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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE AULA PARA EAD (MATERIAL DIDÁTICO PAR USO EXCLUSIVO NA PLATAFORMA CEDERJ DA DISCIPLINA PORTUGUÊS VI) CURSO: LETRAS DISCIPLINA: Português VI CONTEUDISTAS: Ana Cláudia Machado Teixeira/ Ivo da Costa do Rosário / Monclar Guimarães Lopes AULA 13 Domínio burocrático: carta formal, ofício, memorando, edital META Compreender o domínio burocrático como esfera de produção discursiva que abrange gêneros textuais marcados pela formalidade e pelas rotinas oficiais das esferas públicas e privadas. OBJETIVOS Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 1 1. Compreender a carta formal como um tipo de correspondência destinada a uma entidade pública ou privada, com estruturação específica e linguagem padrão; 2. Estabelecer distinções entre o ofício e o memorando, tendo em vista que ambos são mecanismos formais de veiculação de informações com grandes semelhanças entre si; 3. Reconhecer a estruturação e uso funcional dos editais, com especial foco para os editais de concurso público. INTRODUÇÃO O Novo Dicionário da Língua Portuguesa (s/d, p. 295) apresenta diferentes acepções para o verbete burocracia. Dentre eles, destacamos o seguinte: 1. “Administração da coisa pública por funcionário (de ministério, secretaria, repartições, etc) sujeito a hierarquia e regulamento rígidos, e a uma rotina inflexível”. De fato, ao pensarmos no termo burocracia, normalmente o associamos a administração pública, hierarquia, regulamentos, rotinas. Nesse universo da burocracia, circulam gêneros textuais bastante específicos, cuja função é regular e regulamentar algumas rotinas oficiais das diferentes esferas governamentais e também privadas. Normalmente esses textos são marcados por forte precisão conceitual e linguística, tendo em vista que as ambiguidades e polissemias podem desencadear diversos transtornos para as rotinas administrativas. Na esfera burocrática, destacamos quatro gêneros dentre tantos outros. Esses quatro serão objeto de investigação desta aula. São eles: carta formal, ofício, memorando e edital. Cada um cumpre uma diferente função e é marcado por diferentes propriedades estruturais. 2 Em termos didáticos, é muito comum que nem todos sejam trabalhados no campo da produção, mas apenas da leitura. Por exemplo, seria muito inusitado solicitar que nossos alunos elaborassem editais de concurso. Sabemos que esse gênero é bastante complexo e exige diversos conhecimentos não só linguísticos, mas também jurídicos. Entretanto, a leitura proficiente desse gênero – assim como dos demais - é fundamental para que diversos direitos do cidadão sejam resguardados. Isso ficará mais claro ao longo desta aula que, oportunamente, também intentará demonstrar como os gêneros carta formal, ofício, memorando e edital podem ter aplicação didática em aulas de línguas portuguesa da Educação Básica. Então, vamos ao trabalho! 1. CARTA FORMAL Ao falarmos em carta, em geral, associamos esse termo ao conceito de carta pessoal, como foi desenvolvido na aula 9. Lembramos que carta pessoal é um gênero epistolar do domínio memorialístico, que tem como objetivo estabelecer nossa comunicação com alguém próximo de nós, como alguém da família ou algum amigo. O uso de cartas é uma prática sócio-discursiva muito antiga. Por exemplo, Bazerman (2006, p. 86) afirma que, no antigo Oriente Próximo e na Grécia, os primeiros comandos escritos ao lado de outros assuntos de Estado foram feitos na forma de cartas. E o autor acrescenta: As cartas forneciam a identificação do autor e audiência e, no período mais antigo, elas eram entregues por mensageiro pessoal da autoridade – o qual, dizia-se, passava a representar a própria presença ou projeção (“parousia”) do emissor. A aparente encenação social era ainda realçada com a leitura em voz alta pelo mensageiro que podia portar uma segunda mensagem falada, não confiada à escrita. 3 Além da carta pessoal, há outros tipos de carta que estão ligados a diferentes domínios discursivos. De fato, há diversas formas de correspondência que são utilizadas no cotidiano, em situações desde as mais informais até as mais formais. Com as novas tecnologias em voga, houve substanciais alterações nesses gêneros, especialmente com relação às formas de transmissão. Com a internet, ficou tudo muito ágil e prático. Contudo, diversos tipos de carta resistem ao tempo de forma preservada ou transformada. Dentre os diversos tipos de carta, além da carta pessoal, podemos citar as seguintes: a) Carta argumentativa – Esse tipo de carta é especialmente caracterizada pelo predomínio de sequências tipológicas de caráter dissertativo-argumentativo. Costuma ser cobrada em alguns exames como vestibular e ENEM. Nas cartas argumentativas, não há um destinatário específico, mas, ao contrário, um receptor “universal”, tendo em vista que é escrita idealmente para todos ou para um grande público. Costuma ser fortemente persuasivas. b) Carta do leitor – Esse gênero faz parte do domínio jornalístico. Costuma ser um texto bastante curto e sintético, publicado em jornais e revistas. Normalmente a carta do leitor é utilizada para comunicar alguma insatisfação por conta de produtos e serviços de má qualidade. Também pode ser dirigida ao próprio jornal ou revista como uma crítica a alguma matéria anteriormente publicada pelo próprio veículo de comunicação. Alguns jornais e revistas realizam edições nas cartas dos leitores, visando a toná-las mais amenas e/ou padronizadas do ponto de vista linguístico. c) Carta aberta – Como o próprio nome diz, a carta aberta é dirigida a todos. Normalmente é utilizada com cunho político, na defesa de alguém ou de alguma instituição, associação ou agremiação. Trata de interesse coletivo e a autoria também costuma ser coletiva. 4 d) Carta comercial – Também chamada de correspondência técnica, é um gênero ainda utilizado em contextos empresariais e comerciais. A autoria é normalmente de uma pessoa jurídica. Pode ter fins lucrativos ou não. Muito brevemente, esses são alguns tipos de carta que, como vimos, atendem a objetivos diferentes. Agora que você já conheceu – mesmo que sinteticamente – esses tipos de carta, vamos ao tema central desta seção, que é a carta formal. A carta formal é uma correspondência que escrevemos para alguma entidade pública ou privada, com estruturação e linguagem formais. Na carta formal, há identificação clara tanto do remetente quanto do destinatário e a mensagem tende a ser bastante sintética sem rodeios verbais ou exploração de minúcias. Clareza e objetividade estão sempre presentes. Vejamos um exemplo de carta formal, com as partes que comumente a compõem: 5 Fonte: https://linguaportuguesa9ano.wordpress.com/2012/11/13/como-escrever-uma- carta-formal/. Acesso em 13 de agosto de 2016. Com base no modelo apresentado, vamos analisar cada parte componente da carta formal: remetente, destinatário, data, assunto, fórmula inicial de cortesia, texto da carta, fórmula final de despedida e linha de assinatura. Como vimos insistindo ao longo de nosso curso, vale a pena frisar que todos os gêneros textuais, em geral, apresentam variações em sua estrutura. Assim, certamente há muitas cartas formais que não apresentam todos esses elementos ou até mesmo apresentem outros não 6 indicados nesta aula. Feita essa observação, vamos discutir brevemente cada parte da carta formal apresentadacomo modelo em nossa aula: a) Remetente - Costuma ser a primeira parte do texto. Nessa parte, todos os dados do autor da carta devem estar explicitados, como nome completo (da pessoa física ou pessoa jurídica), endereço completo com CEP, telefone/fax e, mais modernamente, o e-mail. Essas informações ficam na parte superior esquerda do texto. b) Destinatário – É a segunda parte da carta. Da mesma forma como acontece com o remetente, também o destinatário deve estar totalmente identificado com os mesmos dados supracitados. Essa parte da carta costuma estar disposta ao lado direito, o que facilita a distinção do remetente. Em cartas formais, o nível de formalidade é mantido em todas as partes. Assim, é muito comum que o destinatário seja encabeçado por uma forma cerimoniosa de tratamento. No exemplo apresentado, foi utilizado “Exmo. Senhor”. c) Data – A data é uma marca de temporalidade. Como a carta formal trata de assuntos objetivos e situacionalmente ancorados, a data é fundamental para que a questão tratada seja corretamente enquadrada na situação comunicativa. Logo, é indispensável. d) Assunto – O assunto é uma maneira bastante sintética e facilitada de se identificar o teor da carta. Por meio desse item, o leitor não precisará fazer a leitura de todo o texto para descobrir do que trata a carta. No exemplo apresentado, o assunto é “Pedido de documentação”. e) Fórmula inicial de cortesia – Essa é mais uma parte componente da carta formal e varia segundo o status do destinatário. Na carta em modelo, a fórmula inicial de cortesia é a mesma utilizada no destinatário (“Exmo. Senhor”), mas 7 poderia ser outra. Após a exploração de cada parte da carta formal, apresentaremos um quadro com algumas fórmulas iniciais de cortesia. f) Texto da carta – Nessa parte, o autor da carta, em linguagem formal e objetiva, expõe o assunto. É o “coração” do texto, com a mensagem propriamente dita. Pode ser organizado em um único parágrafo ou em mais de um, a depender da complexidade ou brevidade do assunto tratado. g) Fórmula final de despedida – Assim como a fórmula inicial, a fórmula final também aparece em todas as cartas formais, tendo em vista o tom cerimonioso que a caracteriza. Costuma ser bastante breve. h) Linha de assinatura – Ao final, há a assinatura do autor do texto, acompanhada do seu respectivo nome. Como se trata de um gênero sempre com autoria definida, é fundamental que haja clareza quanto ao nome do remetente, assim como a assinatura que, em nossa cultura, atesta a responsabilidade sobre o escrito. A carta pode vir, ainda, acompanhada de anexos. Por exemplo, na carta formal endereçada a uma empresa, comércio ou indústria com o objetivo de se alcançar um emprego, é comum que o curriculum vitae do interessado seja anexado, de modo que os possíveis empregadores possam conhecer as experiências do candidato à vaga. A seguir, vejamos algumas fórmulas iniciais (ou de abertura) e algumas fórmulas finais (ou de despedida) de cartas formais. Naturalmente, há múltiplas outras possibilidades de fórmulas, mas as que apresentamos abaixo cumprem função ilustrativa do conteúdo que estamos explorando. 8 Fonte: http://pt.slideshare.net/marcelocaxias/06-2-aaulacarta. Acesso em 12 de agosto de 2016. INÍCIO DE ATIVIDADE Atende ao objetivo 1. ATIVIDADE 1 Leia a carta abaixo, publicada pela Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, no dia 1º de outubro de 2013 em virtude de ataques sofridos pelos professores da educação básica do Rio de Janeiro: 9 Fonte: http://www.feuff.uff.br/index.php/noticias/456-carta-de-repudio-a-violencia-empregada-contra- trabalhadores-da-educacao-no-rio-de-janeiro. Acesso em 10 de agosto de 2016. Como é possível verificar, a carta foi elaborada em linguagem formal, sem registro de coloquialismos, gírias ou quaisquer informalidades. Diante disso, responda: Esse texto pode ser considerado como pertencente ao gênero carta formal? Por quê? (DIAGRAMAÇÃO: Deixar 5 linhas para resposta) RESPOSTA COMENTADA: A linguagem formal é apenas um traço ou característica da carta formal. Logo, não é suficiente para caracterizar o gênero. A carta apresentada pelo exercício é uma carta aberta, ou seja, pertence a outro gênero. A carta formal normalmente segue uma estrutura bastante diferente da que constatamos no exercício. Em geral, a carta formal é escrita por um remetente específico (e não por um grupo de pessoas, como é o caso dos departamentos da Faculdade de Educação da UFF), dirige-se a um destinatário também específico (diferente da carta apresentada, que é aberta a todos os interessados em geral, ou seja, a toda a sociedade). Além disso, a carta formal apresenta fórmula inicial de cortesia e fórmula final de despedida, o que vai de 10 encontro com um texto cujo objetivo é ser uma moção de repúdio à violência. Logo, a carta elaborada pelos docentes da UFF não é uma carta pessoal. É uma carta aberta. FIM DE ATIVIDADE 2. OFÍCIO A palavra ofício tem vários significados possíveis. Comumente, essa palavra é utilizada com o significado de ocupação, função ou emprego. No domínio burocrático, o gênero ofício é compreendido sob outra acepção, podendo ser definido como uma “correspondência externa usada principalmente pelos órgãos do governo e autarquias” (cf. MARTINS, 2010, p. 231). Apresenta-se, vida de regra, como uma comunicação escrita em tom formal e cerimonioso. Funcionalmente, podemos afirmar que os ofícios são utilizados em maior medida no serviço público. É um tipo de correspondência trocada entre autoridades que exercem funções semelhantes, ou ainda na comunicação de funcionários com cargos inferiores em relação aos seus superiores, com a função de solicitar algo oficialmente. Tecnicamente o ofício deve tratar de um único assunto. Isso tem o objetivo de assegurar a comunicação de forma mais precisa, objetiva, impessoal e direta possível. Entretanto, alguns entes adotam posturas diferentes, tratando de vários assuntos em um mesmo ofício, de forma até mesmo desconexa. É claro que isso, sem dúvida, pode comprometer a clareza das informações. Vejamos um modelo de ofício e, logo em seguida, um breve comentário acerca de suas partes principais: 11 Fonte: http://www.utfpr.edu.br/apucarana/estrutura- universitaria/assessorias/ascom/destaques/oficio-conselho-regional-de-quimica/view. Acesso em 9 de agosto de 2016. 12 a) Timbre - Como ofícios são correspondências muito formais e oficiais, é comum que sejam redigidos e veiculados em papel timbrado. O timbre identifica o órgão oficial responsável pela emissão do documento. No ofício apresentado, o responsável é o Conselho Regional de Química da 9ª região/Paraná. Como é um órgão ligado ao governo federal, a primeira identificação desse ofício é a expressão “Serviço Público Federal”, ao qual o referido Conselho é subordinado. b) Índice – O índice fica ao lado esquerdo. Nele, existe uma numeração que regula a expedição dos ofícios. No modelo, vemos o número 00733/12-ADM. Isso significa que outros 732 ofícios já haviam sido expedidos pelo Conselho Regional de Química antes deste ofício que nos serve de modelo. A sigla “12- ADM” indica o ano de expedição (2012) e a unidade expedidora. Certamente a unidade expedidora é um órgão da administração (ADM) do CRQ. c) Local e data – Assim como a carta formal, os ofícios precisam ser datados, tendo em vista que as informações veiculadas são temporalmente situadas. O local e a data são dispostos à margem direita.d) Fórmula inicial de cortesia – Assim como em todas as correspondências formais, a fórmula inicial de cortesia é um vocativo que indica um tom cerimonioso para se fazer referência ao destinatário. No ofício apresentado, é utilizada a expressão “Prezado Diretor-Geral”. A fórmula inicial é seguida por vírgula. e) Comunicação – A comunicação é o corpo do texto propriamente dito, com a mensagem que se quer veicular, de forma clara e concisa. Pode ser organizada em um ou em mais parágrafos. Quando há mais de um parágrafo (como no modelo apresentado), as linhas em branco costumam ser evitadas. f) Fórmula final de despedida – É uma breve despedida ou fecho. Assim como a fórmula inicial, é sempre feita em tom formal e cerimonioso. No caso, lemos “Atenciosamente”, por se tratar de uma comunicação entre autoridades no mesmo plano hierárquico. Se fosse uma comunicação entre um subalterno e 13 um superior, seria mais apropriado o termo “Respeitosamente”, apesar de não haver estrita obrigatoriedade quanto a essa distinção. i) Linha de assinatura – Ao final do ofício, há a assinatura do responsável pelo texto, acompanhada do seu respectivo nome e função na empresa ou órgão. Como se trata de um texto sempre com autoria definida, é fundamental que haja clareza quanto ao nome do emitente, assim como a assinatura que, em nossa cultura, atesta a responsabilidade sobre o escrito. Esses elementos são centralizados na página. j) Destinatário – É o campo que indica o endereço para o qual o ofício é enviado. Esse campo é também acompanhado do nome completo e do cargo ocupado pela autoridade que receberá a comunicação formal (no caso, o Prof. Aloysio Gomes de Souza Filho, Diretor-Geral do Campus Apucarana). Essas informações ficam à margem esquerda. O ofício apresentado ainda conta com uma observação: “Remetido com AR”. A sigla AR significa “Aviso de Recebimento”. Quando o documento é entregue em seu destino, ele é acompanhado por uma guia que precisa ser assinada por quem o recebe. Essa guia é o AR. Trata-se de uma forma de o remetente ter certeza de que o documento chegou ao destino pretendido, visto que, uma vez assinada, volta ao endereço do emitente. Existe ainda um subtipo de ofício chamado ofício-circular. Trata-se de uma forma de comunicação que não tem propriamente um único destinatário, mas vários, devidamente identificados na parte esquerda inferior do documento. Assim como o ofício, também se caracteriza como um tipo de carta expedida por autoridade pública, mas não é uma correspondência endereçada a uma única pessoa ou repartição. A estrutura é praticamente a mesma do ofício. Com relação às normas de formatação, o Manual de Redação da Presidência da República (doravante MRPR) estipula o seguinte: 14 Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número da página; d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares ("margem espelho"); e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda; f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura; g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco; i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento; j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações; l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto; n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: "Of. 123 - relatório produtividade ano 2002" Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm. Acesso em 9 de agosto de 2016. 3. MEMORANDO Memorando é uma palavra de origem latina que significa “deve ser lembrado ou digno de memória”. Segundo o MRPR, o memorando “é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente”. Assim, à diferença do ofício e do ofício-circular, o memorando é uma forma de comunicação eminentemente 15 interna, ou seja, endereçada a um grupo específico dentro de uma mesma empresa, repartição ou órgão. Ainda segundo o MRPR, “o memorando pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público”. Admite, portanto, uma grande possibilidade de temas e/ou assuntos a serem tratados. Ademais, trata-se de uma forma ágil de comunicação, menos solene, conforme assevera Martins (2010, p. 216). É uma correspondência menos burocratizada e mais simples, sem dúvida. Quando se utiliza mais de uma folha para a exposição do conteúdo do memorando, denomina-se a segunda folha como “folha de continuação”. O memorando e o ofício são muito semelhantes, especialmente no tocante aos aspectos estruturais, com uma disposição das informações bem rígida. Uma das poucas diferenças estruturais entre ambos os gêneros é que, no memorando, comumente o destinatário é indicado pelo cargo que ocupa, e não pelo seu nome próprio. Vejamos um modelo de memorando: 16 Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm. Acesso em 9 de agosto de 2016. As grandes semelhanças entre ofício e memorando dispensam uma abordagem muito pormenorizada para esse segundo gênero. Vale frisar que o memorando também é pautado por uma linguagem objetiva, impessoal, precisa e breve. No ofício, o índice é indicado pela sigla OF. ou pela própria palavra em extenso – Ofício. Já no memorando, utiliza-se a sigla Mem. (como no exemplo anterior), MEMO ou ainda a palavra por extenso – Memorando, seguido de numeração e código do órgão responsável pela sua expedição. INÍCIO DE ATIVIDADE 17 Atende ao objetivo 2. ATIVIDADE 2 O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) organizou um material explicativo com o objetivo de apresentar algumas informações sobre redação e correspondências oficiais. Esse material pode ser consultado em http://www.ifam.edu.br/portal/images/file/CARTILHA%20DE%20REDACAO%20E %20CORRESPONDENCIAS%20OFICIAIS-1.pdf. Nesse material, podemos ler o seguinte, na página 8: Essa orientação do IFAM diverge do que estudamos nesta aula? Ou converge com as orientações oferecidas? Por quê? (DIAGRAMAÇÃO: Deixar5 linhas para resposta) RESPOSTA COMENTADA: 18 As orientações do IFAM convergem com o que foi apresentado, tendo em vista que ambos os documentos (ofício e memorando), apesar de serem bastante semelhantes em termos estruturais, cumprem funções sócio-discursivas distintas. O ofício é um documento usado para comunicação com órgãos externos. No caso, a orientação do IFAM é que o ofício seja usado na comunicação com outros institutos federais ou com fornecedores. O memorando, por sua vez, deve ser usado para comunicações internas e de forma mais ágil. No IFAM, a norma é que os memorandos sejam utilizados na comunicação entre os campi da própria instituição ou ainda entre a Reitoria e os campi, ou seja, em ambas as últimas situações, a comunicação é efetivada dentro do próprio IFAM. FIM DE ATIVIDADE 4. EDITAL Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (s/d, p. 619), edital é um “ato escrito oficial em que há determinação, aviso, postura, citação, etc, e que se afixa em lugares públicos ou se anuncia na imprensa, para conhecimento geral, ou de alguns interessados, ou, ainda, de pessoa determinada cujo destino se ignora”. Martins (2010, p. 199), por sua vez, define-o como “um instrumento de notificação pública que se afixa em local de acesso aos interessados ou se publica (integral ou resumidamente) num órgão de imprensa oficial ou particular”. Existe uma grande diversidade de editais que circulam na sociedade. Dependendo do objetivo, podem comunicar citação, contrato, proclamas matrimoniais, exoneração, licitação de obra pública, serviços diversos, vagas para concurso público etc. Entretanto, a definição anterior permite a extração de uma importante característica desse gênero, que é comum a todos os tipos de editais: trata-se de um documento público. Isso significa que os editais não podem ser velados ou contar com pequena 19 circulação após sua publicação. Isso já encerraria um vício, tendo em vista que os editais, por natureza, atraem a atenção de licitantes e, por conta disso, precisam ter a maior e melhor circulação possível. Além disso, por se tratar de um ato convocatório com a finalidade de fixar condições para a participação de licitantes, deve ser muito claro, preciso e objetivo, tanto com relação ao desenvolvimento da seleção quanto à futura contratação. O edital é um verdadeiro elo entre a administração e os interessados licitantes. Dentre os diversos editais disponíveis na sociedade, sem dúvida, os mais comuns e populares são os editais de concursos públicos. Com a promulgação da Constituição Federal do Brasil, em 1988, a lei estipulou que o provimento de cargos públicos precisa ser feito obrigatoriamente por meio de concurso público. Os concursos públicos, por sua vez, são regulados por meio de editais, que preveem todo detalhamento do certame, especialmente cada etapa do processo seletivo, incluindo- se também as competências para o cargo, período de inscrição, regime de trabalho, valor do salário mensal, entre outros elementos. Quando as informações não estão devidamente claras e objetivas ou quando as condições e procedimentos não são rigorosamente cumpridos em um edital, é muito comum que as pessoas envolvidas apresentem recursos e até mesmo acessem a Justiça para que as condições estabelecidas sejam resguardadas e respeitadas. Como se trata de uma situação de trabalho, com possibilidade de emprego estável, frisamos como é importante que esses documentos sejam lidos com bastante cautela e proficiência. A empresa ou órgão público, por sua vez, ao publicar um edital, deve ter muito cuidado com toda a redação pois, uma vez instituído qualquer procedimento, ele deverá ser rigorosamente cumprido. É por esse motivo que qualquer modificação no ato convocatório deve ser comunicada da mesma forma que se deu a primeira 20 divulgação, devendo ser amplamente veiculada. Por exemplo, se houver supressão no número de vagas, isso preciso ser amplamente divulgado, pois pode acarretar prejuízo para os candidatos. Em nosso país, existe uma legislação própria que regula a elaboração de licitações. Trata-se da Lei 8666, de 21 de junho de 1993. Segundo essa lei, no artigo 22, são os seguintes as modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. No parágrafo 40, com um grifo nosso, há uma definição para concurso público: Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Como podemos ler claramente, os concursos são regulados por meio de editais. A lei acrescenta que os editais devem ser veiculados em imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Essa é uma forma de proteger todos os interessados com a máxima lisura e transparência. De fato, caso não houvesse essa obrigatoriedade de publicação de edital em imprensa oficial, poderíamos correr o risco de ver editais publicados em veículos de mínima abrangência, o que desonestamente implicaria o desconhecimento do processo seletivo por boa parte da sociedade. O Diário Oficial da União, do Estado ou do Município são os veículos adequados para a publicação de editais. A lei autoriza, contudo, que a publicação possa ser feita também em outros suportes, desde que sejam de grande circulação. Esse é o caso, por exemplo, dos municípios brasileiros que não contam com seus diários oficiais instituídos. 21 A antecedência mínima de 45 dias também é fundamental, tendo em vista que as pessoas não podem tomar conhecimento de processos seletivos a poucos dias de sua conclusão. Isso inviabilizaria a preparação adequada dos candidatos, que seriam prejudicados, por exemplo, por não terem tempo hábil para os seus estudos. No artigo 40, há diversas orientações quanto aos editais. Para esta aula, destacamos alguns pontos mais importantes e ilustramos os itens apresentados com os dados de um fictício concurso público para o magistério na educação básica, como exemplo. Em termos estruturais, o edital deve conter: a) o número de ordem em série anual (se é o primeiro, o segundo etc. edital do ano); b) o nome da repartição interessada (por exemplo, a Secretaria Municipal de Educação); c) o local, dia e horário para recebimento de documentação e propostas (etapa de inscrição, realização de provas, entrega de títulos etc); d) objeto da licitação, de forma sucinta e clara (por exemplo, a seleção de um número determinado de professores de uma disciplina específica para atuação na educação fundamental, em regime de 16 horas semanais); e) critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos (por exemplo, provas escritas com redação, prova de aula, experiência, títulos acadêmicos etc.); f) locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos (normalmente telefone e e-mail da empresa responsável pelo concurso público); g) cronograma de execução (com especificação de todas as etapas). O edital original deve ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expede. Nos municípios, deverá ser assinado pelo prefeito ou por alguma outra autoridade indicada formalmente por ele. Na prática, todos os 22 interessadosdevem ter acesso a cópias fiéis do edital original, que fica arquivado na administração pública. Cabe lembrar que qualquer cidadão, diretamente envolvido no edital ou não, é parte legítima para impugnar editais por qualquer irregularidade ou fraude. Para isso, deve protocolar seu pedido, o que será investigado e julgado oportunamente. Após essa apresentação, cabem algumas considerações acerca da aplicação pedagógica do gênero edital em sala de aula. Naturalmente, a escola não deve investir seu tempo em atividades pedagógicas que visem à produção escrita de editais. Isso seria contraproducente, tendo em vista que esse tipo de redação demanda alto conhecimento técnico, inclusive no plano jurídico e administrativo. Lopes-Rossi (2006) defende posição semelhante ao propor que, na educação básica, alguns gêneros, de fato, sejam utilizados especialmente no eixo da leitura. De fato, a importância da leitura de tal gênero é inquestionável. Afinal, a falta de consulta a editais (ou ainda uma leitura de má qualidade) pode causar vários problemas, inclusive com grande gravidade. Imaginemos o caso, por exemplo, de alguém deduzir que uma determinada etapa de um processo seletivo é no período da tarde, tendo ocorrido, na verdade, no período da manhã. Isso colocaria todo o processo a perder, pois todas as etapas de um edital precisam ser cumpridas rigorosamente. Igualmente trágico seria o edital exigir um determinado documento a ser apresentado em uma das etapas e o candidato não o ter em mãos pelo fato de não ter se informado disso. E ainda pior seria a aprovação consumada, mas o não cumprimento de uma exigência, como a apresentação de um determinado documento em local, dia e horário pré-estabelecidos. Esses são casos simples, mas comuns, levando os candidatos à eliminação. Assim, parece bastante razoável que a escola também se ocupe desse gênero. 23 INÍCIO DE ATIVIDADE Atende ao objetivo 3. ATIVIDADE 3 Vejamos o trecho inicial (preâmbulo) de um edital de concurso público para docentes do Estado do Rio de Janeiro. O texto está disponível, na íntegra, em http://jcconcursos.uol.com.br/arquivos/pdf/RJ_SEEDUC_ed._1777.pdf Com base na leitura desse trecho do edital, responda as questões abaixo: 24 a) Com relação aos aspectos estruturais, existe alguma falha no preâmbulo? Em caso positivo, indique-a. b) O edital apresentado permite futuras alterações após sua publicação? c) O preâmbulo permite uma correta interpretação acerca da natureza da licitação? Por quê? (DIAGRAMAÇÃO: Deixar 15 linhas para resposta) RESPOSTA COMENTADA: a) Com relação aos aspectos estruturais, o preâmbulo apresenta uma falha: não há indicação clara do número de ordem de série anual. O espaço destinado a essa informação está em branco, já que lemos o seguinte: “EDITAL Nº /2014”. Só há a indicação do ano em que o processo seletivo ocorreu. b) O documento apresentado abre espaço para futuras correções ao afirmar que o processo seletivo será balizado pelas condições estabelecidas no Edital, seus anexos “e eventuais retificações”. Devemos frisar, entretanto, que qualquer modificação no ato convocatório, mesmo que prevista (como é o caso) deve ser comunicada da mesma forma que se deu a primeira divulgação, devendo ser amplamente veiculada. c) O preâmbulo permite, sim, uma correta interpretação acerca do objeto de licitação. Trata-se da seleção de professores docente I nos regimes de 16 horas e 30 horas semanais para preenchimento de vagas imediatas e formação de cadastro. Naturalmente as disciplinas e outros detalhes atinentes ao processo seletivo estão no corpo do edital. 25 FIM DE ATIVIDADE INÍCIO DE ATIVIDADE ATIVIDADE FINAL Atende aos objetivos 1, 2 e 3 A leitura e a produção de textos são as duas grandes atividades que devem balizar todo processo de ensino-aprendizagem em língua materna. Esse trabalho, por sua vez, acontece por meio do ensino de gêneros textuais diversos, como preconiza a Linguística Textual e demais ramos da ciência da linguagem preocupados com a aprendizagem de língua materna. Nem sempre esses textos precisam ser fáceis ou simplificados. Ao contrário, os PCN de Língua Portuguesa (1998, p. 50) defendem que, no processo de leitura de textos escritos, espera-se que o aluno “seja receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, por meio de leituras desafiadoras para sua condição atual [...]”. Nessa grande seara dos gêneros, certamente alguns são mais adequados para o trabalho de produção textual, outros para leitura e ainda há outros que são utilizados em ambas as atividades. Nesta aula 15, trabalhamos quatro gêneros do domínio burocrático. Pense e responda: Esses gêneros são mais adequados para o trabalho com leitura, com produção textual ou em ambas as atividades? Justifique sua resposta. (DIAGRAMAÇÃO: Deixar 20 linhas para resposta) RESPOSTA COMENTADA: 26 Os gêneros do domínio burocrático, de fato, apresentam um grau de dificuldade maior para os alunos da Educação Básica, especialmente no ensino fundamental. A linguagem empregada, bem como a fundamentação jurídica, técnica e administrativa são fatores que tornam o trabalho com esses gêneros uma tarefa complexa e até mesmo árdua. Entretanto, sugerimos que carta formal, ofício, memorando e edital podem ser frutuosamente trabalhados no campo da leitura (e não tanto no âmbito da produção textual). Como são gêneros bastante específicos e de redação muito complexa, não seria muito adequado investir na produção desses gêneros (talvez uma exceção seja a carta formal), a não ser que esse tipo de atividade se enquadre em um contexto de cursos técnicos, por exemplo. Saber ler esses textos, de forma proficiente, é uma habilidade que permitirá o acesso do aluno a diversos saberes da vida social. Saber ler um edital, por exemplo, possibilita ao aluno conhecer bem as etapas de um processo seletivo e beneficiar-se das possíveis regalias autorizadas e previstas pelo processo seletivo. Da mesma forma, ofícios e memorandos precisam ser lidos pois, no ambiente profissional para o qual também preparamos nossos alunos, possivelmente eles terão contato com esses gêneros, além de todo incremento cultural com o qual tomarão contato. Assim, o domínio burocrático pode e deve ser trabalho na escola, especialmente na perspectiva da leitura. FIM DE ATIVIDADE CONCLUSÃO O domínio burocrático, concretizado por meio dos seus mais diversos gêneros, é mais uma esfera pública de circulação de textos diversos. Esse domínio tem uma maneira própria e específica de usar a língua, sempre dentro do padrão culto. A impessoalidade, a clareza, a concisão, a uniformidade e a formalidade são elementos 27 sempre presentes em cartas formais, ofícios, memorandos, editais e demais gêneros dessa esfera. Ao dominar tais gêneros, mesmo que apenas na habilidade da leitura, o aluno amadurece como cidadão e naturalmente alcança alguns saberes que normalmente estão restritos a uma pequena parcela da população. A consequência do desconhecimento de textos do domínio burocrático é o alijamento da sociedade ou, no mínimo, a subtração de possibilidades de atuação mais positiva e enérgica no meio social onde vivemos. O domínio dos recursos linguísticos, com especial atenção para a formalidade e clareza, é fundamental para que a esfera burocrática seja desvendada e interpretada adequadamente. Afinal, a compreensão desses textos rompe com ininteligibilidades e obscurantismos, e deveprimar sempre pela transparência. Ao final desta aula, torcemos para que você, licenciando em Letras, tenha agregado mais esses conhecimentos à sua experiência acadêmica. E o desafio de transformar esse conhecimento em uma aplicação didática consistente e real está lançado. RESUMO Nesta aula, tratamos do domínio burocrático a partir de quatro gêneros: carta formal, ofício, memorando e edital. Tivemos a oportunidade de conhecer cada um deles por meio de exemplos e uma breve análise correspondente. Dentre os inúmeros tipos de carta, a carta formal é uma correspondência que escrevemos para alguma entidade pública ou privada, com estruturação e linguagem formais. Na carta formal, há identificação clara tanto do remetente quanto do destinatário e a mensagem tende a ser bastante sintética sem rodeios verbais ou minúcias. Clareza e objetividade estão sempre presentes. 28 O ofício, por sua vez, pode ser definido como uma comunicação escrita em tom formal e cerimonioso. Funcionalmente, podemos afirmar que os ofícios são utilizados em maior medida no serviço público. É um tipo de correspondência trocada entre autoridades que exercem funções semelhantes, ou ainda na comunicação de funcionários com cargos inferiores em relação aos seus superiores, com a função de solicitar algo oficialmente. O gênero memorando, segundo o MRPR, “é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente”. Assim, à diferença do ofício, o memorando é uma forma de comunicação eminentemente interna, ou seja, endereçada um grupo específico dentro de uma empresa, repartição ou órgão. Por fim, o último gênero apresentado foi o edital. Trata-se, segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (s/d, p. 619), de um “ato escrito oficial em que há determinação, aviso, postura, citação, etc, e que se afixa em lugares públicos ou se anuncia na imprensa, para conhecimento geral, ou de alguns interessados, ou, ainda, de pessoa determinada cujo destino se ignora”. Dentre os mais conhecidos, há o edital de concurso público. Após a apresentação de cada gênero, defendemos que o trabalho pedagógico com o domínio burocrático deve estar prioritariamente centrado em práticas de leitura. A dificuldade ou a complexidade de tais textos não deveria impedir o trabalho pedagógico com esses gêneros, tendo em vista que eles possibilitam o acesso dos alunos a um tipo de conhecimento bastante abrangente e fortemente ligado a práticas da vida social. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 BAZERMAN, Charles. Gêneros Textuais, Tipificação e Interação. São Paulo: Cortez, 2006. DUARTE, Vânia Maria Do Nascimento. "Memorando". In: Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/redacao/memorando.htm>. Acesso em 13 de agosto de 2016. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s/d. LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de textos. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher (Orgs.) Gêneros Textuais. Reflexões e Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. MARTINS, Dileta Silveira. Português instrumental: de acordo com as atuais normas da ABNT. São Paulo: Atlas, 2010. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental – língua portuguesa. Brasília: Ministério da Educação, 1998. http://conceito.de/memorando. Acesso em 10 de agosto de 2016. http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Comercio _modulo_I/etec%20reda%E7ao/redacao_12.pdf. 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