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RESUMO DE GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA

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RESUMO DE GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
LETRAS PORTUGUÊS - UNIDADE I
CONCEITO DE: LÍNGUA, FALA E SISTEMA.
FALA: É A LÍNGUA EM USO.
SISTEMA: É A ORGANIZAÇÃO DO CÓDIGO UTILIZADO, BEM COMO SUA DESCRIÇÃO.
LINGUAGEM: É TODA E QUALQUER FORMA DE EXPRESSÃO, COMO GESTOS, CORES, SONS, PALAVRAS etc.
DEFINIÇÃO DE GRAMÁTICA NORMATIVA, INTERNALIZADA, DESCRITIVA.
GRAMÁTICA NORMATIVA: CONJUNTO DE REGRAS QUE DEVEM SER SEGUIDAS.
GRAMÁTICA INTERNALIZADA: CONJUNTO DE REGRAS QUE O FALANTE DOMINA.
GRAMÁTICA DESCRITIVA: CONJUNTO DE REGRAS QUE SÃO SEGUIDAS.
TRAVAGLIA, (1998, p,33) PROPÕE OUTROS TRÊS TIPOS DE GRAMÁTICA:
GRAMÁTICA ÍMPLICITA: a competência linguística internalizada do falante, que é implícita porque este não tem consciência dela. É também denominada gramática inconsciente e, por possibilitar o uso automático da língua — além de estar diretamente relacionada com o que se chama no ensino de gramática e no trabalho escolar com a gramática —, também é chamada de gramática de uso.
 Gramática explícita ou teórica: todos os estudos que buscam, por meio de uma atividade metalinguística sobre a língua, explicitar sua estrutura, constituição e funcionamento.
Gramática reflexiva: gramática em explicitação. Trata-se de uma gramática voltada mais ao processo que ao produto do ato linguístico. São atividades de observação e reflexão que buscam constituição e funcionamento da língua. Essa gramática parte das evidências linguísticas para tentar dizer como é a gramática implícita do falante, que é a gramática da língua.
SINTAXE DE UMA LÍNGUA IMPLICA ESTUDAR: 
AS MANEIRAS COMO SE ASSOCIAM AS PALAVRAS PARA FORMAR FRASES.
DE ACORDO COM SILVEIRA (2011), QUANDO A PARTICULA “SE” ESTÁ JUNTO DOS VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS, A PARTICULA POSSUI VALOR AGENTE APASSAVADOR. 
EXEMPLO: PROCEDERAM-SE AOS CÁLCULOS MAIS URGENTES.
JUSTIFICATICA: A ALTERNATIVA É IMCOMPATIVEL COM A VARIEDADE CULTA DA LÍNGUA DE ACORDO COM A CONCORDÂNCIA VERBAL.
Conceitue atividades linguísticas.
são as que o usuário realiza quando estabelece uma interação comunicativa por meio da língua.
Justificativa: 
Para tanto, o falante tem de organizar seu texto de acordo com a situação, os objetivos de comunicação, bem como de acordo com o tópico discursivo (assunto ou tema). Trata-se, pois, de atividades de construção e/ou reconstrução do texto que o usuário realiza para se comunicar. Daí podermos relacionar essas atividades com a gramática de uso, uma vez que o usuário utiliza de forma automática a sua gramática internalizada.
Definição atividades epilinguísticas:
são as que possibilitam tratar dos próprios recursos linguísticos que estão sendo utilizados ou de aspectos da interação por meio da suspensão do desenvolvimento do tópico discursivo e introdução do referido tratamento.
Exemplos de atividades epilinguísticas:
1. Achei o vestido de Joana lindo. Lindo, não, maravilhoso. 
2. Vamos encerrar este assunto, pois o horário da consulta já terminou.
Atividades metalinguísticas:
compreendem aquelas em que se faz uso da língua para analisar a própria língua, ou seja, é a construção da metalinguagem.
 
conjunto de elementos linguísticos próprios e apropriados para se falar sobre a língua. Portanto, a atividade metalinguística normalmente está relacionada a teorias linguísticas e métodos de análise da língua, o que nos leva a relacioná-la diretamente com a gramática teórica.
8)Travaglia (1998, p. 35) chama a atenção para a existência ainda de outros tipos de gramática, São elas:
• Gramática contrastiva ou transferencial – útil para mostrar diferenças e semelhanças entre as variedades linguísticas, uma vez que descreve e compara duas línguas ao mesmo tempo. 
• Gramática geral – uma gramática de previsão de possibilidades gerais por comparar o maior número possível de línguas, a fim de reconhecer todos os fatos linguísticos realizáveis, bem como as condições em que se realizarão.
 • Gramática universal – gramática que investiga as características comuns a todas as línguas do mundo. Nem sempre se distinguem gramática geral e gramática universal.
Exemplos de universais linguísticos:
1. todas as línguas têm vogais; 
2. todas as línguas têm dupla articulação; 
3. todas as línguas têm categorias pronominais envolvendo pelo menos três pessoas e dois números.
• Gramática histórica – estuda o desenvolvimento de um idioma, isto é, estuda a origem e a evolução de uma língua por meio do acompanhamento de suas fases desde seu aparecimento até o momento atual.
 • Gramática comparada – estuda uma sequência de fases evolutivas de várias línguas, a fim de, normalmente, buscar pontos comuns. Foram esses estudos que estabeleceram famílias de línguas e propiciaram o descobrimento de parentescos entre línguas aparentemente distantes, como o Latim e o Sânscrito.
Conceito de norma e gramática
Bagno (2003) chama-nos a atenção para o fato de desse substantivo derivar dois adjetivos, os quais o autor, com base em reflexões de outros estudiosos do assunto, assim os distingue:
Normal Normativo
Uso corrente Preceitos
Real Ideal 
Comportamento Reflexão consciente 
Observação Elaboração 
Situação objetiva Intenções subjetivas 
Média estatística Conformidade 
Frequência Juízos de valor 
Tendência geral e habitual Finalidade designada
9)SEGUNDO Bagno o conceito norma:
geralmente está acompanhado do adjetivo culta e que, para essa qualificação, há vários critérios, contudo, o mais antigo e que teve mais adeptos é o que estabelece a relação entre culta e literária em termos de língua. 
Esse critério de padrão da linguagem literária como referência remonta à Antiguidade e até fazia sentido naquela época, em que apenas os falantes pertencentes ao grupo social de prestígio tinham acesso ao texto escrito e, consequentemente, ao texto literário.
Gramática tradicional
Todavia, ressaltamos que a gramática tradicional não estuda a variedade oral do português, e sim a variedade escrita, mais especificamente a dos textos literários clássicos. Daí o distanciamento entre a realidade e a prescrição da norma.
Justificativa Bagno
A concepção tradicional dos gramáticos em relação à norma culta isola a língua da sociedade, isto é, coloca-a em uma redoma de vidro, como se fosse um ser sobrenatural, ao qual apenas os “iluminados” têm acesso. 
Essa visão da língua e, consequentemente, da norma culta, torna-a uma língua ideal, um modelo abstrato e leva a conceitos que qualificam as variantes linguísticas em certas vs. erradas, elegantes vs. grosseiras, cultas vs. ignorantes. Nessa perspectiva, o português corresponde apenas a esse ideal abstrato de língua certa, que não aceita nenhuma outra realização verdadeira, autêntica, da fala dos nativos. Daí a crença de que não sabemos português, um mito que é oriundo dessa visão coercitiva da gramática. Atualmente, como já dissemos, há outros critérios para se estabelecer a “norma culta”, como, por exemplo, os que são empregados por pesquisadores que estudam a norma culta no projeto Nurc (Norma Urbana Culta). Trata-se de um grupo de linguistas que investiga, desde 1970, a linguagem efetivamenteusada pelos falantes cultos de cinco grandes cidades brasileiras: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. O critério de classificação “falante culto” está atrelado à escolaridade superior completa e à inserção no contexto cultural urbano da cidade investigada. Desse ponto de vista, o conceito de norma culta passa a relacionar-se com algo concreto, que existe na realidade social. Com base nessa investigação, podem-se verificar mudanças no uso da língua, como, por exemplo, a quase inexistência do pronome cujo(a) na língua falada pelos brasileiros considerados cultos. Tendo em vista os dois conceitos de norma culta apresentados, um do ponto de vista prescritivo e outro do ponto de vista descritivo da língua, proposto por Bagno (2003):
Norma culta prescritiva (normativa) 
• “Língua” prescrita nas gramáticas normativas, inspiradas na literatura “clássica”.
•Preconceito (baseia-se em mitos sem fundamentação na realidade da língua viva, inspirados em modelos arcaicos de organização social).
•Doutrinária (compõe-se de enunciados categóricos, dogmáticos, que não admitem Contestação).
•Pretensamente homogênea.
•Elitista.
•Presa à escrita literária, separa rigidamente a fala da escrita.
•Venerada como uma verdade eterna e imutável (cultuada).
Norma culta descritiva (normal)
•Atividade linguística dos “falantes cultos”, com escolaridade superior completa e vivência urbana.
•Conceito (termo técnico usado em investigações empíricas sobre a língua, correlacionadas com fatores sociais).
•Científica (baseia-se em hipóteses e teorias que devem ser testadas para, em seguida, serem validadas ou invalidadas).
•Essencialmente heterogênea.
•Socialmente variável.
•Manifesta-se tanto na fala quanto na escrita.
•Sujeita a transformações ao longo do tempo.
(BAGNO,2003, p.54)
10) Norma culta pode ser vista desses dois pontos de vista:
A- Normativo, ou seja, a um caráter prescritivo da língua.
B- Normal, isto é, ao que é colocado em prática pelos falantes cultos e que é descrito pelos linguistas.
JUSTIFICATIVA:
Poderíamos associar esses dois pontos de vista do conceito de norma culta aos dois tipos de gramática já apresentados anteriormente: a gramática normativa e a gramática descritiva, lembrando que uma está ligada à outra. Para sabermos qual é a prescrição, qual é o normativo, temos que primeiro descrever o que é normal. 
Daí a relação entre normativo-prescritivo e normal-descritivo.
Então, nessa perspectiva, para sabermos qual é a norma de determinado grupo, temos de descrever a língua falada pelos seus integrantes. Foi assim que os linguistas observaram a variedade de uso da mesma língua, além da variedade de um mesmo indivíduo no uso da língua.
11) DIFERENÇA ENTRE norma culta de norma popular.
tudo que é popular corresponde ao oposto do que é culto, erudito.
É uma forma negativa de avaliação do que é popular em relação ao que é culto, uma vez que deixa subentendido que o primeiro tem uma conotação pejorativa, depreciativa, ao passo que o segundo corresponde a tudo que seja sofisticado e aceito por uma classe social privilegiada.
12) O que Bagno (2003) propõe sobre a relação entre língua e sociedade no Brasil?
refletirmos a partir de três chaves principais:
1. A primeira é a “norma culta” dos prescritivistas, ligada à tradição gramatical
normativa, que tenta preservar um modelo de língua ideal, inspirado na
grande literatura do passado.
2. A segunda é a “norma culta” dos pesquisadores, a língua realmente
empregada no dia a dia pelos falantes que têm escolaridade superior
completa, nasceram, cresceram e sempre viveram em ambiente urbano.
3. A terceira é a “norma popular”, expressão usada tanto pelos tradicionalistas
quanto pelos pesquisadores para designar um conjunto de variedades
linguísticas que apresentam determinadas características fonéticas,
morfológicas, sintáticas, semânticas, lexicais etc., que nunca ou muito 
18
Unidade I
Revisão: Tatiane - Diagramação: Karen - 29/04/11
raramente aparecem na fala (e na escrita) dos falantes “cultos” (BAGNO,
2003, p. 63).
12) variação “língua padrão”, “dialeto padrão”, “variedade padrão”
Observação: é preciso utilizar termos que diferenciam o que é do que não é padrão. Para tanto, Marcos Bagno propõe os termos “variedades de prestígio” e “variedades estigmatizadas”.
1° grupos de prestígio e, portanto, pressupõe falantes que tiveram acesso à escolarização e que, naturalmente, do ponto de vista social,
passaram pela seleção de pertencerem a um grupo privilegiado que já cumpriu todas as etapas de
formação escolar, critério este, aliás, utilizado pelos linguistas para definir o falante culto.
2° abrange todos os grupos sociais desprestigiados do Brasil.
Esse desprestígio, assim como o prestígio, não é determinado internamente por meio das estruturas linguísticas utilizadas, uma vez que ele está fundamentado em critérios socioeconômicos e de relação de poder.
Justificativas:
Nesse sentido, de acordo com Lucchesi (1994, apud PERINI, 2000), há uma polaridade entre normas
vernáculas e normas cultas. As primeiras corresponderiam ao uso da língua por falantes menos
escolarizados, enquanto as segundas corresponderiam aos usos dos falantes mais escolarizados.
Perini (2000) expõe as diferenças entre o que o autor denomina “português” e “vernáculo” e questiona sobre qual seria a língua que falamos no Brasil.
chama de vernáculo brasileiro a língua falada no país, aquela que é utilizada
no dia a dia, em situações rotineiras de comunicação do brasileiro. A outra língua, o português, ficaria mais restrita a situações formais, principalmente de uso da língua escrita, em que o falante tem de recorrer às normas prescritas pela gramática.
o vernáculo corresponderia ao conceito de “normal”, de acordo com a definição de norma culta da língua, ao passo que o português estaria diretamente ligado à norma culta de cunho prescritivo, isto é, normativo. Para cada situação comunicativa, o falante deve selecionar que norma deve utilizar.
Podemos dizer que saber a norma prescritiva da língua não significa dominar o uso dessa mesma língua. Ou seja, um escritor, por exemplo, não tem necessidade de saber de cor todas as regras da gramática normativa, no entanto, deve ter capacidade de utilizar a língua para expressar seus pensamentos e fazer-se compreender pelo leitor.
13) Que norma devemos seguir? Como deve ser?
 
• A norma culta da classe de prestígio é a única correta.
Isso não é verdade, uma vez que todas as variedades da língua são eficazes. O que há são modalidades de prestígio e modalidades desprestigiadas (ou estigmatizadas, como já vimos) em função do grupo social que a utiliza. 
Portanto, não há certo ou errado em termos de língua, todavia, o ideal é que o falante conheça todas as variedades para selecionar a que deve usar no momento da comunicação.
14) A partir dos conceitos de gramática apresentados, podemos verificar que não há regra para o uso da
língua, mas regras que variam conforme as situações comunicativas do falante. Essa variação decorre
de fatores como diferenças entre grupos sociais escolarizados e não escolarizados, entre falantes de
regiões diferentes, entre sexos opostos, além das diferenças de idade, posição social, enfim, de fatores
que determinam as regras (no plural).
CONCEITUE A variedade linguística.
a norma culta- corresponde à variedade que segue as regras instituídas pela gramática normativa, prescritiva da língua.
À NORMA popular- diz respeito a toda e qualquer variedade que se oponha ao “bem falar” e “bem escrever” instituídos pelo padrão.
JUSTIFICATIVA
Portanto, não podemos desconsiderar que os falantes variam o uso da língua, seja de região para região, entre faixas etárias diferentes, de um sexo para outro, enfim, há grupos que se diferenciam de acordo com o seu modo de falar.
15) Variação dialetal
 Travaglia (1998)
propõe seis dimensões de variação dialetal: territorial (ougeográfica), social, de idade, de sexo, de geração e de função.
• Dialetos na dimensão territorial, geográfica ou regional: variação entre pessoas de diferentes regiões em que se fala a mesma língua. Essa variação pode ocorrer por influência da formação cultural do povo ou pelo fato de os indivíduos pertencentes geograficamente à mesma comunidade apresentarem comportamento linguístico que os identifique. As diferenças podem ser no plano fonético, no léxico ou no das diferenças sintáticas.
16) • Dialetos na dimensão social: 
são variações de acordo com a classe social a que pertencem
os usuários da língua.
Justificativa:
São consideradas variedades dialetais de natureza social os jargões
profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos (artistas, médicos,
professores, marginais, favelados, entre outros). Nesse contexto, a gíria é uma forma de dialeto social.
17) • Dialetos na dimensão da idade:
 são variações relativas ao modo de usar a língua por pessoas
de idades diferentes, em faixas etárias diversas – adultos, velhos, crianças, jovens.
18)• Dialetos na dimensão do sexo: 
são variações de acordo com o sexo de quem fala.
Justificativa
Um garoto pode expressar-se diferentemente de uma garota em uma mesma situação comunicativa.
Ela poderá dizer “ganhei uma blusinha maravilhosa!”, uma vez que o uso do diminutivo é marca
da fala feminina, o que causaria estranhamento na fala masculina.
19) • Dialetos na dimensão da geração (ou variação histórica): 
são estágios no desenvolvimento da língua.
20) • Dialetos na dimensão da função:
são variações na língua decorrentes da função que o falante
desempenha.
Importante
O mesmo falante pode variar sua forma de comunicação de acordo com o contexto. Daí a noção de
registro da língua, para a qual há uma primeira divisão entre o que é formal e o que não é. Esse grau de
formalismo está ligado aos padrões da escrita e da oralidade. Quanto mais próximo do primeiro, mais
formal, quanto mais próximo do segundo, mais informal e/ou coloquial.
Variação de registro
21)Travaglia (1998) as variações de registro podem ser classificadas:
grau de formalismo, modo e sintonia.
22)• Grau de formalismo: escala de formalidade, isto é, uso dos recursos da língua, variando o cuidado e apuro de acordo com a situação e com a maior variedade de recursos utilizados e aproximando-se cada vez mais da língua padrão e culta em seus usos mais “sofisticados”.
23)• Variação de modo é entendida como a língua falada em contraposição à língua escrita.
24) A língua escrita e a falada apresentam as seguintes diferenças, segundo Travaglia (1998, p. 52):
• A língua falada pode usar recursos do nível fonológico que na escrita não podem ser usados (entonação, ênfase de termos ou sílabas, duração dos sons, entre outros). 
• Na língua falada aparecem truncamentos (de palavras e frases), hesitações, repetições, retomadas e correções que não aparecem na língua escrita. Para Travaglia (1998), na interação face a face, no texto oral, é possível:
APOSTILA PÁGINA 29, UNIDADE I.
O texto de Millôr ilustra bem essa questão.
Variedades de modo
Variantes de grau
 de formalismo Língua falada Língua escrita 
 
 Oratório 
 Formal (Deliberativo) HIPERFORMAL
 Coloquial FORMAL
 Coloquial distenso SEMIFORMAL
 Familiar INFORMAL
 PESSOAL
25)Todavia, temos de levar em consideração a pluralidade linguística para desenvolvermos a competência comunicativa enquanto usuários da língua.
Essa pluralidade está diretamente ligada às variedades linguísticas.
Desse modo, Travaglia (1998, p. 54), com base em estudos já realizados por outros pesquisadores, propõe uma classificação do grau de formalismo:
26)• Oratório: elaborado, enfeitado, utilizado por especialistas, tais como advogados, sacerdotes, políticos e outros. É sempre reconhecido como apropriado para uma situação muito formal. O equivalente escrito do oratório é o hiperformal.
27)• Deliberativo: quando se fala a grupos grandes ou médios, em que se excluem as respostas
informais (conferências científicas normalmente são realizadas com esse nível de formalidade). O
formal apresenta características semelhantes, numa forma de linguagem cuidada, na variedade
culta e padrão, mas dentro do estilo escrito (bons jornais e revistas, por exemplo).
28)• Coloquial: comumente utilizado no diálogo, em que os participantes interagem sem planejamento prévio, mas continuamente controlado. Caracteriza-se por construções gramaticais soltas, repetições frequentes, frases bem curtas, conectivos simples e léxicos mais comuns. Na escrita, o semiformal corresponde ao coloquial, mas aquele apresenta mais formalidade que este. 
29)• casual (coloquial distenso): completa integração entre falante e ouvinte, em que pode aparecer, por exemplo, o uso de gírias, indicador de relacionamento próprio de um grupo fechado. Exemplos desse nível são as conversações descontraídas entre amigos, colegas de trabalho etc. Quando esse nível corresponde à relação entre membros de uma família ou amigos íntimos, temos o grau informal.
30) • Íntimo: inteiramente familiar, particular, pessoal. Aparecem, portanto, elementos da linguagem afetiva com função emotiva. Esse grau íntimo pode tornar-se pessoal quando escrevemos recados para pessoas de nosso círculo familiar, em bilhetes ou lista de compras, por exemplo. A partir das definições dadas, podemos verificar que hierarquicamente temos o oratório e o hiperformal como extremos de formalidade, seguidos do deliberativo e do formal. Do outro lado, temos o familiar e o pessoal e, um pouco acima, o casual (coloquial distenso) e o informal. 
31)• Sintonia: quanto à terceira dimensão da classificação de registro, a sintonia, há pelo menos quatro distinções feitas por Travaglia (1998). São o status, a tenacidade, a cortesia e a norma.
 
32)• Status: um funcionário não fala da mesma forma com seu colega de trabalho e com seu chefe. Há variação de formas ou pronúncia, tom de voz que denotam respeito especial à pessoa a quem nos dirigimos, com a finalidade de se definirem as posições relativas de cada falante. Um homem pode diferenciar sua linguagem para falar com o filho e para falar com sua esposa, por exemplo. 
33)• Tenacidade: variação que ocorre em função do volume de informações ou conhecimentos que o falante supõe ter o ouvinte sobre o assunto. Podemos observar esse tipo de variação entre um artigo de divulgação científica, que é veiculado para um público leigo, e um artigo científico, destinado a um público específico, o acadêmico-científico.
34)• Cortesia: variação que ocorre de acordo com a dignidade que o falante considera apropriada ao(s) seu(s) interlocutor(es) e/ou à ocasião. Essa variação vai da blasfêmia/obscenidade ao eufemismo.
 
35• Norma: ao se dirigir ao seu interlocutor, o falante considera o que este julga “bom” em termos de linguagem. Isto é, a variedade linguística a ser utilizada será selecionada de acordo com os participantes da atividade comunicativa.
36)Questão 1 (Enade, 2007). Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos:
 “Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu livro Redação para Concurso, para fins de consulta escolar”. 
Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que:
A) Comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola. 
B) Vai a um piquenique engravatado, vestindoterno completo e calçando sapatos de verniz. 
C) Vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas.
 D)Frequenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de algodão.
 E) Veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional.
Justificativa:
Estabelecendo-se uma analogia entre o tipo de roupa e o nível de linguagem, podemos considerar que o nível formal corresponde ao traje social, enquanto o informal corresponde ao traje do dia a dia. No caso do enunciado, o rapaz usou uma linguagem excessivamente formal em uma situação que exigia a coloquialidade. Trata-se, portanto, de uma inadequação. O piquenique exige uma vestimenta mais à vontade, é inadequado ir a um passeio desse tipo com traje social, como ilustra a questão.
37)Questão 2 (adaptada – Enade, 2006). Analise a charge reproduzida na figura:
Considere as seguintes afirmativas:
 I – Pelo texto, observa-se que os sinônimos produzem sempre o mesmo efeito de sentido no texto.
 II – Observa-se que o personagem valoriza a cultura regional.
 III – Pelo texto, percebe-se que o personagem se refere a dois doces distintos.
Assinale a alternativa que contém a(s) afirmativa(s) correta(s):
A) I. 
B) II. 
C) III.
D) I e II. 
E) II e III.
Unidade II
5 O Estudo da Gramática: âmbito da Fonologia, da morfologia, da sintaxe e da semântica 
38) Fonologia 
É o nível de descrição da linguagem em que encontramos os sons que fazem parte do sistema linguístico, tendo uma sua função no sistema comunicativo.
Também cuida de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia e à acentuação de palavras, de acordo com o padrão culto da língua. 
Estuda o aspecto fônico e tem como unidade básica de estudo o fonema.
39)Morfologia 
É o nível de análise linguística que se ocupa do estudo das palavras, de sua formação, de sua classificação e de suas flexões.
Estuda palavras que pertencem a grupos bem diferentes: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
40)Sintaxe 
A sintaxe é o estudo das combinações e relações entre as palavras de um enunciado e entre as frases de um texto.
41) Semântica
É definida, de maneira genérica, como o estudo do sentido das palavras e dos enunciados.
42) Estilística
Estuda os aspectos afetivos que envolvem e caracterizam a linguagem emotiva que perpassa todos os fatos da língua.
43) Aliteração e assonância 
A repetição da mesma consoante ao longo do texto – a aliteração – provoca efeitos sonoros variados conforme o caso.
Canção do vento e da minha vida PÁGINA 8 UNIDADE II.
44) a repetição dos fonemas /v/ e /f/ no início ou meio de um significativo número de palavras permite que se associe o texto lido em voz alta ao som produzido pelo vento.
45) o fonema representa a sonoridade e a letra representa a grafia do som, por isso, não devemos confundir ambos. Quando se trata de transcrição do fonema, este deve ser representado entre “/ /”, como, por exemplo, /s/ em “sol” ou /z/ em “casa”. Portanto, não devemos confundir letra com fonema e viceversa.
46) A assonância é a repetição da mesma vogal no texto. Note a repetição do /a/ neste trecho da letra de Clara, de Caetano Veloso:
Quando a manhã madrugava
 Calma
 Alta 
Clara 
Clara morria de amor
 (VELOSO, 1990)
47)As onomatopeias, outro recurso fonológico, representam certos sons e ruídos produzidos por animais ou coisas ou mesmo certos sons humanos. Têm como função “imitar” a realidade.
48) onomatopeias traduzindo vozes de animais e sons das coisas: O tiquetaque do relógio, o marulho das ondas, o zunzunar da abelha, o arrulhar dos pombos.
49) Fonema: menor unidade sonora de uma palavra.
50) Letra: representação gráfica dos fonemas da língua.
51) Existe uma parte da fonologia que trata da pronúncia adequada das palavras, segundo o padrão culto da língua: a ortofonia, que, para efeito de estudo, costuma se dividir em ortoepia e prosódia.
52) • Ortoepia: trata da correta pronúncia dos fonemas das palavras. 
53)• Prosódia: trata da acentuação (acento da fala) e da entoação adequada dos fonemas.
Algumas palavras de nossa língua oferecem dúvidas quanto à posição da sílaba tônica. 
Veja algumas das infrações mais frequentes de pronúncia, tomandose como referência o padrão culto da língua:
 • são oxítonas: Nobel, refém, sutil, ruim, ureter; 
• são paroxítonas: âmbar, avaro, ciclope, clímax, filantropo, fluido (ui ditongo), fortuito (ui ditongo), gratuito (ui ditongo), ibero, libido, pudico, rubrica; 
• são proparoxítonas: aeródromo, arquétipo, autóctone, barbárie, boêmia, condômino, etíope, ínterim.
 • admitem dupla prosódia: acrobata ou acróbata, ambrósia ou ambrosia, crisântemo ou crisantemo, hieróglifo ou hieroglifo, homília ou homilia, Madagáscar ou Madagascar (mais comum), Oceânia ou Oceania, projétil ou projetil.
53) Vogal: é o fonema produzido pelo ar que faz vibrar as cordas vocais e que não encontra obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador.
54) Semivogal: 
são fonema produzido como vogal, mas pronunciado com baixa intensidade, como se fosse uma consoante.
PÁGINA 41 ATÉ 53

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