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Apelação: Conceito, Situações Excepcionais e Efeitos

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Apelação (Fredie)
CONCEITO
É o recurso por excelência;
É através da apelação que se insurge contra a sentença;
Pode ser interposta contra e qualquer sentença (terminativa ou definitiva), conforme art. 513, CPC;
Constitui o principal instrumento por meio do qual atua o princípio do duplo grau de jurisdição, permitindo ampla atividade cognitiva pelo órgão ad quem;
Em suma, é o recurso cabível para impugnar os atos do juiz que ponham termo ao procedimento, com ou sem julgamento de mérito;
Em qualquer procedimento (ordinário, sumário, especial), seu encerramento opera-se por sentença; apelável, portanto;
É irrelevante se a jurisdição é voluntária ou contenciosa;
SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS
Embargos infringentes de alçada
Das sentenças em execução fiscal de valor igual ou inferior a 50 ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), só se admitirão embargos infringentes de alçada e de declaração;
Trata-se de recurso que será julgado pelo próprio órgão prolator da sentença e deve ser interposto no prazo de dez dias, sem necessidade de preparo;
STJ: não admite-se a aplicação do princípio da fungibilidade, no caso em que a parte interpôs apelação, sendo hipótese de embargos infringentes de alçada;
Causas internacionais
Nas causas envolvendo Estado estrangeiro ou organismo internacional contra municípios ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil, a sentença é impugnada por recurso ordinário constitucional;
Tal recurso faz às vezes de apelação (Lei Federal nº 8.038/90, art. 37) e deve obedecer seus requisitos de admissibilidade;
Lei de Assistência Judiciária Gratuita
Art. 17, Lei 1060/50: “Caberá apelação das decisões proferidas em conseqüência da aplicação desta lei; a apelação será recebida somente no efeito devolutivo, quando a sentença conceder o pedido”;
A despeito da literalidade do texto legal, contra a decisão de primeiro grau que denega a concessão da justiça gratuita ou que julga improcedente a impugnação manejada pela parte adversária, cabe agravo de instrumento, eis que se trata de decisão interlocutória;
REGULARIDADE FORMAL
A apelação deve ser interposta no prazo de 15 dias, por meio de petição escrita, dirigida ao juiz de primeiro grau que proferiu a sentença;
Não se admite a interposição oral da apelação;
Pode a apelação ser interposta por fax, caso a transmissão seja de boa qualidade e desde que os originais cheguem ao juízo ou tribunal em até 5 dias depois do vencimento do prazo (Lei 9.800/99);
Pode ser interposta por petição única ou por petição de interposição que contenha, separadamente, as razões recursais;
Nesse último caso, é fundamental que ambas sejam apresentadas ao mesmo tempo;
A petição deve vir subscrita por advogado habilitado nos autos;
Não estando, porém, cumpre aplicar o art. 13, CPC, suspendendo-se o processo, a fim de que, intimado o apelante, seja regularizado o vício, sob pena de não conhecimento do apelo;
Não é necessário que, na petição de interposição da apelação ou nas razões recursais, o apelante indique qual o tribunal deverá julgar seu recurso;
Art. 514, CPC: fixa o conteúdo da apelação;
Nos termos no referido comando legal, devem constar os nomes do apelante e do apelado, com suas respectivas qualificações;
O objetivo é delimitar subjetivamente o recurso, pois haverá oportunidades em que nem todos os litigantes de primeiro grau sejam abrangidos pelo recurso;
De igual forma, pode acontecer que terceiro ingresse no processo apenas em fase recursal;
Além disso, a apelação deve conter os fundamentos de fato e de direito (razões de apelação) que devem ser apresentadas juntamente com a petição de interposição, não havendo chance para a juntada ou complementação posterior;
Por fim, deve a apelação conter pedido de nova decisão;
Indicando error in procedendo, deve o apelante requerer a anulação da decisão guerreada;
Ao revés, demonstrado error in judicando, deve o apelante requerer a reforma da decisão;
Demonstrado os dois tipos de erros, deve ser requerida a anulação e, subsidiariamente, a reforma da sentença;
O pedido serva para delimitar a extensão do efeito devolutivo, fixando o que é que o tribunal pode apreciar;
EFEITOS
Efeito devolutivo
A apelação, como qualquer outro recurso, possui o efeito devolutivo;
Por força desse feito, são transferidas ao órgão ad quem as questões suscitadas pelas partes no processo, com o objetivo de serem reexaminadas;
No que tange à sua extensão, o grau de devolutividade é definido pelo recorrente, nas razões de seu recurso;
Em outros termos: ao deduzir pedido de nova decisão, o recorrente fixa a extensão da devolutividade, a fim de que o tribunal possa julgar o recurso;
Tantum devolutum quantum appellatum;
Ou seja: a matéria a ser apreciada pelo tribunal é delimitada por o que é submetida ao órgão ad quem a partir da amplitude das razões apresentadas no recurso;
O objeto do recurso pelo órgão ad quem pode ser igual ou menos extenso comparativamente ao julgamento do órgão a quo, mas nunca mais extenso;
Exemplo: requerida pelo recorrente apenas a reforma parcial do julgado, não pode o tribunal conceder-lhe a reforma total;
Assim, o tribunal somente poderá outorgar o que foi exatamente requerido ou menos do que isso;
A profundidade do efeito devolutivo, por sua vez, é medida pelo material jurídico e fático com que o órgão ad quem poderá trabalhar;
Em outros termos, consiste em determinar em que medida competirá ao tribunal a respectiva apreciação, respeitando, por óbvio, os limites da matéria impugnada;
Na realidade, não é somente a matéria efetivamente impugnada que poderá ser inserida no efeito devolutivo da apelação;
Tanto as questões suscitadas e discutidas no processo – mesmo que não decididas por inteiro – como as questões anteriores à sentença-ainda não decididas –poderão ser ventiladas na apelação, possibilitando ao tribunal sua análise (art. 515, §1º 3 516, CPC);
Pormenorizando (art. 515, §1º, CPC): a devolução permitida refere-se a questões suscitadas e discutidas no processo, mas que não foram abordadas na sentença, total ou parcialmente;
Seria cabível pois, o recurso de embargos de declaração, para suprir a omissão incorrida pelo julgador;
Ainda assim, para evitar maiores delongas, pode ser interposto recurso de apelação, incluindo a matéria cuja apreciação pode e deve ser feita pelo tribunal;
Para que seja possível o reexame da matéria em sede recursal, devem ser identificados dois elementos:
A definição pela lei de qual será a matéria passível de ser objeto de recurso;
A extensão da matéria que poderá ser apreciada, dependendo dos limites traçados pela impugnação recursal;
Os arts. 515 e 516, CPC estabelecem a profundidade da cognição a ser exercida pelo tribunal, respeitada a extensão fixada pelo recorrente;
Em suma: o tribunal, não ultrapassando esse limite, poderá analisar todo e qualquer fundamento, provas e demais elementos contidos nos autos, ainda que não abordados na sentença recorrida;
Análise do mérito pelo tribunal, após afastar o motivo da extinção do processo (art. 515, § 3º, CPC)
Na apelação interposta contra sentença terminativa, poderá o tribunal, ao dar provimento ao recurso, adentrar ao exame de mérito, desde que já estejam nos autos todos os elementos de prova suficientes ao exame do pedido formulado pelo autor ou se a causa versar sobre questão exclusivamente de direito;
Observação: para aplicação desta regra, é fundamental que o recorrente, em suas razoe recursais, requeira expressamente que o tribunal dê provimento ao seu recurso e, desde logo, aprecie o mérito da demanda;
Caso não haja requerimento expresso, não poderá o tribunal fazê-lo, sob pena de proferir decisão extra ou ultra petita;
Se tal requerimento for formulado, o tribunal, obrigatoriamente, deve analisar o mérito recursal;
Em síntese: tal dispositivo permite que o tribunal, reformando sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito, possa avançar na análise do próprio mérito, desde que não haja mais necessidade de dilação probatória;
Requisitos:A apelação seja provida;
Requerimento expresso do recorrente;
Constatação de que a causa versa sobre questões exclusivamente de direito ou questão de fato/direito que não demande mais provas;
Verificação de que a causa está madura, em condições de julgamento imediato;
Apelação na hipótese do art. 285-A, CPC
Da sentença que, aplicando o art. 285-A do CPC, julga improcedente o pedido do autor, cabe recurso de apelação;
Proferida a sentença com base no art. 285-A e interposta a apelação, poderá o juiz retratar-se, modificando a sentença, se verificar que o caso não se identifica com os anteriores já julgados;
Mantida a sentença pelo juiz e admitida a apelação, o réu será citado para responder ao recurso;
Em verdade, a demanda é transferida ao tribunal, com a participação do réu;
O objetivo da participação do réu é permitir que o tribunal possa, eventualmente, modificar a sentença e julgar contrariamente ao réu, em atenção ao contraditório e ampla defesa;
O art. 285-A só tem aplicação nos casos em que a matéria for exclusivamente de direito, seguindo a mesma lógica do art. 515, § 3º, CPC;
Efeito suspensivo
Além do efeito devolutivo, a apelação possui, em regra, o efeito suspensivo;
Art. 520, CPC: a apelação deve ser recebida no efeito devolutivo e suspensivo;
É possível que a apelação seja recebida apenas no efeito devolutivo, em relação a um capítulo, e em ambos os efeitos em relação a outro;
Situações previstas em leis extravagantes, nas quais não cabe efeito suspensivo (Fredie, página 122):
Lei de ação civil pública (art. 14, Lei 7.347/85);
Sentença que concede o MS (art. 14, § 3º, Lei 12.016/2009);
Sentença em ações de despejo (art. 58, V, Lei 8.245/91);
Sentença que conceder o habeas data (art. 15, § único, Lei 9.507/97);
Sentença que deferir adoção, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (art. 199-A, ECA);
Sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar (art. 199-B, ECA);
Meios de concessão do efeito suspensivo
A lei processual estabelece se o recurso terá, além do devolutivo, o efeito suspensivo;
Trata-se do critério ope legis do efeito suspensivo;
Nos casos em que a apelação não possui o efeito suspensivo, poderá o juiz concedê-lo, caso haja requerimento da parte nesse sentido;
Trata-se de hipótese de efeito suspensivo ope judicis;
Art. 558, CPC (relativo ao agravo de instrumento): atribuição de efeito suspensivo nos casos em que possa resultar grave lesão e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação;
O parágrafo único do art. 558, CPC estende essa possibilidade aos recursos de apelação;
QUESTÕES ANTERIORES À SENTENÇA, AINDA NÃO DECIDIDAS (ART. 516, CPC);
O art. 516 cuida das questões incidentes anteriores à sentença, cuja solução não influi no resultado do julgamento (ex: impugnação ao valor da causa ou ao benefício da gratuidade) e que foram ou poderiam ter sido suscitadas, mas não chegaram a ser resolvidas;
PROCEDIMENTO
Procedimento em primeira instância
Prazo de interposição: 15 dias;
Deve ser interposta por escrito perante o juízo de primeiro grau que proferiu a decisão;
Juntada a apelação aos autos, deve ser encaminhada ao magistrado para análise de admissibilidade;
Não é lícito ao juízo a quo apreciar o mérito do recurso de apelação;
Cabe-lhe, apenas e tão somente o controle de admissibilidade;
Convém destacar o art. 518, § 1º, CPC: “o juiz não receberá a apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do STJ ou do STF”;
Overruling: superação de um precedente, por se entender equivocado ou ultrapassado;
Não admitida a apelação no juízo inferior, cabe agravo de instrumento (art. 522, CPC);
Admitida a apelação, o juiz deve declarar em que efeitos a recebe, determinando a intimação da parte contrária para que ofereça contrarrazões;
Oferecida as contrarrazões, devem ser os autos, mais uma vez, encaminhados ao juiz para que possa reapreciar, em cinco dias, a admissibilidade da apelação (art. 518, § 2º, CPC);
Se ao reexaminar, o magistrado verificar a ausência de algum dos requisitos de admissibilidade, deverá negar seguimento à apelação;
Dessa decisão cabe agravo de instrumento (art. 522, CPC);
Procedimento no Tribunal
Mantido o juízo de admissibilidade, os serão remetidos ao órgão ad quem para que seja distribuído;
A apelação tem, geralmente, um relator e um revisor (art. 551, CPC);
Deve ser julgada por um órgão composto de três membros (art. 555, CPC);
Hipóteses em que não cabe revisor: art. 551, § 3º, CPC;
Distribuída a apelação, os autos seguem conclusos para o relator;
Ao examiná-la, este poderá, aplicando o art. 557, CPC, já negar-lhe seguimento ou provimento;
De acordo com § 1º do mesmo comando legal, poderá o relator já dar provimento ao recurso de apelação;
Em qualquer dessas hipóteses, cabe agravo interno, no prazo de cinco dias;
Nãos sendo hipótese de aplicação do art. 557, CPC, deverá o relator estudar o caso, elaborando o relatório e, em seguida, determinando a remessa dos autos para o revisor, a quem competirá apor seu visto e pedir a inclusão do feito na pauta de julgamento;
Feita a inclusão em pauta, esta deve ser publicada no DPJ com antecedência mínima de 48 horas da sessão de julgamento, sob pena de nulidade (Súmula 117, STJ);
No julgamento colegiado, deverá o relator ler seu relatório, após o que os advogados poderão sustentar oralmente suas razões, daí se seguindo a colheita dos votos, com o anúncio do resultado;
Depois, lavra-se o acórdão, do qual deve constar a ementa;
Correção de defeitos processuais no procedimento da apelação
Possibilidade de o tribunal corrigir defeitos processuais em sede de apelação (art. 515, § 4º, CPC);
Consagra a idéia de que todo defeito processual deve ser corrigido, mesmo em instância recursal;
O dispositivo somente se aplica para sanar vícios, não incidindo quando o vício já estiver sido convalidado ou atingida a finalidade do ato;
Exemplo do documento juntado sem oitiva da parte contrária;

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