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ATPS Psicologia da Aprendizagem

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INTRODUÇÃO
 
 A psicologia da aprendizagem estuda o processo pelo qual os conhecimentos existentes em sociedade são apreendidos pela criança. 
 As pessoas, especialmente as crianças, aprendem através de ações que lhes são repassadas em geral por um adulto ou por outra criança mais experiente, e essa interação é fundamental no processo da aprendizagem. 
 Aliada à educação e ao ensino, a Psicologia da Aprendizagem, busca mostrar que através da interação aluno e professor, aluno-aluno e aluno e sociedade torna-se possível à aquisição do saber e da cultura acumulados. 
1 - A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA PARA A PEDAGOGIA 
 Fazendo uma análise de forma globalizada, observamos que a psicologia na educação possibilita o aprendizado, o planejamento, a direção e a avaliação das ações. A importância da Psicologia no processo ensino-aprendizagem está no reconhecimento de que a educação é um fenômeno complexo e seu impacto no desenvolvimento humano obriga que se considere a globalidade e a diversidade das práticas educativas em que o ser humano encontra imerso, isto porque a educação se desdobra em múltiplos contextos nos quais as pessoas vivem e participam definidos como âmbitos educativos.
 A psicologia da aprendizagem, aplicada à educação e ao ensino, busca mostrar como através da interação professor/aluno e entre os alunos, é possível a obtenção do saber e da cultura acumulados. Nesse processo o papel do professor é fundamental, pois ele procura estruturar condições para a ocorrência da interação professor/aluno-objeto de estudo, que levam à apropriação do conhecimento. Outro pressuposto é que a psicologia da aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo social conhece.
 É através da psicologia, que estudamos o comportamento e a subjetividade humana, permitindo compreender as fases desse desenvolvimento e da aprendizagem nos revelando que o educando é um ser único e que sua interação com o meio e com o outro formará sua subjetividade (relação do sujeito com o meio). 
 	 A psicologia tem o papel de desempenhar no professor conhecimentos e habilidades para que o mesmo possa construir seus saberes docentes, tornando-se um mediador no processo de aprendizagem do educando. Não há como separar educação e psicologia, visto que a psicologia fornece subsídios para a elaboração do currículo escolar nas várias modalidades de ensino, que vai da Educação Infantil à Educação Especial. Assim a psicologia pode ajudar a compreender melhor o processo de ensino-aprendizagem orientando e dando suporte a todos os profissionais envolvidos, para tornar esse processo mais significativo para o aluno.
2 - TEORIAS DA APRENDIZAGEM
Quadro Conceitual 
	 Teorias
	Psicologia-Aspectos conceituais
	Contribuições para o âmbito educacional
	
Teoria verbal significativa
(David Ausubel)
	-Aprendizagem significativa ocorre quando um novo conteúdo é incorporado aos conhecimentos prévios dos alunos.
	-Produz vantagens para o desenvolvimento do aprendiz.
-Produz uma retenção mais duradoura do conhecimento.
-Valoriza a estrutura cognitiva do aprendiz.
	
Teoria Genética
(Piaget)
	-A aprendizagem se constrói em processo de troca mútua entre o meio e o indivíduo.
-O desenvolvimento humano relaciona-se com a aprendizagem.
	-Epistemologia Genética.
-Construtivismo seqüencial.
-Estágios do desenvolvimento genético-cognitivo (período sensório-motor, período pré-operatório, período operatório concreto, período das operações formais).
	
Teoria Sociocultural
(Vygotsky)
	-O homem é um ser histórico-cultural.
-É na socialização que se dá o desenvolvimento dos processos mentais.
-Uso de ferramentas físicas ou simbólicas para medir nossa relação com outros seres humanos.
Língua é o meio de mediação na atividade mental.
	-O foco está na interação: aluno-professor; aluno-aluno, para produzir conhecimento.
- papel do professor é o de mediador.
-Aprende-se observando o meio, entrando em contato com o que já foi descoberto e organizando o conhecimento.
 
3 - FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO HUMANO
As primeiras experiências educacionais da criança acontecem dentro do convívio familiar; portanto se esta família é marcada por desigualdades socioeconômicas e com grandes índices de violências, essa criança trará esses problemas para dentro da escola que é o seu segundo contato sociocultural, gerando assim dificuldades em sua aprendizagem e desenvolvimento. Podemos citar aqui alguns fatores etiológico-sociais que interferem na aprendizagem:
Hereditariedade;
Crescimento orgânico (aspecto físico);
Maturação neurofisiológica;
Meio (estímulos ambientais altera o padrão de comportamento do indivíduo).
Para Smith e Strick (pág.31, 2001), estudantes que vêm de um ambiente encorajador e estimulante, estão mais aptos e adaptáveis para aprender.
O fator ambiental é determinante para o diagnóstico do problema de aprendizagem (Paim, pág.33,1985.), portanto cada caso deve ser avaliado separadamente, levando-se em consideração, o ambiente escolar, a ralação professor-aluno, aluno-aluno, os métodos de ensino e o entorno familiar e escolar.
4 - A IMPORTÂNCIA DO JOGO INTERATIVO 
Segundo Vygotsky a criança ao brincar assume papéis, integra regras, supera a relação significado-objeto concreto e cria a ZDP (zona de desenvolvimento proximal), com base nessa teoria podemos dizer que brincar é o modo da criança agir sobre o mundo.
“É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas e não por incentivos fornecidos por objetos externos” (Vygotsky 1989, pág.109).
 Nós educadores precisamos entender a real função do lúdico e assim quebrar paradigmas sobre o assunto. Os jogos e as brincadeiras quando bem executados sempre alcançam os resultados desejados, pois é uma forma mais divertida e prazerosa de atingir a aprendizagem da criança; mas para que isso ocorra é necessário que o educador utilize esse recurso de forma adequada e não simplesmente para passar o tempo.
Os jogos e brincadeiras desempenham importante papel no desenvolvimento físico e mental do indivíduo. Deve se aplicar os jogos de forma correta e planejada, de modo que realmente leve o aluno a aprender. O bom êxito de toda atividade lúdica depende exclusivamente do bom preparo e liderança do professor.
Brincando a criança constrói os alicerces da compreensão e utilização de sistemas simbólicos como a escrita, habilidades de perceber, criar, desenvolver laços de afeto e confiança no outro. Para a criança a brincadeira proporciona um estado de prazer, o que a leva á descontração e consequentemente, ao surgimento de novos conteúdos e interações conscientes e inconsciente, favorecendo a confiança em si e no grupo em que esta inserida.
O lúdico exige do professor percepção e ousadia, o professor precisa perceber a melhor hora de usá-lo e assim ousar ao desafiar o aluno, assim o aluno acaba interagindo e aprendendo sem sacrifícios e de forma muito mais clara e objetiva.
	JOGO
	DESCRIÇÃO
-Faixa etária a que se destina
-Material necessário
-Regras do jogo
-Formas de participação
	DESENVOLVIMENTOCOGNITIVO-SOCIAL-MOTOR
Contribuições para o âmbito educacional
	
 1º JOGO
Dado
Sonoro
	
Faixa etária 1º ano (6 anos). 
Material: 1 dado de oito lados , 1 cartela com 8 figuras de animais numeradas, 24 fichas com figuras e palavras (para cada cartela há 3 fichas de figuras , palavras que se iniciam com a mesma sílaba das figuras / palavras apresentadas na cartela).
Regras: A cartela com as figuras numeradas deve estar à vista dos jogadores durante todo o jogo.
-Espalham-se as fichas sobre a mesa, com as frases voltadas para cima.
- O primeiro jogador inicia a partida lançando o dado e verificando qual é a figura na cartela que corresponde ao número sorteado.
- O jogador deverá escolher uma figura cujo nome comece com a mesma silaba da figura indicada na cartela.
- Escolhida a ficha, o jogador pega-a para si. O próximo participante joga o dado e repete o mesmo procedimento.
Cada ficha encontrada o jogador ganha um ponto. Se pegar a ficha errada os demais jogadores que perceberem denuncia e passa-se a vez.
-Se outro participante jogar o dado e o número deste for referente a uma figura para qual não há mais fichas, passa-se a vez para o jogador seguinte.
-Cada jogador só poderá pegar uma ficha por vez.
Forma de participação: 2 a 4 jogadores.
	
-Compreender que as palavras são compostas por unidades sonoras.
-Perceber que as palavras diferentes possuem partes sonoras iguais.
- Identificar a sílaba como unidade das palavras orais.
-Comparar palavras quanto às semelhanças sonoras.
- Desenvolver a consciência fonológica por meio da exploração dos sons iniciais das palavras.
- Comparar palavras quanto às semelhanças sonoras.
	JOGO
	DESCRIÇÃO
-Faixa etária a que se destina
-Material necessário
-Regras do jogo
-Formas de participação
	DESENVOLVIMENTO COGNITIVO-SOCIAL-MOTOR
Contribuições para o âmbito educacional
	
2º JOGO
JOGO
DA ESCRITA
	
Faixa etária: 3º ano (8 anos).
Material: 1 dado de 8 lados ,4 cartelas de cores diferentes com 8 figuras numeradas em cada cartela, 4 cartelas de correção.
Regras
- Coloca-se uma das cartelas com as figuras no centro da mesa, virada para cima e deixa-se a cartela de correção correspondente virada para baixo.
- Cada jogador deve ter papel e lápis para escrever as palavras durante o jogo.
- Tira-se no dado quem iniciará o jogo, quem tirar mais pontos no dado começa o jogo.
- O primeiro jogador lança o dado, o número indicado no dado será o número da figura da cartela cuja palavra deverá ser escrita.
- O jogador escreve a palavra em seu papel, sem mostrar para o colega, e passa o dado para o jogador seguinte.
- O mesmo procedimento é seguido pelos demais jogadores.
- Ao final das partidas a cartela de correção é desvirada e cada jogador verifica quantas palavras escreveu 
Corretamente.
 
	
- Consolidar as correspondência grafo fônicas, conhecendo as letras e suas correspondências.
- Escrever palavras com fluência, mobilizando com rapidez, o repertório de correspondência grafo fônicas já construído.
	JOGO
	DESCRIÇÃO
-Faixa etária a que se destina
-Material necessário
-Regras do jogo
-Formas de participação
	DESENVOLVIMENTO COGNITIVO-SOCIAL-MOTOR
Contribuições para o âmbito educacional
	
3º Jogo: 
PALAVRA DENTRO DE PALAVRA
	
Faixa etária: 2º ano (7 anos).
Participação: 2,3,4 jogadores ou grupos.
Material: 12 fichas azuis, contendo as figuras e as palavras correspondentes. 12 fichas de cor vermelha, contendo figuras cujos nomes se encontram dentro das palavras das fichas azuis.
Regras: As 12 fichas de cor vermelha são distribuídas igualmente entre os jogadores. As fichas de cor azul devem ficar em um monte, viradas para baixo, no meio da mesa. Decide-se que iniciara o jogo e a ordem das jogadas.
- Dado o sinal do início, o primeiro jogador deve desvirar uma ficha do monte e verificar quais entre as suas fichas vermelhas, apresentam a palavra da ficha azul que foi desvirada. Caso encontre sem par, o jogador deve baixá-lo sobre a mesa, se nenhuma de suas fichas vermelhas tiver uma palavra dentro de palavra, que foi desvirada ou o jogador não perceber o par, ela é colocada no final do monte e o jogo continua.
	
-Compreender que as palavras são compostas por unidades sonoras menores.
- Perceber que as palavras diferentes possuem partes sonoras iguais.
-Compreender que uma sequência de sons que constituem uma palavra pode estar contida em outras palavras.
-Segmentos, palavras identificando partes que constituem outras palavras.
	JOGO
	DESCRIÇÃO
-Faixa etária a que se destina
-Material necessário
-Regras do jogo
-Formas de participação
	DESENVOLVIMENTO COGNITIVO-SOCIAL-MOTOR
Contribuições para o âmbito educacional
	
4ºJogo:
TRILHA DE PALAVRAS
	
Faixa etária: 2º ano 
Participação: 4 jogadores ou duplas. 
Material: Uma trilha composta de algumas casas em que existem figuras com palavras correspondentes, 20 fichas com figuras e seus respectivos nomes, 30 fichas com letras, 1 dado, 4 pinos de cores diferentes.
Regras: Na mesa, devem ser espalhadas várias fichas com figuras e fichas com letras.
- Quem tirar mais ponto no dado começa o jogo.
- O primeiro jogador lança o dado.
- O jogador conduz o pino na trilha, contando a quantidade de casas correspondente ao número indicado no dado.
- Se o pino parar em casa que não contenha figura, ele permanece na casa e passa o jogo para o próximo jogador.
- Se na casa onde parar houver uma figura/palavra, o jogador deve procurar a ficha com a figura cuja palavra é semelhante a que está na casa de trilha (as duas palavras diferenciam quanto a uma letra).
-Ao encontrar a ficha com a figura/palavra adequada, identificar qual é a letra que está faltando na palavra da trilha para formar a palavra correspondente à figura selecionada. Se o jogador acertar a figura e a letra, permanece na casa. Caso erre deve voltar para casa onde o pino estava.
- O próximo jogador joga o dado e repete os procedimentos do primeiro jogador, e assim sucessivamente até que um dos jogadores chegue ao final da trilha.
	
 -Compreender que as sílabas são formadas por unidades menores e que a cada fonema corresponde uma letra ou conjunto de letras, (dígrafos).
- Compreender que as sílabas variam quanto ao número de letras.
-Compreender que se acrescentarmos uma letra em uma palavra esta é transformada em outra palavra.
- Compreender que a ordem em que fonemas são pronunciados, corresponde à ordem em que as letras são registradas no papel, obedecendo geralmente ao sentido esquerdo, direito.
- Comprar palavras, identificando semelhanças e diferenças entre elas.
- Conhecer as letras do alfabeto e seus nomes.
	 JOGO
	DESCRIÇÃO
-Faixa etária a que se destina
 -Material necessário
 -Regras do jogo
 -Formas de participação
	DESENVOLVIMENTO COGNITIVO-SOCIAL-MOTOR
Contribuições para o âmbito educacional
	
5ºJogo:
 TRINCA MÁGICA
	
Faixa etária: 3° ano (8 anos).
Composição: 24 cartas com figuras, 8 trincas de cartas, contendo figuras de palavras que rimam.
Regras: Cada jogador recebe 3 cartas e o restante delas fica num monte, no centro da mesa com a face voltada para baixo.
- Decidem-se quem irá começar a partida, por meio de lançamento do dado.
- O primeiro jogador inicia pegando uma carta descartando a outra.
- O jogador seguinte decide se pega a carta do monte ou a carta deixada pelo jogador anterior.
- No caso de fazer essa ultima opção, só poderá retirar a ultima carta jogada no monte, e não as que estiverem abaixo dela no monte.
- O jogo prossegue até um dos jogadores, faça um trinca com três cartas cujos nomes rimam.
	
- Compreender que as palavras são compostas por unidade sonoras.
- Perceberque as palavras diferentes podem possuir partes sonoras iguais no final.
- Desenvolver a consciência fonológica por meio da exploração por rimas.
- comparar palavras quanto às semelhanças sonoras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que a aprendizagem ocorra de maneira prazerosa e satisfatória para o educando, é necessário criar vínculos, entre aluno-professor, aluno-aluno e aluno-conteúdo, associando sempre os conhecimentos anteriores aos novos.
Portanto, o aluno precisa ter disposição para aprender o conteúdo escolar, que deverá ser altamente significativo, com o professor assumindo papel de mediador e não apenas de transmissor dos seus conhecimentos.
“Você não pode ensinar nada a um homem, você pode apenas ajudá-lo encontrar a resposta dentro dele mesmo.” (Galileu Galilei)
“A profissão “educador” é, antes de tudo, uma missão, uma doação... Precisamos praticar o olhar e o escutar... A reconhecer no outro o ser pensante que é. A dar atenção ao outro, afinal atenção vem do verbo atender que significa cuidar.” (BELLI, 2008, p.49)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARBOSA, Laura. A Psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba: Editora Expoente, 2001. 
BERNSTEIN, J. Teste de la Pareja. Técnicas Projetivas. Bell: Paidós, 1964. 
DIAS, Alessandra P.; COSTA, Andréa A. A perspectiva do jogo em sala de aula: uma análise psicopedagógica. Disponível em: em:<http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1139>. Acesso em: 30 mai.2014.
<http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/jogos-brincadeiras.shtml> Acesso em: 28 mai.2014.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1978.
Pensamento e Linguagem Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) Edição Ridendo Castigat Mores Versão para e-book eBooksBrasil.org. Fonte Digital Disponível em: <http//www.ebooksbrasil.org/eLibris/vigo.> Acesso em:29 mai.2014. 
PILETTI, Nelson; ROSSATO, Solange M. Psicologia da aprendizagem: da teoria do condicionamento ao construtivismo. 1ª ed. São Paulo: Contexto, 2011. 
Significado e sentido na aprendizagem escolar: reflexões em torno do conceito de aprendizagem significativa. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B_iQRJW-KpWlZDI0OTFkZWEtMzM5MS00YTljLTkwNzctOWE0NTdjNzQ5YTI1&hl=pt_BR>. Acesso em: 25 mai. 2014.

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