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CÓDIGO DE HAMURABI

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TRABALHO DE HISTÓRIA DO DIREITO
 O trabalho seguinte foi elaborado por meio do estudo e análise do Código de Hamurabi no intuito de compará-lo com a legislação vigente no país, destacando as principais diferenças e as possíveis influências do primeiro conjunto de leis na história do direito.
Oriundo da Mesopotâmia, o Código de Hamurabi, foi escrito em aproximadamente 1700 a.C. e descoberto somente em 1901. O rei da Babilônia, Hamurabi, foi quem teve a iniciativa de compilar as leis em um único lugar, por se encontrarem esparsas e muitas vezes confusas. Foi escrito em uma rocha de 2,25 metros aproximadamente, onde, em seus 282 artigos basearam-se na Lei de Talião, estabelecendo que o crime cometido possuísse uma punição proporcional.
1º - Se alguém acusa um outro, lhe imputa um sortilégio, mas não
pode dar a prova disso, aquele que acusou, deverá ser morto. 
Logo em seu primeiro artigo, o código de Hamurabi, condena o ato, que hoje, denominamos como falso testemunho, determinando que a testemunha pudesse apresentar somente fatos verdadeiros e se não conseguisse comprovar a acusação, seria condenada a morte. Já nos dias atuais a testemunha que mente durante audiência também é advertida, mas de uma forma mais branda, podendo pagar multa e ser condenada a reclusão de um a três anos.
O artigo 342 do Código Penal diz que a testemunha que fizer afirmação falsa, negar ou deixar de dizer a verdade comete crime.
2º - Se alguém avança uma imputação de sortilégio contra um outro e
não a pode provar e aquele contra o qual a imputação de sortilégio foi
feita, vai ao rio, salta no rio, se o rio o traga, aquele que acusou deverá
receber em posse à sua casa. Mas, se o rio o demonstra inocente e
ele fica ileso, aquele que avançou a imputação deverá ser morto, 
aquele que saltou no rio deverá receber em posse a casa do seu
acusador. 
Visando a interpretação do Código, outra distinção entre a legislação da Mesopotâmia com nossa atual legislação é referente aos julgamentos, onde em alguns casos o acusado era condenado a pular no rio, mas caso sobrevivesse este incontestavelmente era liberto, pois, consideravam que os deuses o salvaram por não ter sido de fato culpado por aquele ato. Sendo neste caso condenado o próprio acusador por falso testemunho, pois não apresentou prova que garantisse àquela acusação.
6º - Se alguém furta bens do Deus ou da Corte deverá ser morto; e
mais quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto. Disciplinava a possibilidade do roubo, onde penalizava duramente os crimes de furto, quase sempre com a pena de morte junto com aquele que recebeu o objeto, porém, não fazia distinção entre o furto e o roubo. Já na legislação vigente no Brasil estabelece que furto (art. 155 do CP) é diferente de roubo (art. 157 do CP) e são tratados de formas diferentes, ambos devem responder por crime, tendo por sanção a pena de reclusão, contudo, assim como o Código de Hamurabi, também pune aquele que adquiriu coisa sabendo ser produto de roubo, com pena de reclusão de até 4 anos e multa.
129º - Se a esposa de alguém é encontrada em contato sexual com
um outro, se deverá amarrá-los e lança-los nágua, salvo se o marido
perdoar à sua mulher e o rei a seu escravo.
O artigo 129 diz respeito à traição cometida pela mulher, onde a esposa que fosse encontrada dormindo com um homem que não o seu marido ambos deveriam ser atacados na água, no entanto o art. 1.566. do CC/02 em seu primeiro paragrafo dispõe que são deveres de ambos os cônjuges a fidelidade recíproca. A violação deste dever na legislação atual não é tratada como crime, mas o cônjuge traído pode ainda se ver, de certa forma, compensado pelo dano moral sofrido.
132º - Se contra a mulher de um homem livre é proferida difamação
por causa de um outro homem, mas não é ela encontrada em contato
com outro, ela deverá saltar no rio por seu marido. 
Se a denuncia for feita por algum cidadão, a mulher é condenada a saltar no rio pela honra de seu marido. Mais uma vez evidencia-se a submissão da mulher frente ao homem. Em nenhum artigo do capítulo X que falam de traição a traição masculina é mencionada, tornando-a, portanto, um ato legalmente aceito.
 
196 - Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o
olho.
Em face da Lesão Corporal o artigo 196 do Código de Hammurabi diz que se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho, e o artigo 129 do Código Penal estabelece que ao ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem terá como pena a detenção, de três meses a um ano. O Código de Hamurabi segue a sua Lei de Talião e sendo assim se alguém arrancar o olho de seu próximo, terá também seu olho arrancado, porém, nos dias atuais o Código Penal prevê que se acontecer uma ofensa à integridade corporal ou à saúde de alguém, haverá uma pena de detenção.
LESÕES CORPORAIS; artigos 200 e 201- Destaca-se no código de Hamurabi a pena em relação á classes sociais, um exemplo é sobre Lesão corporal, onde no artigo 200 estabelece que se alguém parte os dentes de outro, de igual condição, deverá também partir os seus dentes e no artigo 201 diz que se ele partiu os dentes de um liberto deverá pagar um terço de mina. Nos dias atuais a Constituição Federal determina que todos são iguais perante a lei e não há divisão por classes, mas na época do Código de Hamurabi haviam várias classes sociais e se os envolvidos no delito corporal fossem de classes diferentes, não seria aplicada a Lei de Talião, mas apenas uma multa. Hoje, como todos nós somos iguais perante a lei, se um rico agredir um pobre, ou vice versa, a pena será a mesma.
205º - Se o escravo de um homem livre espanca um homem livre, se
lhe deverá cortar a orelha.
 Ao compararmos o direito contemporâneo com os critérios do código de Hamurabi percebesse que prevaleceu o nível social da vítima como citado no artigo 205, ficando mais uma vez evidente a distinção das normas de Hamurabi com a atual jurisprudência onde não permitiria ao Estado fazer distinção de classe, cor e condição financeira para determinar o julgamento de um indivíduo, porque feriria o princípio da impessoalidade onde não se vale da condição social, nem econômica de um cidadão para deferir uma sentença.

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