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ROTEIRO DE NEUROANATOMIA 1a PROVA FAMENE

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Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA
MED RESUMOS 2012
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEUROANATOMIA – 1 UNIDADE
MEDULA ESPINHAL E SEUS ENVOLTÓRIOS
O termo medula significa, etimologicamente, miolo e indica “o que est dentro”. Assim, temos a medula ƒssea dentro dos 
ossos; medula supra-renal, dentro da gl„ndula do mesmo nome; e medula espinhal dentro do canal vertebral, canal formado entre 
o corpo e a l„mina das v…rtebras quando uma est posta sobre a outra. A medula espinhal, juntamente ao enc…falo (conjunto do 
telenc…falo, dienc…falo, tronco enceflico e cerebelo), forma o sistema nervoso central ou neuroeixo.
A medula espinhal … uma massa cilindrƒide de tecido nervoso, estando situada dentro do canal vertebral sem, entretanto, 
ocup-lo completamente. No homem adulto, ela mede aproximadamente 45 cent†metros, sendo um pouco menor na mulher. 
Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao n†vel do forame magno do osso occipital. O limite 
caudal da medula tem uma grande import„ncia cl†nica e no adulto, situando-se geralmente na 2‡ v…rtebra lombar (L2). Nesse n†vel, 
a medula termina afunilando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento men†ngeo, o 
filamento terminal. Depois desse cone medular, h apenas nervos espinhais de grande comprimento formando a cauda equina.
OBS: O limite superior da medula pode ser encontrado a partir do primeiro filamento radicular do primeiro nervo cervical (C1): acima 
desse filamento, tem-se o bulbo e abaixo, medula espinhal.
CONCIDERAÇÕES GERAIS
 Limite superior: brotamento dos filamentos radiculares que compˆem o primeiro par de nervos cranianos, correspondendo 
ao n†vel do forame magno.
 Limite inferior: v…rtebra L2, terminando na forma de cone medular.
 Cone medular: regi‰o mais caudal da medula espinhal que apresenta formato de cone.
 Filamento terminal: delgado filamento men†ngeo mediano que termina, em n†vel do cƒccix, na forma de ligamento 
espinhal, servindo como um meio de fixaŠ‰o da medula.
 Ligamentos denticulados: outro meio de fixaŠ‰o da medula. Consiste em duas pregas de pia-mter, existentes de cada 
lado da medula, sendo compostos por cerca de 21 processos triangulares cada.
 Intumescência cervical: regi‰o dilatada mais superior da medula, marcada por segmentos medulares que compˆem o 
plexo braquial.
 Intumescência lombar: regi‰o dilatada mais inferior da medula, marcada por segmentos medulares que compˆem o plexo 
lombo-sacral. 
FACE ANTERIOR DA MEDULA
 Fissura mediana anterior: escavaŠ‰o longitudinal e profunda que percorre toda a face anterior da medula.
 Sulco lateral anterior: em n‹mero de dois, s‰o sulcos pouco profundos situados bilateralmente Œ fissura mediana anterior. 
S‰o facilmente encontrados por conter os filamentos radiculares que compˆem as ra†zes motoras dos nervos espinhais.
 Filamentos radiculares e raiz ventral (motora): filamentos que partem do sulco lateral anterior que formam, juntos, a raiz 
ventral (motora ou eferente) dos nervos espinhais.
FACE POSTERIOR DA MEDULA
 Sulco mediano posterior: escavaŠ‰o rasa que percorre toda a superf†cie dorsal da medula espinhal. Internamente, este 
sulco se continua com o septo mediano posterior, que conecta o sulco Œ subst„ncia cinzenta interm…dia central.
 Sulco lateral posterior: em n‹mero de dois, s‰o sulcos pouco profundos situados bilateralmente ao sulco mediano 
posterior. S‰o facilmente diferenciados por receberem filamentos radiculares das ra†zes sensitivas dos nervos espinhais.
 Sulco intermédio posterior: dois sulcos (mais vis†veis na regi‰o cervical da medula) que dividem o fun†culo posterior da 
medula em fasc†culo grcil (situado mais medialmente, estando relacionado com os membros inferiores) e cuneiforme 
(situado mais lateralmente, relacionando-se com os membros superiores).
 Filamentos radiculares e raiz dorsal (sensitiva): filamentos que chegam ao sulco lateral posterior sendo compostos que 
axnios que chegam Œ medula por meio da raiz dorsal (sensitiva ou aferente) dos nervos espinhais.
ENVOLTÓRIOS DA MEDULA ESPINHAL
 Duramáter: meninge mais externa (que no caso da medula, … a continuaŠ‰o do folheto interno da duramter craniana) e 
mais resistente. Entre a duramter e o periƒsteo do canal vertebral, destaca-se o espaço peridural.
 Aracnóide máter: praticamente justaposta Œ aracnƒide, sendo separada dela por um espaŠo virtual: espaço subdural.
 Piamáter: meninge mais simples e delgada aderida intimamente ao tecido nervoso, acompanhando, inclusive, seus sulcos 
e fissuras. Entre esta meninge e a aracnƒide, encontramos o importante espaço subaracnóideo, por onde circula a maior 
parte do l†quor produzidos pelos ventr†culos enceflicos.
ANATOMIA DA MEDULA ESPINHAL EM CORTES TRANSVERSAIS
 Funículo anterior: delimitado pela fissura mediana anterior e pelo sulco lateral anterior. Os principais tractos a† contidos 
s‰o o tracto cƒrtico-espinhal anterior e tracto espino-tal„mico anterior (press‰o e tato protoptico).
 Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior. Alberga importantes tractos como o tracto 
cƒrtico-espinhal lateral, tracto espino-tal„mico lateral (dor e temperatura), tracto espino-cerebelar anterior (informaŠˆes 
neurofisiolƒgicas do tracto cƒrtico-espinhal) e espino-cerebelar posterior (propriocepŠ‰o inconsciente).
Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA
 Fun€culo posterior: situado entre os sulcos lateral posterior e o sulco mediano posterior. Apenas na parte cervical da
medula, o funículo posterior é divido pelo sulco intermédio posterior em dois fascículos: o fasc€culo grcil e fasc€culo 
cuneiforme, responsáveis por carrearem estímulos de propriocepção consciente, tato epicrítio, estereognosia e 
sensibilidade vibratória da parte inferior e superior do corpo, respectivamente.
 Coluna (corno) anterior: parte da substância cinzenta que apresenta a maior parte de sua massa no funículo anterior da 
medula. Nesta região, está concentrada a maioria dos neurônios motores da medula.
 Coluna (corno) lateral: pequena porção de substância cinzenta situada na substância cinzenta intermédia lateral. Está 
presente apenas nas regiões torácica e lombar da medula, abrigando neurônios relacionados com a função autonômica 
simpática.
 Coluna (corno) posterior: grande massa de substância cinzenta que delimita os funículos lateral e posterior entre si. Nela, 
além dos neurônios sensitivos da medula, encontramos em seu ápice a chamada subst‚ncia gelatinosa (portão da dor).
BULBO
O bulbo raqu€deo ou medula oblonga tem a forma de um tronco de cone, cuja extremidade menor continua caudalmente 
com a medula espinhal. Como não existe uma linha de demarcação nítida entre medula e bulbo, considera-se que o limite entre eles 
está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical (C1), que 
corresponde ao nível do forame magno do osso occipital. O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no 
contorno ventral do órgão, o sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte. 
CONSIDERAƒ„ES GERAIS
 Limite superior: Sulco bulbo-pontino: sulco profundo (mais visível na face anterior do bulbo) que marca o limite superior 
do bulbo, separando-o da ponte. Deste sulco, como veremos adiante, partem os nervos abducente (VI par), facial (VII par) 
e vestíbulo-coclear (VIII par).
 Limite inferior: plano horizontal traçado em nível do forame magno do osso occipital.
 É dividido para estudo anatômico em áreas anterior, lateral e posterior (esta é dividida ainda em porção fechada e porção 
aberta).
…REA ANTERIOR (VENTRAL) DO BULBO
 Fissura mediana anterior: continuação da fissura homônima na medula, termina cranialmente em uma depressão (sem 
abertura) chamada forame cego.
 Pir‚mides bulbares: eminênciasalongadas situadas bilateralmente à fissura mediana anterior. São formadas por fibras do 
tracto córtico-espinhal que, da área motora do córtex do giro pré-central, se dirigem aos neurônios motores da medula.
 Decussa†‡o das pir‚mides: região localizada na região mais inferior das pirâmides, sendo caracterizada pelo cruzamento 
oblíquo de parte das fibras do tracto córtico-espinhal.
 Sulco lateral anterior (prˆ-olivar): continuação dos sulcos de mesmo nome na medula. Em nível da oliva, se bifurca em 
dois pequenos sulcos que isolam esta estrutura: o sulco pós-olivar (posteriormente à oliva) e o sulco pré-olivar (que ainda 
pode ser denominado sulco lateral anterior). Deste sulco, emerge o N. hipoglosso (XII par de nervos cranianos), 
responsável pela inervação de músculos da língua.
…REA LATERAL DO BULBO
 Olivas: eminência de formato oval que demarca a região onde está presente o complexo olivar inferior, conjunto de 
substância cinzenta de onde partem axônios (na forma de fibras trepadeiras) em direção ao córtex cerebelar. Admite-se 
que a conexão olivo-cerebelar esteja relacionada com a aprendizagem motora.
 Sulco p‰s-olivar: considerado, por alguns autores, como um ramo do sulco lateral anterior. 
…REA POSTERIOR DO BULBO – PORƒ‹O FECHADA
 Canal central: estreito canal de continuação direta com a medula que se abre na região em que se forma o IV ventrículo.
 Sulco mediano posterior: continuação do sulco de mesmo nome da medula que termina em meia altura no bulbo. 
Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA
 Sulco lateral posterior: no bulbo, localiza-se posteriormente à oliva, próximo ao pedúnculo cerebelar inferior, e serve 
como referência para encontrar a emergência dos Nn. glossofar€ngeo (IX par de nervos cranianos), vago (X par) e raiz 
craniana do nervo acess‰rio (XI par).
 …rea posterior da por†‡o fechada do bulbo: continuação do funículo posterior da medula. É composta pelos fasc€culos 
grcil (mais medial) e fasc€culo cuneiforme (mais lateral), separados pelo sulco intermˆdio posterior.
 Tubˆrculo do nŒcleo grcil e Tubˆrculo do nŒcleo cuneiforme: regiões que marcam a localização dos núcleos grácil e 
cuneiforme, onde terminam as fibras dos fascículos de mesmo nome. Com o fim das fibras dos fascículos na área posterior 
no nível destes tubérculos, os lábios da porção fechada do bulbo se separam para constituir o assoalho do IV ventrículo.
 PedŒnculo cerebelar inferior (corpo restiforme): grosso feixe de fibras que conecta o bulbo ao cerebelo.
…REA POSTERIOR DO BULBO – PORƒ‹O ABERTA
Esta região do bulbo constitui a metade inferior do assoalho do IV ventrículo. Este ventrículo e as estruturas que o 
delimitam serão estudados em um tópico a parte.
PONTE
Ponte é a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo. Está situada ventralmente ao cerebelo e 
repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide. Inferiormente, é delimitada pelo sulco bulbo-
pontino e superiormente, dividida do mesencéfalo pelo sulco ponto-mesencefálico.
CONSIDERAƒ„ES GERAIS
 Limite inferior: Sulco bulbo-pontino: sulco já descrito em virtude do estudo anatômico do bulbo. Dessa região, emergem, a 
partir de uma linha mediana: o N. abducente (VI par, entre a ponte e a pirâmide bulbar) e os Nn. facial e vest€bulo-
coclear (VII e VIII pares; estes últimos emergem na região mais lateral do sulco bulbo-pontino, no chamado ‚ngulo ponto-
cerebelar). 
 Limite superior: Sulco ponto-mesenceflico: sulco evidente que separa a ponte dos pedúnculos cerebrais do 
mesencéfalo.
FACE ANTERIOR DA PONTE
 Base da ponte: região mais anterior da ponte, repousada sobre a parte basilar do osso occipital. Nela, correm fibras de 
trajeto descendente (como é ocaso dos tractos córtico-espinhais, córtico-nucleares e córtico-pontinas) e transversais (fibras 
ponto-cerebelares que, inclusive, deixam marcas na forma de estrias na base da ponte).
 Sulco basilar: sulco pouco profundo que percorre a base da ponte longitudinalmente. Geralmente, aloja a artˆria basilar 
(tronco formado pela anastomose das artérias vertebrais).
 PedŒnculo cerebelar mˆdio (bra†o da ponte): grosso feixe de fibras (principalmente as ponto cerebelares) que da ponte 
se dirigem ao hemisfério cerebelar correspondente. O limite entre a base da ponte e o braço da ponte é a emergência do 
Nervo trigmeo (V par que, neste nível, apresenta duas raízes: uma menor, de natureza motora; e uma maior, de natureza 
sensitiva). 
FACE POSTERIOR DA PONTE
A face posterior da ponte forma a porção mais cranial do assoalho do IV ventrículo. Este ventrículo será descrito, com todos 
os seus elementos descritivos, neste momento.
IV VENTRŽCULO
O IV ventrículo (também conhecido como cavidade do rombencéfalo) está situado entre o bulbo e a ponte ventralmente, e o 
cerebelo, dorsalmente. Continua caudalmente com o canal central do bulbo (que é a continuação do canal central da medula) e 
cranialmente com o aqueduto cerebral (do mesencéfalo), cavidade através da qual o IV ventrículo se comunica com o III e recebe o 
líquor lá produzido para somá-lo ao seu. A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para formar os recessos laterais, 
situados na superfície dorsal do pedúnculo cerebelar. Estes recessos se comunicam de cada lado com o espaço subaracnóideo por 
meio das aberturas laterais do IV ventr€culo (forames de Luschka) e uma abertura mediana do IV ventr€culo (forame de 
Magendie), situado no meio da metade do tecto do ventrículo. É por meio destas cavidades que o liquido cérebro-espinhal, que 
enche a cavidade ventricular, passa para o espaço subaracnóideo.
ASSOALHO DO IV VENTRŽCULO
 Sulco mediano: sulco que percorre toda a extensão do assoalho do IV ventrículo, sendo uma continuação do canal central 
do bulbo.
 Eminncia medial: eminência alongada situada bilateralmente ao sulco mediano. Em meio percurso, esta eminência 
apresenta uma dilatação denominada de col€culo facial.
 Sulco limitante: dois sulcos localizados lateralmente às eminências mediais. Ele separa núcleos motores (situados 
medialmente) de núcleos sensitivos (situados lateralmente). Este sulco é praticamente limitado inferiormente pela f‰vea 
inferior e se continua através da f‰vea superior. A partir desta fóvea, existe apenas uma continuação mais rasa e menos 
evidente deste sulco (o qual separa o locus ceruleus das eminências mediais). 
Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA
 Colículo facial: região mais dilatada e arredondada da eminência medial, situada medialmente à fóvea superior. Esta 
eminência é formada pelo chamado joelho interno do N. facial, que circunda, ainda internamente, o núcleo do nervo 
abducente para só depois se anteriorizar e emergir no sulco bulbo pontino.
 Trígono do nervo hipoglosso: situado na região mais inferior da eminência medial, é uma região triangular que 
corresponde ao núcleo do nervo hipoglosso, situado profundamente nesta região.
 Trígono do nervo vago: área triangular situada lateralmente ao trígono do nervo hipoglosso e inferiormente à fóvea 
inferior. Corresponde ao núcleo dorsal do N. vago, situado profundamente nesta região.
 Funículo separans: estreita crista oblíqua e esbranquiçada que separa o trígono do N. vago da chamada área postrema.
 Área postrema: região mais inferior referente às estruturas descritivas do assoalho do IV ventrículo. É uma área cuja 
correspondência interna integra o centro do vômito, estando relacionado, portanto, com o mecanismo do vômito 
desencadeado por estímulos químicos.
 Área vestibular: grande região triangular localizada lateralmente ao sulco limitante, estendendo-se de cada lado em 
direção aos recessos laterais. Corresponde a região onde estão localizados os núcleos vestibulares (local onde chegam as 
fibras do componente vestibular do N. vestíbulo-coclear).
 Estrias medularesdo IV ventrículos: cordas nervosas em forma de estrias que percorrem transversalmente a região 
denominada de área vestibular.
 Locus ceruleus: área de coloração ligeiramente escura, localizada lateralmente a parte mais superior da eminência medial 
(próximo à porção mais inferior do aqueduto cerebral). Abriga neurônios noradrenérgicos relacionados com o mecanismo 
do sono paradoxal.
TECTO DO IV VENTRÍCULO
 Véu medular superior: fina lâmina de substância branca que recobre a parte superior do assoalho do IV ventrículo. 
Encontra-se presa aos pedúnculos cerebelares superiores. Percebe-se a presença do chamado frênulo do véu 
medular superior na região mesencefálica em que esta lâmina se insere.
 Substância branca do nódulo do cerebelo: pequeno lóbulo do verme do cerebelo relacionado com o tecto do IV 
ventrículo.
 Véu medular inferior: fina película de substância branca presa medialmente às bordas laterais do nódulo do cerebelo.
 Tela corióide do IV ventrículo: formação ependimária (que produz o líquor referente ao IV ventrículo) que une as duas 
formações anatômicas pré-citadas às bordas da metade caudal do assoalho do IV ventrículo. Na maioria das peças de uso 
didático, esta tela está rompida ou retirada. Neste caso, suas margens aparecem aderidas às bordas da parte inferior do 
assoalho do IV ventrículo como duas linhas, chamadas de tênias do IV ventrículo, que se unem por sobre o ângulo mais 
caudal desta cavidade para formar uma pequena prega de tecido nervoso denominado óbex.
MESENCÉFALO
O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte (sulco ponto-mesencefalico) e o cérebro, do qual é separado por um plano que 
liga os corpos mamilares (diencéfalo) à comissura posterior. 
É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral (ou do mesencéfalo), que liga o III ao IV ventrículo. A parte do 
mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o tecto do mesencéfalo; ventralmente, temos o pedúnculo cerebral, que por sua 
vez se divide em uma parte dorsal, predominantemente celular, o tegmento do mesencéfalo, e outra ventral, formada de fibras 
longitudinais (das quais participa o tracto córtico-espinhal), a base do pedúnculo cerebral. Em cortes transversais, vê-se que o 
tegmento é separado da base por uma área escura, a substância negra, formada por neurônios que contêm melanina. Seguindo 
essa substância negra, externamente, na superfície do mesencéfalo, existem dois sulcos: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo
e outro medial, sulco medial do pedúnculo cerebral (de onde emergem o III par de nervo craniano, o óculomotor).
CONSIDERAÇÕES GERAIS
 Limite inferior: sulco ponto-mesencefálico.
 Limite superior: linha horizontal imaginária traçada entre os corpos mamilares e a comissura posterior (ambas estruturas 
situadas no diencéfalo).
 Aqueduto cerebral (do mesencéfalo): estreito canal que liga a cavidade do III ventrículo ao IV ventrículo. Obstrução deste 
canal causa acúmulo de líquor nos ventrículos localizados acima deste nível (hidrocefalia não-comunicante). 
 Tecto do mesencéfalo: região situada posteriormente ao aqueduto cerebral. O tecto do mesencéfalo abriga a chamada 
lâmina quadrigêmea (região onde estão localizados os colículos).
 Pedúnculo cerebral: região localizada anterior ao aqueduto cerebral. Esta região é dividida ainda em duas porções a partir 
da substância negra: a região situada entre a substância negra e o aqueduto cerebral é denominada de tegmento do 
mesencéfalo; a região situada anteriormente à substância negra denomina-se base do pedúnculo cerebral.
TECTO DO MESENCÉFALO
 Lâmina quadrigêmea: lâmina de tecido nervoso que abriga quatro eminências arredondadas: os colículos superiores 
(relacionados com as vias visuais) e os colículos inferiores (relacionados com as vias auditivas). Os colículos superiores 
se conectam aos corpos geniculados laterais do diencéfalo por meio dos braços dos colículos superiores; os colículos 
inferiores se ligam aos corpos geniculados mediais do diencéfalo por meio dos braços dos colículos inferiores.
Inferiormente aos colículos inferiores emergem os delgados N. trocleares (IV par de nervos cranianos).
 Sulco cruciforme: dois sulcos que cruzam perpendicularmente e separa os colículos entre si. Estes sulcos, a partir deste 
cruzamento, formam a figura semelhante a uma cruz. 
Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA
PEDNCULOS CEREBRAIS
 Fossa interpeduncular: ampla escavaŠ‰o vista ventralmente, entre a base dos ped‹nculos cerebrais. Esta fossa … 
delimitada anteriormente pelos corpos mamilares, formaŠˆes arredondadas pertencentes ao dienc…falo.
 Subst‚ncia perfurada posterior: regi‰o que, de fato, … perfurada para passagem de pequenos ramos que nutrem 
estruturas profundas da regi‰o.
 Sulco medial do pedŒnculo cerebral: dois sulcos presentes nas bases dos ped‹nculos cerebrais, vistos anteriormente, 
por meio da fossa interpeduncular. Deste sulco, emerge o N. ‰culomotor (III par de nervos cranianos).
 Sulco lateral do mesencˆfalo: sulco pouco profundo correspondente Œ parte mais lateral da subst„ncia negra do 
mesenc…falo.
CEREBELO
O cerebelo … um ƒrg‰o do chamado sistema nervoso supra-segmentar, o que significa que esta formaŠ‰o anatmica n‰o 
apresenta nervos que o divida em segmentos (assim como ocorre com a medula ou com o tronco enceflico). Situado dorsalmente 
ao bulbo e Œ ponte, contribui para a formaŠ‰o do tecto do IV ventr†culo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e est 
separado do lobo occipital do telenc…falo por uma prega de dura-mter denominada tenda do cerebelo.
O estudo do cerebelo, para a parte prtica referente Œ neuroanatomia, ser feito a partir dos lƒbulos que compˆem o verme 
do cerebelo, regiˆes com as quais cada lƒbulo se relaciona com os respectivos hemisf…rios cerebelares e, em uma ordem lƒgica, as 
fissuras que divide cada lƒbulo:
 L€ngula: n‰o apresenta nenhuma correspondŽncia nos hemisf…rios cerebelares.
 Fissura prˆ-central: divide a l†ngua do lƒbulo central.
 L‰bulo central – (asas do l‰bulo central)
 Fissura prˆ-culminar: divide o lƒbulo central do c‹lmen
 CŒlmen – (parte anterior do l‰bulo quadrangular)
 Fissura prima: divide o c‹lmen do declive. Esta fissura divide ainda o lobo anterior do lobo posterior do cerebelo 
(divis‰o ontogen…tica do cerebelo) que em conjunto, formam o corpo do cerebelo.
 Declive – (parte posterior do l‰bulo quadrangular)
 Fissura p‰s-clival: divide o declive do folium. 
 Folium – (l‰bulo semilunar superior)
 Fissura horizontal: separa o folium do t‹ber
 TŒber – (l‰bulo semilunar inferior)
 Fissura prˆ-piramidal: separa o t‹ber da pir„mide
 Pir‚mide – (l‰bulo biventre)
 Fissura p‰s-piramidal: separa a pir„mide da ‹vula
 vula – (Tonsilas)
 Fissura p‰stero-lateral: separa a ‹vula do nƒdulo. Esta fissura separa ainda o l‰bulo fl‰culo-nodular do restante 
do corpo do cerebelo.
 N‰dulo – (fl‰culo)
NERVOS CRANIANOS
Os nervos cranianos s‰o aqueles que estabelecem conex‰o direta entre o enc…falo e estruturas perif…ricas. Existem 12 
pares de nervos cranianos, que saem do enc…falo e que, depois de passar pelos forames e fissuras do cr„nio, distribuem-se para a 
cabeŠa (principalmente), pescoŠo e outras partes do corpo. A maioria deles (do III – XII) liga-se ao tronco enceflico, excetuando-se 
apenas os nervos olfatƒrios (I par) e ƒpticos (II par), que se ligam, respectivamente, ao telenc…falo e ao dienc…falo.
I. Nervo Olfat‰rio: … um nervo totalmente sensitivo que se origina no teto da cavidade nasal e leva est†mulos olfatƒrios para 
o bulbo e trato olfatƒrio, os quais s‰o enviados at… reas espec†ficas do telenc…falo.
II. Nervo ptico: nervo puramente sensorial que se origina na parte posterior do globo ocular (a partir de prolongamentos de 
c…lulas que, indiretamente, estabelecem conexˆes com os cones e bastonetes) e leva impulsos luminosos relacionados 
com a vis‰oat… o corpo geniculado lateral e, da†, at… o cƒrtex cerebral relacionado com a vis‰o.
III. Nervo Oculomotor: nervo puramente motor que inerva a maior parte dos m‹sculos extr†nsecos do olho (Mm. obl†quo 
inferior, reto medial, reto superior, reto inferior e levantador da plpebra) e intr†nsecos do olho (M. ciliar e esf†ncter da
pupila). Indiv†duos com paralisia no III par apresentam dificuldade em levantar a plpebra (que cai sobre o olho), al…m de 
apresentar outros sintomas relacionados com a motricidade do olho, como estrabismo divergente (olho voltado 
lateralmente). Sua origem aparente se d no sulco medial do pedúnculo cerebral, no mesenc…falo.
IV. Nervo Troclear: nervo motor responsvel pela inervaŠ‰o do m‹sculo obl†quo superior. Suas fibras, ao se originarem no 
seu n‹cleo, cruzam o plano mediano (ainda no mesenc…falo) e partem para inervar o m‹sculo obl†quo superior do olho 
localizado no lado oposto com relaŠ‰o Œ sua origem. Al…m disso, … o ‹nico par de nervos cranianos que se origina na parte 
dorsal do tronco enceflico (caudalmente aos col†culos inferiores). Origina-se abaixo dos colículos inferiores.
V. Nervo Trigmeo: apresenta funŠ‰o sensitiva (parte oftlmica, maxilar e mandibular da face) e motora (o nervo mandibular 
… responsvel pela motricidade dos m‹sculos da mastigaŠ‰o: Mm. temporal, masseter e os pterigƒideos). Al…m da 
sensibilidade somtica de praticamente toda a face, o componente sensorial do trigŽmeo … responsvel ainda pela 
inervaŠ‰o exteroceptiva da l†ngua (t…rmica e dolorosa). Sua origem aparente se d entre a base e o braço da ponte.
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VI. Nervo Abducente: nervo motor responsvel pela motricidade do m‹sculo reto lateral do olho, capaz de abduzir o globo 
ocular (e, assim, realizar o olhar para o lado). Por esta raz‰o, lesˆes do nervo abducente podem gerar estrabismo 
convergente (olho voltado medialmente). Sua origem aparente se d no sulco bulbo-pontino, logo acima das pirâmides 
bulbares.
VII. Nervo Facial: … um nervo misto e que pode ser dividido em dois componentes: N. facial propriamente dito (raiz motora) e 
o N. intermédio (raiz sensitiva e visceral). Praticamente toda a inervaŠ‰o dos m‹sculos da m†mica da face … 
responsabilidade do nervo facial; por esta raz‰o, lesˆes que acometam este nervo trar‰o paralisia dos m‹sculos da face do 
mesmo lado (inclusive, incapacidade de fechar o olho). O nervo interm…dio, componente do prƒprio nervo facial, … 
responsvel, por exemplo, pela inervaŠ‰o das gl„ndulas submandibular, sublingual e lacrimal, al…m de inervar a 
sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da l†ngua. Origina-se, aparentemente, no ângulo ponto-cerebelar (entre o braŠo 
da ponte e o flƒculo do cerebelo), imediatamente medial ao nervo vest†bulo-coclear.
VIII. Nervo Vestíbulo-coclear: … um nervo formado por dois componentes distintos (o N. coclear e o N. vestibular); muito 
embora ambos sejam puramente sensitivos, assim como o nervo olfatƒrio e o ƒptico. Sua porŠ‰o coclear traz impulsos 
gerados na cƒclea (relacionados com a audiŠ‰o) e sua porŠ‰o vestibular traz impulsos gerados nos canais semi-circulares 
(relacionados com o equil†brio). Origina-se, aparentemente, no ângulo ponto-cerebelar (entre o braŠo da ponte e o flƒculo 
do cerebelo), imediatamente lateral ao nervo facial.
IX. Nervo Glossofaríngeo: responsvel por inervar a gl„ndula parƒtida, al…m de fornecer sensibilidade gustativa para o 1/3 
posterior da l†ngua.  responsvel, tamb…m, pela motricidade dos m‹sculos da deglutiŠ‰o. Origina-se no sulco lateral 
posterior (do bulbo).
X. Nervo Vago: considerado o maior nervo craniano, ele se origina no bulbo e se estende at… o abdome, sendo o principal 
representante do sistema nervoso autnomo parassimptico. Com isso, est relacionado com a inervaŠ‰o parassimptica 
de quase todos os ƒrg‰os torcicos e abdominais. Traz ainda fibras aferentes somticas do pavilh‰o e do canal auditivo 
externo. Origina-se no sulco lateral posterior (do bulbo).
XI. Nervo Acessório: inerva os Mm. esternocleidomastƒideo e trap…zio, sendo importante tamb…m devido as suas conexˆes 
com n‹cleos dos nervos oculomotor e vest†bulo-coclear, por meio do fasc†culo longitudinal medial, o que garante um 
equil†brio do movimento dos olhos com relaŠ‰o Œ cabeŠa. Na verdade, a parte do nervo acessƒrio que inerva esses 
m‹sculos … apenas o seu componente espinhal (5 primeiros segmentos medulares). O componente bulbar do acessƒrio 
pega apenas uma “carona” para se unir com o vago, formando, em seguida, o nervo laríngeo recorrente. 
XII. Nervo Hipoglosso: inerva a musculatura da l†ngua. Origina-se, aparentemente, no sulco lateral anterior do bulbo, entre a 
pir„mide bulbar e a oliva.
Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA
Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA
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