Buscar

Principais Aspectos da Terceirização

Prévia do material em texto

"Principais Aspectos da Terceirização pela Lei 13.429/17 c/c Lei 13.467/17 igual nova redação da Lei 6019/74."
Logo de início, é necessário esclarecermos que terceirização se distingue do trabalho temporário, pois enquanto a terceirização diz respeito à prestação de determinados serviços por empresa especializada, no trabalho temporário há o fornecimento de mão de obra à tomadora por meio da empresa de trabalho temporário), nas hipóteses excepcionalmente admitidas pelo sistema jurídico.
A respeito da nova lei 13.467/17, ela aborda um conceito mais abrangente sobre a terceirização, estando disposto em seu artigo 4º-A que diz que “Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução." Sendo assim, analisando as citadas legislações que em nenhum momento é autorizado a utilização da terceirização como instrumento de intermediação de mão de obra, tendo em vista que tal ato é somente admitido em relações de trabalho temporário.
Em se falar de licitude da terceirização, podemos dizer que é aquela na qual não há a pessoalidade e subordinação direta dos empregados terceirizados para com os representantes legais.
Entrementes, o legislador trouxe duas importantes regras que em caso de descumprimento acarretarão em nulidades das terceirizações acordadas após a vigência da reforma trabalhista. E isso resultará na declaração de vínculos de emprego dos terceirizados diretamente com as empresas contratantes, além da responsabilização solidária de todos que praticaram atos com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação das regras previstas na CLT (artigo 9º da CLT c/c artigos 932 e 942 do Código Civil).
A primeira regra diz respeito ao empecilho de se recontratar trabalhadores que nos últimos 18 (dezoito) meses, antes da vigência da lei 13.467/17, tenham prestado serviços à empresa contratante na qualidade de empregados ou autônomos sem vínculo de emprego, aqui, portanto, a reforma trabalhista buscou reprimir a utilização de contratos que possuem “pejotização”, que para continuarem a prestar serviços à empresa contratante, tenham sido "compelidos" a constituir "pessoas jurídicas" na tentativa de disfarçar eventuais relações de emprego dos trabalhadores. 
Neste passo, a segunda regra de transição se refere à proibição de o empregado, cujo contrato de trabalho tenha sido rescindido após vigência da reforma trabalhista, voltar a prestar serviços ao seu então empregador, na condição de empregado da empresa de prestação de serviços a terceiros, sem que seja observado o transcurso do prazo de 18 (dezoito) meses contados de sua demissão.
Insta salientar que a mais alta Corte do Judiciário Trabalhista, definiu que os contratos de trabalho celebrados e findos antes da entrada em vigor da lei 13.429, de 31 de março de 2017, devem continuar a observar o entendimento jurisprudencial firmado no item I da Súmula 331 do C. TST, amparado no antigo teor da lei 6.019/74, sem que sejam levadas em consideração as alterações promovidas pela nova lei.
Em se tratando da lei 13.429/17, é de ser elucidado que a mesma altera os dispositivos da lei 6.019/74, que disciplina sobre o trabalho temporário, e discute sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros.
É de se observar a referida lei, em seu artigo 4º, que passa a prever que a empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante “serviços determinados e específicos”, vale dizer que a terceirização só é admitida quanto a serviços previamente delimitados e especificados, impossibilitando a terceirização pela empresa contratante de atividades sem especificação, os quais, a partir da reforma trabalhista, serão daqui pra frente direcionados às atividades principais da contratante dentro de uma terceirização considerada lícita.
Em outras palavras, com a Lei 13.429/2017, permite-se concluir que a chamada atividade-fim da empresa tomadora pode ser terceirizada para uma empresa prestadora especializada, respeitando-se a exigência de que os serviços sejam determinados e específicos.
Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante (art. 4º-A, § 2º, da Lei 6.019/1974, acrescentado pela Lei 13.429/2017). O art. 4º-B da referida lei, estabelece os requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros.
É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato (art. 5º-A, § 3º, da Lei 6.019/1974, acrescentado pela Lei 13.429/2017).
A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias deve observar o disposto no art. 31 da Lei 8.212/1991 (art. 5º-A, § 5º, da Lei 6.019/1974, acrescentado pela Lei 13.429/2017).
O contrato de prestação de serviços deve conter: qualificação das partes; especificação do serviço a ser prestado; prazo para realização do serviço, quando for o caso; valor (art. 5º-B da Lei 6.019/1974, acrescentado pela Lei 13.429/2017).
Por fim, os contratos em vigência, se as partes assim acordarem, poderão ser adequados aos termos da Lei 6.019/1974 (art. 19-C, acrescentado pela Lei 13.429/2017).

Continue navegando