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Ácino pulmonar: É a unidade funcional do pulmão, composta pela área pulmonar suprida pelo bronquíolo terminal. Consiste de: • Bronquíolos respiratórios. • Dutos alveolares. • Sacos alveolares. • Alvéolos. Sarcoidose: Sarcoidose é uma doença granulomatosa sistêmica que pode acometer praticamente qualquer órgão do organismo, de preferência pulmões, linfonodos, olhos e pele. Nos pulmões, os granulomas se dispõem preferencialmente ao longo dos linfáticos do interstício peribrônquico e perivascular. Caracteristicamente, os granulomas são epitelioides e não caseificantes, tendem a confluir e a formar massas coalescentes; são ricos em células gigantes, podendo encontrar-se no citoplasma estruturas concêntricas calcificadas (corpos de Schaumann) ou inclusões estreladas (corpos asteroides). A etiologia da sarcoidose é desconhecida, sendo a doença caracterizada por aumento de linfócitos T CD4+ nos pulmões, padrão de citocinas tipo Th1 e aumento de receptores solúveis para IL-2, tanto no parênquima pulmonar como no plasma. A proliferação dos linfócitos T moduladores dos granulomas sarcoídicos é oligoclonal, o Doenças do Sistema Respiratório Gabriel Elias Sanches – 2017.1 que sugere possível etiologia infecciosa para a doença. Até o momento, as tentativas de associação da doença com agentes etiológicos específicos falharam. Pneumonias Por pneumonia entende-se o quadro de infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica característica. Na doença, bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudato inflamatório, comprometendo a função de troca gasosa. Qualquer agente infeccioso - bactérias, vírus, fungos, parasitos e outros microrganismos - pode provocar pneumonia, embora a maioria esmagadora dos casos seja causada por bactérias. O desenvolvimento de um quadro infeccioso do parênquima pulmonar envolve três componentes: • Patogenicidade do agente. • Mecanismos de defesa. • Capacidade de resposta do hospedeiro. Nem sempre o encontro de um microrganismo em alguma parte dos pulmões representa uma pneumonia. Define-se colonização como a persistência de bactérias em um local do corpo sem evidência de resposta do hospedeiro; infecção pressupõe invasão e multiplicação de microrganismos nos tecidos, acompanhadas de agressão e reação desses tecidos. Agentes infecciosos podem alcançar o parênquima pulmonar, principalmente por via aerógena, mas também o podem por via hematogênica. Doenças que predispõe o surgimento de pneumonias: Infecções virais prévias podem alterar o nível de resposta do hospedeiro e o estado dos tecidos (e.g. necrose do tecido epitelial), o que expõe os tecidos à ação patogênica do microrganismo. Indivíduos com bronquite possuem flora bacteriana persistente nas vias respiratórias distais, uma vez que inflamação crônica das vias respiratórias resulta em impedimento da função mucociliar, redução da drenagem linfática e retenção de secreções que favorecem proliferação bacteriana. Classificação das pneumonias: • Quanto à origem: o Hospitalar. o Da comunidade. • Quando à etiologia: o Bactérias. o Vírus. o Fungos. o Protozoários. • Quanto às lesões morfológicas: o Específicas. o Inespecíficas. • Quando à distribuição anatômica: Pneumonia lobar: O processo inflamatório tem disseminação relativamente uniforme nos lobos pulmonares, dando ao parênquima padrão homogêneo de acometimento. O microrganismo mais associado à pneumonia lobar é o pneumococo (Streptococcus pneumoniae), agente bastante frequente nas pneumonias causadas por bactérias da comunidade. Pneumonia lobular ou broncopneumonia: A infecção apresenta-se como focos inflamatórios múltiplos que acometem lóbulos pulmonares, caracterizando disseminação do agente através das vias respiratórias. Trata-se de doença infecciosa muito frequente na prática médica e que acomete mais comumente crianças, idosos ou indivíduos debilitados. (Staphylococcus aureus) Pneumonia intersticial: É caracterizada por reação inflamatória que afeta predominantemente o interstício pulmonar. Diversos vírus, Legionella sp. e Mycoplasma sp. são agentes infecciosos associados a pneumonias com padrão intersticial. Macroscopicamente, o pulmão afetado pode não apresentar alterações. Aspectos morfológicos da pneumonia lobar: Na pneumonia lobar, o lobo atingido consolida-se de forma homogênea pela substituição do ar dos alvéolos e sacos alveolares por exsudato inflamatório, enquanto as vias respiratórias maiores permanecem pérvias. Se não for tratada, a doença evolui em quatro fases: (1) Inicial ou de congestão, em que há intensa congestão dos capilares septais e edema, poucos neutrófilos e numerosas bactérias nos alvéolos. Há hemácias. (2) Hepatização vermelha, quando os alvéolos ficam cheios de fluido, fibrina e bactérias. Há exsudato de polimorfonucleares e o lobo adquire consistência firme semelhante à do fígado, por isso o termo hepatização. (3) Hepatização cinzenta, em que há aumento de células inflamatórias e fibrina nos alvéolos, além de diminuição da congestão e do número de bactérias. A liberação de grande quantidade de enzimas pelas células inflamatórias leva a degradação de fibras elásticas da matriz extracelular, tornando o parênquima bastante friável. (4) Resolução, quando há lise da fibrina e redução progressiva do exsudato, permitindo a penetração de ar nos alvéolos. De forma característica, na pneumonia lobar não há destruição das paredes alveolares. Exsudação de fibrina na pleura é frequente (pleurite fibrinosa). Aspectos morfológicos da broncopneumonia: A broncopneumonia é um processo caracterizado por focos múltiplos, às vezes bilaterais, de inflamação do parênquima pulmonar; em alguns casos, os focos são confluentes e podem comprometer grande parte do pulmão. Microscopicamente, encontra-se exsudato purulento na luz dos alvéolos e bronquíolos acompanhado de edema e destruição da parede dessas estruturas. As mesmas fases da pneumonia lobar podem acontecer no desenvolvimento do processo, porém com distribuição focal. Pode parecer a lobar, caso haja coalescência dos focos em um só lobo. Aspectos morfológicos da pneumonia intersticial: Na pneumonia intersticial o acometimento pode ser zonal ou difuso, às vezes bilateral. Macroscopicamente, o quadro é pouco característico, podendo haver apenas congestão. Ao microscópio, o achado dominante é inflamação nitidamente intersticial, em que os septos alveolares se tornam alargados por edema e infiltrado de mononucleares. Os alvéolos contêm pequena quantidade de líquido e, nos casos graves, apresentam membranas hialinas, indicativas de dano alveolar. Dependendo do agente etiológico, podem ser encontrados elementos específicos. Nas viroses, são vistas necrose do epitélio alveolar e bronquiolar, células gigantes e inclusões características. Pneumonias bacterianas: Pneumonia pneumocócica: O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é parte da flora normal de cerca de 20% dos indivíduos adultos e responsável por 90% dos casos de pneumonia lobar, que compromete em geral indivíduos entre 30 e 50 anos. O mecanismo de ação envolve multiplicação bacteriana, que induz resposta exsudativa neutrofílica do hospedeiro. A complicação mais comum é dano alveolar difuso. Morfologicamente, a pneumonia pneumocócica é do tipo lobar ou broncopneumonia, preservando, caracteristicamente, a histoarquitetura pulmonar na fase aguda. Vacina contra o S. pneumoniae é utilizada apenas em indivíduos comcondições predisponentes a infecções por microrganismos Gram-positivos. (e.g. idosos) Pneumonia crônica: A maioria das pneumonias é resolvida sem deixar cicatrizes no parênquima. Habitualmente, a fibrina intralveolar é digerida pelas enzimas proteolíticas das células inflamatórias degeneradas, sendo os detritos remanescentes absorvidos ou eliminados com o escarro. Em algumas formas de pneumonia, tanto a virulência do agente agressor como a resposta do hospedeiro podem causar dano ao arcabouço reticulínico e elástico do pulmão, resultando em fibrose. Se o agente infeccioso permanecer nos pulmões, formam-se abscessos e cicatrizes. Nesses casos, duas doenças devem ser reconhecidas pelas suas implicações terapêuticas: A actinomicose torácica é causada por bactérias filamentosas Grocott e Gram-positivas. A doença evolui ainda com derrame pleural e dor torácica. A nocardiose representa uma forma de pneumonia crônica ou aguda progressiva de indivíduos imunocomprometidos. Na forma crônica, predominam granulomas epitelioides múltiplos com micro abscessos e fibrose, contendo numerosos bacilos álcool-ácido resistentes identificados pelos métodos de Ziehl-Neelsen e Grocott. A nocardiose apresenta ainda associação não usual com a proteinase alveola Pneumonia Intersticial (viral): Septos alargados e com edema. Sem acometimento dos espaços alveolares. Infiltrado mononuclear. Citomegalovírus: • Olho de coruja. • Nas necropsias de pacientes com AIDS, no HUGG (>300 ), o que mais foi encontrado foi o CMV. Sarampo: • Dano alveolar difuso. • Miocardite por sarampo. Pneumonias fúngicas: Aspergillus: • Lesão apical com halo fibroso e centro cavitado. • Hifa alongada e com trave na diagonal. O aspergillus pode colonizar uma caverna tuberculosa. Cryptococcus neoformans: Aspecto gelatinoso do tecido. Pneumocystis carinii / HIV: Mudou para geblabla Material algodonoso Paracoccidioides brasilienses: Dois padrões morfológicos: • Exsudativo ou produtivo-granulomatoso Como saber se é paracoco - Aspecto em roda de leme devido à múltipla esporulação. Tuberculose: A transmissão do agente etiológico (bacilo de Koch) se faz de pessoa para pessoa, através de aerossóis. Os pulmões são, portanto, o primeiro local a entrar em contato com a bactéria e a sofrer lesões. A expressão da doença depende da capacidade do indivíduo de combater o microrganismo. Dessa forma, condições que alteram as defesas do hospedeiro, como a AIDS, desnutrição, alcoolismo e fármacos imunossupressores, largamente utilizados na prática médica, podem ser tomados como o ponto de partida para a tuberculose pulmonar. Resposta imunológica: Inata e adquirida (nesse caso, granulomatosa). O Mycobacterium tuberculosis possui em sua parede três componentes básicos, cada qual com determinada função na reação inflamatória: • Lipídeos, que são responsáveis pela ativação de monócitos e macrófagos e sua posterior transformação em células epitelioides e células gigantes multinucleadas. • Proteína (tuberculoproteína), que confere sensibilização ao bacilo e contribui para a formação de células epitelioides e células gigantes. • Carboidratos, responsáveis pela reação neutrofílica. Por serem aeróbios, os bacilos localizam-se preferencialmente nas porções mais aeradas, podendo permanecer em estado latente nos ápices pulmonares. Dessa região, pode haver disseminação linfática ou hematogênica para outros órgãos, onde mais tarde pode surgir a tuberculose de órgãos isolados. Tuberculose primária: Tuberculose primária é aquela que ocorre em indivíduos que não tiveram contato prévio com o M. tuberculosis. O primeiro contato do bacilo com o indivíduo (priminfecção) determina diversas reações: • Exsudativa. • Produtiva. • Produtivo-caseosa (granuloma com necrose caseosa). • Cicatrização (nódulo calcificado). Exsudativa: Th17 (Nódulo exsudativo) Nas três primeiras semanas de infecção, a resposta inflamatória pulmonar é inespecífica e feita por neutrófilos e macrófagos (alveolares), atraídos pelo carboidrato do BK. Apesar de fagocitarem os bacilos, os macrófagos não os destroem, pois componentes do BK bloqueiam a fusão dos fagossomos com os lisossomos. Com isso, os bacilos permanecem vivos, proliferam e causam um foco de reação inflamatória inespecífica. Produtiva e Produtivo-caseosa: Th1 (Granuloma duro ou com necrose caseosa) Macrófagos contendo bacilos liberam IL-12, que estimula linfócitos T (Th1) a liberar citocinas, sobretudo IFN-y, este torna os macrófagos ativados e capazes de matar os microrganismos. Ao mesmo tempo, os macrófagos ativados liberam outras citocinas (TNF-alfa) e quimiocinas que comandam a reação de hipersensibilidade (?) e a formação de granulomas. Por ação do IFN-y, macrófagos ativados transformam-se em células epitelioides; estas tendem a se aglomerar e a formar sincícios, originando células gigantes multinucleadas. Com a organização dessas células, a inflamação adquire o padrão granulomatoso. Na tuberculose, os granulomas contêm uma ou mais células gigantes no centro, ao redor das quais existem células epitelioides; na periferia, encontram-se linfócitos, macrófagos e poucos plasmócitos. Como regra geral, no centro do granuloma há necrose caseosa de extensão variada. Quanto maior a carga de bacilos e maior o grau de hipersensibilidade do hospedeiro, maior é a extensão da necrose nos granulomas. Cicatrização: Com a morte dos bacilos e o controle da multiplicação bacteriana, o granuloma segue o curso natural de reparação de toda reação inflamatória, que é sua colagenização induzida pelo fator de crescimento de fibroblastos secretado por macrófagos. Com isso, a lesão entra em processo de cicatrização, hialinização e calcificação. A reação inflamatória inicial e os granulomas, com ou sem necrose central, formam-se preferencialmente na região inferior do lobo superior ou na superior do lobo inferior. O conjunto desses granulomas recebe o nome de nódulo de Ghon. A partir deste, os bacilos alcançam o sistema linfático e os linfonodos hilares, onde determinam o mesmo tipo de reação inflamatória, ou seja, linfadenite granulomatosa. Ao conjunto de nódulo de Ghon e linfadenite dá-se o nome de complexo primário ou complexo de Ghon. O complexo primário ocorre somente na primo-infecção e pode ter dois destinos: • (1) Cura, que ocorre na maioria dos casos. A cura se dá pela destruição dos microrganismos e pelo processo reparativo de cicatrização e calcificação das lesões, tanto no parênquima pulmonar quanto nos linfonodos. Neste caso, a infecção deixa apenas uma pequena cicatriz. Em certas pessoas, alguns bacilos podem permanecer dormentes (viáveis) nesses locais por muito tempo, mas sem provocar lesões. Se, por qualquer motivo, o indivíduo sofre queda de suas defesas, os microrganismos voltam a se multiplicar e originam doença. • (2) Evolução para a doença tuberculose. Quando não há cura da infecção, os bacilos persistem nos tecidos, multiplicam-se e podem disseminar-se para os próprios pulmões (pelas vias respiratórias), ou para outros órgãos (pela via sanguínea). Tudo isso constitui a tuberculose progressiva da infância, que se apresenta nas formas de pneumonia caseosa ou de tuberculose miliar, ambas muito graves. Pneumonia caseosa: Resulta da disseminação dos bacilos para os alvéolos adjacentes através dos poros de Khon, resultando em expansão das lesões exsudativas e dos granulomas. Com isso, forma-se uma pneumonia alveolar com lesões uniformes nos ácinos e lóbulos pulmonares. Tuberculose miliar: Coma expansão das lesões destrutivas, os bacilos podem penetrar nos vasos sanguíneos, através dos quais são levados a outros pontos no próprio pulmão e a vários outros órgãos. Forma-se assim grande número de pequenos nódulos inflamatórios nos locais atingidos (nódulos miliares), constituindo a tuberculose miliar. Tuberculose secundária: Após a infecção primária, os bacilos podem retirar-se a um estado dormente e metabolicamente inerte, localizando-se nos locais mais aerados dos pulmões, como os ápices. Na vida adulta, por qualquer condição que resulte em queda da imunidade, os bacilos dormentes voltam a se multiplicar e dão origem a novos granulomas e a novas lesões (tuberculose por reativação - endógena). Outras vezes, o indivíduo que teve a primo-infecção curada bacteriologicamente sofre uma nova infecção pelo bacilo, a partir do ambiente. As lesões da tuberculose secundária apresentam-se em quatro formas macroscópicas: apical, cavernosa, ácino-nodosa e miliar. Não há mais formação do complexo primário! Tuberculose apical: A reativação dos bacilos dá origem a granulomas produtivos, granulomas produtivo-caseosos e nódulos fibrocalcificados, em decorrência de surtos repetidos de ativação, formação de granulomas e neoformação conjuntiva. Por essa razão, nesses casos são frequentes extensas lesões fibrocaseosas nos ápices pulmonares. Tuberculose cavernosa: Quando se forma extensa necrose nos locais atingidos, o material necrótico se liquefaz e é drenado por um brônquio, dando origem a grandes cavitações macroscópicas conhecidas como cavernas tuberculosas. Quando há destruição também de vasos sanguíneos, surge hemoptise. O número, o tamanho e a forma das cavernas variam bastante. Com a fibrose que se forma na sua parede e no parênquima adjacente, às vezes podem surgir outras lesões pulmonares (obstrução brônquica, bronquiectasia, enfisema cicatricial etc.). Tuberculose ácino-nodosa: A partir da lesão apical ou de reativação de lesão primária, pode haver proliferação dos bacilos e sua disseminação pelas vias respiratórias. O transporte dos bacilos através dos brônquios por ação dos movimentos respiratórios leva ao aparecimento de lesões axiais peribrônquicas que acompanham a histoarquitetura pulmonar. Nesse caso, a inflamação granulomatosa compromete caracteristicamente ácinos pulmonares inteiros, podendo ser reconhecida macroscopicamente como condensação parenquimatosa com a forma acinar. Quando ácinos adjacentes são acometidos, formam-se as lesões em trevo. Se os bacilos atingirem a pleura, forma-se pleurite tuberculosa, com derrame pleural. Tuberculosa miliar: Tal como na tuberculose progressiva da infância, a penetração dos bacilos nos vasos pulmonares leva ao implante do agente em outras áreas do pulmão e em outros órgãos, formando as lesões miliares já descritas. Conforme se pode depreender das formas anatomopatológicas descritas, a tuberculose pode simular praticamente qualquer pneumopatia, desde infecções até tumores, devendo, portanto, fazer parte do diagnóstico diferencial de praticamente toda doença pulmonar. A tuberculose pulmonar pode disseminar-se também para outros órgãos: • Por contiguidade, pode atingir a pleura, causando pleurite tuberculosa. • Pela via respiratória, pode provocar infecção da laringe. • Bacilos deglutidos passam pelo estômago e chegam ao intestino delgado, onde provocam tuberculose intestinal. Por via sanguínea, além da forma miliar, pode haver disseminação dos bacilos para diversos órgãos (rins, ossos, sistema nervoso, órgãos genitais etc.), constituindo a tuberculose de órgãos isolados. Doenças pulmonares obstrutivas: Doenças pulmonares obstrutivas são entidades clinico patológicas que têm em comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, em qualquer nível da árvore respiratória. Clinicamente, manifestam-se com dificuldade respiratória sobretudo na fase expiratória. Os três principais representantes das doenças obstrutivas são bronquite crônica, enfisema pulmonar e asma. Doenças pulmonares obstrutivas crônicas: Enfisema: Enfisema pulmonar é definido como: Aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares Associado a destruição dos septos alveolares Sem fibrose evidente. “O ácino pulmonar compreende a porção de parênquima distal a um bronquíolo terminal (constituído pelo bronquíolo respiratório, duetos e sacos alveolares e alvéolos). O conjunto de três a cinco bronquíolos terminais e seus respectivos ácinos constitui o lóbulo pulmonar.” De acordo com a distribuição anatômica da lesão, ele pode ser classificado de 4 formas: Enfisema centrolobular (ou centroacinar): Frequentemente associado ao hábito de fumar e à bronquite crônica. A porção central do ácino pulmonar, junto ao bronquíolo respiratório, mostra-se acometida, poupando-se os alvéolos mais distais; as lesões em geral contêm grande quantidade de pigmento antracótico. O enfisema centrolobular acomete preferencialmente os lobos superiores. Enfisema panlobular (ou panacinar): Frequentemente relacionado à deficiência da α1 -antitripsina. Todo o ácino está aumentado, tornando difícil a distinção entre alvéolos e ductos alveolares. As lesões são mais graves nas bases pulmonares. Enfisema parasseptal (ou acinar distal): Acomete a porção distal do ácino, nas regiões adjacentes à pleura e ao longo dos septos interlobulares. Caracteristicamente, é mais comum nas regiões superiores do pulmão e surge em áreas adjacentes a fibrose, cicatrizes ou atelectasia. Esse enfisema é causa frequente de pneumotórax espontâneo em indivíduos jovens. Enfisema irregular (ou paracicatricial): Muitas vezes assintomático, envolve o ácino de forma irregular e está associado a cicatrizes de processos inflamatórios antigos. Etiopatogênese do enfisema: A teoria mais aceita para a patogênese do enfisema é o mecanismo protease-antiprotease, segundo o qual o enfisema resulta de desequilíbrio entre proteases e antiproteases, com predomínio da ação das proteases e consequente destruição dos septos alveolares. As principais fontes de enzimas proteolíticas no trato respiratório baixo são neutrófilos e macrófagos alveolares. Além disso, macrófagos alveolares se acumulam nas regiões centroacinares de pulmões de fumantes, que são os locais preferenciais da lesão enfisematosa. • Neutrófilos = Serinoelastases. • Macrófagos alveolares = Metaloelastases. Existem várias antiproteases no fluido que reveste o epitélio respiratório. A mais abundante é a α1 - antitripsina (α1-AT), que possui a maior atividade antielastase no parênquima pulmonar. Por essa razão, deficiência de (α1-AT), por qualquer motivo, pode resultar em enfisema. O fumo estimula a liberação de elastase pelos neutrófilos e aumenta a atividade proteolítica de elastases dos macrófagos e componentes da fumaça do cigarro depositam-se no trato respiratório e estimulam reação inflamatória. Ocorre a alteração de células endoteliais e neutrófilos diretamente e a promoção da aderência de neutrófilos ao endotélio capilar. Além disso, agentes oxidantes presentes no fumo, em células inflamatórias e na poluição ambiental parecem ter papel importante na lesão tecidual pulmonar e no desenvolvimento do enfisema. Radicais livres de 02, além de agredirem diretamente os componentes da matriz extracelular, inibem a ação da (α1-AT). Sem a atividade desta, enzimas proteolíticas liberadas por qualquer motivo não são inativadase atuam sobre os tecidos, causando destruição parenquimatosa. Repercussões fisiopatológicas do enfisema: Relacionam-se com alterações da função respiratória e da circulação pulmonar. A insuficiência respiratória é provocada por: (1) Redução do fluxo aéreo, sobretudo na expiração, por causa da deformidade dos bronquíolos e da diminuição da elasticidade pulmonar causada pela perda do componente elástico dos septos alveolares; (2) Dificuldade de acesso do ar inspirado às paredes alveolares, por aumento do ar residual; (3) Redução da superfície de trocas por destruição dos septos alveolares. Pode haver hipertensão pulmonar, por causa da redução do leito capilar (por destruição septal) e da vasoconstrição arteriolar decorrente da hipóxia e hipercapnia, Em consequência de tudo isso, as principais manifestações clínicas do enfisema são: • Dispneia. • Tosse. • Chiado. (?) • Perda de peso. • Caracteristicamente, os pacientes apresentam expiração forçada e prolongada e tórax em tonel. Aspectos macroscópicos do enfisema: Os pulmões apresentam aumento de volume e suas margens anteriores se aproximam. Especialmente nas margens e no ápice, podem existir bolhas, às vezes volumosas). O órgão apresenta-se pálido (contém pouco sangue) e torna-se quase completamente inelástico. Na superfície de corte, notam-se as cavidades resultantes da dilatação dos espaços aéreos distais. De acordo com a localização dessas lesões nos ácinos pulmonares é que se faz a classificação do enfisema em centroacinar, panacinar, parasseptal e irregular. O tórax fica fixado em posição inspiratória, com aumento do diâmetro anteroposterior (tórax em tonel). As costelas acham-se levantadas, os espaços intercostais estão alargados e a cúpula diafragmática encontra-se abaixada, em posição inspiratória. Neoplasias pulmonares: Formas de diagnóstico: • Citopatologia. • Escarro. • Líquido de lavado broncoalveolar. • Punção aspirativa por agulha fina. • Histopatologia: (padrão ouro) o Biópsia o Peça cirúrgica Carcinoma de células escamosas (epidermoide): • Maligno, com diferenciação escamosa da ______ (qual o tecido?) • Forte associação com tabagismo (98%) • In situ (limitado pela lâmina basal) ou invasivo (invasão dos septos). Primeira etapa: • Metaplasia escamosa das células dos brônquios. • Em mulheres, a primeira suspeita é o adenocarcinoma e não o carcinoma epidermóide Macroscopia: • Massa firme cinza-esbranquiçada. • Área de necrose central com cavitação. Intraluminal Peribrônquica (Massa hilar/peri-hilar nas duas) Intraparenquimatosa Microscopia: Bem, moderadamente, ou pouco diferenciado. • Evidência de queratinização: o Pérolas córneas. o Citoplasma eosinofílico denso (queratinização intracitoplasmática). • Pontes intercelulares • Perda da polarização e do formato das células e núcleos. • Áreas de necrose. (Perola córnea: lâminas de queratina em disposição concêntrica) (((((( Escamoso central, …. Periferico)))))) onde?? Adenocarcinoma: Tumor epitelial maligno com diferenciação glandular ou produção de mucina pelas células tumorais. História de tabagismo é menos frequente (75%). Pode ser in situ ou invasivo. Adenocarcinoma in situ (Carcinoma bronquioloalveolar): Macroscopia: • Nódulo único na periferia pulmonar. • Nódulos múltiplos que podem coalescer. • Translúcidos ou sólidos branco-acinzentados. Microscopia: • Ausência de invasão estromal, vascular ou pleural • Crescimento ao longo dos alvéolos e bronquíolos • (Padrão lepídico) borboletas pousadas em uma cerca. • Não há destruição da arquitetura pulmonar Pode ser mucinoso (nódulos múltiplos) com disseminação aerógena. (Mas não sai do pulmão, pois é in situ) • As células são globosas pelo acúmulo do … basofílico claro. Pode ser não mucinoso (nódulo único) com rara disseminação. Adenocarcinoma invasivo: Macroscopia: • Lesão amarelo acinzentada • Periferica- pleura • Cavitação incomum • Crescimento mais lento (Mas a metástase ocorre mais rapidamente). A necrose é disseminada em pequenos focos, então não forma cavitações. Microscopia: Vários padrões: Acinar (foto) (bem ou mod) Papilar (bem ou md) Micropapilar (bem ou mod) Sólido (pouco) Com produção de mucina Papila é uma protusão do tecido conjuntivo subendotelial. Centro de tecido conjuntivo com revestimento epitelial. Deve-se analisar as características do revestimento do epitélio para saber se é maligno. Tumores com diferenciação neuroendócrina: Células de kultchinsky. 1. Tumor carcinoide. 2. Carcinoma de células pequenas 3. Carcinoma neuroendócrino de grandes células 4. (Foto) Tumor carcinoide: Macroscopia: • Massa central: o Massa polipoide única e intrabrônquica. o Recoberto por mucosa. o Pode penetrar no parênquima pulmonar. o Periférica: (tendência a ser múltiplo) Foto slide Microscopia: • Neoplasia maligna de baixo grau. • Células uniformes o Cromatina em sal com pimenta Formam: ● Ninhos. ● Trabéculas. ● Paliçadas. ● Rosetas. Típico: menos de 2 mitoses/CGA e sem necrose Atípico: 2 a 10 mitoses/CGA e/ou necrose Carcinoma de pequenas células: Macroscopia: • Localização central • Lesão pardo-clara, friável e necrótica • Brônquio e região adjacente Microscopia: Altamente maligno Células pequenas (< linfócitos) Citoplasma escasso Hipercromasia celular Células arredondadas ou fusiformes Fenômeno de azzopardi (necrose em torno do vaso libera cromatina que se concentra na parede vascular que fica basofilica(?) Ou eosi) Carcinoma de grandes células: Sem evidência definida de diferenciação glandular ou escamosa Folhetos sólidos de células grandes e atípicas >10 mitoses/CGA IHQ Diagnóstico dos neuroendócrinos SÓ com imuno-histoquímica. Neurolase neurônio-específica Há outros 4. Escolhe 3 e espera-se positividade de 2. Sinaptifisina + (castanho) CD53 + (Castanho na superfície) Lesões precursoras: Hiperplasia adenomatosa atípica Displasia escamosa (Ocorre em cima da metaplasia escamosa) (desorganização estrutural e atipia nuclear) Hiperplasia de células neuroendocrinas idiopática - tumor carcinóide (Ver quais causam em cada slide Formas de disseminação: ● Linfática/Hematogênica ○ Carcinoma epidermoide (metástase em estágios tardios) ○ Adenocarcinoma (metástase em estágios iniciais). ● Aerógena. ● Invasão direta da pleura (não se chama metástase) ● Invasão direta de estruturas torácicas.
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