticos com colisões frontais. Pode-se também observar sinais e sintomas clássicos de uma laceração da aorta torácica, EXCETO: a) Hipotensão. b) Hipertensão das extremidades inferiores em relação às superiores. c) Sopro interescapular. d) Tórax instável à esquerda. 78 Estuda que a vida muda! As lesões abdominais não reconhecidas são uma das principais causas de morte em vítimas de trauma. ATENÇÃO! O indicador mais confiável de sangramento intra-abdominal é a presença de choque de origem inexplicada. Choque As habilidades propedêuticas mais utilizadas durante o exame físico abdominal no cenário pré-hospitalar são a inspeção e a palpação. Exame Físico Gestantes, devido ao aumento do volume e débito cardíacos, podem não manifestar sinais clássicos de choque. Gestantes Traumatismos Abdominais 79 Anatomia do Abdome Sistema digestivo Sistema circulatório (grandes vasos) Sistema endócrino Sólidos, ocos e Vasculares Sistema urogenital Diagnóstico de Trauma Abdominal no APH Mecanismo do trauma; Estado de consciência (idade, drogas); Ansiedade, agitação, dispneia; Sinais de choque de origem desconhecida ou incompatível com lesão identificada; Lesões associadas; Equimoses ou outros sinais de impacto; Dor; e Distensão abdominal. 80 Fonte: PHTLS, cap. 12. 8ª ed, 2016. Trauma Penetrante Tipo de arma Arma branca Arma de Fogo Explosão Distância; Número e local dos ferimentos Ferimentos penetrantes Baixa energia; Laceração Transferência de energia Cinética; Cavitação; tombo e Fragmentação Múltiplos fragmentos; trauma fechado; ejeção. Trauma Penetrante No trauma penetrante, devemos diferenciar entre lesões de baixa energia (arma branca, FAB); e Lesões de alta energia (projétil de arma de fogo, FPAF). Cerca de 90% dos FPAFs e 30% dos FABs no abdome originam lesão intraperitoneal, de forma que há a possibilidade de tratamento mais seletivo nos ferimentos por FAB. FIGURA - Os órgãos lesados são, em ordem de frequência. 81 Métodos auxiliares da avaliação primária Uma medida que pode auxiliar no diagnóstico do trauma abdominal é a introdução de dedos e sondas em todos os orifícios. O sangramento detectado no toque retal ou vaginal, na sonda nasogástrica ou na sonda vesical (hematúria) indica presença de lesão a ser confirmada. Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 39. (SES-DF/IADES/2018) Determinado paciente de 65 anos de idade e 70 kg, sofreu um trauma perfurante abdominal após ferimento por arma de fogo. Ele encontra-se na emergência e está acordado, lúcido, conversando, ventilando em ar ambiente. Nega outros tipos de trauma, além do ferimento no abdome. Após descartar lesões de via aérea e tórax, identifica-se que o paciente apresenta as extremidades quentes, bem perfundidas, com uma frequência cardíaca de 130 bpm, pressão arterial de 120 mmHg X 80 mmHg e o restante dos sinais vitais estáveis. O abdome está distendido, tem dor e defesa à palpação, com sinais de irritação peritoneal. Revela uma lesão perfurante com orifício de entrada em hipocôndrio direito, sem orifício de saída. O exame neurológico mostra-se normal e não existem outras alterações no exame físico geral. Em relação à avaliação desse paciente hipotético, referente à letra “C” do XABCDE do trauma (circulação), é correto afirmar que ele a) está em um quadro de choque hemorrágico classe II e tem indicação de ressuscitação volêmica inicialmente. 82 39. (SES-DF/IADES/2018) b) está em choque hemorrágico grau IV, de provável origem abdominal, e a transfusão sanguínea é necessária inicialmente. c) tem choque neurogênico, e a ressonância de crânio está indicada. d) tem o estado hemodinâmico classificado como choque grau I, situação em que os níveis de frequência cardíaca aumentam, a pressão arterial é normal, e a diurese é reduzida. e) tem indicação de droga vasoativa, e o estado hemodinâmico dele permite classificá-lo como choque grau III. 40. (SES-DF/IADES/2018) No atendimento de emergência ao indivíduo que sofre lesão causada por arma de fogo no tórax, é preciso a) calcular o dano produzido pelo projétil para estimar o risco de hipovolemia por sangramento intracavitário e providenciar meios para infusão rápida e abundante de líquidos. b) suspeitar de pneumotórax, hemotórax e tamponamento cardíaco, tomando providências para possíveis procedimentos de drenagem. c) avaliar a pressão de CO2 no sangue para verificar nível de competência das vias aéreas, providenciando oferta de oxigênio umidificado. d) controlar sensibilidade das extremidades para avaliar qualidade da perfusão e o funcionamento cardíaco, e registrar variações de percepção sensório motora. e) monitorar o PH do sangue para verificar competência pulmonar para realizar trocas gasosas, antecipando eventual necessidade de uso de aparelho de ventilação mecânica. 83 Objetos Encravados Estabilizar manual ou mecanicamente; Não palpar o abdome; e Apoio psicológico a paciente e familiares. Contra-indicada a remoção em APH e emergência: Causa outras lesões Remove coágulos e tampões 84 (EBSERH/CESPE/2018) Os traumas abdominais, classificados em abertos ou fechados, muito frequentemente caracterizam situações de emergência. No que se refere a traumas abdominais, julgue o item seguinte. 41. Se julgar necessário, o socorrista deverá remover objetos encravados ou empalados em ferimentos oriundos de trauma abdominal aberto. ( ) CERTO ( ) ERRADO Fonte: PHTLS, cap. 12. 8ª ed, 2016. Trauma Aberto – Evisceração NÃO COLOCAR PARA DENTRO DA CAVIDADE ABDOMINAL Cobrir as vísceras com compressas estéreis umedecidas com solução salina; Cobrir as compressas umedecidas com compressas secas para manter a temperatura. 85 (EBSERH/CESPE/2018) Os traumas abdominais, classificados em abertos ou fechados, muito frequentemente caracterizam situações de emergência. No que se refere a traumas abdominais, julgue o item seguinte. 42. No caso de evisceração — uma complicação comum do trauma abdominal aberto —, os primeiros cuidados são, entre outros, os seguintes: não tentar recolocar os órgãos ou as estruturas de volta na cavidade abdominal e cobri-los com compressas estéreis umedecidas com soro fisiológico a 0,9%. ( ) CERTO ( ) ERRADO 43. (Pref. de Quadra-SP/CONSULPAM/2019) No atendimento pré-hospitalar em situações de trauma abdominal aberto é correto afirmar que: a) Objetos encravados ou empalados devem ser removidos no atendimento pré- hospitalar. b) Em caso de evisceração, estesdevem ser cobertos com compressas estéreis umedecidas com SF e plástico especial para evisceração, quando disponível. c) Em caso de evisceração deve-se recolocar os órgãos de volta na cavidade abdominal imediatamente. d) Em caso de objetos encravados ou empalados, o abdome deve ser palpado e comprimido para reduzir hemorragia. 86 Fonte: PHTLS, cap. 12. 8ª ed, 2016. Trauma Fechado Velocidade Local de impacto Dispositivos de segurança Posição Intrusão Ejeção Trauma Fechado Compressão entre objetos sólidos; Volante e coluna vertebral; Forças de cisalhamento; Lesões de órgãos sólidos ou vasos devido a tração de ligamentos e vasos; e Lesões secundárias a fraturas. 87 44. (Pref. de Valinhos-SP/VUNESP/2019) Transportar o paciente na posição de recuperação/confortável, de acordo com a suspeita diagnóstica e/ou sintomas prioritários (ex: em decúbito elevado quando tiver dispneia, em decúbito lateral quando estiver vomitando, em decúbito lateral esquerdo quando estiver grávida), é uma medida para o socorro de urgência de paciente com a) hemorragia gástrica alta. b) hipertensão intracraniana. c) dor abdominal não traumática. d) síndrome compartimental. e) pneumotórax aberto. Trauma Fechado Note que nesta figura, à inspeção, observamos a marca de cinto de segurança em posição inadequada. Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 88 (EBSERH/CESPE/2018) Os traumas abdominais, classificados em abertos ou fechados, muito frequentemente caracterizam situações de emergência. No que se refere a traumas abdominais, julgue o item seguinte. 45. Entre os sinais sugestivos de lesão fechada no abdome encontram-se sinais do cinto de segurança em forma de equimose linear transversal, dor e sensibilidade à palpação abdominal e rigidez ou distensão abdominal. ( ) CERTO ( ) ERRADO 46. (SEHAC-RS/FDC/2018) Perfurações isoladas do cólon são raramente encontradas no trauma abdominal fechado e o uso do cinto de segurança trona-se um fator predisponente neste tipo de lesão. No trauma abdominal fechado, o segmento do cólon mais comumente acometido por perfurações é: a) reto intraperitoneal. b) ceco. c) sigmoide. d) cólon transverso. e) ângulo hepático. 89 47. (FHGV/QUADRIX/2019) Com relação ao trauma abdominal na criança, assinale a alternativa correta. a) A maioria das lesões é decorrente de traumas fechados. b) A tomografia de abdome deve ser realizada independentemente do estado hemodinâmico. c) A descompressão gástrica com sonda só deve ser realizada na presença de vômitos. d) Lesões de vísceras parenquimatosas (fígado, rins ou baço) são sempre cirúrgicas. e) A sondagem vesical deve ser realizada na presença de hematúria. 48. (Pref. de Vitória-ES/AOCP/2019) Em pacientes vítimas de trauma, o exame abdominal é muito importante para detectar possíveis hemorragias. A sondagem gástrica é indicada para descompressão abdominal, entretanto, em pacientes com fratura de face e/ou suspeita de lesão em base de crânio, ela deve ser substituída pela sondagem a) nasogástrica. b) vesical de demora. c) nasoenteral. d) orogástrica. 90 Investigação do Trauma Abdominal Focused Assessment with Sonography for Trauma (FAST) ou Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD). Pode ser realizado em todos os pacientes vítimas de trauma, sendo obrigatório para todos com instabilidade hemodinâmica. A realização do FAST visa buscar líquido livre (provável sangramento) intraperitoneal nos locais avaliados. Não tem como objetivo avaliar onde está sangrando, quais órgãos estão lesados etc. A investigação do trauma abdominal pode acontecer em dois contextos: na sala de emergência ou em pacientes estáveis hemodinamicamente/ estabilizados após medidas iniciais. Método FAST Para isso, são realizadas janelas em quatro localizações do abdome, facilmente memorizadas como “4 Ps”. 91 Método FAST FIGURA - FAST positivo no espaço de Morrison. FIGURA - FAST pélvico negativo. Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. Método FAST Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. *Atentar para transferir o paciente o mais rápido possível quando não houver o recurso. 92 Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) Seu uso tem se tornado menos frequente pela popularização e disponibilização do ultrassom FAST. O LPD é um procedimento cirúrgico à beira do leito, cujo objetivo é avaliar se há lesão intra-abdominal. Por isso, deve ser feito por médico capacitado. Também apresenta limitações por avaliar somente o conteúdo intraperitoneal. No entanto, é o mais sensível dos testes investigatórios (98%), ou seja, detecta a menor quantidade de sangramento, mas pode apresentar resultado falsopositivo. (IHB-DF/CESPE/2018) Com relação aos métodos FAST (Focused Assessment with Sonography in Trauma) e LPD (lavado peritoneal diagnóstico), que podem ser utilizados na avaliação do trauma abdominal fechado, julgue o item a seguir. 49. O FAST deve ser usado em pacientes com alterações hemodinâmicas e múltiplos traumas fechados, devendo-se avaliar o saco pericárdico, as fossas hepatorrenal e esplenorrenal, a pelve e o saco de Douglas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 93 Cirurgia (laparotomia exploradora) Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. A cirurgia no trauma abdominal é a abordagem por completo do abdome, a fim de não deixar passar lesões. Cirurgia (laparotomia exploradora) As indicações de cirurgia (laparotomia exploradora) são: • peritonite ao exame físico; • presença de evisceração; • presença de ar na cavidade abdominal na tomografia (pneumoperitônio ou pneumoretroperitônio); • instabilidade hemodinâmica com FAST positivo a despeito da reanimação volêmica adequada; • LPD positivo; • instabilidade hemodinâmica com FAST negativo, com descarte de todos os demais locais de sangramento (tórax, bacia, extremidades e externo), restando o retroperitônio como causa do sangramento; 94 Cirurgia (laparotomia exploradora) As indicações de cirurgia (laparotomia exploradora) são: • trauma penetrante do abdome por FPAF; • trauma penetrante do abdome por FAB que tenha penetrado a cavidade abdominal. Está indicada quando há presença da tríade letal, composta por coagulopatia, hipotermia e acidose. Entre os pacientes submetidos a intervenção cirúrgica com laparotomia exploradora, há um grupo que representa os pacientes mais graves, aos quais devemos indicar uma estratégia cirúrgica mais agressiva. Essa estratégia cirúrgica é denominada cirurgia de controle de danos (ou damage control). 50. (SES-DF/IADES/2018) Assinale alternativa que apresenta indicação de laparotomia exploradora no trauma abdominal. a) Trauma abdominal contuso com estabilidade hemodinâmica e tomografia de abdome contrastada evidenciando lesão esplênica grau II. b) Hematoma hepático subcapsular de 1 cm em paciente estável. c) Hérnia diafragmática esquerda pequena em paciente com estabilidade ventilatória. d) Trauma abdominal contuso e tomografia de abdome mostrando avulsão de hilo esplênico. e) Trauma abdominal contuso com FAST negativo em paciente estável. 95 Fratura Pélvica Inspeção Assimetria no tamanho das pernas, rotação externa; Aberta ou fechada; Exame retal / GU / vaginal; Tocar a próstata Lesões associadas; Hemorragia pélvica; Energia significativa; Palpação do anel pélvico, estabilidade; Fonte: PHTLS, cap. 12. 8ª ed, 2016. Fratura Pélvica: Tratamento C: Controle da hemorragia Compressão Estabilização A... B... Imobilização/Fixação Descartar sangramento intraperitoneal Angiografia, fixação, cirurgia. 96 Confirmação Diagnóstica Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) Alta sensibilidade e especificidade Não identifica o sítio Cinemática do trauma; Ultrassom (fast); Não identifica lesões retroperitoneais e diafragmática Avaliação clínica (IPPA); TC. Rx; Assegurar um acesso venoso de calibre compatível com o uso; Repararlíquidos parcimoniosamente; Evitar a hipotensão supina nas gestantes (compressão aortocava); Não remover objetos encravados/empalados; Não se deve tentar colocar o tecido eviscerado de volta na cavidade abdominal. Tratamento 97 Fratura Pélvica: com Hemorragia Fratura Pélvica com Hemorragia Alta mortalidade; Identificada por ferimentos pélvicos abertos, próstata elevada, presença de sangue no meato e ou no reto, lesões perineais; Instabilidade mecânica do anel pélvico, discrepância no comprimento dos MMII, ou rotação do membro; Imobilizar, e movimentar cuidadosamente. 51. (SES-PE/AOCP/2018) Em toda abordagem de pacientes de trauma, objetiva-se relacionar o mecanismo do trauma à presença de lesões específicas, ampliando a capacidade de suspeição para a presença de lesões e a tomada de decisão. Avaliando a cinemática do trauma (padrão básico de lesões) em um acidente automobilístico com impacto lateral, espera-se encontrar qual das seguintes lesões? a) Tórax instável anterior. b) Fratura de pelve ou acetábulo c) De baço ou fígado. d) Ejeção. e) Por queimaduras. 98 52. (Pref. de Serrana-SP/VUNESP/2018) Em uma fratura de pélvis, qual é um sinal que pode indicar hemorragia severa? a) Lesão do trato genitourinário. b) Lesão neurológica severa. c) Frequência cardíaca maior que 100 bpm. d) Hematócrito menor ou igual a 30%. e) Fratura por mecanismo de compressão lateral. (STJ/CESPE/2018) Julgue o seguinte item, relativo à assistência em enfermagem de pacientes com disfunções musculoesqueléticas. 53. Pacientes que desenvolveram síndrome de embolia gordurosa decorrente de fratura de ossos longos ou da pelve, de múltiplas fraturas ou de lesões por esmagamento apresentam, em geral, manifestações clínicas que incluem hipóxia, taquipneia, taquicardia e febre. ( ) CERTO ( ) ERRADO 99 Estuda que a vida muda! Raramente representam uma condição de risco imediato à vida; Manter as prioridades de avaliação; Reconhecer lesões potencialmente fatais; Reconhecer a cinemática que produziu as lesões. Traumatismo Musculoesquelético (TME) 100 1 lesões associadas a risco de morte resultantes de traumatismo musculoesquelético; 2 traumatismo musculoesquelético que não acarreta risco de morte, associado a trauma multissistêmico com risco de morte; 3 traumatismo musculoesquelético isolado, que não acarreta risco de morte. Traumatismo Musculoesquelético (TME) Classificação Os traumas musculoesqueléticos podem ser classificados em três tipos: Inspeção à procura de deformidades ósseas que possam representar fraturas ou luxações. Presença de dor ou crepitação à palpação; Ossos e articulações Inspeção à procura de aumento de volume, lacerações, abrasões, hematomas, ferimento e observação da cor da pele; Lesões de tecidos moles Avaliação Avaliada pela palpação dos pulsos distais e observação do tempo de enchimento capilar; Perfusão Avaliação da função motora e sensitiva dos membros. Função neurológica Deve-se sempre atentar que a avaliação primária está focada na identificação e resolução dos principais problemas que possuem risco para a vida (XABCDE). 101 Etapas de tratamento Tratar quaisquer lesões que ameacem a vida encontradas na avaliação primária; Interromper quaisquer sangramentos e tratar o doente em choque; Avaliar a função neurovascular distal; Sustentar a área da lesão; Imobilizar o membro ferido, incluindo a articulação acima e a articulação abaixo do sítio de lesão; Reavaliar o membro ferido após a imobilização, para verificação de alterações na função neurovascular distal; e Tratar adequadamente a dor. 54. (AL-GO/IADES/2019) As alterações musculoesqueléticas correspondem a uma série de desordens de instabilidade óssea, muscular e (ou) articular, podendo ser traumáticas. Entre as alterações muscoloesqueléticas, destacam-se as fraturas, que podem ser frutos de um traumatismo ocasionado por trauma direto ou indireto. No que se refere ao tratamento de imobilização de lesão osteomuscular, assinale a alternativa correta. a) A redução de fraturas e a respectiva manutenção podem ser assumidas pelo técnico de enfermagem. b) As imobilizações especiais que incluem três ou mais articulações podem ser assumidas pelo enfermeiro. c) A atuação de profissionais de enfermagem nos cuidados ortopédicos e procedimentos de imobilização ortopédica não está normatizada pelo Conselho Federal de Enfermagem. 102 54. (AL-GO/IADES/2019) d) A assistência de enfermagem em ortopedia e em procedimentos relativos à imobilização ortopédica poderá ser executada por profissionais de enfermagem devidamente capacitados. e) A retirada e colocação de tala gessada está impedida legalmente pelo Conselho Federal de Enfermagem. Fraturas podem danificar o tecido muscular e os nervos; são classificadas em fechadas (quando não há ruptura da pele) e expostas (a integridade da pele é interrompida). Fraturas 103 A imobilização e a manipulação inadequadas podem converter uma fratura fechada em exposta. As duas fraturas comumente associadas à hemorragia grave são: fêmur e pelve (ílio, ísquio e púbis). Por isso, ao investigar crepitação na bacia, deve-se fazer a manobra de forma delicada. Fraturas Tipos de Lesão Fratura Quebra anormal da continuidade de um osso; Podem ser traumáticas ou patológicas, expostas ou fechadas; 40% no ambiente doméstico; Algumas simples, mas outras podem ser graves que acarretam risco de morte; 104 Tipos de Lesão Fratura Há uma maior incidência em mulheres após a menopausa e em idosos. Dor intensa; Inchaço do local fraturado; Deformidade do local; Incapacidade total ou parcial de mexer o membro fraturado; Tipos de Lesão Fratura Presença de hematomas; Presença de ferimentos no local da fratura; Diferença de temperatura entre o local fraturado e o sem fratura; Dormência e formigamento da área; 105 Classificação das Fraturas Segundo as suas causas: Fraturas traumáticas; Fraturas patológicas; Segundo a lesão envolvida: Fraturas simples; Fraturas expostas; Fraturas complicadas; Classificação das Fraturas Politraumatizado - paciente que tenha sofrido ao mesmo tempo várias fraturas num mesmo ou em diversos ossos. Fraturas cominutivas - o osso se parte em vários pequenos fragmentos. 106 Imobilização Mínimo 2 pessoas; Remover joias e relógios; Controle de hemorragia; Avaliar o pulso distal ao local da lesão antes e depois de imobilizar; Curativos estéreis em fraturas expostas. Alinhar o membro afetado (até o limite da dor) de modo a retornar à sua posição anatômica principalmente se não houver pulso palpável; Uma articulação acima e outra abaixo do osso fraturado; Contusão Compromete partes moles; produzida por uma força bruta; equimose, dor local e edema; Analgesia. 107 São caracterizadas pela a separação de dois ossos da articulação, resultante da significativa ruptura dos ligamentos que normalmente conferem estabilidade à articulação; Luxação Vejamos alguns conceitos importantes, conforme PHTLS (2017): 55. (Transpetro/CESGRANRIO/2018) Conhecer os tipos de lesões traumáticas é importante para a conduta adequada do socorrista. Existe um tipo de lesão, na qual as extremidades ósseas que formam uma articulação ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si, estando o osso desencaixado da articulação. Esse tipo de lesão é uma a) abrasão. b) contusão. c) entorse. d) fratura. e) luxação. 108 56. (Pref. do Rio de Janeiro-RJ/2019) O deslocamento das superfícies articulares entre os ossos com lesão de partes moles, apresentando dor intensa, perda das funções, deformidade e edema progressivo é chamado de: a) entorse. b) luxação. c) distensão. d) fratura. 57. (FHGV/QUADRIX/2019) Assinale a alternativa que apresenta a situação clínica que corresponde a uma emergência ortopédica que deve ser tratada na urgência. a) fratura fechada no punho. b) luxação do ombro. c) entorse de tornozelo. d) ferimento na perna. e) abrasão no pé. 109 São lesões nas
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