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Atividade I de Economia no Setor Público

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DISCORRA SOBRE A INTERVEÇÃO ESTATAL ANTES DE 1930 E APÓS ESTA DATA, CITANDO AS PRINCIPAIS EMPRESAS QUE CARACTERIZARAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Mesmo tendo sido a partir da década de 40, onde houve o maior impulso da criação de empresas públicas e a intervenção do Estado na economia devido a necessidade de industrialização, em razão da dificuldade de importações causadas pela segunda guerra mundial, sempre houve na história do Brasil a presença da mão pesada do Estado no dia-a-dia dos indivíduos. Antes da Era Varguista, os maiores destaques de empresas públicas criadas foram o Banco do Brasil (BB) em 1808 e a Caixa Econômica Federal (CEF) em 1861. Bem como, existe a participação do Estado na economia como meio para corrigir "falhas" e redistribuir a renda, através de políticas públicas, tratados comerciais, convênios com empresários e o que mais o imaginário estatal permitir fazer com o dinheiro dos outros.
Para facilitar a análise proposta e expor meu ponto de vista, pretendo dar exemplos de intervenção estatal através da criação de empresas e de políticas econômicas criadas antes e depois dos anos 30.
A economia brasileira viveu vários ciclos ao longo da história do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi privilegiado em detrimento de outros, e provocou sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira. No decorrer do texto, pretendo limitar-me ao ciclo do café (o ouro negro), a criação do BB, CEF, Petrobras e alguns planos e políticas e medidas estatais tomadas, como exemplo da intervenção do Estado.
Com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, houve a reurbanização da cidade e inúmeras desapropriações para instalar os reinóis, mas também a implantação de uma série de entidades públicas ligadas ao comércio, à incipiente indústria, à educação e à cultura. Pouco depois de chegar, D. João VI instalou o Banco do Brasil, inicialmente chamado de Banco do Povo, visto a necessidade econômica e financeira, alcançando atualmente seus 207 anos.
No início, funcionando como uma espécie de banco central, foi forçado pela Coroa portuguesa (o então Estado na época) a emitir papel moeda conversível sem o devido lastro, no intuito de custear as despesas da família real. Ficou desfalcado de seus fundos, com o saque de vultosa quantia, quando do retorno de D. João VI e sua comitiva para Portugal, e logo depois, novamente obrigado a emitir para a consolidação da Independência. Foi o Banco acusado de ter contribuído para a má situação financeira do país.
Já no ano de 2012 a instituição foi a 5ª colocada em reclamações no ranking da área de assuntos financeiros, e a 2ª colocada em reclamações não atendidas. Seu ex-diretor de marketing, Henrique Pizzolato, participou do Escândalo do Mensalão (recebeu R$ 336 mil para autorizar um adiantamento de R$ 73 milhões do fundo Visanet para uma agência do Marcos Valério, foi condenado pelo STF por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e atualmente se encontra preso na Itália por uso de documentos falsos).
No ano de 2014 o banco foi alvo de nova polemica quando foi concedido um empréstimo no valor de R$ 2,7 milhões à apresentadora de TV Val Marchiori, que é amiga do então presidente Aldemir Bendine, através de uma linha de crédito subsidiada do BNDES, contrariando as normas internas de ambas instituições.
Percebe-se que, como diz um velho ditado popular, com uma mão que se (o Estado) dá, com a outra se (o Estado) tira.
E não tão diferente se deu a história da CEF, que foi criada durante o Segundo Reinado, com produtos financeiros a preços de mercado mais em conta que rapidamente passou a ser procurada pelas camadas sociais mais populares, incluindo os escravos, que podiam economizar para suas cartas de alforria. Assim, desde o início, a empresa estabeleceu "seu foco no social" (uso as aspas para enfatizar o uso de expressões aparentemente nobres para conferir uma aura de legitimidade moral a atos essencialmente maléficos).
Atualmente, a CEF encontra-se em investigação por usar de forma ilegal fundos do FGTS e FI-FGTS (dinheiro do trabalhador) para financiar obras das empreiteiras responsáveis pelos projetos das políticas habitacionais (outra participação/intervenção estatal) do governo. Empreiteiras estas, que estão sob investigação por participar do chamado petrolão, esquema de corrupção e lavagem de dinheiro dentro da Petrobras (outra empresa de intervenção estatal). Sem adentrar no conhecido "plano de confisco" das poupanças, que ocorreu no início da década de 90, através de um plano econômico (intervenção estatal) na tentativa de "estabilizar a economia, fortalezar a moeda e desenvolver o país" (uso as aspas para enfatizar o uso de expressões aparentemente nobres para conferir uma aura de legitimidade moral a atos essencialmente maléficos).
O café, que foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX, foi o principal produto de exportação do país por quase 100 anos. O Brasil detinha o controle do mercado internacional e podia facilmente controlar o preço deste produto internacionalmente, obtendo assim, lucros elevadíssimos. Também com a participação (intervenção) do governo brasileiro, que criou as chamadas políticas governamentais de valorização do café no Convênio de Taubaté, os produtores de café contaram com lucros cada vez maiores por anos e anos de uma expansão econômica no setor cafeeiro. Isso, por consequência elevou a qualidade de vida da população e enriqueceu a economia brasileira, certo? NÃO!
Segundo Celso Furtado (mesmo eu não concordando com muito do que ele defende em suas obras), o maior problema deste sistema econômico era que, sendo o Brasil um país abundante em terras disponíveis para a agricultura e em mão-de-obra sub empregada, os lucros obtidos incentivavam novas inversões de capitais no setor, elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado. Por outro lado, a demanda mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e à renda dos consumidores, isto é, o seu crescimento dependia fundamentalmente do crescimento populacional dos países consumidores. Assim, tinha-se uma situação de crescimento da oferta de café muito superior ao crescimento de sua demanda, indicando uma tendência estrutural de baixa de preços no longo prazo. Em outras palavras, o café passava por um momento crítico, de preços baixos e prevendo a colheita de uma safra recorde.[1: Ver FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.]
Então, você se pergunta: se o preço do café estava fadado a queda e, por ventura, um prejuízo no futuro, como foi possível tamanho enriquecimento dos produtores de café durante tanto tempo, e mesmo durante a crise?
A resposta para essa pergunta está na "intervenção estatal". Com o Convênio de Taubaté, um acordo entre governantes dos estados produtores de café e os próprios produtores, foi instituído com o objetivo de "proteger a produção brasileira de café" (uso as aspas para enfatizar o uso de expressões aparentemente nobres para conferir uma aura de legitimidade moral a atos essencialmente maléficos), estabelecendo:
1) preço mínimo para a compra do excedente pelos governos: ou seja, o produtor não precisa ter o esforço de tentar vender seu produto, pois caso não o venda, obrigatoriamente o (povo) Estado brasileiro compra.
2) proibição da venda de tipos inferiores de café: desestimulando a produção de pequenos produtores e comerciantes que tomassem a livre iniciativa de ofertar o produto e aumentar a concorrência dentro do setor, e assim protegendo aquele determinado grupo de "amigos" (os grandes produtores) dos governadores.
3) expansão da propaganda do café no exterior: e novamente o (povo) Estado brasileiro pagando com recursos do erário a conta dos produtores de café.
4) maiores estímulos ao consumo interno: provavelmente o (povo) Estado subsidiando o setor para ofertar um produto caro, onde apenas uma determinada (e pequena) classe terá acesso.
As comprasseriam financiadas por emissões lastreadas em empréstimos externos. A amortização e os juros desses empréstimos seriam efetuados mediante um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca de café exportado (criação de um novo imposto para um determinado setor que apenas inflacionará o processo de produção, ficando para o cliente final a conta). Celso Furtado conclui que com isso, os preços do produto eram mantidos artificialmente altos, garantindo os lucros dos cafeicultores. Estes, ao invés de diminuírem a produção de café, continuaram produzindo-o em larga escala, obrigando o governo a contrair mais empréstimos para continuar adquirindo esses excedentes.
Essa política adotada a partir do Convênio de Taubaté só ajudou a adiar o iminente fim do ciclo cafeeiro no Brasil, que aconteceu com a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929.
O Convênio de Taubaté foi uma forma usada para enriquecer os proprietários de café, que investiram na industrialização de São Paulo, já que a produção tinha venda garantida. Vendo a impossibilidade de pagar as dívidas que o governo paulista contraiu no exterior após a crise de 1929, em 1930, o governo nacional de Vargas assumiu todas as dívidas, nacionalizando-as. Em outras palavras, eles (cafeicultores e políticos) enriqueceram (e muito) as custas de todos e depois repartiram o prejuízo com todos.
No período pós-guerra, segundo Fernando Abruccio, no mundo inteiro havia-se o consenso de um modelo de Estado intervencionista, de um Estado grande, burocrático, keynesiano e social. Como tal, caracterizado pela ativa intervenção estatal na economia, procurando garantir o pleno emprego e atuar em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento nacional (telecomunicações e petróleo, por exemplo). E no Brasil, não foi tão diferente. Após a Segunda Guerra Mundial iniciou-se no Brasil um intenso debate sobre a melhor maneira de explorar o petróleo no país. O assunto era polêmico uma vez que envolvia diversos aspectos políticos, tais como a soberania nacional, a importância dos recursos minerais estratégicos, a política de industrialização e os limites de atuação das empresas multinacionais no país, e foi um dos mais marcantes na História do Brasil nas décadas de 1940 a 1960. E como pode-se facilmente perceber, o tema sempre pairou sobre os interesses políticos.[2: Ver ABRUCCIO, Fernando. Os Avanços e os Dilemas do Modelo Pós-Burocrático: a reforma da administração pública à luz da experiência internacional recente. In: PEREIRA, Luiz C. Bresser; SPINK, Peter K. Reforma do Estado e Administração Pública Gerencial. Rio de Janeiro: FGV, 2006. P 173-199.]
A empresa foi instituída pela Lei nº 2004, sancionada pelo então presidente da República, Getúlio Vargas, em 3 de outubro de 1953. A lei dispunha sobre a política nacional do petróleo, definindo as atribuições do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), estabelecendo o monopólio estatal do petróleo e a criação da Petrobras.
Atualmente, a empresa está sob a Operação Lava Jato da Polícia Federal para apurar um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar mais de 10 bilhões de reais. A operação recebeu esse nome devido ao uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis pela quadrilha para movimentar os valores de origem ilícita. Até abril de 2014, a operação já contava com 46 pessoas indiciadas pelos crimes de formação de organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro e 30 presas, dentre elas o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em 14 de novembro de 2014, novos mandados de prisão foram cumpridos, sendo presos os presidentes e diretores de grandes empresas do Brasil, como OAS, IESA Óleo e Gás, Camargo Corrêa Construções, UTC e Construtora Queiroz e Galvão. Segundo as investigações do Ministério Público Federal, o esquema de cartel das empreiteiras em obras da Petrobras existe há pelo menos 15 anos. E existe a possibilidade dos valores desviados serem ainda maiores. Na lista dos suspeitos encontram-se vários políticos, de vários estados brasileiros, e partidários do atual governo e da bancada da situação.
Logo surge uma dúvida entre muitas outras: será mesmo que todo esse esquema criminoso só foi cometido agora? A resposta para essa pergunta, infelizmente, não dá para ser tão otimista. Em 1989, há 26 anos atrás, a mídia já divulgava supostos casos de corrupção na estatal. Mas será mesmo que já não havia ainda antes disso? Deixarei a reflexão para o leitor.
Atualmente, o Brasil sofre com aumentos e mais aumentos nos impostos e taxas criadas por políticas econômicas (intervenção estatal), inflacionando o setor petrolífero, aumentando o preço dos combustíveis a cada semana, com o intuito de cobrir o déficit da empresa estatal, que foi gerado pela má gestão do Estado. Em outras palavras, o Estado e seus "amigos" tomam o seu dinheiro, e depois você tem que dar mais dinheiro para cobrir o que foi tomado antes. Não muito diferente do que aconteceu no ciclo econômico do café, onde eles enriquecem as custas da população, e depois repartiram o prejuízo com a população. Isso tudo sem mencionar os demais escândalos, acidentes e vazamentos, que não foram poucos.
Como já é do conhecimento geral, embora ainda seja difícil para o entendimento de muitas pessoas, mesmo as ditas figuras intelectuais que posam em seus discursos populistas e demagogos, o Estado como tal não se mantém sozinho, sem a contribuição compulsória de sua população através de imposto legitimado por leis que definem como criminoso aquele que não o paga, correndo o risco de ir para cadeia tal como um assassino, ladrão, estuprador, etc. Sendo através deste dinheiro arrecadado coercivamente, que o Estado intervém objetivando o suposto "bem comum". Logo percebe-se que "intervenção estatal" custa muito caro, e sai do bolso de todos sem haver retorno eficiente e eficaz.
Logo lembro de duas passagens, sendo uma mais recente na história brasileira e a segunda mais antiga e clássica nos estudos das ciências econômicas:
“Eu acho que esse ‘mix’ de Estado e setor privado é saudável”. Eike Batista, o ex homem mais rico do Brasil.
“Sempre que surgir um grande empresário abraçando com entusiasmo e júbilo a parceria entre governo e empresas, senhoras e senhores, é bom ficarem de olho em suas carteiras - vocês estarão prestes a serem roubados.” Murray N. Rothbart, economista libertário americano.
QUAIS OS PAPÉIS DO ESTADO? CITE NO MÍNIMO 5 EXEMPLOS, EXPLICANDO-OS.
Abordar a questão do papel do Estado na sociedade é complicado devido a existência de diversas ideologias, bem diferentes umas das outras, sobre o tema. Muitos pensadores concordam que o Estado deveria ter um número de papéis, ou funções, bastante reduzido e limitado, evitando intervenções na vida do indivíduo, enquanto alguns defendem o contrário, um Estado cada vez maior, intervencionista e paternalista. E alguns que idealizam, também, a não existência de um Estado. Então, como dito anteriormente, devido a existência de tantos debates sobre o tema, é demasiado difícil chegar em alguma conclusão sobre quais seriam os papéis do Estado.
Para expor meu ponto de vista sobre o papel do Estado, primeiro, faz-se importante, entender suas origens. Há teses concorrentes, e uma delas, endossada por Franz Oppenheimer, Nietzsche e David Hume, é de que o estado sempre surgiu da conquista militar. Um grupo domina outro e impõe suas regras. Estado seria, portanto, fruto da conquista.
Essa visão é importante para nos lembrar de que estado é sempre coerção. Significa monopólio da lei e da força em determinado território. Oppenheimer chamava a atenção para a distinção entre via política e via econômica. A primeira é essa que, após um processo de conquista ou mesmo eleitoral, uma decisão será imposta com o uso da coerção. A última compõe as trocas voluntárias no mercado.
Fica claro que a via do mercado parece bem melhor do que a via política, da coerção. Por que, então, ter qualquer tipo de coerção? Porque não deixar tudo a cargo do mercado? A resposta passa pela visão de Hobbes, de que o homem é o lobo do homem. Como sabia Freud, precisamos abrir mão de parte de nossa liberdade para viver em sociedade. Evitar a lei do mais forte, a constante ameaça de uso de coerção ou violência de terceiros, eis o objetivo.
Surge, então, o Estado. Sob esta ótica, presente na visão de Locke, ele seria uma espécie de “pacto social”. Os “pais fundadores” dos Estados Unidos se inspiraram nessa visão, e Thomas Paine resumiu a ideia quando disse que o estado é, no melhor dos casos, um “mal necessário”. Sua primeira grande função precípua, seria preservar a propriedade privada, a liberdade individual, a segurança na vida em sociedade.
Tal ponto de vista é fundamental para nos lembrar de que o estado não existe para promover o paraíso terrestre, e sim para evitar o inferno. Na era moderna, com a “morte” de Deus, o estado assumiu a postura de um Deus laico, o messias salvador que vai ser o instrumento de justiça social e locomotiva do progresso, capaz de curar todos os males da sociedade. Abriu-se, assim, as portas do verdadeiro inferno.
O poder corrompe, como todos sabem, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Tendo isso em mente, os liberais defendem a descentralização do poder. O federalismo é o caminho para isso, respeitando-se o princípio de subsidiariedade. Tudo aquilo que puder ser feito pelo indivíduo e sua família, assim deve ser. Depois, a comunidade local, o bairro, o município, o estado e, finalmente, o governo federal, cuidando somente daquilo que as demais esferas não podem.
O mecanismo do mercado será falho, pois os seres humanos são falhos. O que não quer dizer que a intervenção estatal irá consertar tais falhas. Mais comum será essa intervenção agravar os males que pretende curar. O mecanismo de incentivos não é adequado no estado para muitas tarefas, pois falta meritocracia, risco de falência, premiação dos mais competentes e punição aos incompetentes.
O estado empresário, que se mete demais nos assuntos econômicos, acabará produzindo mais ineficiência e novas falhas. Além disso, ele vai desvirtuar os incentivos do próprio mercado. Os empresários, em vez de investir em produtividade e eficiência, passam a “investir” em lobby perante o governo, cuja decisão pode selar o destino de um setor inteiro. Assim, cria-se o capitalismo de estado, ineficiente e corrupto.
Logo, não deveria ser função do estado cuidar da economia, e sim:
Preservar as regras do jogo: Cuidar para que as regras sejam seguidas, não com a criação de mais e mais leis que apenas complicam e atrasam os processos. Deve haver o suficiente para que os processos ocorram e que tenha força para punir qualquer pessoa, sem distinção, quando necessário;
Garantir a propriedade privada: É necessário haver a garantia de que o que eu produzir, seja dinheiro, bens, ou patrimônios, não seja tomado involuntariamente. Os indivíduos não terão incentivos para produzir, se sabem que podem ter o que é seu, roubado;
Garantir a estabilidade econômica: Sem intervir, sem empresas públicas de um estado empresário, sem controlar. Mantendo a inflação em zero, sem jogar dinheiro sem lastro na economia, sem regular o câmbio;
Garantir a segurança: Seja interna ou externa. Garantir que não haja violência e, principalmente, que ninguém possa intervir com a liberdade do outro;
Fomentar a livre concorrência, e não querer decidir o resultado do jogo: Fomentar o empreendedorismo, concorrência. Assim as pessoas terão acesso a preços justos e produtos de mais qualidade.
Como alguns podem ficar para trás nesse processo de cooperação competitiva, caberia ao estado, também, manter uma rede de proteção social, inspirada na ideia religiosa de solidariedade. Mas essa rede deve ser descentralizada, pois o governo local sabe melhor das necessidades em pauta, e também deve ser temporária: não pode virar um instrumento para sustentar para sempre preguiçosos e vagabundos.
Em suma, esta seria a visão liberal acerca das funções básicas do estado. Seu escopo deve ser bastante limitado, mas ele deve ter força para cuidar direito dessas poucas e importantes funções. Infelizmente, isso parece utopia no mundo atual. O estado ainda é visto como um ente abstrato que obtém recursos do além e que será dirigido por seres abnegados e clarividentes. Tal mentalidade produz um estado cada vez mais intervencionista e paternalista, colocando em xeque nossas liberdades e a prosperidade da nação.
QUAIS AS EMPRESAS PÚBLICAS CRIADAS A PARTIR DA ERA VARGAS?
Petrobras, Embraer, Vale do Rio Doce, BNDES, CSN, Companhia Brasileira de Trens Urbanos, EMBRAPA, ELETROBRAS, Companhia Docas do Ceará, INFRAERO, TELEBRAS.

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