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Terças e Quintas de 15:00 às 17:00 hs prof. Tania S. Klein tania@eq.ufrj.br Lab CFD Aula 17 Convecção Livre Introdução Equações da Convecção Livre Solução por Similaridade de Convecção Livre Laminar em Superfície Vertical Efeitos da Turbulência Correlações Empíricas para Convecção Livre em Escoamentos Externos Placa Vertical, Placas Inclinadas e Horizontais, Cilindro Horizontal Longo, Esferas Correlações Empíricas para Convecção Livre em Escoamentos Internos Canais Verticais e Inclinados Correlações Empíricas para Convecção Livre em Escoamentos Confinados Cavidades Retangulares, Cilindros Concêntricos e Esferas Concêntricas Convecção Combinada Livre e Forçada Exercícios do capítulo 9: 9, 21, 30, 34, 38, 43, 57, 58, 62, 64, 71, 79, 85, 96, 97, 105 2 Introdução 3 A convecção livre ou natural é o mecanismo de transferência de calor que ocorre quando forças de campo atuam em um fluido onde há diferença de massa específica, fazendo assim o fluido se movimentar, devido à força de empuxo, o que então caracteriza a convecção. Normalmente, a diferença de massa específica no fluido ocorre devido a gradientes de temperatura no fluido. Introdução 4 A massa específica de gases e líquidos, normalmente, decresce com o aumento da temperatura (devido à expansão do fluido). Assim, as forças de empuxo fazem com que os leves tendam a subir e os pesados, a descer. Dessa forma, nem sempre quando há gradiente de temperatura e massa específica haverá convecção natural. Se, por exemplo, duas placas horizontais paralelas são mantidas a temperaturas diferentes, tal que a placa de baixo tenha temperatura menor que a de cima, a porção do fluido de baixo terá massa específica maior que a porção do fluido de cima, fazendo o sistema estável, e assim a transferência de calor se dará apenas por condução. Mesmo para a situação oposta (placa inferior com temperatura maior que a superior), só haverá convecção livre se as forças de empuxo forem maiores que as viscosas. Como não há velocidade forçada, a velocidade do fluido na convecção livre é normalmente menor que na convecção forçada, gerando taxas de transferência de calor também menores. Por isso, em problemas de convecção natural, a radiação é normalmente significativa. Introdução 5 A convecção livre pode ocorrer na presença ou não de uma superfície que limite o escoamento. Quando não há limites, o escoamento é na forma de plumas (velocidade inicial nula) ou jatos (velocidade inicial não nula). Na presença de uma superfície, há a formação das camadas limite hidrodinâmica e térmica. Pluma Jato Introdução 6 No exemplo clássico de convecção natural, uma placa vertical aquecida a temperatura Ts é imersa em um fluido extenso quiescente (infinito e com velocidade nula) a temperatura T∞ < Ts. O fluido próximo à placa (mais quente) possui menor massa específica que o afastado e forças de empuxo então induzem o desenvolvimento de uma camada limite de convecção livre. O fluido aquecido ascende verticalmente, sendo preenchido pelo fluido quiescente. A grande diferença dessa camada limite para a de convecção forçada é que nessa, u∞=0. Equações da Convecção Livre 7 A equação de momento na direção do escoamento, dadas as simplificações da camada limite, é: A equação de momento na direção perpendicular ao escoamento reduz-se a: Se a variação em ρ deve-se apenas ao gradiente de temperatura, ela pode ser relacionada à uma propriedade termodinâmica do fluido chamada coeficiente de expansão térmica volumétrico β: Assim, temos: Essa aproximação é conhecida por aproximação de Boussinesq. Para gases ideais: Equações da Convecção Livre 8 O conjunto de equações que então descrevem a camada limite laminar em uma superfície vertical sujeita à convecção livre é: Cuja forma adimensional é: condições de contorno variáveis adimensionais Equações da Convecção Livre 9 Como u∞=0, u0 é uma velocidade de referência arbitrária, não conhecida, portanto não conveniente. O número de Grashof foi então definido de modo a eliminar u0 : e representa a razão entre as forças de empuxo e viscosas. Como Re representa a razão entre forças de inércia e viscosas, 𝐺𝑟𝐿/𝑅𝑒𝐿 2 representa a razão entre as forças de empuxo e inércia: 𝐺𝑟𝐿/𝑅𝑒𝐿 2 >> 1 convecção forçada desprezível 𝑁𝑢 = 𝑓(𝐺𝑟, 𝑃𝑟) 𝐺𝑟𝐿/𝑅𝑒𝐿 2 << 1 convecção livre desprezível 𝑁𝑢 = 𝑓(𝑅𝑒, 𝑃𝑟) 𝐺𝑟𝐿/𝑅𝑒𝐿 2 ≈ 1 convecção livre e forçada 𝑁𝑢 = 𝑓(𝑅𝑒, 𝐺𝑟, 𝑃𝑟) No sentido estrito, um escoamento em convecção livre é um escoamento que é induzido apenas por forças de empuxo (forças de inércia → 0) ⇒ 𝐺𝑟𝐿/𝑅𝑒𝐿 2 → ∞. Solução de Similaridade 10 Parâmetro de similaridade: Função de corrente: Reduz-se então o sistema a: Com condições de contorno: Solução de Similaridade 11 Solução numérica: Solução de Similaridade 12 O número de Nusselt local pode então ser definido como: onde: logo: com: Como Temos: Logo: Efeitos da Turbulência 13 Apesar de na convecção natural as velocidades serem baixas, escoamentos turbulentos podem ocorrer devido a instabilidades hidrodinâmicas. A transição na camada limite de convecção livre depende da grandeza relativa das forças de empuxo e viscosas no fluido. Na convecção livre, o número de Rayleigh é utilizado para caracterizar a natureza do escoamento. Para placas verticais, a transição ocorre em: Correlações Empíricas – Placas Verticais 14 Forma comumente adotada para convecção livre em escoamentos externos (diferentes condições de escoamento – laminar e turbulento – e geometria): Onde n=1/4 pra laminar e n=1/3 pra turbulento Placas Verticais Para qualquer Ra, preferencialmente escoamento turbulento: Para maior precisão em escoamentos laminares: Para Ts=cte: propriedades na temperatutra de filme e 𝑞𝑠 " 𝑥 = ℎ(𝑥)(𝑇𝑠 − 𝑇∞) Para 𝑞𝑠 "=cte: Esses resultados também se aplicam a cilindros longos se Correlações Empíricas – Placas Inclinadas e Horizontais 15 Com 𝑔 = 𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃 em RaL para 0 ≤ 𝜃 ≤ 60 𝑜 Correlações Empíricas – Placas Inclinadas e Horizontais 16 Superfície Inferior da Placa Aquecida ou Superfície Superior da Placa Resfriada Superfície Superior da Placa Aquecida ou Superfície Inferior da Placa Resfriada RaL com Correlações Empíricas – Cilindro Horizontal Longo 17 Correlações Empíricas – Esferas 18 Correlações Empíricas – Canais Verticais e Inclinados 19 Placas com 𝑇𝑠 = 𝑐𝑡𝑒 Placas com 𝑞𝑠 " = 𝑐𝑡𝑒 Canais Verticais Correlações Empíricas – Canais Inclinados 20 Canais Inclinados Placas Isotérmicas Simétricas ou Isotérmica-Adiabática: Nas condições Com propriedades dos fluidos avaliadas em: Correlações Empíricas – Cavidades Retangulares 21 𝑞" = ℎ 𝑇1 − 𝑇2 = 𝑓(𝐻/𝐿, 𝜏) 𝑤/𝐿 alto condução 1D 𝑞" 𝑇1 𝑇2 𝜏 = 0𝑜 𝑅𝑎𝐿 > 5 × 10 4 → fluido turbulento 𝑅𝑎𝐿 < 1708 → 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 1708 < 𝑅𝑎𝐿 < 5 × 10 4 → 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑞" 𝑇1 𝑇2 𝜏 = 90𝑜 𝑅𝑎𝐿,𝑐 ≈ 1000 Correlações Empíricas – Cilindros Concêntricos 22 Escoamento caracterizado por células de recirculação simétricas em relação ao plano médio vertical. A transferência decalor por convecção natural é dada por: Onde a condutividade térmica efetiva keff é a condutividade térmica que um fluido estacionário deve ter para transferir a mesma quantidade de calor que o fluido que está se movendo, dada por: Onde Rac é calculado com o comprimento característico: propriedades do fluido em: Correlações Empíricas – Esferas Concêntricas 23 A idéia para esferas concêntricas é similar. A taxa de transferência de calor é dada por: Com a condutividade térmica efetiva dada por: Onde Ras é calculado com o comprimento característico: Com propriedades do fluido avaliadas em: Convecção Combinada Livre e Forçada 24 g u∞, T ∞ T 1>T∞ g u∞, T ∞ T 1>T∞ g u∞, T ∞ T 1>T∞ 𝐺𝑟𝐿/𝑅𝑒𝐿 2 ≈ 1