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DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO.

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DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO.
1- Quanto a origem do título
	- Judicial (sentenças) - art. 515, CPC.
	Extrajudicial – art. 784, CPC
2 – Quanto a estabilidade do título.
	- Provisória – paira um recurso
	- Definitiva – transito em julgado
3 – Quanto a natureza e objeto da prestação
	- Obrigação de pagar quantia certa – arts. 525 e 824 e ss, CPC
	- Obrigação de entrega de coisa certa – art. 498 e art. 806 e ss, CPC
	- Obrigação de fazer e não fazer – art. 497 e art. 815 e ss e 822 e ss, CPC
4 – Execuções especiais
	- Alimentos (prisão civil) – art. 528 e art. 911 e ss. CPC
- Execução Fiscal (quem executa e a Fazenda Pública – Lei 6.830/80) 
- Execução contra a Fazenda Pública – art. 534 e ss e art. 910 e ss. CPC 
5 – Quanto a solvabilidade do devedor
	- Execução contra devedor solvente
- Execução contra devedor insolvente. OBS.: ainda regulamentada pelo CPC/73 – previsão expressa do art. 1052, CPC – continuam em vigor os arts. 748 ao 786-A do CPC/73.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONDENATÓRIA AO PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE (art. 523 e ss, CPC)
A execução e título judicial deixou de ser processo autônomo, passando a ser considerada apenas uma fase de um processo maior, apelidado de "sincrético". Com isso, passou a existir um só processo, desde a petição inicial, na fase cognitiva, até a satisfação do credor, na fase executiva, consolidando-se o sistema dual de execuções: a de título extrajudicial continua regulada no Livro II da Parte Especial do CPC. A de título judicial não mais (embora ele seja aplicado supletivamente), pois não há mais processo, mas apenas uma fase de cumprimento de sentença.
Aplicação subsidiária das regras de execução de título extrajudicial (Ex.: penhora e avaliação).
 
1 – Sentença que condena ao pagamento de quantia certa – deve haver o inadimplemento do devedor.
– Sentença ilíquida – procedimento liquidatório.
– Quantia certa ou já fixada em liquidação. Art. 523, CPC
Requerimento do credor de intimação do devedor para pagamento em15 dias (voluntário) – instruído com memória de cálculo e demais requisitos do art. 524, CPC – mera petição e não petição inicial do art. 319.
Nesse ínterim, não se admite a prática de atos satisfativos, pois a execução não teve início. O prazo é um tempo que se dá ao devedor para, ponderando as desvantagens de uma execução subsequente, cumprir a obrigação.
Intimação – caput, art. 523 e A intimação é, portanto, necessária, e deverá ser feita na forma do art. 513, § 2°, do CPC.
Pagamento em 15 dias sob pena de multa (10 %) e fixação de novos honorários – art. 523, § 1º, CPC
Não pagamento – expedição do mandado de penhora e avaliação. APLICAÇÃO DAS REGAS DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.
Obs.: Pagamento parcial – multa sobre o restante –art. 523, § 2º, CPC
– Impugnação – art. 525, CPC
Caso não haja pagamento, a fase de cumprimento terá início, sem a necessidade de novo requerimento, com a expedição desde logo de mandado de penhora e avaliação, iniciando-se automaticamente o prazo de 15 dias para impugnação. (Ainda possível interposição de exceção e objeção de pré-executividade).
- Incidente processual, julgado por decisão interlocutória.
OBS.: Há uma única hipótese em que ela será ação incidental: quando tiver por objeto a declaração de inexistência ou extinção do débito (art. 525, VII). Porque, se o juiz emitir essa declaração, sua decisão revestir-se-á da autoridade da coisa julgada material.
2.1 – Prazo: O prazo para que o devedor apresente impugnação é de 15 dias, a contar do transcurso in albis do prazo de 15 dias para pagamento voluntário, independentemente de penhora ou nova intimação. Serão dois prazos de 15 dias distintos: primeiro, o de 15 dias para o pagamento voluntário do débito- nesse momento, não teve início ainda a fase de cumprimento de sentença, que nem sequer começará se houver o pagamento voluntário - e o segundo prazo, também de 15 dias, para oferecer impugnação, já iniciada a fase de cumprimento de sentença, quando não houve
o pagamento voluntário.
OBS.: O art. 229 do CPC, que determina a dobra de prazo em caso de litisconsórcio com advogados diferentes aplica-se ao prazo de impugnação.
2.2 – Matérias alegáveis.
- Art. Art. 525, § 1º, CPC.
OBS.: Mas não impede que o devedor apresente defesa superveniente, ainda que não prevista expressamente no rol. Todos os meios lícitos de prova são admitidos na impugnação.
2.3 – Efeito suspensivo
Em regra, a impugnação, tal como os embargos, não é dotada de efeito suspensivo.
- Contudo poderá ser atribuído tal efeito se preenchidos os requisitos do Art. 525, § 6º, CPC. 
2.4 – Procedimento
Recebida a impugnação, o juiz intimará o impugnado (exequente) para, querendo, apresentar resposta, no prazo de quinze dias. Conquanto a lei não mencione o prazo, por aplicação do princípio da isonomia, há de presumir-se que seja o mesmo que para o oferecimento da impugnação.
Em seguida o juiz verificará se está ou não em condições de julgar o incidente. Em caso afirmativo, ele o fará; em caso negativo, determinará as provas necessárias.
O incidente é sempre julgado por decisão interlocutória, salvo se, do acolhimento das alegações do devedor, resultar a extinção da execução (hipótese em que caberá apelação).
OBS.: Matéria superveniente: art. 525, § 11, CPC - As matérias alegáveis são aquelas relativas ao cumprimento de sentença, que não puderam ser alegadas em impugnação porque supervenientes a ela (ex.: penhora ou avaliação – não pode nova impugnação). Esse será também o mecanismo para o executado alegar vícios relativos à adjudicação, alienação ou arrematação de bens.
- PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO
Haviam muitas discussões, pois a lei 9.492/97 controvertia-se sobre a possibilidade de protesto de títulos executivos judiciais. A dúvida decorria do disposto no art. 1º da lei, que autorizava o protesto de obrigação originada em títulos e outros documentos da dívida. Haviam algumas decisões do STJ. 
Contudo, agora o art. 517, CPC, traz expressa previsão.
É preciso. primeiro, que se trate de decisão judicial, o que afasta, por exemplo, a possibilidade de protesto de sentença arbitral. Além disso, é preciso que a decisão tenha transitado em julgado.
- PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
Admite-se a chamada prescrição intercorrente, que recebe essa denominação por verificar-se não antes, mas no
curso do processo.
A Súmula 150 do STF estabelece que a pretensão executiva prescreve no mesmo prazo que a condenatória.
EX.: a vítima de acidente de trânsito tem o prazo de três anos para pedir indenização em face do causador do acidente. Se não o fizer, a pretensão condenatória estará prescrita. Se o fizer, e obtiver uma sentença condenatória, constituído o titulo e sendo possível iniciar a execução, fluirá novo prazo de três anos, desta feita para a execução. Esse prazo começa a correr a partir da d:tta em que se tornar possível o requerimento de início do cumprimento de sentença, a que alude o art. 523, caput, do CPC. Se o credor, por inércia, não promover a execução nesse prazo, terá havido prescrição intercorrente. E se ele a .promover, mas abandoná-la, voltará a correr o prazo de prescrição intercorrente. 
Não localizados bens penhoráveis a execução será suspensa por 01 ano. Se, passado um ano de suspensão, o exequente não o fizer, os autos serão arquivados e começará a correr o prazo de prescrição intercorrente (art. 921, §§ 1°,2° e 4°). No entanto, só começará a correr após um ano de suspensão, e desde que não haja manifestação do exequente.
Caso ela ocorra, o juiz deverá decretá-la de ofício. Contudo, por força do princípio do contraditório, deverá antes ouvir as partes a respeito, concedendo-lhes prazo de 15 dias para manifestação (art. 921; §.5°, do CPC).
Exercícios de fixação da matéria (Liquidação e cumprimento de sentença).
01 – (FCC/2006 - TRT - 20ª REGIÃO) A respeito da liquidação de sentença é correto afirmar que: 
A) o juiz poderá na liquidação modificar a sentença que julgou a açãoprocedente, julgando-a, em face da prova colhida, improcedente. 
B) far-se-á liquidação por procedimento comum, quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo.
C) proceder-se-á a liquidação por arbitramento quando o valor da condenação depender de cálculo aritmético.
D) as partes poderão, na liquidação, discutir novamente a lide, revendo o que já foi decidido no processo de conhecimento. 
E) o juiz poderá, na liquidação, modificar a sentença que julgou a ação improcedente, julgando-a, em face da prova colhida, procedente.
02 – (FGV - 2014 - TJ-RJ). Provimento que decide a liquidação de sentença é:
A) impugnável por meio de apelação;
B) impugnável por meio de agravo retido;
C) irrecorrível;
D) impugnável por meio de agravo de instrumento;
E) impugnável por meio de objeção de pré-executividade.
03 - (FCC – 2009 - TJ-AP) A impugnação ao cumprimento voluntário de sentença condenatória NÃO poderá versar sobre
A) ilegitimidade das partes.
B) falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia.
C) inexigibilidade do título.
D) penhora incorreta ou avaliação errônea.
E) qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação anterior à sentença.
04 - (FCC – 2011 – TRT) Na fase de cumprimento da sentença, a impugnação 
A) obsta, por si só, o prosseguimento da execução, tendo sempre efeito suspensivo.
B) está sujeita a distribuição e o seu processamento ao recolhimento de custas.
C) poderá versar sobre qualquer matéria que poderia ter sido alegada na fase de conhecimento, mas não o foi.
D) depende de prévia segurança do juízo para ser admitida.
E) poderá versar sobre falta ou nulidade de citação, se o processo correu à revelia.
05 – (FCC – 2015 - TRT - 15ª Região) Em processo que tramitou pelo rito ordinário, Marcos foi condenado a pagar indenização a José. No entanto, a sentença não determinou o valor devido, razão pela qual José apresentou requerimento de liquidação de sentença. Porém, fê-lo na pendência de recurso apresentado por Marcos. A liquidação deverá ser 
a) processada em autos apartados, no juízo de origem, com a intimação pessoal de Marcos. 
b) processada nos próprios autos, perante o Tribunal, com a intimação pessoal de Marcos. 
c) processada em autos apartados, no juízo de origem, com a intimação de Marcos na pessoa de seu advogado. 
d) indeferida de plano, pelo juízo de origem, por decisão que desafia agravo de instrumento, em razão da pendência de recurso. 
e) indeferida de plano, pelo Tribunal, por decisão irrecorrível, em razão da pendência de recurso.
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DA EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE BASEADA EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (ARTS. 771 e ss – mais especificamente a partir do art. 797 e ss. CPC)
1) CONCEITO: Trata-se de execução que, por meio da expropriação de bens do executado busca satisfazer crédito do exequente.
O credor pretende não mais que o devedor entregue um bem, nem que faça ou desfaça alguma coisa, mas que pague determinada quantia em dinheiro.
De maneira geral, a execução por quantia fundada em título extrajudicial compreende os seguintes atos:
- petição inicial;
- exame da inicial pelo juiz, do qual pode resultar o seu indeferimento ou recebimento, com a determinação de que o executado seja citado e intimado do prazo para o oferecimento de embargos. No despacho inicial, o juiz já fixará os honorários advocatícios em 10% para a hipótese de pagamento;
- a citação do devedor, para pagar em três dias sob pena de penhora. Se ele fizer o pagamento dentro do prazo, os honorários fixados no despacho inicial serão reduzidos à metade. Satisfeita a obrigação, será extinta a execução. Se não, após os três dias serão feitas a penhora e a avaliação de bens do devedor;
- com a juntada aos autos do mandado de citação, passa a correr o prazo de quinze dias para embargos, independentemente de ter ou não havido penhora. Os honorários advocatícios poderão serão elevados até 20%, quando rejeitados os embargos. Mesmo que não haja embargos, os honorários poderão ser elevados ao final do procedimento executivo, levando em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente;
- se os embargos não forem opostos, se forem recebidos sem efeito suspensivo, ou se julgados improcedentes, passar-se-á à fase de expropriação de bens.
Cada uma dessas fases será examinada em item apartado.
2 - PETIÇÃO INICIAL
Requisitos dos arts. 319 e 320, CPC MAIS instrução (juntada) com memória discriminada de cálculo, indicando o débito e seus acréscimos – art. 798, parágrafo único, CPC.
Obs.: Se o credor desejar, poderá já indicar sobre qual bem deve a penhora recair, já que hoje é dele a prioridade na indicação – art.798, II, c, CPC.
3 – DESPACHO INICIAL
Havendo falhas na petição inicial o juiz concederá 15 dias para saná-las – art. 801, CPC.
Não havendo falhas será determinado a citação do devedor para que pague em 03 dias, sob pena de penhora (não há citação para pagar ou indicar bens à penhora – prioridade de nomeação de bens é do credor).
Também fixará honorários em 10%, devidos ao credor, que serão reduzidos a metade, caso haja o pagamento no prazo fixado - art. 827 e 829, CPC
4 – CARTÓRIO DISTIBUIDOR. 
Proferido despacho liminar positivo poderá o exequente obter certidão de que a execução foi admitida pelo juízo, para fins de averbação no Registro de imóveis, veículos ou de outros bens sujeitos à penhora – art. 828, CPC.
- Principal vantagem: presunção de fraude a execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação – arts. 792, II e 828, § 4º,CPC.
Obs.: A obtenção dessa certidão não depende de decisão judicial, devendo ela ser emitida pelo escrivão ou chefe de secretaria (FPPC, enunciado 130).
– CITAÇÃO 
- Para que o executado pague em 03 dias, sob pena de penhora (art. 829, CPC), e também para que tome ciência do prazo de 15 dias para opor embargos de devedor. SÃO 02 PRAZOS DISTINTOS.
OBS.: A citação será feita preferencialmente por oficial de justiça, pois o art. 247 não veda a citação postal nos processos executivos (ao contrário do que previa o art. 222, d, do CPC/73). Contudo o art. 830 é expresso em atribuir incumbências ao oficial de justiça quando não consegue efetivar a citação, o que leva a crer que a citação deverá ser incumbida ao oficial de justiça. Contudo, a penhora e demais atos de constrição deverão ser feitas sempre por mandado.
Mas tais prazos (pagamento e embargos) não correm do mesmo instante, pois o de três dias tem início a partir da efetiva citação do devedor, ao passo que o de quinze só corre quando o mandado cumprido for juntado aos autos.
Assim, o mandado e expedido em 02 vias. Feita a citação, o oficial de justiça reterá uma consigo e devolverá a outra ao cartório para que seja juntada aos autos. Embora a lei se refira a mandado, não há mais óbice em que a citação seja feita por carta. 
O oficial aguardará o pagamento por três dias. Se não ocorrer, com a via do mandado que reteve consigo, fará a penhora, de preferência daqueles bens indicados pelo credor. Se não houver indicação, daqueles que, em diligência, localizar. 
Obs.: Se não forem localizados bens, o juiz poderá determinar que o devedor os indique. Se ele os tiver, e não indicar, haverá ato atentatório à dignidade da justiça (art. 774, IV, do CPC), que sujeitará o devedor às penas do art. 774, parágrafo único.
Com a juntada aos autos do mandado de citação, realizada ou não a penhora, fluirá o prazo de quinze dias para os embargos de devedor (art. 915, CPC). A contagem do prazo faz-se na forma determinada pelo art. 231 do CPC.
RESUMINDO: Se o oficial de justiça
- Não localiza o devedor nem bens penhoráveis – certifica e devolve o mandado aos autos para providências.
- Localiza o devedor, mas não localiza bens – citação do devedor, certifica a não localização de bens e devolve mand
- Localiza o devedor e bens – citação e penhora comintimação desta.
- Não localiza o devedor, mas localiza bens – arresto (art. 830)
– ARRESTO
O art. 830 do CPC trata da hipótese de o oficial de justiça não localizar o devedor para citá-lo, mas encontrar seus bens. Para que não desapareçam nem se percam, manda que ele os arreste. Trata-se do arresto executivo, constrição que se realiza antes que o devedor seja citado, quando ele não é localizado, mas os seus bens são.
Para que se aperfeiçoe, é preciso que o oficial de justiça lavre um termo e nomeie depositário, que terá por incumbência zelar pela preservação do bem.
Se o oficial de justiça não localizar o devedor será feita a citação ficta com hora certa, em caso de suspeita de ocultação ou por edital, nos casos previstos em lei (arts. 252 e 256, do CPC).
OBS.: Sendo ficta a citação, por edital ou com hora certa, se o devedor não comparecer, será necessário dar-lhe curador especial (Súmula 196, do STJ), que terá poderes para opor embargos de devedor. Só devem ser apresentados embargos se ele tiver o que alegar, não sendo admissíveis os opostos por negativa geral, já que não constituem um incidente de defesa, mas verdadeira ação. Sem elementos para embargar, o curador acompanhará a execução, manifestando-se em todos os seus incidentes, para preservar eventuais direitos do devedor.
– PRAZO DE 15 DIAS DA JUNTADA DA 1ª VIA DO MANDADO DE CITAÇÃO AOS AUTOS.
OBS.: Se o devedor paga nos 03 dias extingue-se a execução – art. 924, II, CPC. (juros, multa e honorários – que neste caso serão reduzidos a metade – art. 826 e 831 – princípio do ônus da execução)
a) Inércia
b) Embargos do devedor
c) Moratória legal (art. 916, CPC) 
Obs.: Há reconhecimento jurídico do pedido, tendo como principal consequência a renúncia ao direito de embargar. Só depende do preenchimento dos requisitos formais ( o exequente é obrigado a receber a dívida de forma parcelada). Suspensão imprópria da execução. 
– PENHORA E DO DEPÓSITO
A penhora é ato de constrição que tem por fim individualizar os bens do patrimônio do devedor que ficarão afetados ao pagamento do débito e que serão excutidos oportunamente. É ato fundamental de toda e qualquer execução por
quantia, sem o qual não se pode alcançar a satisfação do credor.
O credor pode indicar bens na petição inicial – art. art.798, II, c, CPC.
Estando os bens em outra comarca – carta precatória.
7.1 – EFEITOS DA PENHORA
a) Processuais:
- Garantia do juízo: cria condições materiais de satisfação do crédito.
- Individualização do bem que responderá pela satisfação da obrigação: no início da execução temos a execução patrimonial genérica (art. 789, CPC); com a penhora essa responsabilidade patrimonial passa a ser específica. 
- Direito de preferência – art. 908, CPC (considera-se a prioridade de quem efetivou a penhora; não pela averbação ou anterioridade no ajuizamento da execução). Art. 797, caput e parágrafo único e art. 905, I, CPC.
b) Efeitos materiais da penhora
b.1 - Retirada da posse direta do executado sobre o bem. 
- A propriedade e a disponibilidade não são afetadas pela penhora.
- Por meio da penhora, os bens do devedor serão apreendidos e deixados sob a guarda de um depositário. Enquanto não tiver havido o depósito, a penhora não estará perfeita e acabada. (arts. 838, I; 839 e 840, CPC)
b.2 – Ineficácia dos atos de alienação/oneração dos bens. 
OBS.: Para a sua efetivação, o oficial de justiça poderá solicitar, se necessário, ordem de arrombamento, podendo o juiz determinar o auxílio da força policial. – art. 846 e parágrafos, CPC).
Assim, a penhora é o ato de constrição patrimonial, através do qual são apreendidos bens que serão utilizados como meio destinado a viabilizar a realização do crédito do exequente. Essa utilização pode ser direta (que se dá quando o próprio bem apreendido é entregue ao exequente a título de pagamento – adjudicação) ou indireta (que ocorre nos casos em que o bem penhorado é expropriado e transformado em dinheiro, utilizando tal verba para pagamento do credor).
7.2 – ORDEM DE PENHORA.
Art. 835, CPC – ordem de prioridade dos bens penhoráveis, mas sem caráter rígido. 
Art. 833, CPC e Lei 8009/90 – bens impenhoráveis. 
OBS.: Arts. 832 e 834, CPC – penhora dos frutos e rendimentos dos bens inalienáveis.
	
7.3 – PROCEDIMENTO DA PENHORA.
a) PENHORA ON LINE – Art. 854, CPC. (“sem dar ciência prévia ao executado”)
Feito o bloqueio, o valor será transferido para conta vinculada ao juízo, onde ficará penhorado até o levantamento pelo credor, sem a necessidade de lavratura de termo.
Obs.: art. 854, § 8º, CPC – responsabilidade objetiva da instituição financeira e as perdas e danos serão liquidadas de forma incidental – enunciado 541, FPPC
b) PENHORA DE IMÓVEIS E VEÍCULOS AUTOMOTORES 
- Art. 845, §1º, CPC
- Penhora por auto: realizada por O.J. se o credor requerer ou houver motivo que a justifique. Ex.: credor se recuso a entregar a posse do imóvel ao depositário.
 - Penhora por termo: havendo certidão imobiliária tal penhora dispensa a participação do O.J.
c) Penhora de créditos e penhora no rosto dos autos – arts. 855 ao 860, CPC.
Se o crédito estiver consubstanciado em letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos, far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não este em poder do executado.
A penhora no rosto dos autos é a que recai sobre eventual direito do executado, discutido em processo judicial. Enquanto não julgado o crédito, o devedor tem uma expectativa de direito, que só vai se transformar em direito efetivo se a sua pretensão for acolhida. É possível efetuar a penhora dessa expectativa, no processo em que o executado demanda contra terceiros. Caso ele se saia vitorioso, a penhora terá por objeto os bens ou créditos que lhe forem reconhecidos ou adjudicados; caso seja derrotado, ficará sem efeito.
Feita a penhora no rosto dos autos, o exequente terá três alternativas:
• aguardar o desfecho do processo em que o executado litiga com terceiro;
• tentar alienar o direito litigioso, o que não será fácil diante das dificuldades de encontrar arrematantes;
• sub-rogar-se nos direitos do executado, tornando-se titular do direito litigioso.
d) Penhora de quotas ou das ações de sociedades personificadas – art. 861, CPC.
e) Penhora de empresa, de outros estabelecimentos e de semoventes – arts. 862 ao 865 CPC.
f) Penhora de percentual de faturamento da empresa – art. 866, CPC.
g) Penhora de frutos ou rendimentos de coisa móvel ou imóvel – arts. 867 ao 869, CPC.
Deferida a penhora sobre eles, o juiz nomeará um administrador, com poderes para gerir a coisa. A ele será dada a posse direta do bem, cabendo-lhe fazer com que produza frutos e rendimentos, que serão utilizados para pagar o credor.
7.4 – AVERBAÇÃO DA PENHORA. (arts. 837 ao 844, CPC)
Se ela recair sobre imóvel, o exequente deve providenciar para que seja averbada no Cartório de Registro de Imóveis; se a penhora incidir sobre veículos e outros bens, sujeitos a registro no órgão competente também devera ser averbada. (Art. 844, CPC).
Embora não seja condição de validade da penhora, cumpre ao credor precavido promovê-la para que ninguém possa alegar que a ignorava. A averbação gera presunção absoluta de conhecimento, por terceiros, da penhora, ou seja, a torna pública, com eficácia erga omnes.
Se o bem for alienado pelo executado, os adquirentes - tanto o primeiro quanto os subsequentes - não poderão alegar boa-fé para afastar a fraude à execução (Súmula 375 do STJ - a alienação de bens após o registro da penhora será considerada em fraude à execução; se anterior, a fraude dependerá de prova de má-fé do devedor)
A averbação da penhora é feita pela apresentação de cópia do auto ou do termo ao Cartório de Registro de Imóveis ou por meio eletrônico (art. 837, CPC), não havendo necessidade de mandado judicial.
Se a penhora for realizada por oficial de justiça deverá ser preenchido um termo ou auto com os requisitos do art. 838, CPC.
OBSERVAÇÕES GERAIS:
I - Excepcionalmente poderá ser realizadasubstituição do bem penhorado - arts. 847 ao 853, CPC. Sendo sempre possível ao devedor requerer a substituição do bem penhorado por dinheiro, o que será vantajoso para o credor; não se confundindo aqui com o pagamento.
II - Possível a realização de uma segunda penhora – art. 851, CPC. 
III - Possível a alienação antecipada de bens penhorados – arts. 852 ao 853, CPC
IV - Possível a redução ou ampliação da penhora após a realização da avaliação – art. 874 e art. 850, CPC. 
7.5 – DA AVALIAÇÃO DOS BENS (Art. 870, CPC)
Cumpre ao oficial de justiça, ao realizar a penhora, promover a avaliação do bem, valendo-se de todos os elementos ao seu alcance (como consultas a anúncios e classificados de jornais, pesquisas em imobiliárias, informações de corretores, elementos trazidos pelas próprias partes, ou qualquer outro meio idôneo). Se ele verificar que não tem condições de fazê-lo, porque a avaliação exige conhecimentos técnicos especializados, fará uma informação ao juízo (justificativa), que então poderá nomear um perito avaliador (honorários antecipados pelo credor, mas incluídos no cálculo do débito).
As partes poderão impugnar a avaliação, tanto do oficial de justiça quanto do perito, cabendo ao juiz decidir se acolhe ou não o laudo. Se necessário, serão solicitados esclarecimentos ao avaliador.
OBS.: 
- Poderá ser dispensada a avaliação – art. 871, CPC. 
- Poderá ser realizada nova avaliação – art. 873, CPC.
- Nos casos em que a penhora for feita por termo nos autos (bens imóveis) será expedido apenas mandado de avaliação (O.J.).
7.6 – INTIMAÇÃO DA PENHORA (Arts. 841 e 942, CPC)
Formalizada a penhora, o executado será intimado para que possa tomar ciência do bem que foi penhorado, podendo apontar eventuais equívocos, por ter havido, por exemplo, constrição de bem impenhorável.
A intimação será dirigida ao advogado do devedor, ou à sociedade de advogados a que ele pertence, salvo se ele não o tiver, caso em que deverá ser pessoal, de preferência por via postal. Caso a penhora tenha sido feita na presença do executado, a intimação é dispensável. Reputar-se-á intimado o executado que tiver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo.
Deverão ser também intimados:
I - o cônjuge, quando a penhora recair sobre bem imóvel ou direito real sobre bem imóvel, desde que não casados sob o regime de separação absoluta. (art. 842, do CPC).
II - o credor com garantia real: (art. 799, I, do CPC); sob pena de ineficácia da alienação do bem (art. 804, CPC).
8 - EXPROPRIAÇÃO
É por meio da expropriação que o credor alcançará a satisfação de seus direitos na execução por quantia. Ela pode fazer-se de três maneiras: com a entrega do bem ao próprio credor, como pagamento total ou parcial do débito, numa espécie de dação compulsória em pagamento; com a alienação dos bens, que pode ser particular ou pública, para converter o bem em pecúnia, promovendo-se o pagamento do credor; ou pela apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimento e de outros bens (art. 825, CPC). Há uma ordem de preferência entre os meios de expropriação.
8.1 – ADJUDICAÇÃO (Arts. 876 e ss., CPC)
É forma indireta de satisfação do credor, que se dá pela transferência a ele ou aos terceiros legitimados, da propriedade dos bens penhorados. Quando deferida ao exequente assemelha-se a dação em pagamento, contudo não é forma voluntária de cumprimento da obrigação e sim expropriação forçada. 
Quando deferida a outros legitimados, cumpre-lhes depositar o valor de avaliação, para que possa ser levantado pelo credor.
Pode ter por objeto bens móveis ou imóveis e só pode ser feita pelo valor de avaliação.
Depois que o bem tiver sido avaliado, os legitimados poderão requerer a adjudicação a qualquer tempo, enquanto não tiver sido realizada a alienação particular ou em leilão judicial.
8.1.1 – LEGITIMADOS (Art. 876, § 5º, CPC).
A lei atribui legitimidade para requerer a adjudicação ao próprio exequente, aos indicados no art. 889, incisos II a VIII e aos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem. Também podem requerê-la o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do executado. Se mais de um legitimado se apresentar, será feita uma licitação entre eles. Aquele que oferecer maior valor terá preferência, caso em que o bem poderá alcançar valores superiores aos de avaliação. Em caso de empate, terão preferência o cônjuge, o companheiro, os descendentes e os ascendentes do devedor, nessa ordem.
0BS.: Art. 877, CPC – carta de arrematação se bem imóvel e ordem de entrega se bem móvel.
8.2 – ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR (Art. 879, CPC)
Tem por objetivo colocar entre o juízo e os pretensos interessados na aquisição do bem penhorado um particular (o próprio exequente ou um corretor). A alienação será feita pelo próprio credor, ou por meio de corretores que deverão ser credenciados perante a autoridade judiciária, com experiência profissional mínima de 03 anos (art. 880, § 3º, CPC). 
O juiz deverá estabelecer as regras para a venda da coisa, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias, bem como, se for o caso, a comissão de corretagem.
O comprador depositará o preço em juízo. Consumada a transação, será expedida a carta de alienação do imóvel, para registro no Cartório de Registro de Imóveis. E mandado de imissão de posse ou ordem de entrega do bem, conforme se trate de bem imóvel ou móvel (Art. 880, § 2º, CPC).
OBS.: Art. 891, CPC – preço vil.
8.3 – ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL (Arts. 881 ao 903, CPC).
Não havendo interessados na adjudicação, nem requerimento do credor para a alienação particular do bem, a expropriação será feita por leilão judicial, a ser realizado por leiloeiro público, à exceção da alienação a cargo de corretores de bolsa de valores. O leilão judicial, quando possível, será realizado por meio eletrônico. Não sendo possível, será presencial. Substituição da hasta pública. O CPC/73 fazia a distinção entre praça (bens imóveis) e leilão (bens móveis).
O leilão judicial abrange bens móveis e imóveis e poderá ser de duas espécies: por meio eletrônico (CNJ) ou presencial. O que conta, nessa classificação, não é o tipo de bem leiloado, mas a forma pela qual o leilão é realizado.
O leilão presencial será realizado no local determinado pelo juiz, e serão designadas duas datas para a sua realização. Na primeira, os bens só poderão ser arrematados pelo preço de avaliação, enquanto na segunda, por qualquer preço, desde que não seja vil.
O edital deverá indicar as duas datas em que ele se realizará. Também deverá indicar o valor de avaliação e o valor mínimo de venda, que deverá ser fixado pelo juiz (Obs.: art. 891, CPC).
Além de fixar o valor mínimo. caberá ao juiz designar o leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo exequente, bem como estabelecer as condições de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante. Caberá ao leiloeiro público designado pelo juiz realizar o leilão onde se encontrem os bens ou onde o juiz determinar, sendo ele o incumbido de publicar o edital anunciando a alienação e de expor aos pretendentes os bens ou as amostras de mercadorias. Também cabe ao leiloeiro receber e depositar em juízo o produto da alienação, dentro de um dia, e prestar contas nos dois dias subsequentes ao depósito. Por seu trabalho, ele faz jus ao recebimento de uma comissão, na forma fixada em lei ou arbitrada pelo juiz.
OBSERVAÇÕES:
I – Necessidade de intimação dos indicados no art. 889, CPC.
II – O edital publicado deverá atender os requisitos do arts. 886 e 887, CPC, sob pena de nulidade da arrematação.
III - O bem será vendido a quem mais oferecer. Qualquer interessado pode participar da licitação (pessoa física ou jurídica); com exceção dos indicados nos arts. 890 e 897, CPC. 
IV – Imóvel de incapaz –art. 896, CPC.
V - Quando a penhora recair sobre quota-parte em bem indivisível, o bem inteiro irá à leilão, e o equivalente à quota-parte do coproprietário ou cônjuge alheio à execução deverá recairsobre o produto da alienação do bem. Porém, nesse caso, não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao de avaliação, para que o coproprietário ou cônjuge alheio à execução não sejam prejudicados com o recebimento de menos do que lhes era devido.
VI – Possibilidade de aquisição do bem em prestações – art. 895, CPC.
VII - Realizada a arrematação com sucesso, será expedido de imediato o respectivo auto, assinado pelo juiz, arrematante e leiloeiro (arts. 901 e 903, CPC). Não sendo impugnada a arrematação no prazo, será expedida a respectiva carta (averbação no CRI se bem imóvel).
VII – Possibilidade do arrematante desistir da arrematação – art. 903, § 5º, CPC. 
9 – DA SATISFAÇÃO DO CRÉDITO (Art. 904 e ss., CPC).
Entrega do dinheiro ou adjudicação dos bens penhorados. 
10 – DA DEFESA DO EXECUTADO
Via de regra é processada fora do processo de execução por meio da ação de embargos devedor. os embargos têm natureza de ação cognitiva autônoma vinculada à execução, ao passo que a impugnação constitui incidente do cumprimento de sentença.
10.1 - EXCEÇÕES E OBJEÇÕES DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
Excepcionalmente o devedor pode defender-se no bojo da ação executiva por tal meio.
Trata-se de defesa apresentada por simples petição, devendo ser arguidas questões de ordem pública, as quais não se sujeitam a preclusão e que deveriam ter sido conhecidas de ofício pelo magistrado (ex.: carência da ação, ausência de pressupostos processuais, prescrição, decadência, etc.).
Defesas que dispensam dilação probatória e que podem ser conhecidas de ofício pelo juiz (ex.: inexecutividade do título, cálculo do débito errado, pagamento, etc). 
Independe de garantia do juízo. 
Os embargos têm certas condições de admissibilidade, como prazo e recolhimento de custas iniciais. Pode ocorrer que o devedor tenha perdido o prazo de embargos, ou que tenha dificuldades para recolher as custas. E que queira apresentar defesa de ordem pública, não sujeita à preclusão: não haverá óbice a que então se valha desses incidentes.
Não há procedimento previsto, não há efeito suspensivo, havendo necessidade de produção de provas o incidente será extinto e, em regra será julgado por decisão interlocutória. 
10.2 AÇÃO DE EMBARGOS DO DEVEDOR OU EMBARGOS DO EXECUTADO OU EMBARGOS À EXECUÇÃO (Arts. 914 ao 920, CPC)
a) Noções Gerais: 
- Constituem o meio de defesa por excelência na execução fundada em título extrajudicial.
- Trata-se de ação de conhecimento autônoma e incidente ao processo de execução, onde o executado apresenta a sua defesa e produz as provas que julgar necessárias (todos os meios lícitos de prova são admitidos).
- Tem por objetivos discutir a certeza, liquidez e exigibilidade do título (total ou limitada ao devedor). Podendo também visar o reconhecimento do excesso de execução.
- Se submetem à verificação das condições de qualquer ação judicial.
- Também devem atender todos os requisitos da petição inicial (arts. 319 e 320, CPC). O valor da causa corresponderá ao benefício econômico buscado. 
Obs.: Sua oposição independe da garantia do juízo.
b) Legitimidade e Competência:
São legitimados ativos o devedor (contra quem se expediu o mandado executivo) e eventualmente terceiros com responsabilidade executiva (fiador, sócio, sucessor, sob-rogado, cônjuge??, etc.)
A legitimação passiva é do exequente ou ainda no arrematante ou adjudicatário. 
Os embargos são distribuídos por dependência e autuados em apartado aos autos do processo de execução. Trata-se de competência funcional e absoluta (art. 914, § 1º, CPC). Juntada de peças processuais relevantes.
A interposição de embargos nos próprios autos da execução ou em desatendimento às condições da ação leva ao seu não conhecimento por manifesto erro grosseiro, entendimento este pacificado nos tribunais.
c) Prazo:
- Art. 915, CPC - prazos independentes de 15 dias contados da data da juntada aos autos do respectivo mandado de citação. Salvo se cônjuges ou companheiros. Diferente do art. 231, § 1º, do CPC. 
§ 2º - citação por carta precatória – o prazo começa fluir da juntada aos autos da comunicação pelo juiz deprecado ao juiz deprecante da efetivação da citação do devedor; podendo esta comunicação ser realizada inclusive por meios eletrônicos. Não aguarda a devolução da Carta Precatória. 
- Art. 914, §2º, CPC – os embargos podem ser oferecidos tanto no juízo deprecante quanto no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente de vícios ou defeitos da penhora, avaliação o alienação dos bens. 
§ 3º - Não se aplica o disposto no art. 229 do CPC (prazo em dobro)
OBS.: Moratória legal compulsória (parcelamento do débito – art. 916, CPC).
d) Efeito suspensivo dos Embargos (art. 919, CPC):
- O caput do artigo diz que os embargos não suspendem o andamento do processo executivo.
§ 1º - Este parágrafo indica que o juiz poderá atribuir o efeito suspensivo desde que (requisitos cumulativos):
	- Requerido pelo embargante
	- Relevantes fundamentos
	- Risco de dano grave de difícil ou inserta reparação 
	- Garantia do juízo
§ 2º - Possibilidade de modificação da decisão. 
§ 3º - Prossegue a execução quanto à parte incontroversa.
§ 4º - O efeito suspensivo concedido aplica-se somente a quem alegou. Se o fundamento da defesa não estiver relacionado exclusivamente ao embargante todos os executados serão beneficiados.
§ 5º - A concessão do efeito suspensivo não impede a realização dos atos de penhora e avaliação dos bens.
e) Matéria dos embargos (art. 917, CPC)
A matéria de defesa dos embargos é ampla (questões processuais e de mérito). Normalmente alega-se nulidade da execução (título não executivo), penhora incorreta ou avaliação errônea, excesso de execução ou cumulação indevida de execuções.
Obs.: Art. 917, § 3º e § 4º, CPC. Excesso de execução. Quando o excesso de execução for o fundamento dos embargos o embargante deverá declarar na petição inicial o valor que entende ser correto, apresentando memória de cálculo, sob pena de rejeição liminar dos embargos ou não conhecimento desse fundamento. 
f) Rejeição liminar dos embargos (art. 918, CPC):
Os embargos serão rejeitados liminarmente quando intempestivos; nos casos de indeferimento da petição inicial e improcedência liminar do pedido (art. 330, CPC); quando manifestamente protelatórios. 
Obs.: Art. 918, parágrafo único, CPC - No caso de embargos manifestamente protelatórios considera-se conduta atentatória a dignidade da justiça – art. 774, CPC (multa de até 20 % sobre o valor da execução).
g) Art. 920, CPC.
- Prazo para impugnação de 15 dias. 
- Julgamento imediato ou designação de audiência.
h) Parcelamento da dívida (art. 916, CPC):
Uma vez preenchidas as condições independe de consentimento do exeqüente (direito do executado).
- Requisitos: requerimento do prazo do parcelamento (15 dias); depósito de 30 % à vista. 
Notas:
- A penhora e a avaliação dos bens poderão ocorrer somente depois que os embargos já tiverem sido julgados. Isso não impedirá que o devedor alegue vícios de uma e outra, por simples petição, no prazo de 15 dias, como determina o art. 917, § 1°, do CPC. (Embargos de segunda fase/embargos à adjudicação/a alienação/a arrematação, - destinados a questionar vícios supervenientes à penhora). 
- Via de regra a citação se dá por oficial de justiça, podendo ser ainda realizada por correio ou edital. 
- A ação de embargos é utilizada pelo executado nas ações autônomas de execução fundadas em títulos executivos extrajudiciais. O executado, tratando-se de execução de título judicial (processo sincrético – cumprimento de sentença) deverá valer-se da impugnação (artigos 523 e ss, CPC).
- A matéria de defesa na impugnação é mais restrita (art. 525, § 1º, CPC), uma vez que o executado já teve possibilidade do contraditório na fase de conhecimento. Trata-se de um incidente processual (dentro do processo).

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