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Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2 219 MED RESUMOS 2011 ELOY, Yuri Leite; NETTO, Arlindo Ugulino. GINECOLOGIA _________ P L A N E J A M E N T O F A M I L I A R ( P r o f e s s o r a R i e v a n i d e S o u z a D a m i ã o ) O planejamento familiar um direito que o casal possui, na sociedade moderna, de optar por ter ou n o filhos. Embora em outros pases o planejamento familiar envolva outras questes, que n o s a gravidez, no Brasil, podemos definir o planejamento familiar como uma srie de medidas adotadas pelo casal que visa impedir uma gravidez indesejada. Da mesma forma, o planejamento familiar, inclui aquelas medidas que tem como inten o contemplar o casal infrtil com um filho. Com isso, a Constitui o Federal Brasileira d o direito ao casal de evitar uma gravidez indesejada, ou em momento inoportuno, assim como permite o auxlio para aqueles casais que, por motivos diversos n o conseguem ter filhos. Neste captulo iremos abordar os dois extremos do planejamento familiar, ou seja, o manejo clnico do casal infrtil, e as medidas contraceptivas mais utilizadas para se evitar uma gravidez. CONSIDERAES GERAIS De acordo com a Constitui o Federal, o planejamento familiar, o direito que o casal possui a informa o, assistncia especializada e ao acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou n o filhos. Para a realiza o de um planejamento familiar adequado, o mdico deve ter um profundo conhecimento dos principais mtodos contraceptivos. Desde os primrdios da civiliza o moderna, o homem tenta adotar medidas para evitar uma possvel gravidez, podendo esta ser realizada de vrias formas, como por exemplo, o simples coito interrompido como mtodo contraceptivo, sendo esta forma mais primitiva para se evitar uma gravidez. Entretanto, devido ao grande ndice de falhas, constantemente tem-se tentado melhorar os mtodos contraceptivos ideais que tem como inten o principal: (1) evitar a gravidez de forma efetiva, com menor ndice de falhas possveis, (2) menor nmero de complicaes principalmente em rela o fertilidade feminina, (3) n o trazer nenhum desconforto durante o ato sexual, (4) ter a comodidade de ser interrompido, em qualquer fase da vida reprodutiva feminina ou masculina, sem trazer prejuzos para fertilidade, (5) mtodo que esteja adaptado a vida social e profissional, (6) baixo custo, (7) fcil acesso e administra o. Conhecendo os itens de um mtodo contraceptivo ideal, na indica o de uma terapia devemos sempre lembrar, principalmente, dos seguintes itens: efetividade, segurana e custo. A e f i c á c i a seria definida como a capacidade do mtodo contraceptivo. Entretanto, somente com a atua o do mtodo essa segurana n o ser completa, pois paralelamente est o outras variveis de grande importncia como: fertilidade do casal, perodo ovulatrio, seguimento correto das orientaes dadas pelo mdico. Com isso, antes de iniciar a teraputica para um casal, deve-se primeiramente estabelecer seu perfil e com isso, determinar um mtodo que se encaixe em seu padr o de vida. Com rela o s e g u r a n ç a , obviamente existem mtodos mais seguros que outros, e por isso, mais caros. Por exemplo, os mtodos hormonais, constituem fatores de risco para pacientes obesas, hipertensas, doenas imunolgicas. A segurana tambm est relacionada com a transmiss o de doenas sexualmente transmissveis, nesse aspecto a utiliza o dos mtodos de barreira traz uma maior segurana (camisinha masculina e feminina), em rela o transmiss o de DST e cncer de colo uterino, alm ter uma eficcia anticoncepcional relativamente boa, entretanto menor que os mtodos hormonais. Tendo isso em vista, normalmente a teraputica contraceptiva, n o est baseada somente em um nico mtodo, ou seja, para um casal podemos tranquilamente indicar o uso de camisinha (mtodo de barreira – evitando doenas) e anticoncepcionais para a mulher, trazendo assim uma maior segurana para o casal. Quanto ao c u s t o , sabe-se que os mtodos mais eficazes tendem a ser mais caros, da a importncia de estabelecer o perfil do casal, tentando adaptar a sua condi o econmica aos melhores mtodos contraceptivos. MTODOS CONTRACEPTIVOS Os principais tipos de mtodos contraceptivos utilizados atualmente est o listados abaixo: Comportamentais Barreira D.I.U (Dispositivo Intrauterino) Hormonais: Orais, Injetveis, Implantes Definitivos ou Cirrgicos M É T O D O S C O M P O R T A M E N T A I S Os mtodos comportamentais s o os mais antigos, e s o utilizados at os dias atuais, entretanto sem orienta o mdica adequada, elevando assim seu ndice de falhas. A ado o desses mtodos exige um treinamento, ensinamento do mdico em rela o ao paciente. Esse mtodo individual de cada casal, ou seja, sua ado o leva em considera o variveis pertinentes ao casal, especialmente as mulheres, como ciclo menstrual, freqncia de relaes sexuais etc. Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2 220 Tomando como ponto de partida as variveis citadas acima, tanto o mdico, e principalmente a paciente, deve ter pleno conhecimento do seu ciclo menstrual. Essas informaes devem ser passadas a paciente de forma clara e leiga, informando da seguinte forma: “O c i c l o m e n s t r u a l e s t á e m t o r n o d e 2 8 a 3 0 d i a s e m m é d i a , e p o s s u i b a s i c a m e n t e d u a s f a s e s . A e t a p a m a i s p r o v á v e l d e o v u l a ç ã o s e r i a e x a t a m e n t e n o m e i o d o c i c l o , e m m é d i a 1 4 º d i a , e s s a d a t a , e n t r e t a n t o , é v a r i á v e l , s e n d o n e c e s s á r i o a d o t a r m e d i d a s d e s e g u r a n ç a , q u e i n c l u i a i n t e r r u p ç ã o d a r e l a ç ã o s e x u a l 5 d i a s a n t e s e 5 d i a s a p ó s a o v u l a ç ã o , p o i s e s s e p e r í o d o é c o n s i d e r a d o o perodo frtil da mulher”. A eficcia desse mtodo est intimamente relacionada com o entendimento da informa o citada acima. Alm disso, o mdico deve informar a paciente todos os comemorativos que est o relacionados com a ovula o, ou seja, s o sinais clnicos que sugerem o perodo da ovula o: C a l e n d á r i o ( t a b e l i n h a ) : O incio e o trmino do perodo frtil (nmero de dias) depende da dura o dos ciclos menstruais. M u c o c e r v i c a l ( B i l l i n g s ) : Presena de muco cervical aumentado corresponde ao perodo frtil. T e m p e r a t u r a c o r p o r a l b a s a l : a temperatura corprea, em repouso, sobe levemente no perodo aps a ovula o. O efeito da progesterona, aps a ovula o, age no hipotlamo, ocasionando uma varia o da temperatura da mulher em torno de 0 a 3C. Dessa forma, durante o ciclo menstrual a paciente deve registrar sua temperatura diariamente, registrando sua mdia (36C, por exemplo), nos dias do ciclo em que h eleva o dessa temperatura, indica provvel ovula o, com isso, espera-se 3 dias da data do registro da temperatura aumentada, para s ent o ter relaes. S i n t o t é r m i c o s : consiste no uso dos trs mtodos descritos acima de forma combinada, alm de outros sinais ou medidas que podem contribuir para detectar a ovula o de maneira mais precisa. um mtodo de baixa eficcia, pois caso tenha alguma varia o do ciclo menstrual, ou n o acompanhamento correto do que foi exposto paciente pode vir a engravidar, por isso necessita compreens o de ambos os parceiros. Uma forma de aumentar a eficcia desse mtodo a prtica do coito interrompido, entretanto, sua contribui o simplria, pois existe o pr-ejaculado onde h libera o de espermatozides viveis. Alm disso, um mtodo que n o trs nenhuma prote o em rela o transmiss o de doenas sexualmente transmissveis,ou ocorrncia de cncer cervical. O B S 1 : As medidas comportamentais servem como indica o quelas pacientes que possuem um ciclo menstrual normal, ou seja, 28 dias regulares. Entretanto, naquelas pacientes que possuem um ciclo irregular, o mdico deve orientar a paciente para registrar os ciclos menstruais nos primeiros 6 meses. A partir deste registro, deve-se s u b t r a i r 1 8 d i a s d o m e n o r m ê s e 1 1 d o m a i o r e, com isso, estabelecer um provvel perodo de ovula o. Por exemplo, caso o menor ciclo tenha sido 26 dias (26 – 18 = 8 dias), e o maior 30 (30 – 11 = 19), dessa forma, o dia mais provvel da ovula o ser do 8 ao 19 dia do ciclo menstrual, sendo este o perodo em que se deve priorizar a abstinncia sexual. M É T O D O S D E B A R R E I R A um mtodo que est baseado principalmente na interrup o da progress o dos gametas masculinos atravs do trato reprodutivo feminino. Os dispositivos de barreira mais utilizados s o: diafragma, esponjas e espermicidas, DIU (sem hormnios) e c o d o m ou preservativo (masculino e feminino). C a m i s i n h a M a s c u l i n a . Este o mtodo contraceptivo mais utilizado em todo o mundo, que ajuda n o s no planeamento familiar como tambm reduz o risco de transmiss o de diversas DSTs. feito de ltex ou poliuretano e geralmente vem j lubrificado, existindo em vrias cores, aromas e tamanhos. Sua utiliza o deve ser feita com alguns passos para melhorar sua eficcia como mtodo contraceptivo de barreira: Primeiramente, verifica o da data de vencimento do preservativo na caixa ou na embalagem. N o se deve utiliz-lo se tal data j estiver expirada (eles podem parecer normais, mas se rompem mais facilmente). A abertura da embalagem deve ser feita cuidadosamente em um de seus lados, evitando a abertura com dentes e unhas, o que poderia causar a ruptura do preservativo. O usurio deve apertar levemente a extremidade (reservatrio de smen) do preservativo para evitar o acmulo de ar nesta regi o. As bolsas de ar podem romper um preservativo facilmente. Deve-se verificar o lado correto do preservativo antes de desenrol-lo. O preservativo deve ser colocado na ponta do pnis ereto. H duas maneiras de coloc-lo, mas o preservativo se desenrola em somente uma delas. O preservativo deve ser desenrolado sobre o pnis, at a base. Antes de comear a rela o sexual, recomendvel testar se o preservativo n o est "folgado" no pnis. Nunca se deve utilizar o mesmo preservativo mais de uma vez. Cada rela o sexual necessita de um novo preservativo. O preservativo deve ser retirado do pnis logo aps a ejacula o. Segurar o preservativo enquanto retira o pnis da vagina ou anus evita vazamentos. Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2 221 C a m i s i n h a F e m i n i n a . É formada por um plástico de polietano e deve ser colocada na vagina previamente à relação sexual. É composta por dois anéis, um maior e outro menor: o menor tem uma pequena cobertura, que deve ser colocada voltada para o colo uterino, enquanto o anel maior fica exposto. Tem uma proteção comprovada contra a gravidez e ainda doenças sexualmente transmissíveis, tendo assim uma boa eficácia. Apesar disso, o uso da camnisinha culturalmente, no Brasil, é um hábito masculino. Geralmente as mulheres muitas vezes, desconhecem a camisinha feminina, algumas conhecem mas nunca usaram, podendo perceber uma certa resistência em relação ao seu uso. D i a f r a g m a . É um composto formado por látex ou de silicone (utilizado como alternativa naquelas pacientes que tem alergia ao látex). Ele apresenta uma pequena concavidade, que deve ficar voltada para o colo uterino. A mulher deve acopla-la ao colo uterino, antes da relação sexual. Entretanto, não está comprovado cientificamente sua eficácia em evitar a gravidez, por isso, deve ser utilizado juntamente com espermicida (deve ser aplicado cerca de 1 hora antes da relação para ter efeito adequado). O diafragma deve ser retirado somente 6 a 8 horas após a relação sexual, para que o espermicida atue eliminando os espermatozóides. Em resumo temos: O diafragma, como um método vaginal de anticoncepção, que consiste em material de borracha (látex ou silicone) côncavo com borda flexível, que recobre o colo uterino. É colocado na vagina antes da relação sexual. Deve ser utilizado com geléia ou creme espermicida. Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2 222 M É T O D O S H O R M O N A I S Podem ser utilizados na forma de anticoncepcionais orais e injetveis. Alm disso, ainda temos os implantes, anis vaginais e ainda os anticoncepcionais transdrmicos, utilizados na forma de adesivos. Essas s o as principais formas que os hormnios podem ser distribudos. De um modo geral, todas essas vias produzem nos pacientes efeitos sistmicos semelhantes, mudando somente a eficcia, tempo de atua o e dura o. Entre as principais aes dos anticoncepcionais temos: S u p r i m e m a o v u l a ç ã o : este mecanismo est associado principalmente a nveis elevados de progesterona e estrgeno no sangue, que determina um feedback negativo sobre o hipotlamo diminuindo a secre o de gonadotropinas. Com isso, as quedas de FSH n o estimulam o processo de matura o folicular, e dessa forma, mesmo na presena de espermatozides, n o h vulo para ser fecundado. Reduzem o transporte ovular nas trompas; Alteram o endomtrio e dificultam a nida o; Tornam mais espesso o muco cervical, evitando a penetra o dos espermatozides; A n t i c o n c e p c i o n a i s H o r m o n a i s C o n j u g a d o s . Os anticoncepcionais orais combinados (AOCs), mais conhecidos como plula, s o usados por cerca de 20% das mulheres em idade frtil (15-49 anos) no Brasil. Recebem essa denomina o (“combinado”), pois em sua composi o qumica, existe estrognio e progesterona ou progestgenos (progesterona sinttica). o mtodo anticoncepcional reversvel mais utilizado no pas. No mercado farmacutico existem formulaes de 15 a 50 microgramas de etinilestradiol, ou seja, toda plula de AOC, o estrognio presente na forma de etinilestradiol. De acordo com esses valores podemos dizer se a droga de alta, mdia e baixa dosagem. Em rela o progesterona, est o disponibilizadas da 1 a 4 gera o. Seus respectivos representantes s o: Noretisterona, Levonorgestrel, desogestrel e dienogestrel. Atualmente as mais utilizadas s o as de 3 e 4 gera o de progestgenos, pois, essas drogas tem uma eficcia maior em menores doses e com isso, trazendo menos efeitos colaterais. Comercialmente as plulas combinadas podem ser apresentar da seguinte forma: M o n o f á s i c a s - mais comuns, com cartelas de 21 comprimidos. S o comprimidos ativos (mesma composi o e dose), alguns com 6 ou 7 de placebo para completar 28 comprimidos. Essas drogas possuem os dois hormnios em doses fixas em um nico comprimido. B i f á s i c a s - contm dois tipos de comprimidos ativos, de diferentes cores, com hormnios em propores de estrgeno e progesterona diferentes. S o utilizados dessa forma para estabilizar o ciclo menstrual da mulher e ainda evitar os efeitos colaterais. T r i f á s i c a s - contm trs tipos de comprimidos ativos, de diferentes cores, com hormnios em propores diferentes. Tem a mesma inten o das apresentaes bifsicas. P í l u l a s p a r a u s o v a g i n a l - uma plula monofsica, contendo 21 comprimidos ativos na embalagem. O B S 2 : Devido introdu o das plulas de 3 e 4 gera o, em que se tem menores concentraes e com isso, menos efeitos txicos, a maioria das apresentaes est na forma monofsica, n o sendo necessrio mais o fracionamento das doses, como ocorre nas apresentaes bifsicas e trifsicas. O B S 3 : O ndice de VEAL utilizadopara avaliar a eficcia dos anticoncepcionais. Esse ndice calculado atravs do nmero de gravidez em 100 mulheres em um ano. Quanto maior o ndice de VEAL, menor a eficcia daquela droga. Efeitos colaterais Estrgenos Nusea, tonturas, Leve mastalgia Pteriogietacsias Dores de cabea ou manchas, Cloasma, Pequeno grau de reten o hdrica (progestgeno), Tromboflebites, tromboses, tromboembolia Cefalias vasculares. Progestgeno Diminui o da Libido Depress o Alteraes do Humor Fadiga Acne Aumento do Tamanho das mamas Alteraes do Metabolismo dos lipdios O uso de anticoncepcionais est totalmente contra-indicado naquelas pacientes que s o portadoras de doena vascular coronariana ou cerebral, cncer de mama, gesta o, diabetes complicada, doena ou tumor heptico, hipertens o severa, enxaqueca grave, LES. Estas situaes constituem contra-indicaes absolutas ao uso de ACO, pois estes medicamentos podem predispor trombose e a tromboembolia. Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2 223 Benefícios não anticonceptivos Diminuem o fluxo menstrual e cólicas menstruais, melhorando anemia. Regulam o Ciclo Menstrual Aliviam a tensão pré-menstrual Reduz incidência de dismenorréia Protegem contra o câncer ovariano e endometrial Diminuem a incidência das doenças mamárias benignas e dos cistos ovarianos Evitam a gravidez ectópica Limitações Podem causar um pouco de náusea, tonturas, leve mastalgia, dores de cabeça ou manchas, cloasma, pequeno grau de retenção hídrica (progestágeno), tromboflebites, cefaléias vasculares. A eficácia pode diminuir quando certas drogas são tomadas O esquecimento aumenta as falhas do método Não protegem contra DSTs M i n i p í l u l a s . As minipílulas são compostas somente de progestageno em dose muito baixa (em torno da 1/2 a 1/10 da quantidade dos Anticonceptivos Orais Combinados). Não contém estrogênio e estão indicados principalmente naquelas pacientes que estão amamentando. Isso ocorre, pois, o estrogênio e progesterona atuando juntos podem alterar a qualidade e quantidade do leite materno. Apesar de sua indicação, mulheres que não estão amamentando também podem fazer uso dessa medicação. Benefícios anticonceptivos Eficazes quando tomadas diariamente à mesma hora (0,05-5 gravidezes por 100 mulheres no 1º ano de uso) Eficácia imediata (menos de 24 horas) Não afetam a amamentação Retorno imediato da fertilidade quando suspenso o uso Poucos efeitos colaterais Benefícios não-anticonceptivos Podem diminuir as cólicas menstruais Podem reduzir o sangramento menstrual Podem melhorar a anemia Protegem contra o câncer do endométrio Diminuem as doenças benignas das mamas Diminuem a incidência de gravidez ectópica C o n t r a c e p ç ã o d e E m e r g ê n c i a . Consiste em uma forma de contracepção que utiliza altas dosagens de estrógeno e progesterona. Apesar de sua existência há muitos anos, só foi devidamente regulamentado pelo Ministério da Saúde há aproximadamente 10 anos. Pode ser ingerida uma única vez logo após a relação sexual. Naquelas pacientes em que houve atraso, pode fazer o uso até 72 horas após o ato sexual, tomando duas pílulas de alta dosagem de 12 em 12 horas. Essa forma de contracepção atua impedindo a implantação de uma possível fecundação, com isso, seu principio está baseado principalmente em alterações expressivas do endométrio. É importante salientar que atualmente não é mais considerada um método de contracepção, e sim, método de emergência, sendo utilizada, por exemplo, nos casos em que há o rompimento da camisinha ou estupro. Dessa forma a anticoncepção oral de emergência pode ajudar a prevenir gestações indesejadas e consequente aborto clandestino, após uma relação sexual sem proteção. É também conhecida como anticoncepção pós-coital ou pílula do dia seguinte. Não deve ser utilizada de rotina como método anticoncepcional, mas apenas em situações de emergência. Além dos efeitos colaterais essas pílulas vão perdendo o efeito. M é t o d o s H o r m o n a i s I n j e t á v e i s M e n s a i s . As diferentes formulações contêm estradiol e um progestogênio sintético, diferentemente dos anticoncepcionais orais combinados, pois ambos os hormônios são sintéticos. Podem ser utilizados através de injeções mensais e trimestrais. Seu principal representante é o acetato de medroxiprogesterona (de depósito) que é um método anticoncepcional injetável apenas de progestogênio, utilizado por aproximadamente 14 milhões de mulheres em todo o mundo. É um progestogênio semelhante ao produzido pelo organismo feminino, que é liberado lentamente na circulação sanguínea. Sua administração é feita trimestralmente. Os anticoncepcionais combinados são utilizados mensalmente. Estas drogas, com essa administração, têm uma excelente eficácia, com um índice de VEAL muito baixo. Seu índice de falha está em torno de 0,3 gravidezes, por 100 mulheres estudadas. Dados epidemiológicos mostram que sua eficácia é maior que a própria esterilização feminina. Essa eficácia é justificada principalmente pelo seu mecanismo de liberação, ou seja, sua liberação lenta e constante determina uma concentração plasmática plena, diferentemente dos anticoncepcionais orais combinados. Com isso, podemos dizer que o método contraceptivo de maior eficácia são os métodos injetáveis ou de depósito. Uma das desvantagens do uso dessa droga, é que, após a interrupção do tratamento, algumas pacientes ainda podem ficar cerca de 9 meses sem ovular. Com isso, não é a droga de escolha quando se deseja retorno precoce da fertilidade, após a interrupção do tratamento. Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2 224 Efeitos colaterais Sangramentos intermenstruais ou durante todo o mês, entretanto há tendência de normalização sem ocorrência de novos sangramentos. Cefaléia e Enxaqueca: são manifestações que ocorrem principalmente devido ao uso da progesterona. Ganho de Peso Retorno Tardio da Fertilidade: geralmente quando a paciente faz uso por tempo prolongado, ou seja, 2 a 3 anos. A d e s i v o s T r a n s d é r m i c o s . Equivalente à pílula combinada. Consiste em uma combinação de progestogênio (moreprogestorina) e estrogênio (etinilestradiol), liberado de forma contínua (ex. sete dias, embalagens com três unidades), através de adesivos cutâneos. São utilizados principalmente naquelas pacientes após a menopausa. A absorção cutânea é muito eficiente e garante nível contínuo de hormônios com alta eficácia, tendo sua eficácia semelhante aos anticoncepcionais orais. Entretanto tem um custo elevado. O principal efeito colateral relacionado aos adesivos é principalmente a presença de sangramentos irregulares. Apesar disso, não há efeitos adversos semelhantes aos ACO, devido a não metabolização hepática. Sendo está uma boa opção para aquelas pacientes que tem efeitos colaterais exacerbados das pílulas, ou ainda, presença de contra- indicações absolutas como: glicemia elevada (diabetes), hipertensão, obesidade. Além disso, pode ocorrer o descolamento do adesivo, devido ao suor, banhos, etc. I m p l a n t e s S u b d é r m i c o s . O implante subdérmico é dispositivo contendo hormônio, no formato de bastonete, que deve ser inserido sob a pele na parte superior do braço. O bastonete contém progestogênio (o mais comum é o acetato de metoxiprogesterona), muito parecido com o hormônio natural, que é liberado lentamente em doses constantes. É um método recentemente aprovado para uso pelo Ministério da Saúde no Brasil. Seu índice de falha está em torno de 0 - 0,2%, considerando uma eficácia de 100%, assim como os injetáveis. É um método de depósito que difere do injetável, pois a droga que é administrado nesses casos ficaarmazenada em uma localização anatômica diferente das drogas injetáveis, ou seja, enquanto a forma injetável fica armazenada mo músculo, os implantes subdérmicos, permanecem estocados na própria subderme. Tem uma duração média de 3 anos. Uma das principais desvantagens desse método é a ocorrência de sangramentos irregulares. Geralmente são sangramentos intensos, e não S p o t t i n g , como ocorre nas drogas injetáveis. A n é i s V a g i n a i s . Consiste em um anel formado por polietileno, que tem em sua estrutura levonorgestrel e etinilestradiol. O anel é colocado pela própria paciente, permanecendo fixo no fundo de saco posterior e colo uterino. O dispositivo que é colocado permanece liberando de forma constante as substâncias citadas anteriormente. Entre os efeitos colaterais do uso desse tipo de medicamento, nessa forma de administração são: sangramentos irregulares, leucorréia, inconveniente de ser percebido tanto pela paciente como para o parceiro. Apesar disso, não apresenta nenhum efeito colateral semelhante aos ACO, pois não sofrem metabolização hepática. A troca do dispositivo deve ser realizada a cada três semanas, com interrupção de uma semana. Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2 225 D i s p o s i t i v o I n t r a - U t e r i n o ( D I U ) . O dispositivo intra-uterino (DIU) e mtodo anticoncepcional hormonal mais utilizado em todo o mundo, com aproximadamente 100 milhes de usurias. Podem ser de vrios, tipos: DIU com cobre -TCu 380 e MLCu-375, DIU que libera progestgeno, DIU inerte, n o medicado - ala de Lippes. De um modo geral podemos dizer que o DIU vai atuar da seguinte forma: Interfere com a capacidade do esperma em atravessar a cavidade uterina Tornam mais espesso o muco cervical (somente com progestgeno) Interfere com o processo reprodutivo antes que os ovos cheguem cavidade uterina Modificam o endomtrio No Brasil o DIU feito polietileno e revestido de cobre. O cobre nesses casos desempenha uma importante fun o atuando como espermecida, ou seja, impedindo a condu o do espermatozide. O Mirena outro tipo de DIU, um endoceptivo que libera hormnio (levonorgestrel) diretamente no tero. Alm de atuar como espermicida e servir como uma barreira fsica para os espermatozides utilizada como mtodo anticoncepcional, no tratamento de distrbios menstruais e na terapia de reposi o hormonal. Essas pacientes geralmente aps 3 meses de uso permanecem em amenorria, sendo esta uma vantagem. Alm disso, diminui a dor plvica por dismenorria (por endometriose ou mioma), reduz os focos de endometriose e previne o seu desenvolvimento. Outras vantagens o custo do medicamento, pois tem uma dura o mdia de 5 anos, ou seja, avaliando o custo em rela o ao uso de ACO sairia mais barato; n o impede a ovula o, sendo este importante por manter a libido da paciente, n o sofre metaboliza o heptica; n o passa em grandes quantidades para corrente sangunea, e com isso, n o provoca efeitos colaterais; restabelece a fertilidade aps sua retirada. As desvantagens desse mtodo contraceptivo seriam a n o prote o contra doenas sexualmente transmissveis, e n o tem os mesmos benefcios dos ACO, pois no DIU de Mirena a paciente ainda ovula. Embora n o seja uma contra-indica o absoluta, n o se recomenda o uso de DIU em pacientes que ainda n o tiveram filhos. As infeces s o as principais preocupaes na usuria de DIU. Em resumo temos: Vantagens N o requer interferncia do casal para sua eficcia. N o interfere no ato sexual Tem efeito prolongado Mantm a Libido da Paciente N o tem Efeitos colaterais sistmicos Baixo custo Desvantagens Est relacionado com a eleva o de doenas inflamatrias plvicas benignas Interfere na Infertilidade – associado somente ao DIU de cobre, por aumentar as chances de DIP e com isso levar a sequelas das trompas. Dismenorria – DIU de cobre Gesta o de Cobre – DIU de cobre N o previne contra DSTs. M É T O D O D E F I N I T I V O Consiste na realiza o de procedimentos cirrgicos para impedir a condu o dos espermatozides at o vulo. Alm disso, importante salientar que, embora definitivo, esses mtodos n o impedem com que a fertilidade da paciente seja restabelecida espontaneamente ou cirurgicamente. Isso pode ser comprovado pela literatura, com relatos de reestrutura o do ducto deferente, como tambm, recanaliza o espontnea das tubas uterinas. Os principais mtodos definitivos s o: V a s e c t o m i a ( d e f e r e n t e c t o m i a ) : um mtodo contraceptivo atravs da ligadura dos canais deferentes no homem. uma pequena cirurgia realizada sob anestesia local que n o necessita de interna o. As taxas de falha da vasectomia, s o menores que 1%, mas a eficincia da opera o e os ndices de complicaes variam com o nvel de experincia do cirurgi o que faz a opera o e a tcnica cirrgica utilizada. Embora uma falha tardia (causada pela recanaliza o dos ductos deferentes) seja muito rara, ela tambm foi documentada. L a q u e a d u r a : consiste no mtodo de esteriliza o feminina caracterizado pelo corte e/ou ligamento cirrgico das tubas uterinas, que fazem o caminho dos ovrios at o tero. um procedimento seguro que pode ser feito de vrias maneiras, sendo necessria interna o e anestesia geral ou regional. Aps a opera o, o risco de gravidez da mulher de menos de 1%.
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