Buscar

Direito Penal.ppt

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
DIREITO PENAL
Prof. Evander
*
*
CONCEITO DE DIREITO PENAL
É o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos à coletividade, capazes de colocar em risco valores fundamentais para a convivência social, e descrevê-los como infrações penais, cominando-lhes, em consequencia, as respectivas sanções, além de estabelecer todas as regras complementares e gerais necessárias a sua correta e justa aplicação. (CAPEZ. 2012) 
*
*
DA FUNÇÃO ÉTICO-SOCIAL
Proteção aos valores fundamentais para a subsistência do corpo social, tais como a vida, a saúde, a liberdade, etc, denominados bens jurídicos.
Prescreve e castiga qualquer lesão aos deveres ético-sociais. Ex. “não matar”.
Evolução histórica.
Justiça primitiva;
Intervenção estatal.
*
*
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL
Conceito: momento em que algo tem origem, causa primária, elemento predominante, fonte.
Constitucionais Explícitos:
1. Legalidade (ou reserva legal) – os tipos penais somente podem ser criados por lei. Art. 5º, XXXIX CF.
2. Anterioridade – lei penal anterior ao fato concreto, art. 1º do CP.
3. Retroatividade da lei penal benéfica – art. 5º, XL da CF.
*
*
4. Personalidade ou responsabilidade pessoal - a punição não ultrapassa a pessoa do delinquente, art. 5º, XLV da CF.
5. Individualização da pena (não padronização) – o delinquente será punido na exata medida pelo o que ele fez, art. 5º, XLVI da CF.
6. Humanidade – bem estar da coletividade (inclusive dos condenados) e não haver penas cruéis – Art. 5º XLVII e XLIX da CF.
*
*
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS
1. Intervenção Mínima
O Direito Penal não deve interferir em demasia na vida do indivíduo;
Prever as penas estritamente necessárias.
2. Proporcionalidade
- As penas devem ser harmônicas com a gravidade da infração penal cometida, não tendo cabimento o exagero.
*
*
3. Vedação da dupla punição pelo mesmo fato: ninguém deve ser processado e punido duas vezes pela prática da mesma infração penal.
4. Insignificância ou bagatela
Lesão ínfima ao bem jurídico;
Sem periculosidade social a ação;
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade;
Valor da bagatela - STF
*
*
5. Alteridade ou transcendentalidade:
Proíbe a incriminação de atitude meramente interna;
Não há punição por mal feito a si mesmo;
Art. 28 da Lei 11.343/2006.
*
*
 “Fontes”: indicam o lugar de onde vem a norma jurídica (sua origem). Numa ótica normativa as fontes do direito penal se dividem em:
i) Fonte Material: é o órgão encarregado da produção da norma jurídica; ou seja, nada mais é do que uma fonte de produção; 
Nesse sentido, vale destacar que, de acordo com o art. 22, inciso I da CF/88, a União é o órgão encarregado da produção do Direito Penal.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
*
*
ii) Fontes Formais – são os meios, instrumentos de revelação (fonte de revelação/conhecimento). O que a fonte material cria, a fonte formal revela. As fontes formais, por sua vez, se subdividem em:
a) Fontes Formais Imediatas: a Lei e as súmulas vinculantes;
b) Fontes Formais Mediatas: os Costumes, a Jurisprudência e os Princípios Gerais de Direito.
*
*
 COSTUMES 
Conceito: costumes são comportamentos uniformes e constantes pela convicção de sua obrigatoriedade e necessidade jurídica.
O costume não cria crime e não comina pena. Porém, será que o costume revoga Lei? 
R: Existem três correntes que discutem a revogação de Leis pelos costumes.
1ª Corrente: defende que o costume não revoga Lei. Utiliza como fundamento a Lei de Introdução do Código Civil, a qual prevê que a Lei só é revogada por outra Lei. De acordo com essa corrente, por exemplo, o jogo do bicho é contravenção penal e será punido.
*
*
2ª Corrente: para essa corrente o costume revoga Lei, quando esta perde sua eficácia social. A sociedade passa a tolerar o comportamento. De acordo com essa corrente o jogo do bicho não é mais contravenção penal e, portanto, não será punido.
3ª Corrente: entende que o costume não revoga formalmente a Lei, mas pode impedir sua aplicação quando não mais contraria os interesses sociais. Para essa corrente o jogo do bicho permanece formalmente contravenção penal, porém, não será mais punido.
*
*
A corrente que prevalece é a primeira, a qual entende que o costume não revoga a Lei. Porém a doutrina e a jurisprudência modernas tem adotado a terceira corrente, entendendo que o costume não revoga formalmente a Lei, porém, pode impedir sua aplicação.
*
*
 Importante: Portanto, se o costume não cria crime, não comina pena, e não revoga pena, para que serve?
R: Os costumes são de suma importância para se interpretar a Lei. *No Direito Penal é muito bem vindo o costume interpretativo. O costume é utilizado para aclarar a Lei. Ex.: Art. 155, §1º do CP
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
 Repouso Noturno no Furto é o período em que a comunidade se recolhe para o descanso diário. E qual é esse período? Para se saber qual é esse período recorre-se aos costumes. Assim, depende do costume da localidade, o que irá variar conforme o local que o crime for praticado.
*
*
 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
Como ocorre com os costumes, também o Princípio Geral do Direito (direito que vive na consciência comum de um povo) não pode ser fonte de norma incriminadora, atuando principalmente no campo da interpretação.
Jurisprudência: é o fruto de decisões reiteradas de nossos Tribunais. 
OBS.: As “Sumulas” são uma modalidade de interpretação judicial e, em regra, não tem caráter vinculativo, mesmo quando editada pelos Tribunais Superiores, salvo as “Sumulas Vinculantes” editadas pelo STF em matéria constitucional, nos termos do art. 103-A da CF. 
*
*
DA LEI PENAL
Partes: preceito primário (descrição de conduta) e preceito secundário (sanção);
Características: não é proibitiva, mas descritiva;
Classificação: incriminadoras e não incriminadoras;
A) leis incriminadoras – descrevem crimes e cominam penas. 
B) leis não incriminadoras – não descrevem crimes, nem cominam penas;
C) leis não incriminadoras permissivas – tornam lícitas determinadas condutas tipificadas em leis incriminadoras. Ex. legítima defesa.
D) leis não incriminadoras finais, complementares ou explicativas – esclarecem o conteúdo de outras normas e delimitam o âmbito de sua aplicação. Ex. Parte Geral.
*
*
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
A lei penal pode ser:
Completa. É aquela que dispensa complemento normativo (que é aquele dado por outra norma) ou valorativo (que é aquele dado pelo juiz). A regra no ordenamento jurídico brasileiro é a lei penal ser completa. Ex.: Art. 121 do Código Penal.
Incompleta. É aquela norma penal que necessita de complemento normativo, ou seja, um complemento dado por outra norma, recebendo o nome de Norma Penal em Branco. Ela se subdivide em:
*
*
1) Norma penal em branco própria, também chamada de norma penal em branco em sentido estrito ou heterogênea. É aquela cujo complemento normativo não emana do legislador. Ex.: Lei de Drogas. Quem irá definir o que se enquadra como droga é o poder Executivo, por meio de uma Portaria do Ministério da Saúde (Portaria nº 344/08).
2) Norma penal em branco imprópria ou em sentido amplo ou homogênea. É aquela na qual o complemento normativo emana do legislador, ou seja, lei complementando lei. Ela se subdivide em:
 
a.2.1) Norma penal em branco Homovitelina (Homóloga): é uma espécie de norma penal em branco imprópria. É aquela que o complemento emana da mesma instância legislativa. Ex.: Conceito de Funcionário Público. No presente
caso há uma norma do Código Penal complementado outras normas do próprio Código Penal.
 
a.2.2) Norma penal em branco heterovitelina ou heteróloga. É aquele em que o complemento emana de instância legislativa diversa. Ex.: Art. 236 do CP – a matéria acerca de impedimento é tratada no Código Civil. 
*
*
3) Norma penal em branco ao revés é aquela que o complemento normativo diz respeito a sanção, não ao conteúdo proibitivo. O que precisa de complemento é a sanção penal. Atentar ao fato de que na norma penal em branco ao revés o complemento só pode ser lei. Ex: Art. 1º da Lei 2889/56. 
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: 
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
Será punido:
Com as penas do art. 121 , § 2º , do Código Penal , no caso da letra a;
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
*
*
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
ART. 1.º DO CP:
 “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.” 
 Previsto também na CF em seu art. 5.º, XXXIX, tem por finalidade servir como garantia política ao cidadão; garantia contendora do poder político- estatal, contra a arbitrariedade.
*
*
IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL
 Art. 2.º, caput, do CP: “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.”
Lei que revoga um tipo incriminador extingue o direito de punir (abolitio criminis). A conseqüência do “abolitio criminis” é a extinção da punibilidade do agente. Por beneficiar o agente, o “abolitio criminis” alcança fatos anteriores e será aplicado pelo Juiz do processo, podendo ser aplicado antes do final do processo, levando ao afastamento de quaisquer efeitos da sentença, ou após a condenação transitada em julgado. 
*
*
Art. 2.º, par. ún., do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.” A lei nova que for mais benéfica retroage em favor do agente. 
Extratividade 
É o fenômeno pelo qual a lei produz efeitos fora de seu período de vigência. Divide-se em duas modalidades: retroatividade e ultratividade. Na retroatividade, a lei retroage aos fatos anteriores à sua entrada em vigor, se houver benefício para o agente; enquanto na ultratividade, a lei produz efeitos mesmo após o término de sua vigência.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando