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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da Vara cível da comarca de Nova Friburgo

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO/RJ
JOAQUIM MARANHÃO, brasileiro, estado civil..., profissão..., portador do documento de identidade número..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o número..., tendo como endereço eletrônico..., domicílio e residente na rua..., por meio de sua advogada, com endereço profissional..., 
ANTÔNIO MARANHÃO, brasileiro, estado civil..., profissão..., portador do documento de identidade número..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o número..., tendo como endereço eletrônico..., domicílio e residente na rua..., por meio de sua advogada, com endereço profissional..., 
MARTA MARANHÃO, brasileiro, estado civil..., profissão..., portador do documento de identidade número..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o número..., tendo como endereço eletrônico..., domicílio e residente na rua..., por meio de sua advogada, com endereço profissional..., para fins do art 77, inciso V do CPC, vem a este juízo propor 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo procedimento comum em face de MANUEL MARANHÃO, brasileiro, estado civil..., profissão..., portador do documento de identidade número..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o número..., tendo como endereço eletrônico..., domicílio e residente na rua..., 
FLORINDA MARANHÃO, brasileiro, estado civil..., profissão..., portador do documento de identidade número..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o número..., tendo como endereço eletrônico..., domicílio e residente na rua..., 
RICARDO MARANHÃO, brasileiro, estado civil..., profissão..., portador do documento de identidade número..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o número..., tendo como endereço eletrônico..., domicílio e residente na rua..., pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I-DOS FATOS
Os autores, irmãos, relatam que foram surpreendidos com a notícia de que seus pais venderam um imóvel que pertencia ao casal para seu neto, sendo este filho da AUTORA MARTA. 
Convém ressaltar que o imóvel foi vendido sem o consentimento dos filhos para seu neto por um valor irrisório. 
Além disso, a propriedade que teria o valor no mercado de R$:350.00,00 (trezentos e cinquenta mil reais) foi vendido por R$:200.000,00 (duzentos mil reais).
II-DOS FUNDAMENTOS
No que tange ao direito civil fica perceptível no art. 496 que é anulável quando o ascendente vende um imóvel para um descendente sem a anuência dos demais.
É bem verdade que pode-se verificar do título 12 do livro IV das Ordenações Filipinas: “Por evitarmos muitos enganos e demandas, que se causam e podem causar das vendas que algumas pessoas fazem a seus filhos ou netos, ou outros descendentes, determinamos que ninguém faça venda alguma a seu filho, ou neto, nem a outro descendente”...
Neste sentido deve-se dizer que a vedação dá-se no intuito de se evitar prejuízo aos demais, como antes já exposto no caso concreto o imóvel além de ter sido vendido sem o consentimento dos demais foi vendido por um valor ínfimo causando dano aos outros. 
É assim que decidem nossos tribunais consoante se comprova da ementa abaixo transcrita:
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 953461 SC 2007/0114207-8 (STJ)
Data de publicação: 17/06/2011
Ementa: DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM ANUÊNCIA DOSDEMAIS. ANULABILIDADE. REQUISITOS DA ANULAÇÃO PRESENTES. 1.- Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário,a alienação feita por ascendente à descendente é, desde o regimeoriginário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídicoanulável. Tal orientação veio a se consolidar de modo expresso nonovo Código Civil ( CC/2002 , art. 496 ).2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidaçãodesse ato de alienação é necessário: a) fato da venda; b) relação deascendência e descendência entre vendedor e comprador; c) falta deconsentimento de outros descendentes ( CC/1916 , art. 1132 ), d) aconfiguração de simulação, consistente em doação disfarçada (REsp476557/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª T., DJ 22.3.2004) ou,alternativamente, e) a demonstração de prejuízo (EREsp 661858/PR, 2ªSeção, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, Dje 19.12.2008; REsp 752149/AL,Rel. Min. RAUL ARAÚJO, 4ª T., 2.10.2010).3.- No caso concreto estão presentes todos os requisitos para aanulação do ato. 4 .- Desnecessidade do acionamento de todos os herdeiros ou citaçãodestes para o processo, ante a não anuência irretorquível de doisdeles para com a alienação realizada por avô a neto.5.- Alegação de nulidade afastada, pretensamente decorrente dejulgamento antecipado da lide, quando haveria alegação de nãosimulação de venda, mas, sim, de efetiva ocorrência de pagamento devalores a título de transferência de sociedade e de pagamentosdecorrentes de obrigações morais e econômicas, à ausência decomprovação e, mesmo, de alegação crível da existência dessesdébitos, salientando-se a não especificidade de fatos antagônicosaos da inicial na contestação ( CPC , art. 302 ), de modo que válido ojulgamento antecipado da lide.6.- Decisao do Tribunal de Justiça de Santa Catarina subsistente,Recurso Especial improvido.
Sob tal ambulação, os postulantes solicitam a anulação do negócio jurídico com base no código civil de 2002 que impõe a sanção de anulabilidade para a conduta que diretamente infringe tal norma cogente, consistente na conclusão do contrato de compra e venda de ascendente a descendente sem o assentimento dos demais descendentes. 
III- DOS PEDIDOS
Designação de audiência e mediação e conciliação.
Citação e intimação do RÉU
Procedência do pedido para anulação do negócio jurídico
Requer também a condenação do réu ao pagamento dos honorários e custas de sucumbência, em conformidade com o artigo 85 do novo código de processo civil. 
IV- DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal dos Réus. 
V-DO VALOR DA CAUSA
Dá a causa o valor de R$: 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais)
Termos que pede deferimento.
Nova Friburgo, 04/09/2018
Advogada...
OAB número...

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