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ANATOMIA DA PELVE

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Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
177
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
GINECOLOGIA _________
A N A T O M I A G I N E C O L Ó G I C A
( P r o f e s s o r M a r c e l o B r a g a )
O estudo da anatomia plvica e dos Šrg…os ginecolŠgicos se torna importante quando se leva em cota que a 
Ginecologia e a Obstetr‡cia s…o especialidades de larga atividade cirƒrgica. 
De um modo geral, a maioria das doen‚as ginecolŠgicas s…o caracterizadas por altera‚es na forma dos Šrg…os. 
Alm disso, a consulta ginecolŠgica requer um conhecimento amplo da anatomia normal dos Šrg…os envolvidos no 
exame. Por esta raz…o, o conhecimento da anatomia  a base do processo diagnŠstico e terap€utico.
Antes de mais nada, devemos saber dividir funcionalmente a mulher em duas caracter‡sticas ƒteis importantes: 
a f u n ç ã o r e p r o d u t i v a , intr‡nseca a toda f€mea e a f u n ç ã o e r ó t i c a (sexual). De fato, etimologicamente, o termo g e n i t a l e , 
do latim,  referente a gera‚…o. Contudo, a ginecologia moderna estuda a anatomia ligada n…o sŠ ao processo 
reprodutivo, como tambm ao erotismo da mulher.
CONCEITO E DIVISƒO ANAT„MICA
O conceito cl„ssico do estudo anat‘mico ginecolŠgico divide os Šrg…os genitais em internos e externos. Alm 
disso, Serapi…o, em 1989, prop‘s o termo “estruturas da sexualidade” que poderiam ser prim„rias, secund„rias ou 
terci„rias, de acordo com sua participa‚…o no desencadeamento do orgasmo.
A classifica‚…o atual baseia-se na nomenclatura aprovada no 11o Congresso Internacional de Anatomistas 
realizado na Cidade do Mxico (IANC, 1984), que divide o estudo em genit„lia interna e externa. Desta forma, temos:
 Ó r g ã o s g e n i t a i s e x t e r n o s : Monte de V€nus; L„bios maiores; L„bios menores; Vest‡bulo; ’stio da vagina e da 
uretra; ClitŠris; Glndulas vestibulares maiores e menores; H‡men.
 Ó r g ã o s g e n i t a i s i n t e r n o s : vagina, ƒtero, trompas e ov„rios.
‚RGƒOS GENITAIS INTERNOS
V A G I N A
A vagina  um Šrg…o tubular que serve como uma bainha para o p€nis 
durante a cŠpula, apresentando o colo do ƒtero como limite superior (ou a 
cƒpula vaginal para pacientes histerectomizadas) e o h‡men (O B S 2 ), 
inferiormente. Tem comprimento de 8cm em mdia. As principais fun‚es da 
vagina s…o: receber o p€nis durante o coito e constituir o canal de parto.
Do ponto de vista anat‘mico, a vagina guarda rela‚…o com a bexiga, 
anteriormente; com o reto, posteriormente; com o ƒtero, superiormente; e com 
a vulva, inferiormente.
Histologicamente, a vagina  composta por tr€s camadas: a tƒnica 
mucosa, muscular e esponjos (tecido conectivo fibroso). A tƒnica mucosa da 
vagina apresenta uma fun‚…o diferenciada das demais mucosas, que  a de 
produzir um transudato respons„vel pela lubrifica‚…o vaginal durante o coito.
A vasculariza‚…o da vagina  responsabilidade das seguintes artrias: 
ramos vaginais da artria uterina, da il‡aca interna, da retal mdia e da 
pudenda interna.
O B S 1 : Vale ressaltar que a parede posterior da vagina  menos vascularizada do que a 
anterior e, portanto, no momento de colocar o espculo, devemos apoi„-lo na parede 
posterior, para que o exame seja o mais confort„vel poss‡vel para a paciente.
Ú T E R O
Ž o Šrg…o que aloja o embri…o e no qual este se desenvolve at o nascimento. Envolvido pelo ligamento largo, 
tem em geral a forma de uma p€ra invertida e nele se distinguem quatro pat€s: fundo, corpo, istmo e crvix (colo do 
ƒtero). 
O corpo comunica-se de cada lado com as tubas uterinas e a por‚…o que fica acima delas  o fundo. O corpo  a 
por‚…o principal e estende-se at uma regi…o estreitada inferior que  o istmo. Este  muito curto (1cm ou menos) e a ele 
segue-se o colo uterino, que faz proje‚…o na vagina e com ela se comunica pelo Šstio do ƒtero. 
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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Na sua estrutura, o útero apresenta três camadas: (1) a 
interna ou e n d o m é t r i o , que sofre modificações com a fase do ciclo 
menstrual ou na gravidez; (2) média ou m i o m é t r i o , constituída por 
fibras musculares lisas; (3) externa ou p e r i m é t r i o , representada pelo 
peritônio visceral.
Mensalmente, o endométrio se prepara para receber o 
óvulo fecundado, ou seja, o futuro embrião. Para tanto, há um 
aumento de volume do endométrio com formação de abundantes 
redes capilares, além de outras modificações. Não ocorrendo a 
fecundação, isto é, na ausência de embrião, toda esta camada do 
endométrio sofre descamação, com hemorragia, e consequente 
eliminação sanguínea através da vagina e vulva, fenômeno 
conhecido com o nome de m e n s t r u a ç ã o .
Segundo Álvaro da Cunha Bastos, o útero encontra-se em 
a n t e v e r s o f l e x ã o e é movel (podendo apresentar-se em outras 
posições, como mostra a figura abaixo). Denomina-se anteversão a 
posição em que o fundo do órgão está voltado para frente, para 
pube, e o colo, para trás, ou seja, para o cóccix. Assim, o maior eixo 
uterino faz ângulo reto (90°) com o maior eixo vaginal. Chama-se 
anteflexão a posição em que corpo e colo formam ângulo obtuso (> 
90°), com a abertura para baixo e ligeiramente para frente. Deste 
modo, ficando a mulher de pé, o útero está em situação quase 
transversal em relação ao maior eixo corpóreo. O útero é mantido 
em posição graças a ação do r e t i n á c u l o d o ú t e r o (ver O B S 2 ).
Anatomicamente, o útero se relaciona anteriormente com a bexiga; posteriormente, com o reto e colo sigmóide; 
lateralmente, com os ovários e ureteres; inferiormente, com a vagina. 
O B S 2 : O útero é mantido na sua estática por estruturas que estabelecem a suspensão e a sustentação. Em resumo, 
temos:
 E l e m e n t o s d e s u s p e n s ã o : consiste nos ligamentos que, em 
conjunto, compõem o conjunto conhecido como r e t i n á c u l o d o ú t e r o , 
estando eles instalados ao nível do istmo. São eles: l i g a m e n t o ú t e r o -
p ú b i c o (liga o útero ao púbis), l i g a m e n t o ú t e r o - s a c r o (liga o útero ao 
promontório do sacro) e os p a r a m é t r i o s (também conhecidos como 
ligamentos cardinais, que liga o útero à parede pélvica). 
 O ligamento útero-púbico (anterior) se relaciona 
diretamente com a bexiga. Por esta razão, uma vez lesionado, pode 
determinar prolapso de parede vaginal anterior e bexiga.
 Os ligamentos cardinais são de extrema importância para 
o estadiamento do câncer de colo uterino, pois geralmente são 
acometidos por eles. Além destes ligamentos, podemos citar o ligamento 
largo e o ligamento redondo.
 O ligamento útero-sacro (posterior), uma vez lesado, 
predispõe ao prolapso uterino e de cúpula vaginal.
 E l e m e n t o s d e s u s t e n t a ç ã o : consiste no d i a f r a g m a p é l v i c o 
(músculo elevador do ânus) e o d i a f r a g m a u r o g e n i t a l (músculos isquiocavernoso, bulbocavernoso, etc.). 
O B S 3 : O retináculo do útero ainda apresenta o reforço dos ligamentos redondo e largo.
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T U B A S U T E R I N A S ( T R O M P A S )
Transportam os óvulos que rompem a superfície do ovário para a cavidade do útero. Por elas passam, em 
direção oposta, os espermatozóides e a fecundação corre habitualmente dentro da tuba. 
A tuba uterina está incluída na borda superior do ligamento largo do útero, sendo um tubo de luz estreita cuja 
extremidade medial (óstio uterino da tuba) se comunica com a cavidade uterina e cuja extremidade lateral (óstio 
abdominal) se comunica com a cavidade peritoneal.
O óvulo já fecundado pode ocasionalmente fixar-se na tuba uterina e aí dar-se o início do desenvolvimento do 
embrião, fato conhecido com o nome de g r a v i d e z t u b á r i a (ou ectópica).
O V Á R I O S
Com cerca de 3cm de diâmetro, os ovários são estruturasresponsáveis pela produção dos gametas femininos 
ou óvulos ao final da puberdade. Além desta função gametogênica, apresentam função endócrina, pois produzem 
hormônios que controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e atuam sobre o útero no mecanismo 
de implantação do óvulo fecundado e início do desenvolvimento do embrião.
Os ovários estão fixados pelo mesovário à face posterior do ligamento largo do útero, mas não são revestidos 
pelo peritônio. Antes da primeira ovulação (expulsão do óvulo através da superfície do ovário), o ovário é liso e rosado 
no vivente, mas depois tornam-se rugosos devido às cicatrizes deixadas pelas subsequentes ovulações. Na vilhice, 
diminuem de tamanho. 
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‚RGƒOS GENITAIS EXTERNOS
O conjunto de estruturas que compe a genit„lia feminina externa tambm pode ser chamado de p u d e n d o 
f e m i n i n o ou v u l v a . A membrana himenal  a estrutura que delimita a genit„lia interna da externa. Desta forma, 
internamente ao h‡men, encontramos a vagina; externamente, a vulva. 
Basicamente, os principais componentes s…o:
 Monte de V€nus 
 L„bios maiores (cercam e delimitam a rima do pudendo)
 L„bios menores (cercam de delimitam o vest‡bulo da vagina)
 Vestibulo 
 ’stio da vagina e da uretra 
 ClitŠris 
 Glandulas vestibulares maiores e menores 
 H‡men 
O B S 4 : O aparelho de sustenta‚…o do ƒtero 
(visto na O B S 2 ) representa um componente 
salutar para est„tica e anatomia das 
estruturas genitais externas. Ressaltamos a 
participa‚…o do d i a f r a g m a p é l v i c o , 
formado pelo mƒsculo cocc‡geo e pelos 
mƒsculos elevadores do nus (estes 
apresentam os seguintes feixes 
musculares: pubo-cocc‡geo, puboretal e 
‡leo-cocc‡geo). O d i a f r a g m a u r o g e n i t a l , 
mais profundo que o primeiro,  formado 
pelo mƒsculo transverso profundo do 
per‡neo e esf‡ncter da uretra, alm dos Mm. 
isquiocavernoso e bulbocavernoso.
M O N T E P Ú B I C O ( M O N T E D E V E N U S )
Ž uma eleva‚…o mediana, anterior † s‡nfise pƒbica e constitu‡da principalmente por tecido adiposo. Apresenta 
pelos espessos apŠs a puberdade, com distribui‚…o caracter‡sica.
L Á B I O S M A I O R E S
S…o duas pregas cutneas, alongadas, que delimitam entre si uma fenda, a r i m a d o p u d e n d o . ApŠs a 
puberdade, apresentam-se hiperpigmentadas e cobertas de pelos, embora suas faces internas sejam sempre lisas e 
glabras (sem pelos).
L A B I O S M E N O R E S
S…o duas pequenas pregas cutneas, localizadas medialmente aos l„bios maiores. No vivente, a pele que os 
recobre  lisa, ƒmida e vermelha. Ficam escondidos pelos l„bios maiores, exceto nas crian‚as e na idade avan‚ada, 
quando os l„bios maiores cont€m menos tecido adiposo e consequentemente, menor volume. 
O espa‚o entre os l„bios menores  o v e s t í b u l o d a v a g i n a , onde se apresetam o ó s t i o e x t e r n o d a u r e t r a , o 
ó s t i o d a v a g i n a e os o r i f í c i o s d o s d u c t o s d a s g l â n d u l a s v e r t i b u l a r e s .
E S T R U T U R A S E R É T E I S
Como no sexo masculino, s…o formadas por tecido ertil, capazes de dilatar-se como resultado de 
engurgitamento sangu‡neo. O c l i t ó r i s  o homologo do p€nis, ou mais exatamente, dos corpos cavernosos. Possui duas 
extremidades fixadas ao ‡squio e ao pƒbis (ramos do clitŠris, que depois se juntam e formam o corpo do clitŠris, e este 
termina por uma dilata‚…o – a glande do clitŠris).
O clitŠris  uma estrutura rudimentar quando comparada ao p€nis e apenas a glande do clitŠris  vis‡vel, no local 
onde se fundem anteriormente os l„bios menores. A glande  recoberta pelo prepƒcio do clitŠris.
Arlindo Ugulino Netto – GINECOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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G L A N D U L A S V E S T I B U L A R E S
As g l â n d u l a s v e s t i b u l a r e s m a i o r e s (de Bartholin), com aproximadamente 0,5cm de diâmetro, estão localizadas 
de cada lado do vestíbulo, póstero-lateralmente ao óstio da vagina e inferiormente à membrana do períneo; assim, estão 
situadas no espaço superficial do períneo. Essas glândulas secretam muco para o vestíbulo durante a excitação sexual.
As g l â n d u l a s v e s t i b u l a r e s m e n o r e s são pequenas glândulas de cada lado do vestíbulo que se abrem nele 
entre os óstios da uretra e da vagina. Essas glândulas secretam muco para o vestíbulo, o que umedece os lábios e o 
vestíbulo.
O B S 5 : As glândulas vestibulares maiores geralmente não são palpáveis, mas tornam-se quando infectadas. A oclusão 
do ducto da glândula pode predispor à infecção. A b a r t o l i n i t e , inflamação aguda das glândulas vestibulares maiores, 
pode ser causada por vários organismos patogênicos. A oclusão da glândula vestibular sem infecção pode resultar no 
acúmulo de mucina (cisto de Bartholin).
H Í M E N
O hímen é uma prega anular e fina de mucosa, que 
circunda a luz, imediatamente dentro do óstio da vagina. 
Após sua ruptura, apenas remanescentes do hímen, as 
carúnculas himenais, são visíveis. Esses remanescentes 
demarcam a vagina do vestíbulo. A membrana himenal 
pode se apresentar sob várias formas, assim como mostra 
a figura ao lado.
O hímen não tem função fisiológica estabelecida. É 
considerado basicamente um vestígio do desenvolvimento, 
mas sua condição (e a do frênulo dos lábios do pudendo) 
frequentemente oferece evidências críticas em casos de 
abuso de crianças e de estupro.

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