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Aula 06 (2)

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CARREIRAS JURÍDICAS 
Direito Tributário 
Renato de Pretto 
1 
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – 
arts. 151/155-A, CTN 
(i) rol taxativo (art. 151 c/c arts. 141 e 111, I, 
CTN); 
(ii) suspensão da exigibilidade e do prazo 
prescricional; 
(iii) suspensão da inscrição no CADIN e 
possível obtenção da certidão de regularidade 
fiscal (art. 206, CTN); 
(iv) remanescem as obrigações acessórias (art. 
151, p.ú., CTN); 
 
 
(1) MORATÓRIA 
(i) Dilação por lei do prazo para o regular 
pagamento do tributo; 
(ii) espécies: geral/objetiva (direito adquirido) x 
individual/subjetiva (não direito adquirido; 
despacho administrativo; garantias) (*); 
 
 
Art. 152. A moratória somente pode ser 
concedida: 
I - em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público 
competente para instituir o tributo a que se 
refira; 
b) pela União, quanto a tributos de 
competência dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios, quando simultaneamente 
concedida quanto aos tributos de competência 
federal e às obrigações de direito privado; 
II - em caráter individual, por despacho da 
autoridade administrativa, desde que 
autorizada por lei nas condições do inciso 
anterior. 
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória 
pode circunscrever expressamente a sua 
aplicabilidade à determinada região do território 
da pessoa jurídica de direito público que a 
expedir, ou a determinada classe ou categoria 
de sujeitos passivos. 
(iii) moratória parcelada (art. 153, III, b, CTN ≠ 
parcelamento (política fiscal; multa e juros não 
são excluídos – art. 155-A, § 1º, CTN); 
(iv) consequências do dolo ou simulação na 
concessão (art. 155, CTN (*) – multa e não 
contagem do prazo prescricional) – incidência 
ainda ao parcelamento (art. 155-A, § 2º), 
remissão (art. 172, p.ú.), isenção (art. 179, § 
2º) e anistia (art. 182, p.ú.). 
 
Art. 155. A concessão da moratória em caráter 
individual não gera direito adquirido e será 
revogada de ofício, sempre que se apure que o 
beneficiado não satisfazia ou deixou de 
satisfazer as condições ou não cumpria ou 
deixou de cumprir os requisitos para a 
concessão do favor, cobrando-se o crédito 
acrescido de juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos 
casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou 
de terceiro em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais 
casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste 
artigo, o tempo decorrido entre a concessão da 
moratória e sua revogação não se computa 
para efeito da prescrição do direito à cobrança 
do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a 
revogação só pode ocorrer antes de prescrito o 
referido direito. 
 
 
(2) DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL 
(i) direito subjetivo do contribuinte; 
(ii) extingue o crédito com a conversão em 
renda (art. 156, VI, CTN); 
(iii) integral e em dinheiro (S. 112, STJ) (*); 
(iv) dispensa o lançamento; 
(v) art. 38, LEF x SV 28 (*). 
 
Súmula nº 112, STJ. O depósito somente 
suspende a exigibilidade do crédito tributário se 
for integral e em dinheiro. 
 
Art. 38, LEF: 
A discussão judicial da Dívida Ativa da 
Fazenda Pública só é admissível em execução, 
na forma desta lei, salvo as hipóteses de 
mandado de segurança, ação de repetição do 
indébito ou ação anulatória do ato declarativo 
da dívida, esta precedida do depósito 
preparatório do valor do débito, 
monetariamente corrigido e acrescido dos juros 
e multa de mora e demais encargos. 
 
SV 28, STF: 
É inconstitucional a exigência de depósito 
prévio como requisito de admissibilidade de 
ação judicial na qual se pretenda discutir a 
exigibilidade de crédito tributário. 
(vi) Incidência de IRPJ e CSLL aos juros de 
depósitos judiciais (*). 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DE IRPJ 
E CSLL SOBRE OS JUROS 
REMUNERATÓRIOS DEVIDOS NA 
DEVOLUÇÃO DOS DEPÓSITOS JUDICIAIS. 
RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO 
CPC E RES. 8/2008-STJ). 
Incidem IRPJ e CSLL sobre os juros 
remuneratórios devidos na devolução dos 
depósitos judiciais efetuados para suspender a 
exigibilidade do crédito tributário. (...) o art. 1º, 
§ 3º, da Lei 9.703/1998, que regula os 
depósitos judiciais para fins de suspensão da 
exigibilidade de tributos, estabelece que o 
depósito, após o encerramento da lide, deve 
ser devolvido ao depositante vitorioso 
“acrescido de juros”, na forma do art. 39, § 4º, 
da Lei 9.250/1995 (Selic). Esta lei, por sua vez, 
atribui a natureza jurídica de juros à 
remuneração do capital depositado. Portanto, a 
natureza jurídica da remuneração do capital é 
de juros remuneratórios, o que resulta em 
acréscimo patrimonial que compõe a esfera de 
disponibilidade do contribuinte. Assim, 
considerando o fato de que a legislação do 
IRPJ trata os juros como receitas financeiras, 
deve-se concluir que incidem IRPJ e CSLL 
sobre os juros remuneratórios decorrentes dos 
depósitos judiciais devolvidos. (STJ, REsp 
1.138.695-SC, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, julgado em 22/5/2013). 
 
 
(3) RECLAMAÇÕES E RECURSOS NO PAF 
- Decisão administrativa no prazo máximo de 
360 dias (art. 24, Lei nº 11.457/07); 
- depósito recursal e arrolamento de bens –S. 
373, STJ e SV21 (*); 
 
Súmula vinculante nº 21: 
É inconstitucional a exigência de depósito ou 
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para 
admissibilidade de recurso administrativo. 
 
 
01. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de 
Serviços de Notas e de Registros) Caso o 
contribuinte notificado para pagar 
determinado tributo apresente, em tempo 
hábil, recurso administrativo pela extinção 
do crédito, 
 
 
a) a exigibilidade do crédito será suspensa se 
houver depósito do montante integral do crédito 
tributário, independentemente do recurso. 
b) a exigibilidade do crédito tributário será 
suspensa pelo recurso se, concomitantemente, 
for realizado o depósito do montante integral do 
crédito tributário. 
c) a exigibilidade do crédito será suspensa 
somente se o recurso for acatado. 
d) a exigibilidade do crédito tributário não será 
suspensa. 
e) a exigibilidade do crédito tributário será 
suspensa apenas durante os 30 dias seguintes 
à protocolação do recurso. 
 
 
(4) LIMINAR OU TUTELA ANTECIPADA 
 
(5) PARCELAMENTO 
(i) lei específica; 
(ii) segunda lei específica para devedores em 
recuperação judicial. 
 
 
02. (CEPERJ - 2010 - SEFAZ-RJ - Oficial de 
Fazenda) No que tange à suspensão do 
crédito tributário, é correto afirmar que: 
 
a) O depósito do montante tido como correto 
pelo contribuinte depositante, sempre que for 
veiculado em dinheiro, impede a Fazenda 
Pública de promover a execução fiscal 
correspondente. 
 b) A interposição de reclamações deve ser 
feita nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo. 
 c) O contribuinte não pode impetrar mandado 
de segurança preventivo diante da ameaça de 
cobrança de tributo ilegal. 
 d) O parcelamento independe de lei específica 
e exclui a incidência de juros. 
 e) A moratória representa renúncia de receita 
porque incide sobre os juros de mora e o valor 
principal, bem como é concedida para 
recuperar o desenvolvimento de determinado 
setor. 
 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – arts. 
156/174, CTN 
- Característica: rol taxativo (art. 156 c/c art. 
141, CTN) x exemplificativo (art. 111, I, CTN). 
(1) Pagamento (arts. 157/164, CTN) 
 
 
 
 
 
 
 
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- art. 158, CTN: não-presunção de pagamento 
x art. 322, Código Civil; CRLVeículos (STJ); 
- arts. 159/160, CTN: local e prazo de 
pagamento (p.ú. Do art. 160: desconto sujeita-
se à legislação tributária); 
- art. 162, CTN: formas de pagamento; 
- art. 163, CTN (*): imputaçãoem pagamento 
- critérios: 
- 1. contribuinte → responsável; 
- 2. grau de retributividade; 
- 3. ordem crescente da prescrição; 
- 4. ordem decrescente dos montantes) – S. 
464, STJ (*) - não à regra do art. 354, CC); 
 
Art. 163, CTN. Existindo simultaneamente dois 
ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito 
passivo para com a mesma pessoa jurídica de 
direito público, relativos ao mesmo ou a 
diferentes tributos ou provenientes de 
penalidade pecuniária ou juros de mora, a 
autoridade administrativa competente para 
receber o pagamento determinará a respectiva 
imputação, obedecidas as seguintes regras, na 
ordem em que enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação 
própria, e em segundo lugar aos decorrentes 
de responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de 
melhoria, depois às taxas e por fim aos 
impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de 
prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
 
Súmula nº 464, STJ: A regra de imputação de 
pagamentos estabelecida no art. 354 do 
Código Civil não se aplica às hipóteses de 
compensação tributária. 
 
- Pagamento Indevido e Repetição do Indébito 
(arts. 165/169, CTN) 
(i) prova do erro? Não; 
(ii) ilegitimidade do mero arrecadador do tributo 
(*); 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E 
TRIBUTÁRIO. LEGIMITIDADE PASSIVA EM 
DEMANDA QUE OBJETIVA A RESTITUIÇÃO 
DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
INDEVIDAMENTE ARRECADADA. Não é 
cabível o ajuizamento de demanda judicial na 
qual se pleiteie a restituição de contribuição 
previdenciária indevidamente arrecadada em 
face do sujeito que apenas arrecada o tributo 
em nome do sujeito ativo da relação jurídico-
tributária. Pertence ao sujeito ativo da relação 
jurídico-tributária, e não ao sujeito que apenas 
arrecada a contribuição previdenciária em 
nome do sujeito ativo, a legitimidade para 
figurar no polo passivo de demanda em que se 
pleiteie a restituição do tributo indevidamente 
arrecadado. AREsp 199.089-PE, Rel. Min. 
Arnaldo Esteves Lima, julgado em 5/2/2013. 
(AGRAVANTE : SINDICATO DOS 
TRABALHADORES DAS UNIVERSIDADES 
FEDERAIS DE PERNAMBUCO SINTUFEPE 
X AGRAVADO : UNIVERSIDADE FEDERAL 
DE PERNAMBUCO UFPE ). 
(iii) crédito decaído ou prescrito (STJ); 
(iv) restituição de tributo indireto – art. 166, 
CTN; 
(v) precatório ou compensação – S. 461, STJ 
(*); 
(vi) restituição com juros e correção (art. 167, 
CTN) – S. 188, STJ (*) e S. 162, STJ (*). 
 
Súmula nº 461, STJ: O contribuinte pode optar 
por receber, por meio de precatório ou por 
compensação, o indébito tributário certificado 
por sentença declaratória transitada em 
julgado. 
 
Súmula nº 162, STJ: Na repetição de indébito 
tributário, a correção monetária incide a partir 
do pagamento indevido. 
 
Súmula nº 188, STJ: Os juros moratórios, na 
repetição do indébito tributário, são devidos a 
partir do trânsito em julgado da sentença. 
(vii) prazo no âmbito administrativo – 5 anos 
(art. 168, CTN) – prazo decadencial: (i) 
extinção não-contenciosa; (ii) extinção 
contenciosa; 
(viii) prazo no âmbito judicial – art. 169, CTN 
(*): (i) via judicial direta – 5 anos; (ii) prévia via 
administrativa – prazo prescricional de 2 anos. 
(ix) irrelevância da decisão do STF que declara 
a inconstitucionalidade do tributo; 
 
 
 
 
 
 
 
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(x) Lançamento por homologação: 5 anos do 
pagamento – LC 118/05 (*). 
Art. 169, CTN. Prescreve em 2 (dois) anos a 
ação anulatória da decisão administrativa que 
denegar a restituição. 
 
Parágrafo único. O prazo de prescrição é 
interrompido pelo início da ação judicial, 
recomeçando o seu curso, por metade, a partir 
da data da intimação validamente feita ao 
representante judicial da Fazenda Pública 
interessada. (Obs.: parágrafo único trata da 
prescrição intercorrente, que, se aplicada, deve 
levar em consideração a ideia da S. 383, do 
STF. Assim, conjugam-se duas regras 
cumulativas: 1. a prescrição intercorrente 
jamais será inferior a um (1) ano; 2. esse prazo 
de um ano somado ao período para a 
propositura da ação jamais poderá ser inferior 
a vinte e quatro (24) meses). 
 
Súmula nº 383 do STF: “A prescrição em favor 
da Fazenda Pública recomeça a correr, por 
dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, 
mas não fica reduzida aquém de cinco anos, 
embora o titular do direito a interrompa durante 
a primeira metade do prazo”. (Obs.: essa 
súmula, mutatis mutandis, deve ser assim lida 
ante a anotação supra: “A prescrição em favor 
da Fazenda Pública recomeça a correr, por um 
ano, a partir do ato interruptivo, mas não fica 
reduzida aquém de dois anos, embora o titular 
do direito a interrompa durante a primeira 
metade do prazo”. 
 
EDCL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 3º DA LC 
N. 118/2005. POSICIONAMENTO DO STF. A 
Seção, por maioria, confirmou o entendimento 
de julgamento anterior submetido ao regime do 
art. 543-C do CPC e Res. n. 8/2008-STJ de 
que, após a declaração de 
inconstitucionalidade do art. 4º da LC n. 
118/2005, permanece a regra geral de que o 
art. 3º da mesma lei entra em vigor, como todo 
o conjunto normativo a que pertence, 120 dias 
após a sua publicação, ou seja, em 9/6/2005. 
 
 
 
 
 
 
Sendo assim, consoante a correta leitura do 
art. 3º, a partir de 9/6/2005, para efeito de 
interpretação do inciso I do art. 168 do CTN, a 
extinção do crédito tributário ocorre, no caso de 
tributo sujeito a lançamento por homologação, 
no momento do pagamento antecipado de que 
trata o § 1º do art. 150 do referido código. EDcl 
no REsp 1.269.570-MG, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, julgados em 22/8/2012 (ver 
Informativo n. 498). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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