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MATERIAIS MECÂNICOS I UNIVERSIDADE DO VALE DOS SINOS Curso de Engenharia Mecânica MATERIAIS MECÂNICOS I Estrutura cristalina continuação Tatiana Rocha Semestre 2011/2 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL CoordenadasCoordenadas dosdos pontospontos ⇒⇒ Pode-se localizar os pontos das posições atômicas da célula unitária cristalina construindo-se um sistema de eixos coordenados. DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL DireçõesDireções dada célulacélula unitáriaunitária ÍNDICES DE MILLER PARA DIREÇÕES: 1. Definir dois pontos por onde passa a direção Índices de Miller: usados para descrever o conjunto Índices de Miller: usados para descrever o conjunto de direções e planos existentes num cristal.de direções e planos existentes num cristal. 2. Definir o ponto alvo e origem, fazendo-se: ALVO-ORIGEM 3. Eliminar as frações e reduzir ao m.m.c. 4. Escrever entre colchetes, e se houver n° negativo o sinal é colocado sobre o n°. [h k l][h k l] x y z Exemplo: Determine os Índices de Miller das direções A, B e C, da figura abaixo. Direção A: 1. alvo= 1, 0, 0; origem= 0, 0, 0 2. alvo - origem = 1, 0, 0 3. sem frações DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL DireçõesDireções dada célulacélula unitáriaunitária 3. sem frações 4. [1 0 0] Direção B:1. alvo= 1,1,1; origem= 0, 0, 0 2. alvo - origem = 1, 1, 1 3. sem frações 4. [1 1 1]Direção C: 1. alvo= 0, 0, 1; origem= 1/2, 1, 0 2. alvo - origem = -1/2, -1, 1 3. 2 (-1/2, -1, 1) = -1, -2, 2 4. [1 2 2] Considerações: • A simetria da estrutura permite que as direções equivalentes sejam agrupadas para formar uma família de direções: <100> para as faces <110> para as diagonais das faces DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL DireçõesDireções dada célulacélula unitáriaunitária <110> para as diagonais das faces <111> para a diagonal do cubo •A direção [222] é idêntica à direção [111]. Assim sendo, a combinação dos menores números inteiros deve ser usada. No sistema CCC os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo, que corresponde a família de direções {111}. Neste caso, a direção [111] é a de maior empacotamento atômico para este sistema. DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL DireçõesDireções dada célulacélula unitáriaunitária [111] [111] No sistema CFC os átomos se tocam ao longo da diagonal da face, que corresponde a família de direções {110}. Portanto, a direção [110] é a de maior empacotamento atômico para este sistema. DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL DireçõesDireções dada célulacélula unitáriaunitária [110] [011] ⇒⇒ Outra maneira de caracterizar as direções é através do fator de empacotamento e da densidade linear. DENSIDADE LINEAR: É o número de átomos por unidades de comprimento. ρρ = número de átomos= número de átomos DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL DireçõesDireções dada célulacélula unitáriaunitária ρρLL = número de átomos= número de átomosunidade de comprimentounidade de comprimento O vetor direção está direcionado de forma a passar através dos centros dos átomos, e a fração do comprimento da linha que é interceptada por estes átomos é igual a densidade linear. Exemplo: Calcular a densidade linear, em Å, na direção [1 0 0] para o potássio. Dados: K - CCC r - 0,2312 nm ρL = n° átomosunid comprimento ρL = ½ + ½ = 1 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL DireçõesDireções dada célulacélula unitáriaunitária ρL = ½ + ½ = 1 ao 4r/√3 ρL = 0,1837 átomos/Å ⇒⇒ Um cristal possui planos de átomos que influenciam as propriedades e o comportamento de um material. ⇒⇒ Os Índices de Miller também são determinados para planos. ÍNDICES DE MILLER PARA PLANOS: DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos ÍNDICES DE MILLER PARA PLANOS: 1. Definir três pontos onde o plano corta x, y e z. 2. Calcular os recíprocos dos valores obtidos. 3. Eliminar as frações sem reduzir ao m.m.c. 4. Escrever entre parênteses, e se houver n° negativo o sinal é colocado sobre este n°. OBS.: Se o plano passar pela origem, desloque-a. (h k l)(h k l) x y z Exemplo: Determine os Índices de Miller para os planos A, B e C da figura abaixo. Plano A:1. 1 1 12. 1/1 1/1 1/13. Não tem frações4. (1 1 1) Plano B:1. 1 2 ∞2. 1/1 1/2 1/∞3. 2 1 04. (2 1 0) DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos 4. (1 1 1) 4. (2 1 0) Plano C: passa pela origem(x’, y’, z’)1. ∞ -1 ∞2. 1/ ∞ 1/-1 1/∞3. 0 -1 04. (0 1 0) Planos (010) • São paralelos aos eixos x e z (paralelo à face do cubo) DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos CristalinosCristalinos • Cortam um eixo (neste exemplo: y em 1 e os eixos x e z em ∞) • 1/ ∞, 1/1, 1/ ∞ = (010) Fonte: Eleani Maria da Costa DEM/PUCRS Planos (110) • São paralelos a um eixo (z) • Cortam o cubo através de dois DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos CristalinosCristalinos • Cortam o cubo através de dois eixos (x e y) passam pela diagonal vertical do cubo • 1/ 1, 1/1, 1/ ∞ = (110) Planos (111) • Cortam o cubo através de 3 eixos cristalográficos DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos CristalinosCristalinos cristalográficos passam pela diagonal inclinada do cubo • 1/ 1, 1/1, 1/ 1 = (111) Planos paralelos são equivalentes tendo os mesmos índices DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos CristalinosCristalinos DENSIDADE PLANAR: É o número de átomos pela área do plano. ρρPP = número de átomos no plano= número de átomos no plano DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos CristalinosCristalinos ρρPP = número de átomos no plano= número de átomos no planoárea do planoárea do plano Exemplo: Calcule a densidade planar para o plano (0 1 0) para o sistema cúbico simples do polônio, o qual tem a0 = 3,34 10-8 cm. ρplanar = n° átomosárea DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos área ρplanar (0 1 0) = 1 átomo = 8,96. 1014 átomos/cm2ao2 (010) (020) DISTÂNCIA INTERPLANAR: É a distância de dois planos com mesmos índices de Miller – relaciona os índices de Miller com o parâmetro de rede. D D (h, k, l)(h, k, l) = = aa00 (h(h22 + k+ k22 + l+ l22))1/21/2 Para o sistema cúbico DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos (h(h + k+ k + l+ l )) cúbico Exemplo: Calcule a distância interplanar entre dois planos adjacentes (1 1 1) no ouro, que tem a0 = 4,0786 Å. d (h, k, l) = a0 (h2 + k2 + l2)1/2 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos (h + k + l ) d (111) = 4,0786 A = 2,355 Å (12 + 12 + 12)1/2 FAMÍLIA DE PLANOS {110} é paralelo a um eixo ⁄⁄ z DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos ee FamíliaFamília dede PlanosPlanos CristalinosCristalinos Contém todos os planos que são cristalograficamente equivalentes, ou seja, possuem o mesmo empacotamento atômico. ⁄⁄ y ⁄⁄ x ⇒⇒ A simetria do sistema cúbico faz com que a família família de planos tenha o mesmo arranjo e densidade ⇒⇒ Deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos Deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTALDIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL PlanosPlanos CCC Família de planos {110}: maior densidade atômica Família de planos que passa pela diagonal vertical CFC Família de planos {111}: maior densidade Família de planos quepassa pela diagonal vertical do cubo Família de planos {111}: maior densidade atômica Família de planos que passa pela diagonal inclinada do cubo UTILIZAÇÃO PRÁTICA DOS PLANOS E UTILIZAÇÃO PRÁTICA DOS PLANOS E DISTÂNCIAS INTERPLANARESDISTÂNCIAS INTERPLANARES Difração de raios XDifração de raios X • Para detecção de elementos e moléculas em materiais Uma das técnicas utilizadas é a do Pó: o material a ser analisado encontra-se na forma de pó (partículas finas orientadas ao acaso) que são expostas a um raio X monocromático. O grande número de partículas com orientação diferente assegura que a lei de Bragg seja satisfeita para alguns planos cristalográficos nλ= 2 dhkl.senθ LEI DE BRAGGLEI DE BRAGG O Fenômeno de Difração: Quando um feixe de raios x é dirigido à um material cristalino, esses raios são difratados pelos planos dos átomos ou íons dentro do cristal. LEI DE BRAGGLEI DE BRAGG DIFRAÇÃO DE RAIOS XDIFRAÇÃO DE RAIOS X Distância interplanar - válido para sistema cúbico nλ= 2 dhkl.senθ λ - comprimento de onda n - número inteiro de ondas d - distância interplanar θ - ângulo de difração com a superfície dhkl= a (h2+k2+l2)1/2 DIFRAÇÃO DE RAIOS XDIFRAÇÃO DE RAIOS X • T= fonte de raios X • S= amostra • C= detector • O= eixo no qual a amostra e o detector giram Fonte Equipamento: Difratômetro Detector Difração de raios X têm diferentes comprimentos de onda 2θ = ângulo de difração (ângulo medido experimentalmente) DIFRAÇÃO DE RAIOS XDIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplo Exemplo –– pó de Alpó de Al λ = 0,1542nm (CuKα) DIFRAÇÃO DE RAIOS XDIFRAÇÃO DE RAIOS X Exemplo Exemplo –– Al AA6056Al AA6056 A imagem não pode ser exibida. Talvez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talvez ela esteja corrompida. Reinicie o computador e abra o arquivo novamente. Se ainda assim aparecer o x vermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la novamente. Imagem de alto contraste de pequenos precipitados intragranulares e padrão de difração selecionado no plano (001). DIFRAÇÃO DE RAIOS XDIFRAÇÃO DE RAIOS X Exemplo: Uma amostra de ferro CCC foi colocada num difractômetro de raios X incidentes com λ= 0,1541nm. A difração pela família de planos {110} ocorreu para 2θ= 44,704o. Calcule o valor do parâmetro de rede do ferro CCC (considere a difração de 1a ordem, com n=1). Solução: d[110] nλ= 2 dhkl.senθ LEI DE BRAGGLEI DE BRAGG [110]2θ= 44,704o θ= 22,352o λ= 2.d[hkl] sen θ d[110]= λ / 2 sen θ = 0,1541nm / 2(sen 22,35o) = 0,2026 nm ao(Fe) d[110]= ao / (h2+k2+l2)0,5 ao(Fe)= d[110]= ao / (h2+k2+l2)0,5 = 0,2026nm (1,414) = 0,287 nm nλ= 2 dhkl.senθ Estruturas Cristalinas • Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade com que átomos estão ordenados. • Um material cristalino é aquele que apresenta os • Um material cristalino é aquele que apresenta os átomos periodicamente posicionados em padrões tridimensionais. • Todos os metais, vários cerâmicos e alguns polímeros formam estruturas cristalinas após uma solidificação normal. Estrutura Cúbica de Face Centrada - CFC • Ferro – Austenita (γ) • Aço inoxidável austenítico • Alumínio • Cobre• Cobre • Chumbo • Ouro • Níquel • Platina • Prata Estrutura Hexagonal Compacta - HC • Magnésio • Cádmio • Cobalto • Titânio • Zinco Diagrama Fe-C CCC CFC CCC Alotropia do Ferro puro – Metal alotrópico = apresenta mais de uma estrutura cristalina de acordo com a temperatura. – Solidificação: 1538ºC : estrutura cristalina CCC: ferro-δ ou fase-δ ou ferrita δ (ferrita delta). – 1394ºC: mudança de fase: átomos de Fe sofrem um rearranjo para uma estrutura CFC: sofrem um rearranjo para uma estrutura CFC: ferro-γ ou fase-γ (austenita). – 912ºC: volta a CCC: ferro-α ou fase-α (ferrita). – 768ºC (ponto Curie): abaixo desta temperatura o ferro apresenta comportamento magnético. – Estas diversas transformações fazem com que os aços apresentem-se com uma classe de materiais extremamente versáteis atendendo a um grande espectro de propriedades mecânicas. Impurezas intersticiais e substitucionais 08.09.2011 Solutos: substitucionais e intersticiais Carbono no aço Átomo de C dissolvido no interstício na estrutura cúbica de estrutura cúbica de corpo centrado do α-Fe Discordâncias • São defeitos na estrutura cristalina e estão limitadas dentro de cada grão, não ultrapassando os contornos.não ultrapassando os contornos. 08.09.2011 Contornos de grão e fases • Fase é a porção homogênea de um sistema que tem igual composição química, estrutura cristalina e interfaces com o meio. 08.09.2011 Fabricação de metais e ligas Metais/ ligas Fundição Forma final Fabricação de metais e ligas Forma semifinal Confor- mação* Forma final *Forjamento, laminação, extrusão, trefilação Solidificação de metais e ligas • Nucleação – Formação de núcleos estáveis no fundido • Crescimento• Crescimento – Transformação de núcleos em cristais – Formação de uma estrutura de grãos Solidificação de metais e ligas Núcleos Líquido Líquido Contornos de grão Núcleos Cristais que formarão grãos Grãos Mecanismos de nucleação • Nucleação homogênea – Próprio metal fornece átomos para formar núcleos – Subresfriamento usualmente de centenas de graus Celsius • Nucleação heterogênea – Presenca de agentes nucleantes: superfície do recipiente, impurezas insolúveis, ou material estruturalimpurezas insolúveis, ou material estrutural – Prática industrial: subresfriamento de 0,1 a 10°C Solidificação de alguns metais Metal Temperatura de solidifi-cação (°C) Calor de solidificação (J/cm3) Energia superficial (J/cm2×10-7) ∆T de sub- resfriamento máximo (°C) Pb 327 -280 33.3 80 Al 660 -1066 93 130Al 660 -1066 93 130 Ag 962 -1097 126 227 Cu 1083 -1826 177 236 Ni 1453 -2660 255 319 Fe 1535 -2098 204 295 Pt 1772 -2160 240 332 Estruturas de grão • Grãos equiaxiais – Crescimento de cristais aproximadamente igual em todas as direções – Solidificação rápida – Usualmente adjacentes a parede fria do molde– Usualmente adjacentes a parede fria do molde • Grãos colunares – Longos, finos, grosseiros – Solidificação relativamente lenta em gradiente de temperatura – Perpendiculares à parede fria do molde Estruturas de grão DEFEITOS DE SOLIFICAÇÃO • Descontinuidade ocorrida na massa metálica durante o resfriamento Os principais defeitos são: • Vazio (rechupe ou chupagem) • Segregação • Dendritas • Porosidades (bolhas) • Trincas • Gotas Frias
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