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Braverman, Harry. Trabalho e Capital Monopolista : a degradação do trabalho no século XX. Rio de Janeiro, Zahar Editora, 1ª. Ed., 1977. Cap.1: Trabalho e força de trabalho Cap.2: As origens da gerência Cap. 3: A divisão do trabalho Características do trabalho humano “É uma atividade que altera o estado natural dos materiais para melhorar a sua utilidade”. É consciente e proposital → “Ação inteligente” (Aristóteles) “O trabalho é produto da espécie humana. Ao agir sobre o mundo externo e transformá-lo, ao mesmo tempo modifica a sua natureza”. • Impulso do trabalho = concepção (X instinto) • Moldagem da natureza • Força diretriz (concepção) dissociável da execução do trabalho • Dimensão inalienável da capacidade de trabalho • Adequabilidade Valor do trabalho “Força de trabalho” é a capacidade humana de executar trabalho, sob relações sociais de produção. É uma categoria social. • Determinantes gerais: tecnologia e sociedade ( X biologia) • Determinantes específicas no capitalismo: - Monopólio dos meios de produção - Liberdade formal - Trabalho como fonte de acumulação de capital O trabalho é inalienável • “O trabalho é inalienável ao indivíduo”. Na troca, não há a entrega da capacidade para o trabalho, mas da força para trabalhar por um período contratado”. • Trabalho ≠ força de trabalho • Importância do trabalho como mercadoria: o processo de trabalho não é mais para criar valores úteis, mas para criar lucro. • Trabalho excedente + adequabilidade → potencialização do produto excedente • O problema da concretização do valor do trabalho: alienação progressiva dos processos de produção do trabalhador. • O ser alienado → necessidade de controle do processo de trabalho ↓ GERÊNCIA Características da "gerência" na antiguidade • Trabalho cativo • Tecnologia estacionária • Reprodução inexistente (grandes obras) ou simples (acumulação de riquezas) A gerência pré-capitalista • O sistema das guildas (corporações de ofícios) • Gerência = manutenção do monopólio do ofício A gerência mercantilista • Característica: gerência delegada (empreitada, subcontratações); superexploração • Tratamento do trabalho e não da força de trabalho como mercadoria: pagamento por produção • Origem mercantil do capital industrial, com o objetivo de garantir fluxo de mercadorias • Efeito: pouca interferência nos processos de produção • Surgimento da gerência capitalista como controle fabril. Objetivo: imposição da jornada de trabalho. Forma assumida: despotismo fabril • Gerência como problema teórico e prático das relações sociais capitalistas • Os dois momentos da gerência: integração e repressão; indução e coerção • As duas dimensões do controle gerencial: subordinação ideológica e material do trabalho A divisão do trabalho 1) Especificidade da divisão do trabalho no capitalismo: subdivisão sistemática de postos de trabalho 2) Divisão social X parcelamento do trabalho • Divisão social = desdobramento do trabalho social: divide a sociedade em ocupações • Parcelamento = fragmentação das ocupações em operações “Enquanto a divisão social do trabalho subdivide a sociedade, a divisão parcelada do trabalho subdivide o homem, com menosprezo das capacidades e necessidades humanas”. Parcelamento do trabalho no capitalismo 1º passo: análise do processo de trabalho • Separação das operações (elementos constituintes da produção) • Consequência: poupança de tempo de trabalho; aumento de destreza; desenvolvimento de instrumentos de trabalho (Adam Smith, A Riqueza das Nações) 2º passo: separação das operações entre indivíduos • Ganhos de produtividade e de controle gerencial. • Consequência econômica: fragmentação e redução dos custos do trabalho (Charles Babbage, Sobre a Divisão do Trabalho) • Consequência social: moldagem do trabalho e da sociedade como existências parceladas • Capacidades técnicas distribuídas pela qualificação. Polarização do “valor” do trabalho. • Força de trabalho como mercadoria. Valor de uso transformado em valor de troca, como forma de ampliar o valor do capital.