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1 Juliele Bueno T5 MED SBC PNEUMONIA Por pneumonia entende-se o quadro de infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica. Nas pneumonias, bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudato inflamatório, comprometendo a função de troca gasosa. Qualquer agente infeccioso – bactérias, vírus, fungos, parasitos e outros microrganismos – pode causar pneumonia, embora a grande maioria seja causada por bactérias. As células tipo II sintetizam o surfactante (que forma uma camada muito fina por cima das membranas celulares alveolares) e estão envolvidas no reparo do epitélio alveolar por meio de sua capacidade de originar células tipo I. Macrófagos alveolares, fixados frouxamente às células epiteliais ou livres dentro dos espaços alveolares. As paredes alveolares são perfuradas por numerosos poros de Kohn, que permitem a passagem de bactérias e exsudato entre alvéolos adjacentes DEFINIÇÃO → Quadro de infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica → bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudato inflamatório, comprometendo a função da troca gasosa. Lembrar que se tem inflamação, pode ter edema. ETIOLOGIA → causas: vírus, bactérias, micoplasma, fungos PNEUMONIA PNEUMONIA → mecanismos de defesa locais prejudicados ( macrófagos alveolares) →resistência sistêmica do hospedeiro diminuída CLASSIFICAÇÃO As pneumonias podem ser classificadas de acordo com vários parâmetros: (a) origem (hospitalar ou da comunidade); (b) etiologia (bactérias, vírus, fungos ou protozoários); (c) lesões morfológicas (específicas ou inespecíficas); (d) distribuição anatômica. De acordo com a distribuição das lesões no território pulmonar, as pneumonias podem ser: Pneumonia 2 Juliele Bueno T5 MED SBC ■Pneumonia lobar. O processo inflamatório tem disseminação relativamente uniforme nos lobos pulmonares, dando ao parênquima padrão homogêneo de acometimento (Figura 14.21 A). O microrganismo mais associado à pneumonia lobar é o pneumococo (Streptococcus pneumoniae), frequentemente associado a pneumonias adquiridas na comunidade ■Pneumonia lobular ou broncopneumonia. A infecção apresenta-se como focos inflamatórios múltiplos que acometem lóbulos pulmonares, caracterizando disseminação do agente através das pequenas vias aéreas distais (Figura 14.21 B). Trata-se de doença infecciosa muito frequente na prática médica e que acomete mais comumente crianças, idosos ou indivíduos debilitados ■Pneumonia intersticial. Caracteriza-se por reação inflamatória que afeta predominantemente o interstício pulmonar. Diversos vírus, e Mycoplasma sp. são agentes infecciosos associados a pneumonias com padrão intersticial. → típica uma resposta mais voltada para as bactérias → atípica mais em condições virais e de micoplasma PNEUMONIA LOBAR consolidação (solidificação de uma grande porção de um lobo ou de um lobo inteiro) → uma parte do pulmão está comprometida → comum em pneumonia bacteriana Na pneumonia lobar, o lobo atingido consolida-se de forma homogênea pela substituição do ar dos alvéolos e sacos alveolares por exsudato inflamatório, enquanto as vias aéreas maiores permanecem permeáveis. Se não tratada, a doença evolui em quatro fases: (1) inicial ou de congestão, em que há hiperemia intensa dos capilares septais e edema, poucos neutrófilos e numerosas bactérias nos alvéolos (2) hepatização vermelha, quando, além da hiperemia, os alvéolos ficam cheios de fluido, fibrina e bactérias. O lobo adquire consistência firme e semelhante à do fígado, daí o termo hepatização (3) hepatização cinzenta, em que há aumento de células inflamatórias e fibrina nos alvéolos, além de diminuição da hiperemia e do número de bactérias. A liberação de grande quantidade de enzimas pelas células inflamatórias leva a degradação de fibras elásticas da matriz extracelular, tornando o parênquima bastante friável (4) resolução, quando há lise da fibrina e redução progressiva do exsudato, permitindo a penetração de ar nos alvéolos. De forma característica, na pneumonia lobar não há destruição das paredes alveolares. Exsudação de fibrina na pleura é frequente (pleurite fibrinosa). PNEUMONIA BRONCOPNEUMONIA infecção apresenta-se como focos inflamatórios múltiplos que acometem lóbulos pulmonares. → distribuição multifocal → incidência com bactéria → áreas mais claras são focos de broncopneumonia A broncopneumonia é um processo caracterizado por focos múltiplos, às vezes bilaterais, de inflamação purulenta no parênquima pulmonar; em alguns casos, os focos são confluentes e podem comprometer grande parte do pulmão. Microscopicamente, encontram-se hiperemia, edema e exsudato purulento na luz dos alvéolos e bronquíolos, com destruição da parede dessas estruturas. As mesmas fases da pneumonia lobar podem acontecer no desenvolvimento do processo, porém com distribuição focal. MORFOLOGIA -MICROSCOPIA https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527736992/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#ch14fig21 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527736992/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#ch14fig21 3 Juliele Bueno T5 MED SBC → na pneumonia aguda, está circulado o alvéolo →Aspecto histológico da pneumonia lobar, mostrando preenchimento dos alvéolos por leucócitos polimorfonucleares e preservação da estrutura dos septos alveolares. PNEUMONIA INTERSTICIAL IDIOPÁTICA → caracteriza-se por reação inflamatória( linfonuclear) que afeta predominantemente o interstício pulmonar ( sem consolidação = atípica) A pneumonia intersticial o acometimento pode ser zonal ou difuso, às vezes bilateral. Macroscopicamente, o quadro é pouco característico, podendo haver apenas hiperemia. Ao microscópio, o achado dominante é inflamação nitidamente intersticial, em que os septos alveolares tornam-se alargados por edema e infiltrado de mononucleares. Os alvéolos contêm pequena quantidade de líquido e, nos casos graves, apresentam membranas hialinas, indicativas de dano alveolar. Dependendo do agente etiológico, podem ser encontrados elementos específicos. Nas viroses, são vistos necrose do epitélio alveolar e bronquiolar, células gigantes e, em alguns casos, inclusões características. MORFOLOGIA 4 Juliele Bueno T5 MED SBC → edema e infiltrado intracelular → acúmulo de proteína dentro do alvéolo → Dano alveolar difuso. A. Fase exsudativa. Espessamento dos septos alveolares por infiltrado inflamatório e substância amorfa e hialina (membranas hialinas) revestindo internamente os espaços alveolares. B. Fase proliferativa. Organização do exsudato intra-alveolar por tecido fibroso jovem, que ocupa a luz alveolar. Os septos alveolares encontram-se espessados por fibrose recente. CLASSIFICAÇÃO POR AGENTE ETIOLÓGICO PNEUMONIA BACTERIANA STRPTOCOCCUS PNEUMONIAE → Pneumonia pneumocócica O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é parte da microbiota normal de cerca de 20% dos indivíduos adultos e responsável por 90% dos casos de pneumonia lobar, comprometendo usualmente indivíduos entre 30 e 50 anos. Antes do advento dos antibióticos, era a causa mais comum de morte por pneumonia. O pneumococo, bactéria Gram- positiva que se dispõe aos pares, é discretamente achatada nas extremidades e não produz toxinas. A patogênese envolve multiplicação bacteriana, que induz resposta exsudativa neutrofílica. A complicação mais comum é dano alveolar difuso (ver adiante). Morfologicamente, a pneumonia pneumocócica é do tipo lobar ou broncopneumonia, preservando caracteristicamente a histoarquitetura pulmonar na fase aguda (Figura 14.23). Vacina contra o S. pneumoniae é utilizada apenas em indivíduos com condições predisponentes a infecções por microrganismos Gram-positivos.Figura 14.23 Aspecto histológico da pneumonia lobar, mostrando preenchimento dos alvéolos por leucócitos polimorfonucleares e preservação da estrutura dos septos alveolares. HAEMOPHYLUS INFLUENZAE https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527736992/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#ch14fig23 5 Juliele Bueno T5 MED SBC é importante agente etiológico de pneumonias em crianças, podendo causar também meningite. Trata-se de bactéria Gram-negativa cuja patogenicidade é mediada por um prolongamento na sua superfície que favorece a aderência ao epitélio respiratório e pela secreção de enzimas que afetam os batimentos ciliares e inativam a IgA secretória. O agente compromete em geral indivíduos com bronquite crônica e/ou bronquiectasia e geralmente encontra-se associado a infecções virais que, por destruição do epitélio, favorecem a aderência de bactérias. Com isso, o microrganismo causa extensa pneumonia destrutiva (lobar ou broncopneumonia) que pode evoluir para bronquiolite obliterante. Como complicação podem se formar abscessos, cuja cicatrização extensa predispõe a bronquiectasia. KLEBSIELLA PNEUMONIE → superbactéria Klebsiella pneumonie é a principal bactéria Gram-negativa causadora de pneumonia. O microrganismo é causa comum de pneumonia em alcoólatras (40 a 60 anos), usualmente com higiene oral precária. Neles, aspiração de secreções contendo microrganismos para os pulmões é potencializada pela inibição da fagocitose pulmonar causada pelo álcool. Na forma aguda, a característica principal é a distribuição lobar das lesões, com envolvimento de mais de um lobo, resultando em pulmão consolidado e com aparência mucoide. São comuns pleurite fibrinosa e necrose extensa (em contraste com a pneumonia pneumocócica), esta proporcional à duração da doença. Nas áreas de necrose, formam-se abscessos, muito comuns nesse tipo de pneumonia. Histologicamente, encontra-se exsudato intralveolar difuso com grande número de neutrófilos e macrófagos, estes com aparência xantomizada característica pela presença de numerosos bacilos Gram- negativos. Os bacilos contêm cápsula mucoide positiva à coloração pela prata que, associada à propriedade Gram- negativa, é achado altamente valioso no diagnóstico em necrópsia ou biópsia. A forma crônica caracteriza-se por fibrose extensa e múltiplos abscessos contendo bacilos viáveis, que muitas vezes evoluem para bronquiectasia. STAPHYLOCOCCUS AUREUS característica principal da pneumonia estafilocócica (Staphylococcus aureus) são focos de hemorragia parenquimatosa e abscessos. Uma das complicações é a invasão da pleura, causando empiema. Em geral, a pneumonia é precedida por quadro viral agudo ou subagudo tipo influenza ou por septicemia secundária a infecção extrapulmonar. O quadro clínico pode ser frustro ou com início abrupto de tosse, dor pleural, hemoptise e febre. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → febre alta e início abrupto → calafrios com tremores → tosse produtiva com escarro purulento → dispneia e dor pleurítica → pacientes ocasionais podem apresentar homoptise (é a expectoração de sangue originário dos pulmões ou da árvore traqueobrônquica) 6 Juliele Bueno T5 MED SBC → acúmulo purulento – empiema →bronquiectasia ( fechamento dos locais aéreos) C o n c e i t o s - c h a v e Pneumonia Aguda S. pneumoniae (pneumococo) é a causa mais comum de pneumonia aguda adquirida na comunidade; a distribuição da inflamação é, geralmente, lobar. A pneumonia lobar evolui em quatro estágios: congestão, hepatização vermelha, hepatização cinzenta e resolução. Outras causas comuns da pneumonia aguda na comunidade incluem H. influenzae e M. catarrhalis (ambos associados a exacerbações agudas de DPOC), S. aureus (geralmente secundário às infecções respiratórias virais), K. pneumoniae (observada em pacientes alcoolistas crônicos), P. aeruginosa (encontrada em pessoas com fibrose cística, vítimas de queimaduras e em pacientes com neutropenia) e L. pneumophila, observada particularmente em receptores de órgãos transplantados. O termo organismos atípico é usado para Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Coxiella burnetii e vírus (vírus influenza tipos A e B, metapneumovírus humano), já que eles não são detectáveis na técnica de Gram nem crescem nos meios de cultura bacteriana padrão. As pneumonias bacterianas são caracterizadas por inflamações neutrofílicas predominantemente intra- alveolares, enquanto a pneumonia viral mostra inflamação linfocítica intersticial. Podem ser observadas inclusões virais características. Abscessos pulmonares geralmente são causados por organismos anaeróbicos ou por infecções mistas e ocorrem frequentemente em indivíduos debilitados, após aspiração da flora oral. PNEUMONIAS VIRAIS → infeções virais comuns incluem as dos vírus influenza ( A.B E C) dos vírus sinciciais respiratórios, o metapneumovírus humano, adenovírus, rinovírus, rubéola e vírus da varicela. → geralmente comprometem o interstício resultando em pneumonia intersticial → predomina uma reação inflamatória intersticial envolvendo as paredes dos alvéolos → os septos alveolares estão alargados e edematosos e geralmente apresentam um infiltrado inflamatório mononuclear e ocasionalmente, plasmócitos. → em casos agudos neutrófilos podem estar presentes → os alvéolos podem estar livres de exsudato, mas em muitos pacientes existem um material proteináceo intra- alveolar e um exsudato celular → pode ocorrer infecção bacteriana sobreposta- aumento da mortalidade 7 Juliele Bueno T5 MED SBC INFLUENZA (H1N1) Influenza. Os vírus do grupo Influenza são vírus de RNA classificados nos tipos A, B ou C de acordo com sua nucleoproteína e em subtipos conforme a combinação de sua hemaglutinina (H1 a H3) e neuraminidase (N1 ou N2). Embora a ativação da imunidade adaptativa contra a hemaglutinina e a neuraminidase virais tenda a reduzir a gravidade da infecção, as frequentes mutações no vírus (diretas ou por cruzamento entre cepas de diferentes espécies) permitem o escape do sistema imunitário, causando surtos epidêmicos e pandêmicos da doença, como ocorrido nas epidemias de gripe espanhola, gripe aviária (influenza A – H5N1) e, mais recentemente, gripe suína (influenza A – H1N1). Morfologicamente , tais infecções são caracterizadas por hiperemia, edema e lesão das vias aéreas superiores e inferiores com infiltrado de macrófago e linfócitos, quadro que leva a produção de abundante secreção mucoide. Como já comentado, lesão epitelial favorece infecções bacterianas secundárias. A infecção pelo vírus da influenza A (H1N1), também conhecida como gripe suína (devido a propriedades da cepa infectante, que contém parte do material genético existente na cepa que infecta suínos), é transmitida exclusivamente entre humanos Após período de incubação de até 15 dias, os indivíduos infectados com o vírus H1N1 apresentam quadro gripal caracterizado por febre, inapetência, cefaleia, mialgias e dispneia que pode progredir rapidamente para insuficiência respiratória aguda grave, especialmente em pacientes de risco (gestantes, imunossuprimidos, idosos, crianças e pessoas com neoplasias malignas ou doenças crônicas). A detecção do vírus pode ser feita por PCR, geralmente no lavado broncoalveolar. Morfologicamente, as lesões são as mesmas das infecções por outros tipos de influenza. Nos quadros graves, que cursam com insuficiência respiratória, os pulmões e as vias aéreas podem apresentar três padrões de acometimento, na seguinte ordem decrescente de frequência: (1) dano alveolar difuso; (2) dano alveolar difuso associado a bronquiolite necrosante; (3) dano alveolar difuso com hemorragia alveolar grave. Independentemente do padrão de lesão, pode haver metaplasiaescamosa no epitélio das vias aéreas e, em inúmeras células epiteliais das vias aéreas e alvéolos, efeito citopático viral caracterizado por células multinucleadas com citoplasma amplo e núcleos irregulares e pleomórficos PATOGENIA → vírus se liga aos pneumócitos tipo 2 e tenta fazer sua replicação inibindo canais de sódio e com essa inibição acaba entrando água na luz alveolar, a célula infectada acaba morrendo. A célula entende que está sofrendo um ataque então ou ela morre( morte celular) ou ela ativa caspases para entrar em apoptose. A célula morreu por necrose e tem inflamação, com mediadores inflamatórios e citocinas liberados é atraído e ativando macrófagos, ativação de neutrófilos, células T, resposta de anticorpos anti- hemaglutininas e neuraminidades, se essa resposta for pouca ou exacerbada ocorre dano grave que pode evoluir para - SARA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA SEVERA Muitas infecções respiratórias superiores são causadas por coronavírus, porém o vírus da SARS difere de outros coronavírus pelo fato de que infecta o trato respiratório inferior e se dissemina por todo o organismo. A SARS é um 8 Juliele Bueno T5 MED SBC exemplo básico do surgimento repentino de um novo agente infeccioso O padrão histológico depende da severidade da doença. Predomina uma reação inflamatória intersticial envolvendo as paredes dos alvéolos. Os septos alveolares estão alargados e edematosos e geralmente apresentam um infiltrado inflamatório mononuclear de linfócitos, macrófagos e, ocasionalmente, plasmócitos. Em casos agudos, neutrófilos podem estar presentes. Os alvéolos podem estar livres de exsudato, mas em muitos pacientes existem um material proteináceo intra-alveolar e um exsudato celular. Quando complicada por SARA, as membranas hialinas rosa revestem as paredes alveolares (Fig. 15-4). A erradicação da infecção é seguida pela reconstituição da arquitetura normal do pulmão. →pulmões exibem congestão, edema intersticial e intra- alveolar, inflamação, depósito de fibrina e dano alveolar difuso. As paredes do alvéolo tornam-se revestidas por membranas hialinas, as membranas hialinas alveolares constituem um líquido de edema rico em fibrina misturados com resíduos citoplasmáticos e lipídicos de células epiteliais necróticas. A lesão pulmonar aguda (LPA) desequilíbrio da relação ventilação-perfusão e hipoxemia (também chamada de edema pulmonar não cardiogênico) é caracterizada pelo início abrupto de hipoxemia significativa e infiltrados pulmonares bilaterais na ausência de insuficiência cardíaca. A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é uma manifestação de LPA grave. Tanto a LPA quanto a SARA estão ligadas ao aumento na permeabilidade vascular pulmonar associada à inflamação, além de edema e morte de células epiteliais. A manifestação histológica dessas doenças consiste em dano alveolar difuso (DAD). C o n c e i t o s - c h a v e Síndrome da Angústia Respiratória Aguda A SARA é uma síndrome clínica de insuficiência respiratória progressiva, causada pelo dano alveolar difuso no curso da sepse, trauma grave ou infecção pulmonar difusa. Os danos às células epiteliais alveolares e endoteliais, com inflamação, são os eventos desencadeantes principais e a base do dano pulmonar. O quadro histológico característico é o de membranas hialinas revestindo as paredes alveolares. Edema, neutrófilos dispersos e macrófagos, além de necrose epitelial, também estão presentes. PATOGENIA A LPA/SARA é iniciada com a lesão de pneumócitos e do endotélio pulmonar, resultando em um círculo vicioso de aumento de inflamação e danos pulmonares. •A ativação endotelial é um importante evento inicial. Em alguns casos, a ativação endotelial é secundária à lesão de pneumócitos, a qual é percebida pelos macrófagos alveolares residentes. Em resposta, essas sentinelas https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150966/epub/OEBPS/Text/B9788535281637000155.xhtml#f0025 9 Juliele Bueno T5 MED SBC imunes secretam mediadores, como o TNF, que age nos endotélios circunvizinhos. • Adesão e extravasamento de neutrófilos. Os neutrófilos aderem ao endotélio ativado e migram para o interstício e para o alvéolo, onde eles degranulam e liberam mediadores inflamatórios, incluindo proteases, formas reativas de oxigênio e citocinas. O resultado é um aumento no recrutamento e adesão de leucócitos, causando mais lesão endotelial e trombose local. Esse ciclo de inflamação e dano endotelial está no centro da LPA/SARA. • Acúmulo de fluido intra-alveolar e formação de membranas hialinas. A ativação e a injúria endotelial fazem os capilares pulmonares vazarem, permitindo a formação do fluido do edema intra-alveolar e intersticial. Os danos e necrose dos pneumócitos alveolares tipo II acarretam anormalidades no surfactante, além de comprometerem a troca gasosa alveolar. Em última análise, o fluido de edema espessado e rico em proteínas e os debris das células alveolares mortas ( restos celulares) organizam-se nas membranas hialinas, uma característica típica da LPA/SARA. • A resolução da lesão é impedida na LPA/SARA devido a necrose epitelial e danos inflamatórios que comprometem a habilidade de as células remanescentes ajudarem na reabsorção do edema. Contudo, finalmente, se o estímulo inflamatório diminui, os debris intra-alveolares são removidos pelos macrófagos, que liberam citocinas fibrogênicas, como o fator transformante do crescimento-β (TGF-β) e o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF). Esses fatores estimulam o crescimento de fibroblastos e a deposição de colágeno, levando à fibrose das paredes alveolares. As células-tronco bronquiolares proliferam para substituir os pneumócitos. A restauração endotelial ocorre através da proliferação do endotélio capilar não lesado. Com o tecido fibrótico vai perdendo complacência do pulmão ( DISPNEIA IMPORTANTE, taquipneia, dificuldade respiratória). Estudos epidemiológicos mostraram que a LPA/SARA é mais comum e está associada com um pior prognóstico em alcoólatras e fumantes crônicos. Estudos genéticos identificaram vários genes que aumentam o risco de SARA, incluindo variantes associadas à inflamação e coagulação. PNEUMONIA FÚNGICA ASPERGILLUS A aspergilose broncopulmonar alérgica ocorre em pacientes com asma e fibrose cística que desenvolveram períodos de exacerbação e remissão que podem levar à bronquiectasia proximal e doença dos pulmões fibróticos. É uma condição que resulta de uma reação de hipersensibilidade ao fungo Aspergillus fumigatus. A sensibilidade ao Aspergillus no hospedeiro alérgico acarreta a ativação do linfócito T auxiliar TH2, que tem um papel fundamental no recrutamento de eosinófilos e outros leucócitos. De maneira característica, há níveis elevados de IgE no soro, anticorpos séricos contra Aspergillus, inflamação intensa das vias aéreas com eosinófilos, e a formação de tampões de muco, que atuam primariamente em sua patogenia PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO CASOS CLÍNICOS 10 Juliele Bueno T5 MED SBC 1) Pneumonia bacteriana 2) Pode ser o staphylococcus aureus e Strptococcus pneumoniae 3) Padrão morfológico lobar 1) Pneumonia intersticial de etiologia viral 11 Juliele Bueno T5 MED SBC 1) Disfagia orofaríngea grave, pneumonia aspirativa 2) AVE, disfagia importante 3) AVE provoca a redução do estado de consciência e acaba levando o processa de disfagia orofaríngea e ao tentar se alimentar tem um comprometimento da deglutição e tem episódios microaspiração pulmonar, e quando ocorre isso ocorre por vómitos, por exemplo, acaba chegando microrganismo da própria biota e a própria lesão acaba levando a pneumonia
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