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PENAL PETIÇÃO LIBERDADE PROVISÓRIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A), JUIZ(A) DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RONDONÓPOLIS/MT
GABRIEL DE MATOS, (nacionalidade), (estado civil), (profissão) residente e domiciliado na Rua (endereço Completo), por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexo), vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a concessão de RELAXAMENTO DE PRISÃO, de acordo com o art. 5º, LXV, de igual modo se apresenta no art. 310, I do CPP. Se assim, Vossa Excelência não entender, então, requer de forma subsidiária ou supletivamente, concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA, com fulcro no art. 5º, LXVI, da CF/88, bem como art. 310, III do CPP.
pelas razões adiante aduzidas de fato e de direito:
I – DOS FATOS:
No dia 03 de março de 2018, por volta das 20:00h, o Requerente, retornava para sua casa, depois de um dia exaustivo de trabalho e, por acaso, encontrou sua esposa Maria, com quem é casado há 12 anos, em companhia de um sujeito desconhecido, ambos num bar.
Foi quando, tomado de intensa e impulsiva emoção, decidiu então, sentar-se à mesa onde os dois se encontravam para tentar um diálogo com sua esposa. Insistindo para que sua esposa fosse embora com ele, para que pudessem conversar e, resolver amigavelmente, mas, Maria se negou. Pois, nesse momento justificou a negativa, dizendo estar insatisfeita com seu casamento e, creditou todo seu descontentamento ao marido e, revelou já estar tendo um relacionamento extraconjugal com Marcos, o sujeito do bar, há 8 meses. Portanto, este seria o motivo do desejo da separação com o Requerente.
Surpreso, porém, Gabriel disse que jamais aceitaria se separar, naquela situação. Mesmo diante da circunstancia em que se encontrava, manteve-se em controle, decidiu ir para casa e aguardar sua esposa para continuar a conversa, para decisão do que seria daí então.
Por volta das 23:00h do mesmo dia, Maria retorna para casa, mas, acompanhada por Policiais Militares, que, ao tomar conhecimento da sua narrativa, resolveram encaminhar Gabriel para Delegacia, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante encorajado pelo art. 147 do CP. Após, o Delegado Ferreira comunicou a autoridade judiciaria que determinou a apresentação de Gabriel no dia seguinte em audiência de custodia nos termos do art. 306 CPP.
II – DO DIREITO:
Trata-se de flagrante ilegal, devendo ser imediatamente relaxado.
Com efeito, o nosso ordenamento jurídico não convive com prisões ilegais, estabelecendo, portanto, o art. 5º, LXV, da CF/88 que a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciaria. Nesse passo, a prisão em flagrante só é legitima quando ocorrer nas situações estabelecidas no art. 302 do CPP, quais sejam, quando o agente:
É apanhado cometendo a infração penal;
É apanhado tendo acabado de cometê-la;
É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou qualquer pessoa, em situação em situação que faca presumir ser autor da infração;
É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
No caso em apreço não se verificou nenhuma dessas situações. O requerente, não foi encontrado, tampouco perseguido. Muito bem ao contrário, pois, a prisão foi efetuada sem mandado, durante a noite e, em sua casa, cujo lugar é asilo inviolável (art. 5º, XI CF/88), mesmo porque, não se trata de um perigo iminente que se atente contra a pessoa da querelante. Portanto trata-se de uma prisão ilegal e, que deve ser imediatamente relaxada, ou quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5º, LXV e LXVI CF/88)
Há excludente da ilicitude alegada, pois, de acordo com que aponta o art. 302 CPP, não há que se enquadre ao caso em tela, contra o requerente, pois, não houve nenhuma prática de ilicitude por parte do requerente (art. 397, CPP). Portanto, neste caso não se pune a tentativa quando inimputável de acordo com o art. 17 CP, não apresentando dolo ou culpa do requerente.
No caso em tela, fica evidenciado o constrangimento ilegal que o requerente vem sofrendo. Portanto, faz juz ao beneficio do relaxamento da prisão ou da liberdade provisória, uma vez que não estão presentes quaisquer das hipóteses que autorizariam a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Por outro lado, em concorrência ao art. 65, III CP, agiu por motivo de relevante valor moral e familiar.
Trata-se de um fato evitável por parte da querelante (art. 21 e § único do CP), mas, portanto, a mesma concorreu para o seu acontecimento. Circunstancia esta em que, o requerente poderia ter concorrido para a participação a que foi provocado, porém, não o fez, pois, o mesmo se encontrava numa situação em que o deixou inseguro e desorientado, porém, logo se conteve, de tal modo a conseguir se controlar e se manter-se a “calmo”. O agente será absolvido desde que reconheça que não houve sua concorrência (Art. 386, IV CPP), pois, a querelante se pôs, à vista por onde é o trajeto costumeiro do requerente, querendo desta forma, provocar a algum incidente, mas, logo se viu frustrada na sua armada volição.
O requerente, é idôneo, tem emprego e domicilio fixo, e jamais teve qualquer intenção de fugir, pois, não há razão para tanto. À luz do expendido, é de se concluir, portanto, que não merece prosperar o flagrante efetuado.
Desta forma, bem caracterizado o direito do Requerente ao relaxamento da prisão. Mas, caso assim, não entenda, trata-se de clara hipótese de Liberdade Provisória.
III – DOS PEDIDOS
De todo o exposto requer:
Seja deferido o presente pedido de Relaxamento da prisão em flagrante ilegal, imposta ao Requerente nos termos do art. 310, I CPP; ou caso Vossa Excelência assim não entende:
Que seja concedida a Liberdade Provisória com fundamento do art. 310, III e parágrafo único, do mesmo codex.
Expedição do competente alvará de soltura em favor do Requerente, como medida de inteira justiça.
Nestes termos, em que pede-se deferimento
Rondonópolis-MT, ____ de ____________ de 20____
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ADVOGADO
OAB: .....................

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