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Resumo História da Psicologia revisado

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História da Psicologia
História da Psicologia
Apresentação da disciplina (Módulo 0)
 
 
Organização do material:
 
Nesta disciplina, você terá oportunidade de estudar as condições históricas, sociais, políticas e culturais que permitiram a construção da subjetividade ao longo da Modernidade. Estudará também o estabelecimento da Psicologia como ciência independente, ao final do século XIX, na Europa e sua institucionalização no Brasil.
 
O material poderá ser utilizado como orientação para seu estudo e como complemento das atividades realizadas nas aulas presenciais.
 
O programa da disciplina está distribuído em 6 módulos, que devem ser estudados ao longo do semestre letivo.
Sugerimos que você siga a ordem abaixo apresentada, ao planejar seu estudo, uma vez que os temas mantém entre si uma relação lógica.
 
Módulo 1:  Ciência Psicológica: uma construção histórica de Sócrates ao Humanismo Moderno.
 
Módulo 2: - O Humanismo Moderno: Renascimento.
1. O teocentrismo na Idade Média e o nascimento da experiência subjetiva privatizada e individualizada no Renascimento.
 2. A subjetividade no Renascimento: antropocentrismo e diversidade cultural.
 3. Procedimentos de contenção do eu.
4. A crítica à aparência.  
Módulos 3 e 4: A Subjetividade Moderna.
1. A afirmação do sujeito através da razão
2. O Iluminismo: delimitação do público e do privado.
3. O Romantismo: característica da subjetividade romântica.
4. Iluminismo, Romantismo, Liberalismo e Regime Disciplinar: os diversos caminhos para a Psicologia. 
 
Módulo 5: A institucionalização da Psicologia com Wilhelm Wundt.
1. O projeto de Wundt: a psicologia experimental e a psicologia cultural.
2. O objeto: a consciência imediata.
3. O método: a introspecção.
4. Titchener e o Estruturalismo.
 
Módulo 6: Funcionalismo: As Influências Anteriores.
1. A Revolução da Teoria da Evolução de Charles Darwin.
2. Diferenças Individuais: Francis Galton.
 
Módulos 7 e 8: Funcionalismo: Fundação e Evolução.
1. A Evolução chega aos Estados Unidos: Herbert Spencer.
2. O Precursor: William James e o pragmatismo.
3. As Escolas de Chicago e Columbia:
- John Dewey; James R. Angell; Harvey A. Carr
- Robert Sessions Woodworth; Edward Lee Thorndike 
4. A Psicometria: medir, classificar, diferenciar.
- James Mckeen Cattell: testes mentais.
- O movimento dos Testes Psicológicos.
Em cada um dos módulos, haverá uma breve apresentação do assunto, indicação de material para leitura, atividades de estudo e exercícios de verificação da aprendizagem. Lembre-se que a mera realização dos exercícios não permitirá a aprendizagem dos temas. É imprescindível que você realize todas as atividades descritas em cada módulo.
O presente conteúdo, por se tratar da apresentação do curso, não inclui exercícios. 
 
Bibliografia:
 
A Bibliografia apresentada a seguir relaciona as obras consideradas importantes para o estudo dos temas. Em cada módulo, serão indicados os trechos específicos que devem ser lidos.
 
Bibliografia Básica:
 
MASSIMI, M. História dos Saberes Psicológicos. São Paulo: Paulus, 2016.
SANTI, P. L. R. A Construção do Eu na Modernidade. 6ª ed. Ribeirão Preto/SP: Holos, 2009.
SCHULTZ, D. P. & SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 9ª ed. São Paulo: Thomson Learning, 2011.
 
Bibliografia Complementar:
FIGUEIREDO, L. C. A invenção do psicológico: quatro séculos de subjetivação, 1500-1900. 7ª ed. São Paulo: Escuta/Educ, 2007.
FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
GOODWIN, C. J. História da Psicologia Moderna. 4ª ed. São Paulo: Cultrix, 2010.
JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (Orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013.
PENNA, A. G. Introdução à Psicologia do século XX. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2004.
TEXTOS DISPONÍVEIS ONLINE:
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A Psicologia no Brasil: um ensaio sobre suas contradições. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 32, n. spe, p. 44-65, 2012 .
ARAUJO, S. F. Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt. Scientiæ Zudia, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 209-20, 2009.
Linha do Tempo da Psicologia no Brasil. CFP.
Além destas referências, é desejável que você recorra a outras fontes, caso queira se aprofundar em algum tópico específico do programa. É importante que, em sua pesquisa, você recorra a fontes confiáveis. Indicamos a seguir alguns endereços eletrônicos cuja consulta é recomendada:
https://bvsalud.org/           
https://www.scielo.org/php/index.php     
https://site.cfp.org.br/                    
https://www.crpsp.org/site/          
 https://www.abp.org.br/    
 www.redepsi.com.br    
www.bvs-psi.org.br         
http://www.historianet.com.br/home/
 
	Figura
	Movimento Cultural
	Características, Principais Ideias, Influências na História da Humanidade e proposta filosófica
	Wilhelm Wundt
	Psicologia Moderna
A Psicologia Experimental 
Psicologia Cultural
	 Wundt é frequentemente considerado o "Pai da Nova Psicologia" devido ao seu papel pioneiro no estabelecimento da psicologia como uma disciplina científica.
O objeto de estudo da psicologia de Wundt era a consciência, embora, no início de sua carreira, ele também se preocupasse com a noção de inconsciente.
Ele foi um estudioso da mente e da consciência, enfatizando o estudo dos processos mentais e a experiência consciente, buscando entender como a mente opera, processa informações, toma decisões e responde ao ambiente.
Wundt utilizou a introspecçãocomo método de pesquisa, examinando sensações, percepções, atenção, sentimentos, reações e associações mentais. Ele buscava objetividade pelo treinamentorigoroso dos sujeitos participantes de pesquisa.
Para Wundt, as críticas ao método introspectivo seriam superadas à medida que a Psicologia se desenvolvesse como Ciência.
Organização da mente segundo Wundt:
Para ele, a mente tem o poder de sintetizar espontaneamente elementos, uma posição que contrariava a noção mecânica e passiva da associação favorecida pela maioria dos empiristas e associacionistas britânicos.	
Colocando-se com membro de um experimento, concluiu que era impossível perceber duas coisas ao mesmo tempo. Ele conseguia prestar atenção ao som do sino ou ao movimento do pêndulo passando por um ponto específico, mas não conseguia prestar atenção nos dois ao mesmo tempo. Tal descoberta teve uma aplicação contemporânea impactante.
Reconhecia elementos ou conteúdo da consciência, mas a sua atenção se concentrava primordialmente na organização ou síntese desses elementos em processos cognitivos de nível superior mediante o princípio da apercepçãoque é a capacidade da mente de organizar esintetizar espontaneamente as experiências na consciência de forma ativa, o que contrariava a noção mecânica e passiva da associação favorecida pela maioria dos empiristas e associacionistas britânicos.
Devido ao destaque dado à capacidade auto-organizadora da mente ou consciência, Wundt denominava seu sistema voluntarismo, que deriva da palavra volição, definida como o ato ou capacidade de desejar. 
Fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental na Universidade de Leipzig, na Alemanha, em 1879
Experiência consciente dividida em: Experiência Mediata (como adquiri conhecimento do mundo ou informação sobre qualquer coisa) ou Imediata (quando algo não está propriamente nos meus olhos, mas na minha percepção tem uma interpretação - análise elaborada, interpretação da experiência). 
WUNDT SE CONCENTRA NO ESTUDO DA IMEDIATA
Outra área em que Wundt concentrou seu talento foi no livro: a criação da psicologia social. 
O livro “a criação da psicologia social” foi um marco importante no desenvolvimento da psicologia social, que passou a ser vista como disciplina autônoma. como uma área de estudo legítima e importante dentro da psicologia.
Ele produziu um trabalho em dez volumes, intitulado Psicologia cultural, que publicou entre 1900 e 1920 e que tratou de várias etapas do desenvolvimento mental humano manifestado em linguagem, artes, mitos, costumes sociais, lei emoral. O impacto dessa publicação na psicologia foi mais significativo que o conteúdo em si, já que serviu para dividir a nova ciência em duas partes principais: a experimental e a social
Psicologia Experimental = Estudo em laboratório da sensação e percepção;
Psicologia Cultural = Processos mentais superiores (aprendizagem e memória) são condicionados pela língua e outros processos culturais, portanto, devem ser estudados por outros meios, como a Psicologia Social.separa e é uma das primeiras pessoas a falar sobre as partes culturais na consciência - Linguagem, cultura, leis auxiliam na nossa composição de consciência;
Wundt estabeleceu o método da introspecção, que envolvia o exame e análise do estado mental com regras específicas para observação e qualificação dos elementos da consciência:
Quem estiver fazendo a observação dos testes, não pode ter uma interpretação simples, tem que qualificar bem a observação. Julgamento do tamanho (tempo que aconteceu a reação, intensidade forte ou fraca, duração como que aconteceu
Qual sentido que foi envolvido? Qual foi a intensidade? Qual foi a duração? (Classifica os elementos conscientes nessas sensações que ativa o córtex) (isso que diferencia de Titchener)
Wundt se preocupa em qualificar os elementos da consciência, observando como elas reagem aos objetos. A sensação e o sentimento são aspectos simultâneos da experiência imediata:
Sensações. surge sempre que um órgão do sentido é estimulado e os impulsos resultantes atingem o cérebro. Pode ser classificada por sua intensidade, duração e modalidade sensorial. 
Sentimentos:são aspectos subjetivos da experiência, não se originam diretamente dos órgãos dos sentidos. Nósatribuímos valor aos sentimentos, a partir das nossas experiências/história de vida. Essas sensações são uma forma elementar da experiência do conscienteporque são passíveis da nossa interpretação.
Somente depois do desenvolvimento do método científico de WUNDT, que houvecondições para o surgimento da Psicologia e o estudo do psiquismo humano.
	Organização da mente segundo Wundt
	psicologia experimental e 
psicologia cultural
	Wundt, estava interessado no todo da experiência, por meio do conceito de apercepção, que consistia justamente no processo de organização dos elementos mentais.
Na psicologia experimental, Wundt estudava processos mentais como percepção, atenção, sensação e emoção, utilizando técnicas como introspecção controlada, medição de tempo de reação e experimentos de estímulo-resposta.
Ao contrário dos empiristas e associacionistas britânicos (e, mais tarde, de Titchener), Wundt não enfatizava os elementos em si, mas o processo de organizar ativamente, ou sintetizar, esses elementos.
Na afirmação mencionada, "os elementos em si" se refere aos componentes básicos da experiência mental, como sensações, percepções e sentimentos isolados. Esses elementos foram o foco central dos empiristas e associacionistas britânicos, como John Locke, David Hume e John Stuart Mill, assim como Edward Titchener mais tarde.
Wilhelm Wundt é considerado o fundador da psicologia experimental. Seu projeto incluía duas áreas principais: psicologia experimental e psicologia cultural.
acreditava na capacidade própria de organização da mente, cabendo à consciência o papel de organizar o próprio conteúdo. O nome dado a esse processo foi “experiência imediata da mente”, pelo fato de haver um processo subjetivo de mediação das experiências
acreditava no processo ativo de organização da mente e na capacidade de síntese dos elementos das experiências objetivas. O nome dado a esse processo pelo autor foi “voluntarismo”. que deriva da palavra volição, definida como o ato ou capacidade de desejar. Voluntarismo é um termo que se refere ao poder que a vontade tem de organizar os conteúdos da mente em processos de pensamento de nível superior.
Wundt propunha a utilização dos métodos advindos da Antropologia e da Filologia como forma de acesso aos processos mentais superiores que produzem a cultura e a linguagem.
	Observação Introspectiva
Observação Introspectiva
	Autobiografia como método para o conhecimento de si mesmo
Esse "saber experiencial " que cada um de nós tem acerca de si mesmo pode ser articulado numa narrativa: nasce assim o gênero autobiográfico, cujo método é baseado na observação interior (introspecção) e no registro da memória (recordação). Agostinho inaugura, nas Confissões (397-398), esse método peculiar para o conhecimento de si mesmo, analisando em por menores a estrutura interna do ato cognitivo que possibilita ao homem a autorreflexão (Biolo, 2000) e relatando os resultados obtidos numa narrativa elaborada em primeira pessoa.
Apesar da condenação à morte, o legado socrático de ouvir a voz interior se transmitiu e perpetuou à cultura ocidental, ao longo dos séculos, e inspirou a busca dos filósofos: no que consistiria essa voz interior? Em que sentido ela caracteriza o modo próprio de ser do homem e de cada pessoa? A importância dessas questões para a história dos saberes psicológicos está no fato de que elas levarão a um método próprio de estudo da pessoa, chamado de introspecção
	Charles Darwin
	Funcionalismo
Evolucionismo
Teoria da Evolução
	O evolucionismo de Charles Darwin influenciou as ideias de Francis Galton, autor da teoria da eugenia, e de Herbert Spencer, autor da teoria do darwinismo social.
Teoria da Evolução das espécies - enfatizando a semelhança entre os processos mentais humanos e animais - a partir da sua teoria começaram as pesquisas em laboratórios investigando o funcionamento da mente animal 
Darwin (1872-1965) via as emoções como algo geneticamente programado nos animais para fins de sobrevivência. Considerando os seres humanos: 
Os bebês buscam e utilizam informações emocionais de pessoas que lhe são significativas para compreender novas experiências. 
As emoções preparam o sujeito para lidar com emergências, preparando-o para a fuga ou a defesa.
Ele alegava que as expressões faciais e a chamada linguagem corporal eram “manifestações inatas e incontroláveis” dos estados emocionais internos. Por exemplo, a dor era acompanhada de uma careta e o prazer, de um sorriso. Darwin afirmava que esses tipos de expressões humanas e de outras espécies animais surgiam por meio da evolução. Seu biógrafo relatou: “As expressões que surgem nos rostos humanos eram, para ele, uma prova viva e diária da ancestralidade animal” (Browne, 2002, p. 369)
A teoria da evolução provocou também uma mudança no objeto de estudo e na meta da psicologia. O enfoque da escola de pensamento estruturalista era a análise do conteúdo da consciência. O trabalho de Darwin inspirou alguns psicólogos que trabalhavam nos Estados Unidos a analisar as funções da consciência.
	Edward Titchener
	Estruturalismo
Funcionalismo
Disciplinas
	Proposta de Titchener para a Psicologia
As finalidades da psicologia para Titchener:
Reduzir os processos conscientes aos seus componentes mais simples/básicos;
Determinar as leis mediante as quais esses elementos se associam;
Relacionar os elementos da consciência às suas condições fisiológicas.
Dentro do estruturalismo, visava desvendar os elementos básicos da experiência consciente por meio da introspecção sistemática. 
Para Titchener, a introspecção era a principal ferramenta para investigar a mente humana. Ele acreditava que os indivíduos podiam relatar suas experiências internas com precisão e que esses relatos poderiam ser utilizados para construir uma compreensão científica da mente.
Além disso, Titchener propôs um método sistemático para conduzir a introspecção, com o propósito de garantir a objetividade e a replicabilidade dos resultados. Ele enfatizou a importância de padronizar os procedimentos de introspecção para garantir que diferentes observadores chegassem a conclusões semelhantes.
Titchener se concentrava nos elementos ou conteúdos mentais, e em sua conexão mecânica a partir do processo de associação. Seu enfoque estava nos elementos desses conteúdos, propriamente ditos.
Titchener considerava que a tarefa da psicologiaera justamente a descoberta da natureza das experiências conscientes elementares, ou a determinação da estrutura da consciência mediante análise de suas partes componentes.
Segundo Schultz, o estudo de Titchener identificou três tipos de processos mentais elementares: as sensações, as imagens e os afetos. 
1) Sensações - a parte das experiências dos sentidos e fisiológicas - visão, cheiro, som; (são atributos de qualidade; o que distingue uma sensação da outra), 
2) Imagens - são experiências, o que evoca, o que representa - pode ser tanto o presente, como o passado - LEMBRANÇAS;
3) Afetos / Estados afetivos - sentimentos e emoções, que tem na experiência: tristeza, alegria (o que gera na experiência para a pessoa, como chegou a isso? Os afetos possuem os atributos de qualidade, intensidade e duração, mas não de clareza. Por outro lado, os afetos podiam ser agradáveis ou desagradáveis, atributos que não poderiam se resumir à mera sensação.
Discípulo de Wundt, não rompe com as ideias do professor, mas acrescenta uma questão sobre a observação dos atos mentais.Isso incluiu a ênfase na introspecção como método para estudar os processos mentais e a abordagem de decompor a experiência consciente em seus elementos mais básicos.
Fundou o movimento estruturalista nos Estados Unidos e enfatizou a importância da introspecção sistemática como método de investigação;
a introspecção sistemática era o principal método de investigação utilizado pelos psicólogos para analisar a experiência consciente. A introspecção envolvia os participantes relatarem suas próprias experiências mentais em resposta a estímulos específicos, como uma imagem, um som ou uma sensação tátil.
	David Hume
	Empirismo
Ceticismo
	Filósofo empirista
ceticista, 
Fundador do empirismo moderno (com Locke e Berkeley)
Teve profunda influência sobre Kant, sobre a filosofia analítica do início do século XX e sobre a fenomenologia.
Criticou a noção de causalidade e desenvolveu o ceticismo em relação ao conhecimento metafísico. Influenciou o empirismo e o positivismo.
Para Hume, todo o conhecimento se origina da experiência sensorial e da observação direta do mundo.
Hume opôs-se particularmente a Descartes e às filosofias que consideravam o espírito humano desde um ponto de vista teológico - metafísico. Assim Hume abriu caminho à aplicação do método experimental aos fenômenos mentais. Sua importância no desenvolvimento do pensamento contemporâneo é considerável.
	Edward L. Thorndike
	Behaviorismo
Lei do Efeito
Lei da Prontidão
Lei do Exercício
	Thorndike é considerado um dos fundadores da psicologia educacional, e seu trabalho teve uma profunda influência sobre como os processos de ensino e aprendizagem são compreendidos. 
Ele foi um dos primeiros a aplicar métodos científicos para investigar como as pessoas (e animais) aprendem, e suas ideias sobre reforço, prática e feedback ainda são aplicadas na educação e treinamento.
Thorndike desenvolveu a Lei do Efeito, que afirma que as respostas a uma situação que são seguidas por uma recompensa satisfatória se tornam mais fortes e mais propensas a serem repetidas na presença da mesma situação. 
Thorndike propôs várias outras leis da aprendizagem, como a Lei da Prontidão (a ideia de que aprender ocorre quando um indivíduo está "pronto" para aprender, ou seja, motivado e preparado para agir) e a Lei do Exercício (que sugere que a prática reforça a aprendizagem).
	Erasmo de Rotterdam
	
	Preocupação com a ética e a moralidade, promovendo o pensamento crítico e a busca pela verdade.
Com muito humor, vai implacavelmente destruindo todo um sistema de valores tomados como óbvios. Seus textos também arrasam qualquer idealismo sobre bondade humana, amor pelos demais, casamento etc. Ele também produz um manual de boas maneiras, aconselhando sobre formas de lidar com a gulodice, com a necessidade de arrotar, soltar gazes etc
Erasmo criticou a Igreja Católica e defendeu a reforma dos costumes religiosos. Ele também valorizava a educação humanista e acreditava na importância da educação para o desenvolvimento moral e intelectual dos indivíduos. Erasmo, assim como Montaigne, defendia a liberdade de pensamento e a tolerância, mas também recomendava regras de civilidade para interações sociais. Seu humor implacável desconstruía valores sociais considerados naturais, enquanto suas obras sobre boas maneiras mostravam como o corpo era alvo de autocontrole na sociedade da época. Erasmo desafiou os limites entre lucidez e loucura em suas obras e destacou a importância da etiqueta civil na vida cotidiana, mesmo em questões consideradas triviais, como lidar com funções corporais.
Contribuiu para a Reforma Protestante com seu pensamento crítico e humanista. Defendeu a tolerância religiosa e criticou a corrupção da Igreja Católica.
	Francis Galton
	Eugenia
Funcionalismo
	Suas contribuições abrangeram várias áreas, incluindo estatística, eugenia, psicologia diferencial e psicometria.
Galton era a favor da Eugenia, movimento que defendia a melhoria da raça humana por meio de intervenções seletivas e políticas de reprodução capazes de aprimorar as qualidades hereditárias da raça humana, promovendo a ideia de que características humanas podem ser melhoradas por meio da seleção genética.
Psicometria: Galton foi um dos pioneiros na aplicação de métodos estatísticos à psicologia. 
O seu objetivo era o de testar a inteligência para selecionar homens e mulheres brilhantes com o propósito de incentivar o nascimento de indivíduos mais notáveis e desencorajar o nascimento dos inaptos. 
Ele realizou extensas pesquisas sobre habilidades cognitivas, características psicológicas e hereditariedade, contribuindo para o desenvolvimento da psicologia diferencial, que estuda como as pessoas diferem umas das outras em termos de traços, habilidades e características psicológicas.
Acreditava na herança mental. Para ele, filhos de uma pessoa famosa herdariam não apenas a sua genialidade, mas também sua forma específica, por exemplo: um cientista nasceria em uma família que já houvesse se destacado pela ciência.
Seus testes mentais são justificativas para afirmar que existe maior inteligência em alguns povos do que em outros;
estava interessado na hereditariedade e nas diferenças individuais, suas contribuições não se concentravam especificamente na sociedade. Ele estava mais preocupado com a aplicação da genética e da estatística para entender a natureza humana. 
Galton era como um detetive curioso, ele estava atrás de descobrir como as características das pessoas são transmitidas de uma geração para outra. 
	Herbert Spencer
	Evolucionismo Social
darwinismo social
Ênfase nas ciências sociais:
	Spencer é o formulador do 'darwinismo social', teoria que propunha que as sociedades seriam selecionadas por um processo de seleção do mais apto, tal como ocorria na evolução biológica. 
Ele aplicou os princípios da seleção natural de Charles Darwin à sociedade humana, argumentando que as sociedades evoluem de maneira semelhante aos organismos biológicos, passando por estágios de desenvolvimento.
Afirmava que o caráter humano e as instituições sociais se desenvolviam conforme o princípio da sobrevivência do mais apto.
Contrapunha-se à interferência do Estado na economia e no bem estar da população, defendendo o individualismo e o sistema econômico laissez-faire.
Opunha-se a toda tentativa governamental de regulamentar a vida dos cidadãos, condenando até subsídios à educação e à habitação.
Defende o Liberalismo (uma forma de governo liberal, em que a organização da vida social se daria sem o constrangimento das instituições, de forma que cada indivíduo pudesse agir livremente em função de seus interesses).
Ao propor a lei da seleção natural, Darwin enfatizava o valor de sobrevivência das comunidades e não de indivíduos. Spencer desloca o foco para indivíduos - sobrevivem os indivíduos mais aptos, em resultado de uma lei 'natural'. Enquanto Galton desloca seu foco para a hereditariedade e a influência genética.
	Immanuel Kant
	Criticismo
Idealismo TranscendentalFilósofo alemão, desenvolveu a teoria do conhecimento crítico, enfatizando os limites e estrutura da razão humana. Sua obra influenciou a filosofia moderna e a ética.
No tempo de Kant, as discussões sobre conhecimento eram entre racionalistas e empiristas. Enquanto os racionalistas privilegiam a razão no processo de conhecimento e os empiristas, a experiência sensível, Kant realiza uma espécie de síntese entre as duas concepções, em sua sua obra “Crítica da Razão Pura”
Ele concluiu que não são os sujeitos que se adaptam aos objetos, mas sim o contrário: os objetos se adaptam às faculdades do sujeito. Para Kant, o conhecimento é formado por forma e matéria.
Kant argumentou que nossa experiência perceptual é influenciada por estruturas mentais inatas, chamadas de a priori. Isso significa que já possuímos certas ideias antes mesmo de qualquer experiência. Essas estruturas incluem categorias do entendimento (como tempo, espaço, causalidade) e princípios sintéticos a priori que guiam nosso pensamento.
Para Kant, o conhecimento é uma combinação do que recebemos do mundo exterior (a posteriori), ou seja, da experiência, e do que já está presente em nossa mente (a priori), antes de qualquer experiência. Ele usou isso para reconciliar as visões opostas dos racionalistas e empiristas.
Quando percebemos o mundo ao nosso redor, não estamos simplesmente captando uma realidade objetiva, mas estamos interpretando e organizando essas percepções de acordo com as estruturas mentais que possuímos.
Kant também introduziu a noção de subjetividade criativa, destacando que a mente não é passiva na recepção de impressões sensoriais, mas ativamente estrutura e organiza essas impressões de acordo com suas próprias formas conceituais.
Kant desnaturalizou o objeto de estudo da psicologia ao rejeitar a ideia de uma alma substancial e ao enfatizar que a mente humana é limitada pelos seus próprios mecanismos cognitivos.
Kant, que embora fosse um Iluminista, retira da razão a onipotência que até então a caracterizava.
Sua filosofia é chamada de criticismo porque, diante da pergunta “Qual é o valor e natureza do conhecimento?”, Kant coloca a razão em um tribunal para julgar o que pode ser realmente conhecido e que tipo de conhecimento não tem fundamento.
	James Cattell
	Funcionalismo
Psicometria
Escola funcionalista de Colúmbia
	Psicólogo americano, pioneiro da psicometria e da psicologia experimental, desenvolveu testes mentais e métodos estatísticos. Contribuiu para a aplicação de métodos científicos na psicologia, promovendo a objetividade e a mensuração dos processos mentais.
liderou o movimento para a aceitação das mulheres na psicologia, lembrando aos colegas que eles não deveriam “traçar uma fronteira do sexo” (carta não publicada apud Sokal, 1992, p. 115). Principalmente por causa de seus esforços, a APA foi a primeira sociedade científica a admitir mulheres.
	John Dewey
	Pragmatismo
Educação
Funcionalismo
	Filósofo e educador americano, um dos principais representantes do pragmatismo, enfatizou a importância da experiência na aprendizagem e na educação.
O artigo de Dewey “O conceito do arco reflexo na psicologia” foi o ponto de partida da psicologia funcional. 
Dewey criticava o aspecto molecular, elementar e reducionista psicológico do arco reflexo, dada a sua distinção entre o estímulo e a resposta. Por meio dessa crítica, Dewey alegava não ser possível reduzir o comportamento ou a experiência consciente a seus elementos componentes, como afirmavam Wundt e Titchener, atacando, assim, o ponto principal de suas abordagens da psicologia. (SCHULTZ, pg. 161)
Para ele, a percepção e o movimento (o estímulo e a resposta) devem ser vistos como uma unidade e não como uma composição de sensações e respostas individuais. Desse modo, Dewey argumentava não ser possível a redução do comportamento envolvido na resposta reflexiva a elementos sensório-motores básicos, assim como era impossível analisar de forma adequada a consciência, dividindo-a em partes componentes elementares. 
Dewey observou que o comportamento não deve ser tratado como um constructo científico artificial, mas em termos do seu significado para o organismo, na adaptação ao ambiente. Ele concluiu que o objeto de estudo mais adequado para a psicologia seria a análise do organismo inteiro e o seu funcionamento no ambiente.
Dewey fez críticas ao estruturalismo de Titchener, ressaltando que o objeto de estudo da psicologia deveria ser a aprendizagem e a democracia, aproximando-se da área da Educação.
	Michel de Montaigne
	Humanismo
Ceticismo Renascimento
	Diante da instabilidade e insegurança de tudo, acaba por fazer renascer um dos movimentos do pensamento grego: o ceticismo. 
Sua famosa obra,“Ensaios”. Não trata apenas de um livro, mas da própria formação do sujeito Montaigne. Ele descreve a si e às suas experiências, cópia e cita textos de seus autores favoritos e afirma que escreveu o livro apenas para si e para os amigos. A escrita será um momento de interiorização, de digestão de experiências.
O eu não é para ele uma referência a priori, como o será para Descartes
O eu não é uma entidade estável e definida de forma definitiva, mas sim um processo em constante evolução e reflexão. Ele via o eu como algo que se forma e se transforma ao longo do tempo, influenciado por uma variedade de fatores, incluindo experiências, circunstâncias e reflexões pessoais.
	Nicolau Maquiavel
	Política Realista
Realismo Político
	Influenciou a psicologia política ao examinar as motivações por trás do comportamento político e do poder
Conhecido principalmente por sua obra "O Príncipe", na qual ele examina a política e a governança. Ele explorou questões relacionadas ao poder, à moralidade política e à natureza humana - Os fins justificam os meios
Em sua opinião o governante não tem outra opção além de se afirmar à força, criar alianças inspiradas mais pelo temor do que pelo amor. Seu principal valor deverá ser o da obtenção e manutenção do poder. Para tanto, o governante não deve envergonhar-se de nenhum de seus atos, mesmo que isso inclua matar quem represente uma ameaça ao seu poder
	René Descartes
	Racionalismo
	Descartes é conhecido por sua famosa frase "Penso, logo existo", que expressa a certeza do próprio pensamento como ponto de partida irrefutável para a busca do conhecimento. 
Se o Renascimento colocara o homem como centro do mundo, fonte e fundamento de todas as certezas, a obra de Descartes “O Discurso do Método “ localiza este centro em uma das capacidades humanas - a razão, a autoconsciência. A partir de então, para saber-se a verdade das coisas, seria necessário saber, antes, a verdade sobre o ser pensante.
Afirmava que, por natureza, o homem tinha como atividade o pensar e, para tal, não dependia de nada que fosse material, apenas de sua alma, que era distinta do corpo.
Ele defendia um dualismo entre mente (alma) e corpo (matéria), afirmando que o homem possui uma substância material e uma substância pensante, e que o corpo, desprovido do espírito, é apenas uma máquina. Esse dualismo mente-corpo torna possível o estudo do corpo humano morto. 
Ele argumentou que, mesmo que duvidemos de tudo, inclusive da existência do mundo material e da própria natureza da realidade, não podemos duvidar do fato de que estamos pensando. O ato de pensar, segundo Descartes, é indubitável e é uma experiência direta da consciência.
Descartes afirmava que a fonte da verdade é interna e não externa ao homem. Acreditava que, por ser o homem imperfeito, deveria ser originário de um ser perfeito e superior, Deus.
Ele via Deus como a fonte de todas as coisas e como um ser supremo, perfeito e infinito.
Reforçou o antropocentrismo estabelecido durante o Renascimento, ao indicar que além de ser o centro, o próprio homem possuía um centro, constituído pela razão.
Proposta filosófica de Descartes
No século XVII, O EUchega a seu ponto de máxima afirmativa, em parte como uma busca de ordem no mundo. A razão buscará encontrar uma ordem para as coisas para dominá-las e, sobretudo, dominar a si mesma.O livro O Discurso do Método, de René Descartes, 1637, é, a obra mais representativa desse período, escrita em francês e não em latim, provavelmente com o intuito de tornar populares as noções propostas pelo autor. 
Sobre essa obra de Descartes, afirma-se que: 
· Descartes opera um deslocamento ao referir-se à verdade enquanto tal e aponta o uso correto das leis matemáticas e geométricas como caminho para ela. 
· Em Descartes o eu sobrevive soberano, subjaz a todas as coisas, diferentemente do que propõe Montaigne, por exemplo. 
Descartes marca a modernidade e influencia decisivamente a construção da ciência, rompendo com o conhecimento escolástico. 
em Descartes vemos surgir o projeto da busca do dado indubitável, cuja verdade absoluta seria o fundamento para todo conhecimento válido.
Sobre os projetos de constituição da subjetividade humana característicos do século XVI: 
o procedimento de dúvida metódica utilizado por Descartes consiste no exame das opiniões das pessoas leigas e especializadas, das leis e regras morais, dos próprios órgãos dos sentidos e dos seus sentimentos.
Algumas das manifestações artísticas do século XVII estão em conformidade com a proposta filosófica de Descartes. Entre os artistas citados por Santi (1998) estão Caravaggio, na pintura, e Bach, na música. Estas duas formas de arte, tomadas em conjunto, apresentam semelhanças com o pensamento de Descartes na medida em que: 
“como forma de representar a perda dos referenciais humanos, a pintura mostra o homem cada vez mais semelhante ao cenário, enquanto a música apresenta uma melodia disforme que jamais se repete”
apresentam harmonia na composição da figura humana e da melodia, que varia ao longo da música, mas mantêm um centro de referência na composição. 
a pintura apresenta um contraste entre figura e fundo, que traz o homem em primeiro plano como referência à racionalidade como a maior característica humana.
	Robert S. Woodworth
	Funcionalismo
Psicologia Experimental
Psicologia Dinâmica.
	Postulava que oestímulo não é a única causa de determinada resposta.
O estímulo externo e a resposta manifesta podem ser descobertos pela observação objetiva do comportamento, ao passo que o que ocorre no interior do organismo só pode ser conhecido mediante a introspecção. Assim, Woodworth aceitava a introspecção como um instrumento útil à psicologia, ao lado dos métodos observacional e experimental
Woodworth introduziu no funcionalismo uma psicologia dinâmica que parecia uma extensão ou elaboração dos ensinamentos de Dewey e James. Uma psicologia dinâmica está voltada para a mudança e para a interpretação dos fatores causais da mudança. Como tal, ela se traduz como interesse pela motivação
Embora haja semelhanças entre a posição de Woodworth e a dos funcionalistas de Chicago, ele deu uma ênfase muito maior aos eventos fisiológicos que estão na base do comportamento. Sua psicologia dinâmica, ou motivologia, dedica-se aos relacionamentos causa-e-efeito. 
Ele acreditava que o alvo da psicologia deveria ser determinar por que as pessoas se comportam como o fazem, por que sentem e agem de certas maneiras. Logo, seu interesse primordial estava nas forças que impelem ou ativam o organismo humano.
Woodworth distinguia dois tipos de eventos: Mecanismos (Vincula-se de modo como uma tarefa é realizada) e Impulso (O porquê da tarefa realizada) 
Sua posição era essencialmente eclética. Ele não queria aderir a um único sistema nem queria desenvolver sua própria escola. Seu ponto de vista surgiu não do protesto, mas do desenvolvimento, da elaboração e da síntese, e ele procurava o que havia de melhor em cada sistema de pensamento.
	Voltaire
	Iluminismo
Racionalismo
	Racionalismo e crítica à autoridade religiosa e política, promovendo a liberdade e a justiça.
Filósofo iluminista francês, defendeu a liberdade de pensamento, a tolerância religiosa e a crítica à superstição e ao dogmatismo. Sua obra influenciou a Revolução Francesa e a secularização.
Contribuiu para a psicologia social ao examinar a influência do ambiente social nas crenças e comportamentos individuais.
	William James
	Funcionalismo
Pragmatismo
	Filósofo e psicólogo americano, desenvolveu a teoria do funcionalismo, destacando a importância da consciência e do comportamento na adaptação ao ambiente.
Buscava entender como a mente e o comportamento contribuem para a adaptação do organismo ao seu ambiente.
Reconhecimento da função adaptativa da consciência para a sobrevivência. Ele via a consciência como uma função essencial para a sobrevivência, capaz de guiar o organismo em direção às escolhas adaptativas.
Para William James, ameta da psicologia deve ser o estudo da adaptação dos seres humanos em seu ambiente. Assim, a consciência tem função de guiar para sobrevivência
O darwinismo desempenha um papel central na psicologia de Willian James. Para James, a função da consciência é garantir a sobrevivência do organismo e preservação da espécie.
James não se limitava à introspecção como método de estudo, aceitando também o pragmatismo e outras abordagens.
James enfatizava que a consciência está em constante fluxo e modificação, tornando impossível experimentar o mesmo pensamento ou sensação duas vezes.
Ênfase na interação entre o organismo físico e o intelecto/cérebro: James destacava a função biológica de ação do cérebro e sua influência sobre o comportamento e a cognição.
Precursor da Psicologia Funcional. 
James chegou a negar que fosse um psicólogo ou que houvesse uma nova psicologia. Além disso, James era visto por alguns psicólogos da sua época como uma força negativa no desenvolvimento de uma psicologia científica, devido ao seu conhecidíssimo interesse pela telepatia, pela clarividência, pelo espiritualismo, pela comunicação com os mortos em sessões espíritas e por outras experiências místicas.
Tema:
	constituição da subjetividade humana
	Desde o Renascimento foi sendo progressivamente afirmada a autopercepção de um “eu” individual e fechado, separado e em oposição a um “mundo externo”, aí compreendidos os objetos e as outras pessoas
No Renascimento surgiu a noção de subjetividade, a capacidade de sentir-se separado dos demais, de experienciar emoções e pensamentos pessoais, de se sentir um ser livre
Segundo a tese básica de Luís Cláudio M. Figueiredo, na modernidade duas condições tornaram a Psicologia uma ciência independente: A experiência da subjetividade privatizada e a crise dessa subjetividade
A crise da subjetividade é algo de ordem do mundo privado - A concepção de uma subjetividade privatizada entra em crise quando se descobre que a liberdade individual é concreta e deve ser exercida, ou seja, quando se descobre que o homem deve constituir-se como sujeito único e singular.
	Liberalismo, Romantismo e Disciplinas - Espaço Psicológico:
	No século XIX conviveram três polos de ideias e práticas de organização da vida em sociedade: o liberalismo e os romantismos em suas diversas versões e o regime disciplinar. este acompanhado progressivamente dos seus discursos legitimadores, muitos dos quais de extração romântica e outros de extração utilitária. Falar em convivência, no entanto, e mesmo de convivência complexa é ainda dizer pouco. Considerando-se as relações de complementaridade e conflito que unem e separam cada um destes polos dos outros dois, podemos conceber a formação de um novo território no qual as experiências individuais e coletivas se estabelecem, constroem e ganham sentido.
	Liberalismo
	as ideias que representam esse movimento:
Cada homem é capaz de se autoconter, autodominar e autoconhecer. Cada um possui uma identidade própria que é permanente e invariável ao longo do tempo.
O homem é dotado de direitos naturais, que devem ser defendidos e consagrados por um Estado nascido de um contrato livremente firmado entre indivíduos autônomos para garantir seus interesses
Ao liberalismo, pertencem os valores e práticas do individualismo ilustrado. Temos, então, como ideal, o reinado do ‘eu' soberano com identidades nitidamente delimitadas, autocontidas, autodominadase autoconhecidas, capazes de se contrastarem umas em relação às outras, capazes de permanência e invariância ao longo do tempo e das condições. 
Temos, ainda aqui, uma clara separação entre as esferas da privacidade e da publicidade: nesta dominam as leis, as convenções, o decoro e o princípio da racionalidade e da funcionalidade; à outra caberia o exercício da liberdade individual concebida corno Território livre da interferência alheia. 
	Romantismo
HOMEM BOM
	as ideias que representam esse movimento:
O homem é naturalmente bom, portanto, deve ser espontâneo, autêntico, restaurando contato com suas origens pré-civilizadas.
O Romantismo representa uma espécie de saudosismo de um estado natural perdido pelo homem que seria preciso reencontrar. A natureza a que ele se refere é altamente idealizada. 
O Romantismo realiza uma forte crítica à racionalidade e Kant, que embora fosse um Iluminista, retira da razão a onipotência que até então a caracterizava.
O Romantismo evidencia a potência dos impulsos e forças da natureza humana, em muito superior à da consciência, que é o atributo humano fundamental na visão Iluminista.
O Romantismo, em uma crítica ao iluminismo, afirma que as emoções e as paixões são a verdadeira natureza do homem, sendo a razão apenas uma pequena parte dessa natureza.
· Ou seja, para os movimentos românticos, a essência do homem, seus aspectos mais verdadeiramente humanos não estariam na sua capacidade racional, mas, pelo contrário na riqueza e no ímpeto de suas paixões
O movimento do Romantismo concebe a personalidade como capaz de se autopropulsionar, se autodesenvolver, criar e assim transcender-se e integrar-se às coletividades e tradições. 
Com o romantismo, passa-se de uma noção de liberdade negativa - a liberdade exercida no terreno da não-interferência - para uma versão moderna na liberdade positiva - como 'autonomia' e autoengendramento -, processos estes que implicam tanto a transfonarão dos sujeitos naquilo que eles de fato são (a constituição de uma personalidade singularizada), como na permanente perda de suas identidades convencionais: o 'tornar-se o que verdadeiramente se é' contrapondo-se ao 'conservar os papéis e as máscaras socialmente convencionadas'
O Romantismo foi essencial para o desenvolvimento do sentido de interioridade e profundidade da alma humana, constituindo-se uma das bases do chamado individualismo.
Tendo em vista sua segunda fase, ressaltava a natureza humana como natureza passional, o que pode ser exemplificado através da obra de Goethe, ‘O Sofrimento do Jovem Werther’.
	Disciplinas
CONTROLE, GOVERNO
	as ideias que representam esse movimento:
O homem é sensível às consequências dos seus atos, portanto passível de manipulação; entregues a si mesmos os homens não são capazes de acordar regras de ação e convivência que garantam a vigência de direitos iguais para todos; 
Foucault faz críticas a essa questão de controle 
É necessário garantir a vigência dos direitos da maioria, ainda que em prejuízo de alguns;
do ponto de vista das Disciplinas, a sociedade deve ser administrada; o poder do Estado deve avançar cada vez mais no terreno reservado à privacidade, determinando o que o indivíduo pode e deve ser.
a perspectiva disciplinar considera que o Estado e suas agências educacionais, corretivas, sanitárias (não é capaz de se proteger) e militares devem assumir as funções de controle das privações, das punições e das recompensas liberadas para os comportamentos individuais.
O Regime Disciplinar considera que o Estado deve ter suas funções ampliadas, promovendo a felicidade da sociedade, por meio do controle, das privações, das punições e das recompensas.
As novas tecnologias de poder referem-se aos métodos e estratégias utilizados para exercer controle e influência sobre os indivíduos e a sociedade como um todo.
	Iluminismo
LIBERDADE
	movimento intelectual que surgiu no século XVIII na Europa, especialmente na França, e que promoveu a razão, a ciência, a tolerância religiosa e política, e a liberdade individual como meios para aprimorar a sociedade e a vida humana. Este movimento teve impacto em vários aspectos da sociedade, incluindo política, filosofia, ciência, religião e artes.
Dos ideais iluministas surge a necessidade de separação de espaços público e privado e institui-se o estrito cultivo da etiqueta – um mundo de representação. 
· Isso significava que: 1º as esferas da vida pública, como a política e a administração governamental, deveriam ser distinguidas da esfera privada, que incluía questões familiares, religiosas e individuais; 2º A etiqueta passou a ser vista como uma forma de demonstrar educação, status social e civilidade.
Contribuiu para a formação da psicologia moderna, promovendo uma abordagem mais científica para o estudo da mente e do comportamento humano.
Sobre o homem epistêmico derivado do Iluminismo, é o sujeito do conhecimento: o cientista dessubjetivado, ou seja, capaz de despir-se de todos os seus desejos e particularidades, para ser objetivo em suas observações e experimentos com fenômenos naturais. (em outras palavras, é visto como o sujeito do conhecimento, ou seja, a pessoa que busca entender o mundo ao seu redor através da ciência e da razão.
Essa ideia de dessubjetivação é importante porque, ao se livrar de suas próprias opiniões e preferências, o cientista pode se concentrar apenas nos fatos e nas evidências objetivas. Isso ajuda a garantir que suas descobertas sejam confiáveis e possam ser aceitas pela comunidade científica.
Na produção de conhecimento fidedigno, cabe ao homem epistêmico expurgar de si, pelo uso do método, tudo o que tem de variável, idiossincrático e suspeito. 
Na produção do conhecimento, será necessário constituir um sujeito autônomo, autotransparente, reflexivo, uno.
tanto o romantismo como o iluminismo no século XVIII corresponderam a movimentos de exteriorização das experiências privatizadas
	Individualismo
	as ideias que representam esse movimento:
individualismo' nasceu na França como consequência de uma reação negativa do pensamento conservador romântico aos ideais e realizações da Revolução Francesa (Lukes, 1975) e com este sentido pejorativo o termo invadiu outros ares culturais.
Nesta medida, os românticos criaram eles também, uma noção de individualidade, melhor dizendo, de personalidade, não mais definido pelo isolamento e pela privacidade nem pela identidade social, mas pela capacidade de se autopropulsionar, autodesenvolver, de criar e, na própria criação, transcender-se e integrar-se às coletividades e tradições.
	Humanismo renascentista
	O Humanismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o Renascimento;
O humanismo renascentista constitui "a base de uma educação destinada a preparar o homem para o exercício da liberdade" - o mundo natural é o reino de homem - homem livre; valorização do homem. Mas isso significa também não ter respostas dadas, ou seja, vem a responsabilidade, a solidão, o ir buscar sua formação.
Se refere a diversos movimentos que valorizam o homem, afirmando que ele tem que buscar uma formação e que deve se constituir enquanto humano. A ideia central desse humanismo é a de que se o homem não nasce com o seu destino predestinado, ele deve se formar, educar-se
De certa forma, Deus se afasta, a fé nele não acaba, mas compreende-se que ele é um "criador que paira sobre sua obra" esta por sua vez tem vida própria
Todas as coisas existem para a contemplação do homem (o que está no mundo serve para nos servir) - o homem acima de tudo
Do Teocentrismo para Antropocentrismo
Caracteriza-se pela afirmação do eu. Nesse período o homem foi conquistando, gradativamente, o lugar central. 
O indivíduo foi emergindo como valor e medida de todas as coisas. Considerado como ser criado para reinar sobre todas as criaturas, o homem passou a conceber o mundo como seu reino, totalmente entregue ao seu arbítrio. Deus recolheu-se aos céus e aguarda o inevitável dia do juízo final.
	Estruturalismo
	O enfoque da escola de pensamento estruturalista era a análise do conteúdoda consciência.
Uma abordagem na psicologia que se concentra na análise dos elementos básicos da consciência e sua organização em estruturas mentais. Foi uma das primeiras escolas de pensamento na psicologia, com Wilhelm Wundt sendo um dos principais proponentes.
Orótuloestruturalismonão pode ser aplicado à psicologia de Wundt, mas sim à obra de Titchener.
	Funcionalismo
	Uma abordagem na psicologia que enfatiza a função adaptativa da consciência e do comportamento. Desenvolvido nos Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX, o funcionalismo foi uma reação ao estruturalismo e influenciou o desenvolvimento da psicologia aplicada.
Enfatizavam as funções mentais - seu foco era no estudo das consequências práticas do mundo (ampliar a Psicologia aos problemas cotidianos) - Como o ser humano se adapta aos processos de evolução
Uma das características que difere o funcionalismo do estruturalismo era seu foco no estudo das funções mentais e comportamentais em relação à adaptação ao ambiente.não está preocupado em classificar os processos da consciência;
Os objetos de estudo: memória, percepção, sentimento, imaginação, julgamento e vontade - refletem as áreas que os funcionalistas estavam interessados em investigar. Eles acreditavam que entender como esses processos mentais funcionavam e como estavam interrelacionados ajudaria a explicar como os organismos se adaptavam ao ambiente.
O Psicólogo americano, Harvey A. Carrcontribuiu para a psicologia comparada, estudando os princípios do comportamento animal e sua relação com o comportamento humano.
Carr foi um dos principais defensores do funcionalismo, uma abordagem na psicologia que se concentra no estudo das funções mentais e comportamentais em termos de como elas ajudam os organismos a se adaptarem ao seu ambiente.
Carr definiu o objeto de estudo da psicologia como a atividade mental, incluindo processos como memória, percepção, sentimento, imaginação, julgamento e vontade. Em segundo lugar, a função da atividade mental é registrar, fixar, reter, organizar e avaliar experiências, utilizando-as na determinação da ação. Carr denominou de 'comportamento adaptativo' ou 'ajustamento' a forma específica de ação em que as atividades mentais aparecem.
	Behaviorismo
	Behaviorismo: Uma escola de pensamento na psicologia que se concentra no estudo do comportamento observável e mensurável, em vez dos processos mentais internos. Surgiu no início do século XX e teve um impacto significativo no campo da psicologia experimental e clínica.
	Escolas funcionalistas de Chicago e Colúmbia
	Escola Funcionalista de Chicago estava mais preocupada com estudos empíricos e pesquisas de campo sobre a vida urbana e as interações sociais, 
Escola Funcionalista de Colúmbia estava mais interessada em questões teóricas e na análise da estrutura social e das instituições sociais.
James R. Angellmoldou o movimento funcionalista, interessado em estudar o modo pelo qual a mente auxilia o organismo a se adaptar ao ambiente.
James Rowland Angell (Figura 7.9) moldou o movimento funcionalista, transformando-o em uma escola de pensamento utilitária. Graças a seu trabalho, o departamento de psicologia da University of Chicago foi o mais importante da sua época e a principal base de orientação para os psicólogos funcionalista
	Subjetividade humana no século XVI
	a compreensão de subjetividade foi construída ao longo da história.
Luis Cláudio Figueiredopropõe a ideia de que houve duas pré-condições para o surgimento de um projeto de Psicologia como ciência. A primeira seria o surgimento de uma noção clara de subjetividade privada (ou seja, uma afirmação da ideia de que as pessoas são indivíduos livres e, enquanto tais, indivisíveis, separados, independentes uns dos outros e donos de seus destinos. A segunda seria a de que essa concepção de sujeito teria entrado em crise, gerando assim um sujeito em crise de identidade e a procura de um profissional que lhe pudesse restituir a estabilidade. 
No século XVI, a subjetividade humana era influenciada por uma combinação de fatores, incluindo desenvolvimentos religiosos, filosóficos e culturais. O período foi marcado pelo surgimento do Renascimento, que trouxe um renovado interesse pelo indivíduo e pela expressão pessoal. Ao mesmo tempo, a Reforma Protestante abalou as estruturas tradicionais da religião, levando a debates sobre a natureza da alma, do livre arbítrio e do pecado.
Além disso, a exploração e a colonização do Novo Mundo trouxeram encontros e interações entre diferentes culturas e povos, desafiando as concepções europeias de identidade e subjetividade. O contato com novas culturas e crenças levou a reflexões sobre a diversidade da experiência humana e a relatividade das normas culturais.
	Modernidade e Psicologia como ciência
	Modernismo: Um movimento cultural e intelectual que surgiu no final do século XIX e início do século XX, enfatizando a ruptura com tradições e convenções estabelecidas. Na psicologia, o modernismo trouxe novas abordagens teóricas e metodológicas, incluindo a psicanálise de Freud e a psicologia behaviorista.
Valorização da razão;
Secularização: Crescente separação entre religião e Estado, bem como pela diminuição da influência da religião na vida cotidiana das pessoas;
Capitalismo
Nacionalismo: As nações se tornaram cada vez mais importantes como unidades políticas e culturais. O nacionalismo surgiu como uma ideologia que valoriza a identidade nacional e a soberania do Estado-nação;
Segundo a tese básica de Luís Cláudio M. Figueiredo, na modernidade duas condições tornaram a Psicologia uma ciência independente: A experiência da subjetividade privatizada e a crise dessa subjetividade.
São característicos da Modernidade os movimentos de afirmativa do eu e os movimentos baseados em procedimentos de autocrítica e dissolução do eu.
A crise da subjetividade ocorre porque o sujeito da Modernidade, com base nos procedimentos de afirmativa do eu, descobre não ser tão livre e singular quanto supunha ser.
A crise da subjetividade ocorre dada a concepção de sujeito fundamentada nas ideias de liberdade, de singularidade e de diferença entre os sujeitos, concepção sustentada ao longo da Modernidade.
A crise da subjetividade coloca o homem em busca de um saber científico capaz de restabelecer a estabilidade perdida.
	Aspectos históricos da loucura
	Michel Foucault, um renomado filósofo e historiador francês, oferece uma abordagem única sobre o entendimento da loucura em sua obra "História da Loucura na Idade Clássica". 
Antes do século XVII, a loucura era frequentemente vista de maneiras diferentes, podendo ser considerada algo divino, demoníaco ou simplesmente parte da condição humana. No entanto, Foucault argumenta que durante a Idade Clássica (séculos XVII e XVIII), houve uma mudança significativa na forma como a loucura foi percebida.
Segundo Foucault, nesse período, a loucura passou a ser entendida de uma maneira mais específica e categorizada. Ela deixou de ser vista como algo místico ou transcendental e passou a ser concebida como uma condição médica e socialmente problemática.
O surgimento da forma de entendimento da loucura se deu no século XVII, que tem como marca a racionalidade matemática. Após Descartes, a única garantia e ponto de referência do homem é a crença em um eu pensante, objetivo e consciente, desta forma passa-se a considerar que o louco havia perdido a alma (a consciência / razão).
No entanto, Foucault também argumenta que esse novo entendimento da loucura estava intrinsecamente ligado ao poder e controle social. Os hospitais psiquiátricos muitas vezes funcionavam como instrumentos de exclusão e controle, onde os indivíduos considerados loucos eram segregados da sociedade.
A questão é que antes do século XVII ou em culturas não ocidentais, a forma de se compreender o que se passava com essas pessoas era diferente. Não havia o medo que temos hoje do louco, a ideia de que isso fosse uma doença e, sobretudo, não existia a ideia de que ele devesse ser afastado doconvívio social e isolado num hospício. Em determinadas culturas, o louco pode ter sido tomado como um visionário: como aquele que transcende a experiência imediata, entra em contato com outra dimensão da verdade que, ao regressar, a comunica aos demais. Ele pode ainda ter sido tomado como um possesso pelo demônio ou simplesmente como um bobo. O principal é observar que, até o século XVII, a perda da razão por um homem não produzia o efeito de medo que passou então a gerar. 
Por que surgiu o medo da loucura? A ideia parece ser a seguinte: no mundo medieval, a garantia sobre a ordem do mundo e todas as suas certezas era dada por algo externo ao próprio homem, ou seja, por Deus. Se um homem perdia a razão, via coisas que ninguém mais via ou pensava o que ninguém mais pensava; isso era um problema dele que não afetava aos demais. Ele deveria estar tomado pelo demônio. As pessoas podiam até ter medo de serem tomadas também, mas a loucura não ameaçava a crença em Deus e, assim, as verdades aceitas.
Desde o fim da Idade Média e sobretudo depois de Descartes, a situação mudou totalmente. Desde então, a única garantia e ponto de referência do homem é a sua crença em um eu pensante" objetivo e consciente. A partir desse momento, qualquer coisa que pudesse pôr em questão a lucidez e a estabilidade do eu, seria tomada como altamente ameaçadora. Agora é toda a estabilidade do mundo que está em jogo na identidade do eu. E preciso criar mecanismos para afirmá-lo e defendê-lo. O afastamento do louco do convívio social parece servir mais aos outros do que a ele. No século XVII, não há qualquer perspectiva de tratamento, trata-se simplesmente de um isolamento por medo do contágio.
	Renascimento
	Algumas condições histórico-sociais foram fundamentais para a passagem da Idade Média para o Renascimento; entre elas destacam-se: a diminuição do poder da Igreja e o advento da Reforma, a crise do sistema feudal e o nascimento das cidades e rotas de comércio, a expansão marítima e as consequentes descobertas de novas terras.
Durante o Renascimento, o abalo sofrido pela Igreja e a redução de seu poder não alteraram a relação do homem com Deus. O homem passou a ser considerado livre para traçar caminhos específicos, sem que houvesse espaço para incertezas, oscilações ou dúvidas. A tradição e o sagrado, não obstante as mudanças ocorridas, mantiveram seu poder e seu lugar de verdade inabalados
A religião Cristã ainda era predominante, mas começaram as buscas por outra concepção de Deus - Igreja é criticada;
A fé em um Deus não foi abalada no Renascimento, mas agora ele é entendido como um criador que paira por sobre sua obra, que passa a ter vida própria e liberdade. Deus está antes do mundo como criador e depois dele como juiz, mas deixou o mundo funcionar por suas próprias leis.
Na literatura do Renascimento existiram personagens, como por exemplo, ‘Dom Quixote de La Mancha’ de Miguel de Cervantes, que se identifica com o ideal do cavaleiro andante medieval e procura afirmar-se. Este exemplo sugere que a afirmação de uma identidade coesa pode assemelhar-se a uma alucinação, na medida em que ela deve impor-se sobre um mundo fragmentado.
No Renascimento houve procedimentos de contenção do “eu”. O homem adquiriu a sua liberdade, mas a crise ocasionada pela supressão de antigos referenciais e a derrocada da influência da Igreja provocaram a reação de estudiosos eclesiásticos preocupados em retomar o poder da Igreja. Neste sentido, um dos pensadores desta época, Santo Inácio de Loyola, em sua proposta reconhece a liberdade humana, mas constata nela a perdição do homem, e busca mostrar-lhe o caminho do reencontro com a ordem por meio dos Exercícios Espirituais, submetendo-se pelo livre arbítrio a Deus
Concepção de Deus como mais individualizada e humanizada (humanismo)
	Surgimento da ciência psicológica
	Segundo Figueiredo, a ciência psicológica não surge como um evento isolado, mas sim como parte de um processo mais amplo de transformações sociais, filosóficas e científicas.
A noção de "psicológico" foi construída ao longo do tempo e influenciou nossa compreensão da mente e do comportamento humano. 
Figueiredo destaca que o surgimento da ciência psicológica está ligado a uma série de desenvolvimentos históricos, incluindo o Iluminismo, o surgimento da filosofia moderna, a Revolução Científica e os avanços na medicina e na neurociência.
Além disso, Figueiredo explora como as ideias e práticas psicológicas são influenciadas por contextos culturais e sociais específicos. Ele examina como diferentes culturas e épocas têm concepções diferentes do que significa ser humano e como isso afeta as abordagens para o estudo da mente e do comportamento.
Resumo História da Psicologia para NP2	valdirene Oliveira	23

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