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Fonte: www.posugf.com.br MÓDULO I ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE DE COMISSÁRIO DE VOO APRESENTAÇÃO Caros alunos, O organismo humano sofre a influência do meio em que habita, onde quer que esteja localizado. Assim também, quem exerce atividade aérea, irá sofrer a influência deste meio. Em nossa disciplina iremos conhecer os efeitos deste meio sobre os profissionais que nele atuam e sobre aqueles que se utilizam deste maravilhoso meio de transporte. Saber que os pioneiros descobriram estes efeitos na prática e em pesquisas, um longo e produtivo trabalho que hoje possibilita voos confortáveis, de forma que a maioria das pessoas desconhece inteiramente tais efeitos. Vamos lá! 1.1 MEDICINA DA AVIAÇÃO 1. Considerando-se os três elementos de voo: a Máquina, o Meio Ambiente e o Homem, coube à Engenharia Aeronáutica criar e aperfeiçoar a potência e a capacidade das aeronaves, e à MEDICINA AEROESPACIAL cuidar do homem, seja no voo primário de aeroclubes, seja selecionando e controlando as tripulações dos aviões militares e comerciais, além dos astronautas e seus voos cósmicos. 2. A medicina aeroespacial, também chamada de medicina de aviação, estuda o organismo do homem que voa, suas reações ante os fatores estressantes da atividade aérea, procurando estabelecer os limites da sua resistência e os meios de proteção, visando evitar eventuais danos orgânicos ou psíquicos decorrentes dessa atividade. 3. As primeiras observações de medicina aeroespacial ocorreram antes que o homem voasse. Após experiências com animais levados ao espaço em balões, iniciadas no fim do século XVIII, ascenderam em balão três cientistas franceses: Civil, Crocé Spanelli e Tissandier. Só voltou com vida Tissandier, porque estava com a mão amarrada e presa à corda da válvula que comandava a decida do balão e, ao perder os sentidos e cair, tracionou-se abrindo a válvula. 4. Foi Paul Bert, fisiologista Francês, quem após alguns anos, mostrou que o que mata nas alturas é a falta de oxigenação, vital para o organismo humano. 5. Depois houve a constatação de que a deficiência de oxigênio - HIPÓXIA - era causada por falta de oxigenação (pressão) nas grandes altitudes, fenômeno este que explica a perda dos sentidos de Tissandier. 6. Mais tarde, surgiram então as cabines pressurizadas das aeronaves, o que veio permitir o voo nas grandes altitudes. 7. Modernamente, com o surgimento dos jatos, grandes distâncias são vencidas em tempos cada vez mais reduzidos, levando a processos de deslocamento rápido, com o aparecimento de suas inevitáveis consequências no organismo humano. Assim, instruir os tripulantes sobre a medicina aeroespacial tem várias finalidades: fazê-los conhecedores dos agentes agressivos sobre o organismo em sua atividade profissional, dos recursos capazes de neutralizá-los, da proteção proporcionada por uma série de dispositivos e n o r m a s de ação. O desconhecimento destas informações gerará a intranquilidade, apreensão durante o trabalho aéreo, temores e ansiedade, na maioria das vezes desnecessária, resultando em comprometimento do desempenho individual e a segurança do voo. Estas instruções irão complementar a cultura profissional dos tripulantes que são verdadeiros representantes da empresa junto a milhares de clientes que voam em seus aviões e que terão respostas seguras às perguntas que eventualmente sejam feitas sobre ocorrências ligadas a fisiologia do voo. Definição de Células As células são as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. A célula representa a menor porção de matéria viva dotada da capacidade de autoduplicação independente. Durante o desenvolvimento embrionário, grupos de células se diferenciam, através da ativação ou desativação de determinados genes, formando tecidos c/ diferentes funções. Ou seja, tecido corresponde a um grupo de células especializadas. Já os órgãos são formados por grupos de tecidos. E os sistemas são grupos de órgãos, desempenhando diferentes funções, como por exemplo: sistema imunológico, sistema digestivo, sistema respiratório, etc. SAÚDE: Segundo a OMS é: Um estado de completo bem estar físico, mental e social e, não apenas a ausência de doença. 1. Epidemia: aumento repentino do nº de casos de uma doença em determinada região. 2. Endemia: doença que se manifesta só em determinada região. Ex.: malária. 3. Pandemia: caso de doenças que alcançam vários países. Formas de Transmissão de Doenças Infectocontagiosas 1- Contato direto: sarna 2- Contato indireto: conjuntivite 3- Ar: gripe, meningite e tuberculose 4- Secreções corporais: hepatite e AIDS Principais Doenças Doença de chagas Malária Raiva ou hidrofobia Esquistossomose Cólera Febre amarela Tétano Tuberculose Meningite Hepatite Leptospirose AIDS 1.2 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO CRÂNIO E DERIVAÇÕES A cabeça divide-se em crânio e face, onde estão localizados órgãos importantes, vitais à sobrevivência humana. Assim, no crânio encontra-se um dos componentes essenciais do sistema nervoso central - O cérebro. Dos componentes em conjunto: Encéfalo: Cérebro – cerebelo – bulbo raquídeo; Sangue circulante: 75 ml (aproximadamente); Líquido cefálico: 75 ml (aproximadamente); Peso: aproximado (médio) 1400gr. Sistemas integrados: Sistema nervoso central Sistema nervoso periférico Nervos raquianos: 31 pares Nervos cranianos: 12 pares Pares cranianos principais: Olfativo – Ótico – Auditivo. Cavidades e Zonas do Crânio Conclusão: Na medicina aeroespacial observar as cavidades e suas perturbações nas alturas. Fonte: corpohumanoesuasfuncoes.blogspot.com No crânio deve ser citado e destacado os seios, que são cavidades cheias de ar e tem contato com outras cavidades através de orifícios (canais). Na face, os seios maxilares comunicam-se com as fossas nasais. No crânio, os seios esfenoidal e frontal. 1.3 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO APARELHO AUDITIVO Ouvido Externo: Compreende o pavilhão auricular (orelha) o conduto auditivo externo limitado por uma membrana vibratória denominada tímpano. Ouvido Médio: Uma cavidade separada do ouvido externo pelo tímpano e que se comunica com o exterior através de um canal: a Trompa de Eustáquio, cuja extremidade profunda localiza-se na laringe, logo abaixo das lojas amigdalianas. No interior do ouvido médio existe ar atmosférico, que vai até a Trompa de Eustáquio, qualquer obstrução desta trompa, causará alterações na pressão do ar acumulado no ouvido médio, resultado representado pelas otobaropatias. Ouvido Interno: Abrangendo os canais semicirculares (responsáveis pelo equilíbrio) e o caracol onde se aloja o aparelho sensorial da audição. Fonte: www.if.ufrj.br 1.4 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO ARCABOUÇO COSTELAR As costelas que se articulam para trás com a coluna dorsal, reúnem-se na frente com o único osso esterno, denominado tórax (conjunto) onde se alojam o coração e os pulmões, os grandes vasos (aorta, veia pulmonar e artéria, veias cavas e grandes linfáticos) e os brônquios. Nas artérias e veias está o sangue circulante. Em média no adulto, num total de 5 litros. Atentar para os componentes e sua fisiologia. Limitando a cavidade torácica em seu extremo inferior, há um músculo denominado diafragma que separa o tórax do abdômen. É um dos componentes mais importantes da mecânica respiratória. Apresentação daCavidade Torácica Porção Do Arco Costelar Fonte: www.youtube.com 1.5 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS ÓRGÃOS INTERNOS Atentar para a linha de corte dos quadrantes abdominais. ÓRGÃOS INTERNOS Aparelho Digestivo: Estômago, intestino, fígado, pâncreas e a vesícula biliar; Aparelho Urinário: Baixo ventre; Aparelho Genital: Mulher: Tuba uterina, útero e vagina; Homem: Próstata, vesículas seminais, canais deferentes e testículos; Película de Revestimento Intestinal: Peritônio. Apresentação dos Órgãos Internos Principais Fonte: www.docelimao.com.br Aparelho Excretor Fonte: easypediatrics.blogspot.com Os rins são duas glândulas de cor vermelha escura, colocadas simetricamente nos lados da coluna vertebral, na região lombar. Medem 10 cm de largura e pesam cerca de 150 g cada um. O peritônio, membrana serosa que cobre a superfície interior do abdômen, prende-os fortemente contra a parede abdominal. A extremidade superior de cada rim é coberta por uma glândula endócrina, a glândula suprarrenal. O sangue que vai se depurar passa pela artéria renal até os rins e sai pela veia renal, debaixo do envoltório granuloso formado pelos glóbulos glomérulos de Malpighi. Tais glomérulos são constituídos por capilares sanguíneos, arteríolas, e envoltos na cápsula de Bowman, que é uma bolsa que continua com o tubo urífero. Cada rim contém dois milhões destes tubos, agrupados em feixes piramidais, são os que contém a urina, a qual passa à pélvis renal e daí aos ureteres, que são os condutos excretores do rim que comunica a pélvis com a bexiga. A bexiga tem um comprimento aproximado de 30 cm e um diâmetro de 5 mm. Nela se deposita a urina até o momento de sua expulsão ao exterior. Obs: Quando citamos em conjunto o aparelho excretor e reprodutor chamamos de Aparelho Genito-urinário. 1.6 OLHO HUMANO O globo ocular, com cerca de 25 milímetros de diâmetro, é o responsável pela captação da luz refletida pelos objetos à nossa volta. Essa luz atinge em primeiro lugar nossa córnea, que é um tecido transparente que cobre nossa íris como o vidro de um relógio. Em seu caminho, a luz agora passa através do humor aquoso, penetrando no globo ocular pela pupila, atingindo imediatamente o cristalino que funciona como uma lente de focalização, convergindo então os raios luminosos para um ponto focal sobre a retina. Na retina, mais de cem milhões de células fotossensíveis transformam a luz em impulsos eletroquímicos, que são enviados ao cérebro pelo nervo óptico. No cérebro, mais precisamente no córtex visual ocorre o processamento das imagens recebidas pelos olhos, completando então nossa sensação visual. O olho humano é um órgão da visão, no qual uma imagem óptica do mundo externo é produzida e transformada em impulsos nervosos e conduzida ao cérebro. Ele é formado pelo globo ocular e seus diversos componentes. Basicamente se restringe a uma lente positiva (convergente) de alto poder refrativo e é formado pela córnea, com +44,00 diop. e o cristalino com +14,00 diop. num total de +58,00 diop.. Seu comprimento, no sentido anteroposterior, é de 24 mm. Entenda-se que estes dados são básicos e naturalmente variações existem. Os raios luminosos, paralelos, vindos do infinito, penetram no olho pela pupila, convergem-se (com o poder dióptrico positivo) encontrando-se na retina, mais precisamente na fóvea central, que é circundada pela mácula, proporcionando assim visão nítida, o que ocorre com os olhos de visão normal, conhecida como "emétropes". Fonte: lookfordiagnosis.com 1.7 DEFINIÇÃO DO PROCESSO RESPIRATÓRIO HUMANO No pulmão ocorrem as trocas gasosas através do sangue (processo chamado Hematose). O oxigênio passa do alvéolo ao sangue e é transportado pela hemoglobina até os tecidos que se transformam em oxiemoglobina, até os tecidos. Entretanto apenas a pequena parte de gás carbônico é transportada pela hemoglobina (cerca de 20%) na forma de carboemoglobina. Processo de liberação de CO2: Ao penetrar na hemácia (glóbulos vermelhos) o gás carbônico reage com a água, produzindo ácido carbônico, em presença de uma enzima: Anidrase Carbônica. O ácido carbônico dissocia então íons H+ e íons bicarbonato. O íon bicarbonato sai da hemácia e é transportado pelo plasma até o pulmão, onde ocorre o processo inverso, formando-se gás carbônico que sai pelos alvéolos. Pulmões Fonte: aprovaja.blogspot.com 1.8 CORAÇÃO Da aorta saem as coronárias, que alimentam o coração. As coronárias são responsáveis pela alimentação do miocárdio que não pode ficar sem oxigênio. Quando ocorre a falta, este necrosa (morre). As batidas são controladas por grupo de células especiais que se encarregam de energia eletricamente positiva, perdendo carga e se polarizando. Quando descarregam estas, nas fibras do miocárdio, este se contrai, causando a sístole. O período de polarização é o tempo de relaxamento dos átrios e ventrículos. Ocorre então a diástole. Fonte: www.not1.com.br 1.9 DESCRIÇÃO DAS PARTES INTERNAS DO CORAÇÃO Fonte: www.netxplica.com/Verifica/9.circulacao.htm Sangue circulante: arterial (oxigenado), venoso (gás carbônico). Circulação Sangue Venoso - chega pelas veias cavas superior e inferior até o átrio direito, passando para o ventrículo inferior através de uma válvula. Este sangue é bombeado através de uma segunda contração, para os pulmões pela artéria pulmonar. Sangue Arterial - o sangue que chega dos pulmões através da diástole realizada pelo átrio esquerdo é enviado a este através das veias pulmonares, passando para o ventrículo esquerdo (sangue oxigenado) onde é realizada a sístole ventricular, onde o sangue é dirigido às várias partes do corpo através da artéria aorta e suas descendentes. 1.10 ESTUDO SUMÁRIO DO OSSO (PARTE DE FORMAÇÃO) Apresentação DADOS COMPLEMENTARES PROFUNDOS BIOLOGIA APLICADA APRESENTAÇÃO DO PROCESSO ÓSSEO ZONAS ÓSSEAS DE REFERÊNCIA LOCAL Fonte: www.sogab.com.br Existe uma constante mudança na estrutura dos ossos por meio de células de crescimento e células mortas. Cavidade Medular: Medula óssea (tecido hematopoiético); Periósteo: Película de revestimento ósseo. Epífise: Extremidade do osso Diáfise: Corpo do osso 15 1.11 O ESQUELETO HUMANO Função: Sustentação, Proteção dos Órgãos Internos, Locomoção, Produção de Sangue, Reserva De Íons (Cálcio). Fonte: conhecimentoscefar.blogspot.com 1.12 INFLUÊNCIA DO VOO SOBRE O ORGANISMO Considerações Iniciais Em todas as fases da história da atividade aérea, ficou provado que na medida em que o ser humano se afasta da superfície terrestre, vão surgindo condições progressivamente mais adversas à sobrevivência. Para melhor compreensão dessas adversidades, vamos efetuar um rápido estudo sobre as características físicas do meio ambiente de trabalho aéreo. 15 Características Físicas do Meio Ambiente de Trabalho Atmosfera (ATM): A terra está cercada de uma cobertura de vapor d’água e de uma mistura de gases, isto é, a atmosfera. A atmosfera tem mais de 100 milhas de profundidade, e é na verdade tão parte de nosso mundo quanto a terra e a água que permanecem na superfície da terra por força da gravidade. Em sua composição entram: - Nitrogênio 78% - Oxigênio 21% - Dióxido de carbono e gases raros (Argônio, Hélio, Hidrogênio, Xenônio, Vapor D’água,etc.) 1% Pressão atmosférica: A atmosfera exerce uma pressão pelo peso de seus gases sobre a superfície terrestre. A essa pressão dá-se o nome de pressão atmosférica, que ao nível do mar e sob condições padrão de umidade e temperatura é representada por uma coluna de 760 mmHg (mercúrio/cm de diâmetro), portanto a pressão atmosférica a nível do mar é de 760 mmHg. O aparelho que mede a pressão atmosférica é chamado BARÔMETRO. As oscilações do valor da pressão atmosférica: À medida que se ganha altura há uma progressiva queda da pressão atmosférica, devido a uma progressiva redução de peso exercido pela atmosfera sobre a superfície da terra. Como a pressão parcial de cada um dos gases atmosféricos é consequência da pressão atmosfera, à medida que subimos, a pressão parcial de cada um dos gases se reduz. Desses gases destaca-se o oxigênio, indispensável à sobrevivência do homem. Respiração e circulação do organismo humano. A respiração é a troca de oxigênio e gás carbônico entre o organismo e o ar ambiente. Hematose: é a ocorrência da troca de gases ocorrida no interior dos alvéolos pulmonares O2 para CO2 e vice-versa. O oxigênio é usado pelo corpo e seus processos metabólicos. O produto final desse processo é o dióxido de carbono, que completa o ciclo respiratório. Nos seres mamíferos a respiração se divide em duas partes: 1. Interna: que envolve as trocas gasosas entre os tecidos e os vasos capilares. 2. Externa: corresponde aos fenômenos ocorridos ao nível dos pulmões e que permite troca de gases entre o sangue e o ar atmosférico, através dos alvéolos pulmonares. O alvéolo é parte do pulmão. É no s e u interior que o oxigênio toma contato com o sangue, atravessando a sua finíssima parede de espessura equivalente a 1/50.000 de polegada pelo fenômeno físico da difusão, passando à corrente sanguínea. O diâmetro de um alvéolo é de 1/25 de polegada e a superfície total dos alvéolos pulmonares corresponde a 700 até 800 pés quadrados, equivalente a 40 até 50 vezes a superfície da pele. Esquemática da Anatomia Pulmonar Dióxido de Carbono: resultante da queima de oxigênio pela célula. Desequilíbrio: HIPÓXIA – POUCO OXIGÊNIO HIPOCAPNIA – POUCO GÁS CARBÔNICO 1.13 MECANISMOS DA RESPIRAÇÃO A capacidade torácica é formada pelas costelas, músculos intercostais pelo osso esterno e, inferiormente, separando-a da cavidade abdominal, pelo músculo diafragma. O diâmetro da cavidade torácica é variado pela ação dos elementos citados acima. A média normal de respiração é de 12 a 30 por minuto sentado (repouso). É expirada idêntica quantidade de gás, absorção 500m 3 de ar. O oxigênio existente no ar atmosférico é necessário na combustão de qualquer combustível incluindo gasolina e alimentos. Na realidade o corpo usa oxigênio do mesmo modo que a combustão interna de um motor. Ele se combina com um composto de carbono para produzir energia de movimento. Dióxido de carbono é expelido como gás inútil. O corpo obtém seu oxigênio através dos pulmões. Os pulmões funcionam como uma bomba cilíndrica. A ação é substituída pelos músculos do tórax que levantam as costelas e contraem o diafragma sob os pulmões. A inspiração afasta as paredes do tórax e o diafragma dos pulmões e cria uma pressão negativa ou sucção. A pressão da atmosfera força o ar através da traqueia para inflar os pulmões. O oxigênio é extraído do ar que sai por milhões de pequenas bolsas especiais chamadas ALVÉOLOS. Estas pequenas bolsas, formadas por membranas frágeis, são entrelaçadas por uma série de vasinhos de sangue. A área total desses vasinhos vai de 700 a 800 pés quadrados. São nessas bolsas de ar que o oxigênio entra na corrente sanguínea e são por elas que sai o dióxido de carbono. As suas paredes e as paredes dos vasos são tão finas que qualquer diferença de pressão em qualquer um dos lados forçará o gás a transpassá-la. O sangue está continuamente se movendo pelos pulmões e a troca de oxigênio e dióxido de carbono leva apenas de 1 a 2 segundos. Os vasos sanguíneos dos pulmões fazem parte do sistema circulatório, os quais consistem de artéria e veias responsáveis pela captação e distribuição de oxigênio pulmonar. O oxigênio que entra no sangue é continuamente carregado numa frota de transportadores eficientes, as hemácias (glóbulos vermelhos). As hemácias capacitam o sangue a transportar 100 vezes mais oxigênio do que poderia ser dissolvido em água. Portanto, observamos que os pulmões servirão como depósito de suprimento para a refinaria de oxigênio e como descarregador de dióxido de carbono. O sangue é bombeado, como todos sabem, pelo coração. O oxigênio é transportado para os tecidos do corpo de onde sai para trabalhar em um laboratório químico o qual queima alimentos para produzir energia para que o corpo possa trabalhar. (LEI DE DALTON) Quando atingimos grandes altitudes, a pressão do ar está muito baixa para fazer com que o oxigênio penetre na corrente sanguínea. O aeronauta então irá sofrer ANÓXIA, palavra grega que significa sem oxigênio, caso sua cabine não esteja pressurizada ou não disponha de máscara de pressão. Usa-se então frequentemente o termo HIPÓXIA (baixa oxigenação) em substituição a anóxia, parecendo-nos que aquele termo exprime melhor a realidade clínica, que é a de carência de oxigênio e não a ausência total daquele gás. Essa condição pode causar uma série de problemas ao nosso organismo, dependendo naturalmente do grau de carência. A insuficiência de oxigenação do sangue é um mal que começa quando a saturação de oxigênio do sangue arterial cai abaixo de 95% de saturação. Pode-se medir a pressão atmosférica com um tubo de mercúrio vedando-se e inserindo-se verticalmente em um recipiente. Isto segue o mesmo princípio do barômetro. Ao nível do mar sob condições normais, o peso da atmosfera empurra a coluna de mercúrio para a altura de 760 mm Hg. A 18000 pés o mercúrio sobe apenas cerca de 380 mm Hg, ou seja, a metade. A 33000 pés, a pressão é de 190 mm, ou seja, ¼ da pressão ao nível do mar. O barômetro do avião é o ALTÍMETRO. O altímetro é o instrumento que registra a pressão da atmosfera em termos de pés acima do nível do mar. O oxigênio percorre o curso dos pulmões para a corrente sanguínea porque está sob pressão maior no ar do que o sangue e, um gás sempre percorre o curso de uma região de pressão mais alta para uma de pressão mais baixa. O ar atmosférico contém apenas 21% de oxigênio, ou seja, apenas 21% dos 760 mm Hg da pressão atmosférica total é dada pelo oxigênio. Ao nível do mar a pressão do oxigênio corresponde a 160 mm Hg (21% dos 760mm Hg). Este fenômeno é chamado de PRESSÃO PARCIAL. As pressões parciais do nitrogênio e dos outros gases inertes do ar não são importantes contanto que sejam aspirados na mesma quantidade em que são exalados. Visto que a pressão do oxigênio é insuficiente para suprir as necessidades sanguíneas do corpo ao nível do solo, sua pressão diminui na mesma proporção da pressão atmosférica quando seu corpo sobe para altitudes mais elevadas. Para o oxigênio ultrapassar a delgada parede dos saquinhos alveolares e penetrar no sangue, há necessidade de uma pressão de oxigênio dentro dos alvéolos de pelo menos 100 mm Hg. A 18000 pés de altitude, a pressão parcial do oxigênio é de 80 mm Hg comparado aos 160 mm Hg ao nível do mar. Essa pressão portanto, é insuficiente para vencer a pressão intra-alveolar que é de 100 mm Hg. Para conseguir aumentar a pressão do O 2 , é necessário aumentar a proporção de oxigênio de 21% para 42%, isto é, dobrar a pressão. A sua pressão parcial estaráde volta com 160 mm Hg. Acima de 24000 pés, a oxigenação do sangue cai abaixo do normal, mesmo com um suprimento de 100% de oxigênio nos pulmões. O ponto crítico é alcançado aos 40000 pés onde a pressão do oxigênio é apenas suficiente para manter a oxigenação do sangue dentro dos limites de segurança, apesar do suprimento de oxigênio a 100%. O período no qual você permanece consciente acima desta altitude é questão de minutos. Nesta altitude, somente o uso de máscara sob pressão ou pressurização de cabine é compatível com a vida. Limitações Fisiológicas da Respiração A – ZONA DE VIDA NORMAL Esta zona vai até 6000 pés, é conhecida como zona de vida normal ou zona de vida de transição onde o organismo não sofre alterações. B – ZONA DE REAÇÕES COMPENSADAS Esta zona situa-se entre 6000 a 12000 pés. Nessa zona entram em funcionamento mecanismos fisiológicos naturais do organismo, adaptando as necessidades respiratórias determinadas pela diminuição da pressão parcial do oxigênio. Assim entram em movimentos respiratórios mais profundos ou mais frequentes, aumenta a frequência do pulso e o rendimento cardiorrespiratório. O baço e a medula óssea lançam no sangue maior número de glóbulos vermelhos (hemácia). Tudo ainda, dentro de limites perfeitamente normais e toleráveis para o organismo sadio. Isso explica a série de exames na inspeção de saúde inicial e nas inspeções periódicas, visando avaliar o estado funcional dos aparelhos respiratório e cardiorrespiratório, se há obstáculos nas vias superiores, se há anemia, etc. C – ZONA DE REAÇÕES DESCOMPENSADAS Situa-se entre 12000 a 24000 pés. Nessa zona todos os mecanismos fisiológicos que haviam sido solicitados entram em ação e, apesar de darem o máximo, não conseguem manter um nível normal ou natural para os fenômenos vitais, apresentando o organismo distúrbios nas várias funções, agora com características anormais, que precedem a queda crítica das funções vitais. Nessa zona é, na maioria das vezes, necessário o uso de máscara de oxigênio. D – ZONA DE MORTE NAS ALTURAS Acima de 24000 pés. Somente sendo possível a sobrevivência mediante o uso de respiradores artificiais ou, como nas aeronaves, por pressurização ambiental. Na fase de reações compensadas há a compensação pelo aumento do volume respiratório, da frequência cardíaca, do número de glóbulos vermelhos circulantes. A hipóxia toma conta do organismo mais rapidamente, quando há anemia (pois faltam glóbulos vermelhos que são veículos transportadores de oxigênio). Quando há fluxo lento de sangue (quando há dor, medo, ferimentos ou baixa da pressão arterial). Quando há dificuldade no aproveitamento do oxigênio pelas células dos tecidos, embora o sangue carregue-se até elas (impregnação por álcool, sulfas ou outras drogas que bloqueiam o suprimento de oxigênio). Nos aviões comerciais, onde os tripulantes exercem suas atividades profissionais, há uma pressurização no interior das cabines e eles trabalham a uma altura correspondente de 6000 a 7000 pés (enquanto fora da aeronave a altitude alcança 45000 a 50000 pés). A pressurização, portanto, é suficiente para impedir o surgimento de hipóxia, exceto quando ocorrem falhas na pressurização. Assim, a hipóxia é uma ocorrência atualmente rara, pois só ocorrerá em graus extremos, nas grandes emergências por ruptura de uma janela ou porta da aeronave, ou por pane dos compressores. Entretanto, quando ela se instala devido a despressurizarão súbita da cabine em grandes altitudes, seus efeitos sobre o organismo humano são lentos e progressivos, iniciando-se com quadro de dor de cabeça e redução de seus reflexos. Você não pensa claramente, nem vê os mostradores do painel com nitidez. Instala-se uma incoordenação de seus movimentos. Progressivamente seu estado piora, com os lábios e dedos tornando-se azulados, batimentos cardíacos acelerados, surgindo certo estado de euforia, como se tivesse tomado alguns drinques. A próxima fase é de confusão mental, sonolência e provavelmente morte, caso não seja corrigido esse defeito de oxigenação. Quanto maior a altitude em que estiver a aeronave, sem que a pressurização seja corrigida, mais rápida será a morte por hipóxia. Influência das Variações da Pressão Atmosférica Durante o Voo, Sobre o Organismo Humano (LEI DE HENRY) 1.14 AEROEMBOLISMO O aeroembolismo é um tipo de disbarismo, também conhecido como doença da despressurização. É a condição produzida pela súbita baixa de pressão atmosférica que ocorre em grandes altitudes (acima de 30000’). Seus efeitos no organismo se caracterizam pelos sintomas gerados pela liberação de bolhas, gases no corpo humano, que normalmente encontram-se em dissolução nos líquidos orgânicos (oxigênio, nitrogênio, gás carbônico, vapor d’água). Os sintomas produzidos pela súbita baixa de pressão atmosférica são incômodos e limitam a duração do voo, principalmente em grandes altitudes, onde podem incapacitar o homem rapidamente. A pressurização das cabines veio resolver satisfatoriamente esse problema que, juntamente com a hipóxia, são os fatores que mais impedem e tornam difícil a sobrevivência do homem nas grandes altitudes. A melhor forma de entendermos o mecanismo da liberação de bolhas gasosas ao nível de tecidos é observarmos o que ocorre em uma garrafa de refrigerante: quando a mesma está fechada existe em seu interior uma determinada pressão que mantém os gases em dissolução no líquido. Ao retirarmos a tampa, há um desequilíbrio momentâneo de pressão: a pressão do líquido passa a ser maior e com isso são liberadas inúmeras bolhas de ar. Fechando-se novamente a garrafa, os gases liberados irão progressivamente igualando as duas pressões e as bolhas de gás vão diminuindo até parar de sair do líquido. O mesmo acontece com o sangue. Quando a pressão atmosférica baixa subitamente a determinados níveis, os gases em solução nos líquidos orgânicos são liberados e vão se localizar em locais, os mais variados, provocando sintomas relativamente graves. O nitrogênio é o gás que tem maior volume em solução, em centímetro cúbico (c.c) numa média de 1,0 a 1,5 litros dissolvidos nos líquidos orgânicos, em condições normais. Por isso, quando subimos rapidamente a altitude superior a 30000’, em aviões não pressurizados, o nitrogênio é o gás que tende a se libertar dos líquidos orgânicos. Em menor proporção, há também a liberação de bolhas de oxigênio e vapor d’água, produzindo os sintomas englobados com o nome de aeroembolismo. São diversos os sintomas causados pela liberação súbita de bolhas gasosas e entre eles se destacam o de BENDS. Bends (dores articulares) Na medicina aeroespacial os bends são chamados aeroembolias, e são definidos como a incapacidade aguda resultante da liberação de bolhas gasosas na corrente circulatória, causada pela redução brusca da pressão atmosférica. Manifesta-se clinicamente por dor e desconforto nas juntas e nos músculos. A dor que você sentirá já é por si suficiente para que não possa fazer mais nada, nem se mover livremente. A isto acrescente a coceira e então, terá bastante o que fazer sem se preocupar com o avião. Esses sintomas podem se manifestar acima de 30000’ de altitude, em avião não pressurizado e/ou nas despressurizações súbitas. O aeroembolismo é uma ocorrência que na aviação comercial é rara e só é encontrada em emergências causadas por ruptura de uma janela ou porta da cabine pressurizada da aeronave e/ou falha nos compressores, acima de 30000’. (LEI DE BOYLE-MARIOTTE) Efeitos das Variações de Pressão Atmosférica sobre os OuvidosAnatomicamente o ouvido é dividido em ouvido externo, médio e interno. Ouvido externo – começa no pavilhão auricular e termina na membrana do tímpano, achando-se intermediariamente o canal auditivo. Ouvido médio – está localizado dentro do osso temporal e separado do ouvido externo pelo tímpano. É um pequeno espaço aéreo onde se encontram três ossinhos que são: o martelo, a bigorna e o estribo. O ouvido médio mantém contato com o exterior da trompa de Eustáquio que desemboca na parte posterior do conduto nasal. Ouvido interno – tem dupla função de receber vibrações do tímpano, enviada pelo ouvido médio, para convertê-la em percepções auditivas, sendo além disso, a parte do ouvido encarregada do equilíbrio do corpo. O ouvido interno se compõe de: cóclea, vestíbulo e canais semicirculares. A TROMPA DE EUSTÁQUIO é um tubo que permite a comunicação da atmosfera com o ouvido médio. É um tubo fino, cujo orifício externo se localiza na porção posterior do canal nasal. Normalmente permanece fechado, embora o ar possa transitar de dentro para fora e vice-versa. Apesar disso, até que a pressão interna e externa do ouvido médio seja equalizada, o indivíduo experimenta uma sensação de desconforto durante a ascensão e a descida. Em virtude da pressão barométrica diminuir quando nos elevamos ao nível do mar, há uma dilatação do ar contido no ouvido médio que procura escapar intermitentemente através da trompa de Eustáquio. Quando a pressão externa diminui aproximadamente 15 mm Hg (mercúrio), uma bolha de ar é forçada para o exterior, adquirindo a membrana do tímpano a sua forma primitiva, pois se encontrava distendida para fora em função da maior pressão no interior do ouvido médio. Quando a bolha de ar atinge o exterior, ouvimos um “clik” e as pressões são igualadas para a altitude em que nos encontramos. Durante a descida, a correção do ar não se faz automaticamente e a equalização da mesma é dificultada, devido ao fato do orifício faringeano da trompa agir como uma válvula oscilante, facilitando a saída do ar para o exterior, dificultando também a entrada do mesmo para o ouvido médio. A sensação de plenitude auditiva vai progredindo até o ponto em que a dor surge. A ventilação do ouvido médio deve ser ajudada por uma série de manobras, durante a descida, para que a equalização se faça sem maiores problemas. Assim, devemos deglutir, abrir a boca, procurando esticar o pescoço ou forçar o ar através das narinas, mantendo-as pinçadas com os dedos e a boca fechada. Esses procedimentos devem ser executados a cada intervalo de 1000 pés na descida. Causas Comuns Patológicas que Tornam Difícil cada Equalização dos Ouvidos Todas as causas que provocam irritação nasal e da faringe, tais como: resfriados, amigdalites, irritação de garganta e infecção de ouvido, principalmente o médio, dificultam e até tornam impossível a ventilação do ouvido médio, (devido à obstrução das trompas de Eustáquio). Embora rotineiramente não se observe a regra de não voar quando se está resfriado, a não ser em casos extremos, essa é talvez a mais comum das causas de entupimento das trompas e de aerotites em aeronautas, pela possibilidade de transporte de germes para o ouvido médio durante a equalização das pressões nas descidas. Predispõe as membranas do tímpano a infecção por irritação crônica das membranas. Se o desconforto auditivo persiste por mais de 24 horas, o tripulante deve consultar sem demora um especialista. Para finalizar, devemos alertar as tripulações para o fato de que, durante o mecanismo do sono, o reflexo da deglutição não opera. Por essa razão, é conveniente chamar a atenção dos comissários para acordar os passageiros durante a descida, a fim de permitir-lhes ventilar o ouvido das maneiras sugeridas anteriormente. Variações da Pressão Atmosférica nos Seios Maxilares Localizados nas regiões superiores e frontais do crânio, encontramos cavidades ventiladas, conhecidas como seios de sinus (cavidade), palavra latina, e que mantém contato com o exterior através de orifícios, permitindo assim, a perfeita passagem do ar tanto nas ascensões como nas descidas. Essas cavidades são forradas internamente por uma mucosa chamada mucosa dos seios. Em qualquer estado patológico que implique na congestão das mucosas ou no entupimento dos orifícios dos seios, como nos casos dos resfriados, sinusites, estados alérgicos, aumento das secreções nasais etc. surge imediatamente a dor, pela impossibilidade da pressão interna e externa se igualarem. Se o seio frontal é atingido, a dor está sobre os olhos, idêntica a uma cefaleia frontal. Se ao contrário, o seio atingido é o maxilar, teremos dor abaixo dos olhos, muitas vezes simulando dor de dente. A Aerosinusite Maxilar às vezes se assemelha à aerodontalgia, que será vista adiante. O estado patológico dos seios frontais e maxilares produzidos pelo entupimento dos orifícios de aeração é chamado de Aerosinusite. A dor causada pela aerosinusite, embora pareça com uma sinusite comum, pode adquirir caráter muito mais severo e grave, principalmente nas bruscas alterações de pressão provocadas por ascensão ou descidas rápidas. A equalização das pressões nos seios pode ser tentada pela deglutição, pelo ato de abrir a boca ou soprar com a boca fechada e nariz obstruído. Se os sintomas persistem, deve ser feita uma pesquisa mais profunda, de outras causas que provoquem a congestão e o entupimento dos orifícios dos seios. Dentes Os dentes também podem produzir fenômenos dolorosos durante a permanência em grandes altitudes sem, entretanto, apresentarem gravidade maior. As altitudes onde ocorrem aerodontalgias variam de 1500 a 15000 pés. A dor pode se tornar mais severa ou não, com o aumento da altitude. A descida normalmente alivia os sintomas e a altitude em que a dor cede corresponde àquela em que a mesma começou. As causas mais comuns da aerodontalgia são: cáries mal obturadas, reações da polpa vital exposta, reação à degeneração pulpar com formação de abscessos na raiz do dente. O melhor remédio para estes casos é a prevenção, através de uma boa higiene bucal e visitas periódicas ao dentista. Gases no Aparelho Digestivo Podem provocar distensões abdominais e cólicas, que cessam rapidamente com a expulsão dos gases. Não merecem maiores estudos, pois não causam complicações mais sérias aos tripulantes. Convém enfatizar, contudo que uma alimentação sadia evita a formação excessiva de gases no aparelho digestivo. Devem ser evitados alimentos como: A – Abóbora, Cebola, Couve, Feijão, Melões, Repolho e Salsinha. B – Bebidas Gasosas: Cerveja, Refrigerantes e Água Mineral com Gás. Por que evitar excesso de gases no estômago e abdômen? - O ar expande-se nas alturas; - O ar é um gás; O mesmo princípio da expansão do ar aplica-se aos gases. Desta forma, o ar se dilata, quer esteja num balão ou dentro do seu corpo. A 35000’, por exemplo, o gás do seu estômago ocupa um volume cinco vezes maior do que se estivesse ao nível do mar. Portanto, o mais lógico a fazer é evitar a ingestão de qualquer coisa que possa aumentar o volume dos gases, que pela natureza devem existir nos seus interstícios. Nota-se que a expansão geralmente não é perigosa, a menos que ocorra de maneira excessiva. Geralmente causa dores abdominais, além de uma grande sensação de desconforto. É uma sensação pouco frequente em aviões pressurizados, tornando-se mais aparente quando acontece despressurizações súbitas. 1.15 ALTERAÇÕES DOS RITMOS BIOLÓGICOS Desde o nascimento, o organismo humano funciona num regime de ritmos. Habitua-see adapta-se à sucessão dia-noite-dia-noite. Durante o dia o homem trabalha, relaciona-se, alimenta-se, pratica esportes, estuda, e outras atividades. À noite, dorme, repousa, recupera-se, para continuar o dia seguinte. Foi observado que ritmos biológicos que se desenvolvem no decurso das 24 horas (24 horas = 1 NICTÊMERO), são os ritmos Circadianos: A temperatura do corpo, a alimentação urinária, as secreções das glândulas endócrinas, como a suprarrenal, certas variações do metabolismo, o sono e etc. Os ritmos menores são os Infradianos: como o ritmo cardíaco e respiração. Os ritmos maiores são os Ultradianos: são os da fecundação e da menstruação da mulher. Com o advento dos aviões subsônicos, e depois os supersônicos, o homem é capaz de cruzar rapidamente grandes distâncias. Entretanto as viagens que afetam o ritmo circadiano são as que cruzam a superfície da terra de leste a oeste, ou de oeste para leste. As manifestações por parte do organismo ocorrem principalmente quando são ultrapassados mais de 4 meridianos, isto é, se houver uma diferença de mais de 4 fusos horários. É como se o indivíduo levasse o relógio fisiológico da cidade que deixou ao iniciar o voo. Um voo de Los Angeles a Tóquio com a hora do almoço e com a hora de dormir que tinha em Los Angeles. Em geral, após ultrapassar 4 fusos horários, são necessárias 48 horas para total adaptação às novas condições de ritmo biológico. As repercussões se fazem sentir sobre a função digestiva, o sono e sobre o criticismo. Isto enfraquece o rigor com que o indivíduo seria capaz de desaprovar certos padrões sobre os quais deve opinar, julgar ou decidir. Por isso é aconselhável, aos desportistas, aos homens de negócios e aos estadistas, ao cruzarem mais de 4 fusos horários, não entrarem imediatamente em jogos ou negócios. Devem procurar uma adaptação num prazo de 24 horas. Quanto aos aeronautas da aviação comercial, ou buscam uma progressiva adaptação quanto às refeições e o sono, ou então, se a volta ocorrer nos dois ou três dias imediatos, devem manter habitualmente o fuso horário de onde vieram ou para o qual, logo depois, retornarão. Assim, um bom condicionamento físico obtido de práticas desportivas, hábitos alimentares saudáveis, obediência aos horários de dormir e repouso nos intervalos entre os voos, reduz entre os tripulantes, a condição que as frequentes variações de fusos horários oferece no desenvolvimento da fadiga de voo, que quando instalada, traduz-se por decréscimo no desempenho profissional. Fadiga Aérea ou Fadiga de Voo Na aviação comercial, diversos fatores contribuem para a instalação do que se convencionou chamar de Fadiga Aérea. Entre esses fatores destaca-se a Tensão Antecipada, própria de quem tem de suprir com eficiência e rapidez falhas de dispositivos automáticos, manobras de decolagem e aterrissagem e muitas vezes sem visibilidade, atenção às tarefas de bordo, as diferenças de fusos horários com consequentes alterações do ritmo circadiano, espera nos aeroportos, alimentação irregular, mudanças climáticas, ruídos e vibrações, baixa umidade do ar, a dívida de sono devido a frequentes inversões do padrão vigília – sono durante o voo, ausência prolongada do lar e da família, além dos problemas pessoais que o tripulante se obriga a deixar em terra, cujo somatório leva muitas vezes ao desenvolvimento de fadiga. A Fadiga Aérea manifesta-se por um mau desempenho profissional, que se expressa por displicência nas tarefas a serem executadas e faltas frequentes aos compromissos de escala. Simultaneamente, diversos sintomas clínicos começam a surgir, tais como: - Dor de cabeça (cefaleia) - Palpitação - Falta de apetite - Irritabilidade - Esquecimento - Baixa capacidade de concentração - Astenia - Insônia - Diarreia ou Constipação Outras manifestações, como dor no peito, “tics” faciais, perturbações visuais ou auditivas, emagrecimento sem razão aparente e redução da atividade sexual, também podem estar presentes. Caso o tripulante não identifique corretamente seus sintomas e não busque de imediato um atendimento médico especializado, outros sintomas podem surgir e manifestar-se por tremores, agressividade, sarcasmo, faltas frequentes ao serviço, uso imoderado de fumo e álcool, podem evoluir para quadros neuróticos em suas variadas apresentações, como fobias, ansiedades, depressões, obsessão-compulsão, etc., ou ainda, para as terríveis e muitas vezes irreversíveis dependências físicas psíquicas ao álcool e drogas lícitas e ilícitas. A instalação deste quadro repercute de maneira nefasta na atividade do aeronauta, comprometendo o seu correto desempenho profissional durante o voo e repercutindo na imagem da empresa, diante de seus passageiros. Repercute ainda de forma preocupante sobre a segurança do voo, pois com o quadro instalado, todos os conceitos de segurança do qual o tripulante é agente, ficam comprometidos, e é claro, repercute sobre a saúde individual do tripulante, deteriorando sua relação afetiva, social e trabalhista. Assim, é fundamental que para evitar a instalação desse quadro, o tripulante respeite suas horas regularmente de repouso, evite bebidas alcoólicas ou drogas, pratique exercícios físicos e esportes com frequência e busque uma alimentação saudável. Aos primeiros sintomas de sua instalação, busque ou recomende a quem você tenha identificado aqueles sintomas, procurar os centros de sua empresa, pois lá você terá um atendimento médico especializado que certamente evitará a progressão de seus sintomas e possibilitará sua recuperação para voo. 1.16 UMIDADE DO AR NO INTERIOR DAS AERONAVES O ar no interior das aeronaves é mais seco, como meio de proteção aos delicados aparelhos eletrônicos, atingindo concentração de umidade próxima a 10% em aviões como o 767 e o Dc-10. A concentração de umidade do ar ambiente está em uma faixa de 30% e 40%. A baixa umidade do ar ambiente determina, no decurso de algumas horas, perda de água pela respiração, causando ao organismo desidratação. As mucosas do nariz e da garganta ficam ressequidas. Isto se agrava, nos que tem as mucosas muito sensíveis e nos alérgicos. Podem ser utilizados os seguintes recursos para diminuir o sofrimento da mucosa das vias aéreas: - Beber água em maior quantidade durante o voo; - Molhar o lenço e respirar através do lenço úmido, nas horas de repouso no voo; - Pingar durante o voo, nas narinas, substâncias que sejam capazes de umedecer as mucosas, tais como “rinosoro” e similares. 1.17 RUÍDOS E VIBRAÇÕES Os sons que percebemos alcançam nossos ouvidos com frequência e intensidade variáveis. A frequência é medida em ciclos por segundo ou hertz, e a intensidade por decibéis. Não são todas as vibrações sonoras que o ouvido humano percebe, a faixa de percepção vai de 18 Hz a 12000 Hz. Abaixo de 18 Hz estão os infrassons e acima de 12000 Hz estão os ultrassons que estão sendo usados em fisioterapia. A faixa sonora mais utilizada pelo homem está entre 500 Hz a 2000 Hz. Quanto à intensidade dos sons, num domicílio ou escritório sossegado alcança 40 decibéis. Numa área residencial sossegada, à noite, 60 decibéis. Numa conversação 70 decibéis. Numa cidade com grande tráfego, 90 db. Na cabine técnica dos jatos modernos, menos de 85 db, no interior da cabine de um quadrimotor a pistão 110 db, no banco de prova motores, 120 db a 130 db. A exposição a uma intensidade de 120 db, sem proteção auricular, traz dor no ouvido e, se alcançar 140 db, pode ocorrer ruptura do tímpano. O LIMITAR DE CONFORTO AUDITIVO ESTÁ EM 85 DB. Dor – 120 db Ruptura dotímpano – 140 db As vibrações de infrassons e ultrassons penetram no organismo pelos pés e pelo assento e se propagam por todo organismo. Se forem exagerados, podem trazer repercussão sobre a audição, sobre o sistema nervoso, sobre o aparelho circulatório. Normalmente, porém, num voo comercial, pode cooperar com os demais fatores estressantes para o desenvolvimento da fadiga. A engenharia aeronáutica procura resolver o problema da poluição sonora ao voo. Novas técnicas aerodinâmicas estão reduzindo os ruídos no interior das aeronaves, devido ao revestimento da carcaça do motor com material de grande absorção sonora. 1.18 MAL DO AR É o conjunto de sintomas caracterizado por um desequilíbrio neurovegetativo, psíquico sensorial, provocado pelos movimentos complexos do avião em voo. Classifica-se no grupo das doenças cinéticas, chamado AEROCINETOSE. Causas: - Movimento do avião, isto é, oscilações laterais, oscilações da frente para trás, oscilações verticais. - Variações de velocidade, aceleração e desaceleração. Sintomas: Sonolência, sentimento de insegurança e ansiedade, palidez, suores frios, salivação, náuseas, vômitos, dor de cabeça, estado vertiginoso, baixa de temperatura, micções frequentes, ritmo cardíaco acelerado ou não. Os candidatos a sentirem o mal do ar são os indivíduos Hipotensos e Vagotônicos. O mal do ar traduz a resposta do organismo a uma excitação violenta do labirinto que é o órgão do equilíbrio. O labirinto comporta dois sacos membranosos: a utrícula e a sácula, e três canais semicirculares contendo um líquido, a endolinfa, em cujas extremidades dilatadas ou ampolas ramificam-se terminações sensibilíssimas do nervo vestibular. Na utrícula e na sácula há a região das máculas onde uma massa gelatinosa envolve terminações sensitivas do nervo vestibular, e acima dos quais pousam pequeninas massas calcárias: os otólitos, horizontalmente nas utrículas e verticalmente nas sáculas. Fatores que determinam o deslocamento do líquido dos canais ou da pressão das pedrinhas (otólitos) sobre as sensíveis terminações nervosas que excitam o sistema e fornecem por vias nervosas aos centros cerebrais, a percepção de posição e equilíbrio. Os canais semicirculares são sensíveis às acelerações angulares, as máculas eolíticas o são aos movimentos da cabeça e às acelerações lineares. A excitação anormal dos órgãos do labirinto é a causa principal do mal do ar. O mal do ar não se manifesta se não em indivíduos predispostos, exigindo condições particulares do organismo. - Instabilidade, Ansiedade e Sugestionalidade; - Hiperexcitabilidade do Labirinto. Náuseas fáceis, palidez frequente, prisão de ventre, instabilidade cardiovascular e hipotensão arterial são as suas principais manifestações, tendência à salivação abundante, à fadiga fácil, à depressão, às vertigens e à sonolência, predispõem-se ao aparecimento do mal do ar. Portadores de distúrbios e afecções do aparelho digestivo, alterações orgânicas ou funcionais do estômago, intestino, fígado, vesícula biliar, também são mais susceptíveis a essa patologia. Medidas Preventivas Aeração suficiente, evitando confinamento, odores, fumaça de cigarro e calor excessivo. Redução ao mínimo dos ruídos e trepidações. Iluminação suficiente, mas atenuada, inclusive o uso de óculos próprios. Alimentação pouco abundante, pobre em gordura, rico em açucarados e frutas. Refeições antes dos voos devem ser leves. As roupas devem ser leves e não apertadas e nem fechadas, capazes de dificultar os movimentos da respiração. Os cintos de segurança, além de contenção a que se destinam, oferecem uma impressão de segurança e, firmado o abdômen reduzem os deslocamentos das vísceras abdominais, ponto de partida dos reflexos nervosos de ação vagotônica. Distrações diversas, como leitura, jogos e conversação que distraia, despertam confiança e acalmam a área psicológica. Remova o paciente para poltrona localizada junto ao centro da gravidade da aeronave, onde há menor amplitude dos movimentos, é o melhor lugar para permanência. A posição melhor é deitada com a cabeça para trás. A pior é com a cabeça inclinada para frente. Convém evitar os movimentos bruscos ou rápidos com a cabeça. 1.19 RECOMENDAÇÕES ÚTEIS AOS TRIPULANTES 1. Ao assumir o voo, o perfil psicossomático ideal do tripulante deve ser o do indivíduo que tem a mente clara e o corpo repousado das atividades aéreas anteriores. 2. Devido à baixa umidade do ar das aeronaves pressurizadas, o tripulante deve fazer uma ingestão de líquidos abundante durante voos longos, evitando com isso, complicações decorrentes da secura da mucosa, tais como sangramento nasal, bem como a formação de cálculos renais. 3. Considerando-se que as bebidas alcoólicas inibem a rapidez dos reflexos, a coordenação motora, deprimindo as funções psíquicas e sensoriais, bem como diminuem a resistência à baixa oxigenação (hipóxia) das grandes altitudes, deve haver um período mínimo de 24 horas entre o último drinque ingerido e a decolagem do voo. 4. Evite voar resfriado, gripado, com coriza ou secreção nasal e infecção na garganta, pois se corre o risco de ser acometido de otite média e suas complicações. Sempre que estiver enquadrado nessa condição, procure os serviços médicos para a avaliação, antes de iniciar a etapa de voo. 5. Há medicamentos que o aeronavegante, e em particular o piloto, não devem usar durante o voo. Sempre que necessitar usar qualquer medicamento, consulte o serviço médico, sobre a inconveniência de uso durante a atividade aérea. 6. Patologias frequentes na população em geral, como diabete e hipertensão arterial, assumem características especiais na população aeronauta. É fundamental que os portadores dessas doenças sigam orientação terapêutica dos médicos especializados. 7. O uso de lentes corretoras é possível dentro dos limites mínimos de acuidade visual estabelecidos pelo CEMAL. O tripulante que necessite usar lentes corretivas deve sempre levar a bordo lentes sobressalentes, para qualquer dano nas que estiverem em uso. 8. O fumo como todas as suas consequências nocivas à população em geral, assume característica catastrófica em ambiente fechado como as cabines de um avião. 9. Não repudie o chek-up ou inspeção periódica de saúde. Ao contrário, procure tirar benefícios de seus resultados. É uma medida que se situa na área mais útil e generosa da medicina: A Medicina Preventiva. 10. Os ritmos fisiológicos ou circadianos, como o sono, função digestiva, funções psíquicas, etc. são alterados quando se ultrapassa 4 fusos horários na travessia rápida no sentido Leste-Oeste e vice-versa. Com isso, todas aquelas funções ficam comprometidas. O ajuste de suas funções aos novos horários decorrentes das diferenças de fusos horários requer 48 horas de adaptação. A recomendação mais adequada para tripulantes é manter os seus hábitos nos horários de seu lugar de origem, para que não necessite se adaptar a sua base. 11. Pratique esportes, repouse e amenize sua dívida de sono nos intervalos de jornada de trabalho, evite fumar ou beber. Fique longe das drogas lícitas, elas causam dependências físicas e psíquicas. Agindo assim, você estará reduzindo substancialmente a probabilidade de instalação de fadiga aérea, que pode incapacitá-lo definitivamente para voo. 1.20 HIPERVENTILAÇÃO Para que o sistema respiratório funcione bem, é necessário que haja, entre outras coisas, um perfeito equilíbrio entre o Oxigênio e o Nitrogênio. Quando por qualquer motivo, se instale uma hiperventilação, ou seja, um aumento na atividade respiratória, que venhaa perturbar esse equilíbrio, o sistema respiratório entra em déficit. A hiperventilação leva a um enriquecimento de oxigênio e a um empobrecimento dos níveis de dióxido de carbono na corrente sanguínea. Quando isso acontece, diz-se que se instalou uma Hipocapnia. A hiperventilação pode acontecer por diversos motivos, mas na aviação, apesar de não ser comum, ela se instala com maior facilidade, quando acontecem os voos por instrumento, ou uma situação anormal, quando a aeronave e seus ocupantes correm riscos por conta de uma possível pane. Sintomas e Sinais: Os sintomas e sinais se confundem com a hipóxia. Podem aparecer os seguintes sinais e sintomas: vertigem, tontura, diminuição da visão, fala, memória e audição. Também podem acontecer, espasmos musculares e perda da consciência. Prevenção: Conhecer a filosofia da respiração e as causas que podem levar a desencadear esta síndrome. Tratamento: Prender a respiração intermitentemente, até fazer voltar ao normal, os níveis de CO2 na corrente sanguínea. 1.21 HIPÓXIA A hipóxia é uma oxigenação deficiente dos tecidos. Tipos: Hipóxia Anóxica: Deficiência da oxigenação do sangue nos pulmões. Ela pode ser causada por diversos motivos, como por exemplo: Obstrução das vias aéreas, patologias pulmonares. Hipóxia Hipoxêmica: É a deficiência de oxigênio, por conta da queda da pressão parcial do oxigênio. A despressurização pode levar a este tipo de hipóxia. Hipóxia Anêmica: Deficiência no transporte de oxigênio pela corrente sanguínea. Acontece nos casos de hemorragias, intoxicação da hemoglobina por monóxido de carbono. Hipóxia Estagnante e Choque: Deficiente circulação sanguínea. Ocorre nas patologias cardíacas. Hipóxia Histotóxica: O oxigênio mesmo chegando aos tecidos, não pode ser utilizado. Acontece nos envenenamentos pelo cianureto, álcool etílico, gás sulfídrico. Formas combinadas: Quando existe a associação de diversos tipos de hipóxia, com diferentes causas. Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas se fazem sentir sobre diversas atividades das pessoas acometidas de hipóxia. É afetada a visão, tato, audição. O raciocínio fica mais lento. O rigor do julgamento diminui. Além disso, ela experimenta várias etapas: euforia, belicosidade e agressividade. Diminui o tempo útil de lucidez. De acordo com a altitude, esses sintomas podem aparecer com maior ou menor gravidade, pois vai depender também das condições de saúde da pessoa e das atividades que esteja desempenhando. Tratamento: Posição sentada ou semi sentada garante maior conforto respiratório. Ventilação adequada através de oxigenioterapia. Combate aos fatores causadores da Hipóxia. Prevenção: Na aviação é importante lembrar que o sistema de oxigênio e pressurização garante boa respiração. 1.22 DESPRESSURIZAÇÃO Sabemos que à medida que subimos, a pressão atmosférica diminui. Logo, para permitir voos em grandes altitudes, é necessário pressurizar a aeronave. É como se você estivesse voando em baixas altitudes, em níveis onde a pressão parcial do oxigênio fosse suficiente para garantir uma boa ventilação e oxigenação dos tecidos. Assim se consegue voar em grandes altitudes quando a aeronave está pressurizada. Mas, se em grandes altitudes romper-se uma janela, abrir a porta, enfim, qualquer acontecimento que venha permitir a saída do ar da cabine de forma brusca, acontece a despressurização. Tipo: 1. Explosiva – quando a perda de pressão é instantânea. Acontece em menos de 1 segundo. 2. Rápida – embora mais lenta que a explosiva, a perda de pressão acontece em torno de 10 segundos. 3. Lenta – quando a perda de pressão acontece lentamente. Nesses casos normalmente é controlada pela tripulação técnica. Acontece acima de 10 segundos. Diversos fatores vão interferir para este acontecimento ser caracterizado como grave ou não. Entre eles podemos destacar: - Tamanho da cabine; - Diâmetro da saída da pressão; - Altitude em que esteja voando. Uma vez instalada a despressurização, a conduta da tripulação deverá ser a seguinte: - Fazer a aeronave descer para a altitude respirável; - O comissário deverá buscar a máscara de oxigênio mais próxima e se utilizar dela; - Após a aeronave alcançar a altitude respirável, o comissário deverá verificar se algum passageiro necessita de auxílio, principalmente de ordem respiratória, estando com o cilindro portátil de oxigênio a postos para qualquer eventualidade. OBS: Os sinais de Hipóxia podem estar presentes, assim como os do Aeroembolismo. Mas isto não significa que toda despressurização seja sinônimo de aeroembolismo, já que este se instala nas despressurizações que ocorrem acima de 30000ft. Numa despressurização, o tempo para agir é muito pequeno. Para se ter uma ideia, nas despressurizações explosivas, o tempo para efetuar os procedimentos básicos é de apenas 10 segundos. Vale lembrar também que o deslocamento dentro da aeronave é muito difícil, já que a mesma estará em grande altitude. Além da intensa neblina que tomará conta do ambiente, dores articulares e abdominais poderão aparecer por causa da expansão dos gases no interior do organismo. 1.23 LEIS LIGADAS À MEDICINA AEROESPACIAL Leis de Henry – “Em uma mistura gasosa como o ar, a quantidade de gás em solução em um solvente é diretamente proporcional à pressão parcial do nitrogênio existente no ar atmosférico.” Leis de Dalton (lei dos gases) – “A pressão total dos gases é igual à soma das pressões parciais dos componentes.” Leis de Boyle – Mariotte – “A uma temperatura constante, o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão que exerce sobre este gás.” Principais Radicais Gregos e Latinos A /AN – NEGAÇÃO, AUSÊNCIA AERO/AER – AERONAVE ALGÉ/ALGIA – DOR, NEVRALGIA ASTENIA – FRAQUEZA, NEURASTENIA ASTER/ASTRON – LASTERÓIDE ATM/ATMO – ATMOSFERA BACTÉRIA – BASTÃO, BACTERIOLOGIA BARICO (A) – PRESSÃO BARO – PESO, BARÔMETRO BRADI – LENTO CARDIA – CARDÍACO CEFALÉA – CABEÇA, CEFALÉIA CINE – CINEMA, MOVIMENTO COSMO – CÓSMICO DERME – PELE DIPSI – SEDE DIS – DIFICULDADE, MAU FUNCIONAMENTO DONTO – DENTES DROMO – CORRIDA EDEMA – INCHAÇO ENDO – DENTRO ESTOMA – BOCA, ESTÔMAGO FACIA – FOME FLEBO – VEIA FOBIA – MEDO FONE – SOM GEO – TERRA GLICO – GLICOSE, AÇÚCAR GLIFO – SULCO HÉLIO – HELIOCENTRO HEMI – METADE HEMO/HEMA – SANGUE HIDRO – ÁGUA HIPER – EXCESSO HIPO – ABAIXO ISO – IGUAL ITE – INFLAMAÇÃO LARINCO – GARGANTA LOGIA – ESTUDO MACRO – GRANDE MESO – MEIO MICRO – PEQUENO MIELO – MEDULA MIO – MÚSCULO MORFO – FORMA MORTI – MORTE NATUS – NASCIDO NECRO – MORTE NEFRO – RIM NEO – NOVO NEURO – NERVO ODONTO – DENTE OFIS – SERPENTE OFT/ALMO – OLHOS ÓSTEO – OSSO OXI – GÁS OXIGÊNIO PEPSIA – DIGESTÃO PERI – PERÍMETRO, PERICÁRDIO PLASMA – SUBSTÂNCIA PNEU – AR SOB OU PRESSÃO, PULMÃO POLI – MUITO PROTERO – ANTERIOR PTERO – ASA RINO – NARIZ SCÓPIO – EXAMINAR TANATO – MORTE TAQUI – RÁPIDO TOMIA – CORTE TOMO – QUE DIVIDE, ÁTOMO TÓXICO – VENENO TRAQUE – TRAQUÉIA TRAUMA – FERIMENTO ÚRIA – URINA Caros alunos, Chegamos ao final de nossa disciplina. Pudemos ver os inúmeros fatores que podem interferir na saúde e no desempenhoprofissional dos aeronautas. Apesar disso, sabemos que o setor da aviação civil é um dos mais avançados e em constante evolução de forma a possibilitar voos cada vez mais seguros. Sabemos também que abraçar a profissão de aeronauta é mais que uma escolha, é uma paixão que supera todos os entraves. Sucesso!! ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________
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