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Queimaduras Definição: Queimaduras são lesões que comprometem a integridade funcional da pele, decorrentes da ação direta ou indireta do calor sobre o organismo humano. Ação direta: temperaturas elevadas que toquem a pele, causam queimaduras. Ácido clorídrico. Etiologia: Em muitos casos o tratamento é muito doloroso, demorado e deixa marcas para sempre. Forma direta: fator que gera a queimadura tem um aumento elevado de temperatura. Diretamente ao encostar na pele, gera o processo de lesão (ex. fogo, líquido fervente, objetos aquecidos). Forma indireta: não tem a presença de temperatura alta (ex. corrente elétrica, substâncias químicas: nitrogênio líquido, radiação: raios UV, raio x). Fisiopatologia: Queimadura: Compromete a integridade da pele! Funções da pele: Manter homeostase hidroeletrolítica: pele serve para evitar a perda de líquidos e eletrólitos. Suor!? Não tem nada a ver com o balanço hidroeletrolítico. Aumento da produção pelas glândulas sebáceas (glândulas sudoríparas) Controle da temperatura corporal: pele inibe as trocas de calor com o meio externo, devido à pele apresentar camada de gordura. Flexibilidade corporal: devido à presença de colágeno e elastina. Proteção: contra a entrada de MO. Função sensorial: percepção de sensações, dor, tato, propriocepção (capacidade de identificar localização corporal). Melanina: proteção contra radiação UV (quanto + melanina, maior probabilidade de deficiência de vit. D) Síntese da vitamina D Camadas da pele: Epiderme – mais superficial constituída pelos queratinócitos Derme – é constituída pelos vasos sanguíneos e receptores sensoriais Subcutânea ou hipoderme – constituída de gordura e músculos Osso Fisiopatologia local: Quando há comprometimento apenas da epiderme, a morte dos queratinócitos leva a ativação dos macrófagos que ao fagocitar os restos celulares liberam prostaglandinas (inflamação), resultando em vasodilatação o que caracteriza os sinais e sintomas de rubor, calor da região, sensação térmica de frio (dependendo da profundidade), edema; ativação das terminações nervosas livres que geram dor. Sensação térmica de frio: a vasodilatação aproxima os vasos da pele e as trocas de calor com o ambiente estão sendo feitas muito rapidamente. O corpo se torna mais quente que o ambiente externo. Por isso a sensação de frio. Porque não se sente dor em queimaduras de 3ºgrau? Por causa da destruição das terminações nervosas, impossibilitando de avisar ao cérebro sobre a dor. Quando compromete a derme a lesão dos vasos sanguíneos gera necrose de coagulação e trombose dos vasos adjacentes, o que gera dificuldade para o processo inflamatório permitir a cicatrização. Favorecendo no local a colonização de bactérias endógenas e exógenas que quando isto ocorre gera um tecido de granulação, ou seja, se separa do tecido integro onde agora deverá ser preenchido por uma cicatriz (fibroblastos) – sintetizam e liberam colágeno (na pele tipo 1 e tipo 3) A resposta inflamatória sistêmica leva ao aumento da permeabilidade intestinal, fazendo com que haja translocação das bactérias intestinais. Fisiopatologia sistêmica: Agressão ao tecido: conforme há comprometimento da derme a exposição do colágeno leva a ativação dos mastócitos que assim liberam histamina (coceira). Ao mesmo tempo a ativação da cascata do ácido araquidônico que dentre vários fatores produz prostaglandinas. Ambas substâncias resultam em vasodilatação que gera a perda de líquidos e eletrólitos, resultando no risco de choque hipovolêmico (Burn Shock). Parada cardíaca pela perda de líquido. Perda da barreira mecânica: em queimaduras que atingem mais de 40% da superfície corporal, aumenta-se o risco de sepse e até mesmo choque séptico, porque há perda da barreira epitelial contra invasão de MO, associada à perda da eficiência do SI. Resposta metabólica: aumenta o risco em queimaduras que atingem mais de 40% da superfície corporal, porque determina a liberação de hormônios como: glucagon (que estimula glicogenólise e gliconeogênese), cortisol que ao inibir a insulina (resulta em hiperglicemia, catabolismo protéico e degradação lipídica), catecolaminas como adrenalina (que resulta em aumento da frequência cardíaca, redução da filtração glomerular entre outros efeitos, onde tudo isto resultará em acidose metabólica. Acidose metabólica: devido ao intenso catabolismo, a beta oxidação de ácidos graxos leva a produção de corpos cetônicos, junto com a redução da filtração glomerular. Os rins não conseguem eliminar excesso de corpos cetônicos, logo se instala a acidose metabólica. Classificação Profundidade: Queimadura 1º grau – compromete apenas a camada da epiderme (rubor, calor local, dor). Mais típico: queimadura solar Queimadura 2º grau – além do comprometimento da epiderme, compromete parcialmente a derme (vermelhidão, calor, dor, presença de bolhas). Mais típico: líquidos Queimadura 3º grau – além do comprometimento da epiderme, derme, compromete os tecidos subcutâneos (necrose). Mais típico: elétrica Extensão: REGRA DOS NOVES MÉTODO WALLACE Extensão: % da superfície corporal total (SC); Áreas com grau 2 ou 3 de profundidade. Mais utilizado DIAGRAMA DE LUND & BROWDER Mais precisa Avaliação: Localização: pelo risco de quando compromete a cabeça, poderá comprometer as vias respiratórias; Idade do paciente queimado: para avaliar competência do SI; Doenças e condições associadas: pela dificuldade da resposta imunológica e gasto energético; Inalação de produtos de combustão: risco de queimar vias respiratórias; Tratamento: Queimadura 1º grau – ambulatorial; controle da dor – compressa fria e analgésico oral e tópico. Queimadura 2º e 3º grau - Reposição Volêmica (24hs: Ringer Lactato – soro acrescido de vários eletrólitos; Soluções hipertônicas: Glicose; Albumina – intenso catabolismo Controle da dor (inclusive morfina) Face e pescoço: Graves – vias aéreas – respirador mecânico Enxertos heterólogo – banco de pele Autólogo – próprio indivíduo Sequelas: 2 e 3º grau Motoras – perda da capacidade de elasticidade da pele Funcionais – dependendo da região; anestesia – perda da sensibilidade da região Estéticas Elasticidade Glândulas sudoríparas.
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