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Relatorio analises clinicas (bioquímica clínica e Imunologia)

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 CCBS – CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE 
ESTÁGIO SUPERVISIONADA EM ANÁLISES CLÍNICAS 
ESTÁGIO IV (7º SEMESTRE) 
 
 
 
 
 
 
 
THAIS ARAGÃO 
TIA: 406.8440-7 
TURMA: A11 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO / SP 
NOVEMBRO/2009 
 
 
 
 
 
 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 CCBS – CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES 
DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO IV 
REALIZADO POR THAIS ARAGÃO NO 
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
LAURYE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO / SP 
NOVEMBRO/2009
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. DADOS PESSOAIS .......................................................................................... 3 
2. DADOS SOBRE A EMPRESA ......................................................................... 3 
3. DADOS SOBRE O ESTÁGIO ........................................................................... 3 
4. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 
5. DESCRIÇÃO DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAURYE .......... 4 
5.1. Organograma .................................................................................... 4 
5.2. Planta Baixa ...................................................................................... 5 
5.3. Fluxograma de Atividades Laboratório do Laboratório Laurye .......... 6 
6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................... 7 
6.1. Coleta ................................................................................................ 7 
6.2. Coleta de Sangue ............................................................................. 7 
6.3. Hematologia ...................................................................................... 9 
6.4. Bioquímica Clínica .......................................................................... 17 
6.5. Imunologia ....................................................................................... 43 
6.6. Parasitologia ................................................................................... 56 
6.7. Microbiologia ................................................................................... 65 
7. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 73 
 
 
 
 
1. DADOS PESSOAIS 
Nome: Thais Aragão 
Data de Nascimento: 03/05/1987 
RG:44008521-4 
Endereço: Rua Alcatifa, 111 – Jardim Brasília - São Paulo - SP 
Tel.:(11) 2741-8711/ Cel.:(11) 9412-5819 
e-mail: aragão.thais@uol.com.br 
 
2. DADOS SOBRE A EMPRESA 
Área do Estágio: Análises Clínicas 
Local: Laboratório de Análises Clínicas Laurye 
CNPJ: 43.783.943/00001-40 
Representante legal: Irene Lourenço Pereira 
Tel.: (11) 2093-2530 
E-mail: laurye.diagnosticos@terra.com.br 
Endereço: Rua Winifred, 62–Vila Carrão - São Paulo - SP – Brasil 
 
3. DADOS SOBRE O ESTÁGIO 
Período: 04/02/2009 à 18/05/2009 
Carga Horária: 150horas 
 
Supervisor do estágio: 
Eliana A. Santos 
CRBM nº: 3865 
 
 
 
 
 
 
 
4. INTRODUÇÃO 
As instalações nas quais se fazem os exames químicos e microscópicos do 
sangue, outros líquidos do organismo e tecidos são chamados de laboratórios 
clínicos. (Walters, et al., 1998) 
O laboratório clínico pode ser grande, oferecendo serviços sofisticados e 
empregando muitos profissionais habilitados, ou pode ser pequeno, com apenas um 
empregado. (Walters, et al., 1998) 
Dentro do laboratório clínico pode existir várias áreas como, por exemplo, 
Hematologia, Parasitologia, Microbiologia, Bioquímica Clinica, Urinálise, Sorologia, 
Enzimologia, Toxicologia, Micologia e Citologia. Todas de igual importância no 
diagnóstico e tratamento de várias patologias. 
5. DESCRIÇÃO DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAURYE 
5.1. Organograma 
 
Fig. 1 - Organograma do Laboratório Semi-Industrial 
Irene Lourenço 
Pereira
Diretora
Eliana A. Santos
Biomédica
Edna Sgorlon
Enfermeira
Gilberto Almeida 
Custódio
Técnico de 
laboratório
Thais Aragão
Estagiária
Maurício Lopes
Técnico de 
Laboratório
 
 
5.2. Planta Baixa 
 
Fig. 2- Planta Baixa do Laboratório de Análises Clínicas Laurye 
 
 
 
5.3. Fluxograma de Atividades Laboratório do Laboratório Laurye 
 
Fig. 3 - Fluxograma das Atividades Gerais no Laboratório de Análises Clínicas Laurye 
 
Cadastramento do paciente no 
sistema
Liberação do convênio/pagamento
Coleta
Laboratório de análise clínicas
Triagem
Exames de 
Parasitológicos
Exames Bioquímicos Exames Imunológicos Exames Hematológicos
 
 
6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
No laboratório Laurye tive a oportunidade de entrar em contato com várias 
atividades do dia a dia de um laboratório clínico. 
Essas atividades são divididas em setores de acordo com o tipo de técnica a 
ser usada, do que quer se pesquisar e do tipo de material que tem-se disponível. 
Abaixo serão relatadas e discutidas as atividades realizadas em cada setor: 
Hematologia, Bioquímica, Imunologia, Parasitologia e Microbiologia. 
6.1. Coleta 
Para realizar um exame laboratorial pode-se utilizar os seguintes tipos de 
amostras: 
- Sangue 
- Urina 
- Fezes 
- Secreções 
- Raspados 
- Esperma 
- Liquídos cavitários. 
Para cada tipo de amostra deve-se observar as condições em que devem ser 
coletadas e armazenadas para garantir que não sejam somados mais fatores de 
erros a análises. 
Deve-se orientar adequadamente o paciente quanto ao preparo a ser 
realizado antes da coleta, o qual é específico para cada tipo de análise. Por 
exemplo, se há necessidade de jejum, de quantas horas; realização de exercício 
físico; ingestão de bebidas alcóolicas ou estimulantes. 
Antes da coleta também é necessário obter informações sobre aspectos 
referentes ao paciente que podem interferir nos resultados, como por exemplo: 
idade, sexo, etnia, gravidez, período do ciclo menstrual, uso de medicamentos, 
presença de doenças concomitantes, tabagismo, alcoolismo, etc. 
6.2. Coleta de Sangue 
O sangue é tipo de amostra muito utilizado para análises hematológicas, 
bioquímicas e imunológicas . 
Para cada finalidade deve-se separar a fração do sangue mais indicada (soro, 
plasma ou sangue total). 
 
 
6.2.1. Fluxograma coleta de sangue 
 
Após a coleta, o tubo é enviado para cada setor de acordo com o tipo fração 
necessária para análise. 
Recepção 
•Identificação do paciente
•Exames a serem realizados
•Medicamentos que utiliza
Flebtomista
•Preparo e orientação do paciente na área de coleta
•Verificar exames a serem realizados
•Confirmar nome do paciente com a ficha
•Perguntar quanto tempo está em jejum (se necessário);Se houve consumo de álcool 
Flebotomista
•Antissepsia das mãos 
•Colocação das luvas de procedimento
•Preparação dos materiais a serem utilizados
Paciente
•Apoiar o braço sobre suporte
•Fechar a mão para que a veia se torne palpável
Flebotomista
•Sentir a veia do paciente
•Garrotear
•Antissepsia do local da punção com álcool 70% e algodão; esperar o 
álcool secar
Flebotomista
•Fazer a venopunção com material adequado
•Liberar o garrote quando o sangue começar a fluir
Flebotomista
•Retirar o tubo de sangue
•Homogeneizar por inversão lentamente
Flebotomista
•Retiraro sistema de coleta
•Pressionar o local de coleta com algodão 1-2min
•Colocar curativo (se necessário)
•Identificar o Tubo
 
 
6.3. Hematologia 
Hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue.A palavra é composta 
pelos radicais gregos: Haima (de haimatos), "sangue" e lógos, "estudo, tratado, 
discurso". A Hematologia estuda os elementos figurados do sangue: hemácias 
(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Estuda, também, a 
produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos 
hematopoiéticos): medula óssea, baço e linfonodos. 
A seção de hematologia é primariamente responsável pelo exame dos 
elementos figurados do sangue. Estes podem ser qualitativos, como a observação 
da aparência das células sanguíneas. Ou os testes podem ser quantitativos, com na 
execução das contagens de células. 
O laboratório de hematologia executa testes para detectar e monitorar 
tratamentos de anemias, leucemias e desordens hereditárias do sangue, como a 
hemofilia. Os efeitos de certos tratamentos, como a quimioterapia contra o câncer, 
podem ser determinados por testes hematológicos. 
Os exames utilizados na investigação hematológica incluem: 
• Hemograma 
• Mielograma 
• Velocidade de hemossedimentação (VHS) 
• Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) 
• Tempo de protrombina (TP) 
• Fibrinogênio 
• Dímeros-D 
• dosagens de fatores de coagulação, entre outros. 
A coleta para análise hematológica é em geral realizada, seguindo os 
procedimentos de coleta já conhecidos, em tubos contendo EDTA como 
anticoagulante (tampa roxa). A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em 
jejum de pelo menos 12 horas, 24 horas sem pratica de exercícios físicos e 48 horas 
sem consumo de bebida alcoólica. As amostras previamente identificadas são 
encaminhadas ao laboratório que procede com as análises dos exames 
hematológicos. 
 
 
 
6.3.1. Hemograma 
Hemograma é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um 
paciente. As células circulantes no sangue são divididas em três tipos: células 
vermelhas (hemácias ou eritrócitos), células brancas (ou leucócitos) e plaquetas (ou 
trombócitos). 
O hemograma é uma combinação de teste que usualmente inclui: 
- Contagem de hemácias 
- Contagem de leucócitos 
- Hemoglobina 
- Hematócrito 
- Índice de hemácias 
- Contagem diferencial de leucócitos 
- Avaliação do número de plaquetas 
- Observação morfológica das células do sangue 
- 
Fig. 4- Fluxograma da realização do Hemograma 
Amostra de 
Sangue colhida 
com EDTA
Identificação 
das Amostras
Encaminhar ao 
Laboratório
Fazer 
Esfregaços e 
Identificá-los
Corar Utilizado 
Corante 
Panótico
Análise 
Microscópica 
da Série 
Vermelha
Contagem 
Diferencial 
Preparar 
amostras para 
Determinações 
na Automação
Anotar 
Resultados
Preparar Amostras 
para a realização de 
Hematócrito e 
Hemoglobina manuais
Anotar 
Resultados
 
 
• Contagem Manual de Hemácias e Leucócitos 
Contagens manuais do número de hemácias e leucócitos podem ser feitas em 
câmara de Neubauer (Fig. 7), após uma diluição prévia do sangue. A contagem é 
realizada utilizando-se apenas um retículo da câmara, portanto para uma mesma 
amostra pode-se utilizar apenas uma câmara, onde um retículo será ocupado para 
os glóbulos vermelhos e um para os glóbulos brancos. Cada um é constituído por 
nove quadrados de 1mm² de área e com a profundidade de 0,1mm. Esses 
quadrados são ainda subdivididos. Os quatro externos possuem dezesseis 
quadrados cada e o central possui vinte e cinco quadrados subdivididos em novos 
dezesseis quadrados cada (Fig. 8). 
 O método dificilmente é usado, sendo usado em poucos casos de dúvidas da 
metodologia automática . 
Para contagem de hemácias faz-se a seguinte diluição: 20µL do sangue são 
transferidos para um tubo de ensaio com 3980µL de solução de Gower. A mistura é 
homogeneizada por inversão por dois minutos (Fig. 5). 10µL são então transferidos 
para a câmara onde se deve aguardar três minutos para a contagem. 
 
Para contagem de leucócitos faz-se a seguinte diluição: 20µL de sangue são 
transferidos e homogeneizados por inversão com 380µL de solução de Turk em um 
tubo de ensaio durante dois minutos (Fig. 6). 
 
Fig. 5 - Diluição do sangue para contagem de hemácias 
 
 
3980µL de sol 
.Gower 
20µL de 
sangue 
Agitar por 
inversão 2 
minutos 
 
 
 
Transferem-se essas diluições com auxílio de pipeta ou capilar cada uma para 
um retículo (Fig. 7). 
 
Fig. 7- Enchendo a Câmara com sangue diluído 
A câmara de Neubauer é então colocada no microscópio com a objetiva de 
menor aumento (10x). Focam-se as áreas quadriculadas como observado na Fig. 8. 
Realiza-se a contagem das hemácias e leucócitos as áreas específicas, como 
indicado na figura abaixo: 
 
Fig. 6 - Diluição do sangue para contagem de leucócitos 
 
380µL de sol. 
Turk 
20µL de 
sangue 
Agitar por 
inversão 2 
minutos 
 
 
 
Fig. 8- Área de contagem de hemácias (E) e leucócitos (L). 
A contagem total de hemácias deve ser multiplicada por 10000 para encontrar 
no número de hemácias por mm3. A contagem de leucócitos deve ser multiplicada 
por 50 para encontrar o número de leucócitos por mm3. 
• Hematócrito 
Com a amostra original, um capilar (heparinizado para sangue capilar ou não 
heparinizado para sangue de tubos com anticoagulante) é preenchido até mais de 
três quartos de seu volume. O capilar é limpo e a extremidade não preenchida é 
fechada por chama. Colocado então na microcentrífuga, com a extremidade fechada 
voltada para fora, é rotacionado a 11000rpm por cinco minutos. 
A leitura é realizada pela comparação do hematócrito com uma régua específica. 
O resultado é obtido em porcentagem (Fig. 9). 
 
Fig. 9 - Leitura do hematócrito 
 
 
 
• Hemoglobina 
Determinação baseada na leitura espectrofotométrica em 540nm da 
oxihemoglobina formada pela transformação da hemoglobina através da lise dos 
eritrócitos da amostra com solução hipotônica. Para isso 20µL de sangue são 
diluídos em 6mL de água. Uma gota de solução de NH4OH a 1% (solução 
hipotônica) é acrescida e a solução é homogeneizada por inversão. 
A leitura é então feita no espectrofotômetro com o comprimento de onda correto. 
Para a solução branca, necessária para a calibração, utiliza-se apenas água. Se o 
aparelho já estiver programado, o resultado sairá em concentração. 
• Contagem diferencial de leucócitos 
Necessária para a diferenciação dos glóbulos brancos. Após a preparação do 
esfregaço, este deve ser mergulhado por cinco segundos em cada corante 
pertencente ao Panótico. O excesso é retirado com água e a lâmina quando seca é 
levada ao microscópio para a observação. 
As células devem ser contadas sendo segregadas pelos tipos até resultarem 
número 100. O valor final é a porcentagem do tipo de leucócito na amostra de 
sangue. 
São diferenciadas em: neutrófilo segmentado (Fig. 10), neutrófilo bastonete(Fig. 
11), eosinófilo (Fig. 12), monócito (Fig. 13), basófilo (Fig. 14) e linfócito (Fig. 15). 
 
Fig. 10 - Neutrófilo Segmentado 
 
Fig. 11 - Neutrófilo Bastonete 
 
Fig. 12 – Eosinófilo 
 
Fig. 13- Monócito 
 
 
 
Fig. 14 – Basófilo 
 
Fig. 15 - Linfócito 
6.3.2. Velocidade de Hemossedimentação (VHS) 
A velocidade de hemossedimentação é baseada no princípio da 
sedimentação, o processo no qual as partículas sólidas tendem a depositar no fundo 
de um líquido. Em uma amostra de sangue anticoagulado e deixado em repouso as 
hemácias vão gradualmente separar-se do plasma e depositam-se no fundo do 
recipiente. A velocidade com que as hemácias se depositam ou caem sob condições 
controladas de laboratórios é conhecida como velocidade de hemossedimentação. 
Em amostras de sangue da maioria das pessoas sadias, a sedimentação 
ocorre lentamente. Em muitas doenças, particularmente as inflamatórias, o VHS é 
rápida. Em alguns casos,a velocidade é proporcional à gravidade da doença. 
Para fazer uma VHS, uma amostra de sangue anticoagulado é colocado em 
um tubo graduado de dimensões padrão, e incubado em uma posiçào vertical por 
exatamente uma hora. Ao final dessa hora, a distância que os eritrócitos caíram do 
menisco do plasma (na marca zero) é medida em milimetros (mm) e reportado (Fig. 
16). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16 - Leitura do VHS no tubo graduado 
 
 
6.3.3. Testes de Coagulação 
Para a realização dessa determinação, o tubo a ser utilizado na coleta contém 
citrato de sódio, que seqüestra o cálcio presente, inibindo a coagulação. 
A coagulação é um processo do organismo que, em caso de lesão, impede o 
extravasamento sangüíneo através da formação do coágulo de fibrina. Ela envolve 
inúmeras substâncias conhecidas como fatores de coagulação que estão envolvidas 
em três fases básicas, a formação da tromboplastina, a conversão da protrombina 
em trombina e a transformação do fibrinogênio em fibrina. 
Ela pode ser ainda dividida em duas vias, a extrínseca e a intrínseca. Para a 
análise da sua funcionalidade no sangue realiza-se a Determinação do Tempo de 
Protrombina (TP) que consiste em adicionar tromboplastina em excesso ao plasma 
(descalcificado pelo citrato de sódio presente no tubo) e recalcificá-lo com 
quantidades conhecidas de cloreto de cálcio padronizado. O tempo levado para que 
o coagulo se forme é o TP. 
Esse sistema é escolhido para a investigação da via extrínseca, pode 
demonstrar deficiência dos fatores de coagulação I, II, V, VII e X e ainda auxiliar no 
controle da terapêutica anticoagulante. 
A determinação é feita de maneira automatizada pelo aparelho da Human, para 
isso, deve-se selecionar o programa PT e deixar o reagente no aparelho em pré-
aquecimento por 5 minutos. 25µL de plasma são então pipetados na cubeta e 
colocados em pré-aquecimento por 1 minuto. 
A cubeta é então transferida para a posição de medição, o sistema óptico é 
ativado e 50µL do reagente (tromboplastina) são adicionados. Selecionar a 
ampulheta para que a leitura seja feita (máximo de 300 segundos). O resultado é 
mostrado no visor. Aconselha-se realizar o teste em duplicata, se a diferença entre 
elas for maior que 5% é necessário repetir o teste. 
Pode-se realizar a Determinação do Tempo de Tromboplastina Ativado (TTPA), 
onde se adiciona ao plasma, cálcio e cefalina (substituto das plaquetas), o tempo 
consumido para a coagulação representa o TTPA. É um método importante para a 
investigação das alterações do mecanismo de coagulação envolvendo a via 
Intrínseca, com exceção das plaquetas e fatores VII e XIII. 
Para a sua realização utiliza-se o mesmo aparelho do TP. O programa TTPA é 
então selecionado e 25µL de plasma e de TTPA são pipetados na cubeta. Esta é 
incubada por 5 ou 3 minutos (dependendo do kit do reagente. Após a incubação é 
 
 
transferida para a posição de medição e o sistema óptico é ativado. Adiciona-se 
então 25µL de CaCl2 pré-aquecido. O cronômetro é ativado e o instrumento fará a 
leitura em até 300 segundos. Se nenhum coagulo for formado o display mostrará 
+++.+s. 
Quando o tempo de processamento é de 35-45 segundos é considerado normal, 
se for encurtado (abaixo desse valor), não há relevância clínica, mas se o resultado 
for prolongado (acima desse valor), possui uma grande importância diagnóstica e 
pode ocorrer por deficiência dos fatores VIII, IX, V, X, XI, XII, II e I ou quando 
existem anticoagulantes circulantes. 
6.4. Bioquímica Clínica 
6.4.1. Proteína 
A dosagem das proteínas pode fornecer informações que refletem os estados 
de doença em muitos sistemas de órgãos. A dosagem das proteínas totais fornece 
uma informação importante sobre o estado geral do paciente, referente à nutrição ou 
a doenças orgânicas severas. Os fracionamentos adicionais contêm informações 
clinicamente mais úteis. 
- Aumento de proteínas totais: mieloma múltiplo, macroglobulinemia, artrite 
reumatóide, lupus eritematoso, endocardite bacteriana subaguda e linfogranuloma. 
- Diminuição de proteínas totais: desnutrição grave, hiperhidratação, nefrose, 
insuficiência renal, deficiência de cálcio e vitamina D. 
Finalidade: Sistema para determinação colorimétrica das proteínas totais em 
amostras de sangue e líquidos pleural, sinovial e ascítico por reação de ponto final. 
Princípio: Os íons cobre (Cu2+) em meio alcalino (Reagente de Biureto) 
reagem com as ligações peptídicas das proteínas séricas formando cor púpura que 
tem absorbância máxima em 545 nm, proporcional à concentração de das proteínas 
da amostra. 
Referência em adultos: 6 a 8g/dL 
6.4.2. Albumina 
A albumina é a proteína mais importante do plasma humano, representando 
40 a 60% do total de proteínas. Os níveis plasmáticos de albumina, devido a sua 
relação com o aporte de proteínas e a produção no fígado, são frequentemente 
usados com parâmetros para avaliação do estado nutricional e função hepática 
 
 
Diminuições da albumina ocorrem na cirrose e outras doenças hepáticas 
incluindo alcoolismo crônico, na gravidez associado ao uso de contraceptivos orais, 
em muitas doenças crônicas incluindo neoplasias, síndrome nefrótica, enteropatias 
com perda proteíca (doença Chron, colite ulcerativa), doenças inflamatórias como as 
doenças autoimunes, imobilização prolongada, falências cardíaca e outros estados 
catabólicos crônicos. A elevação da albumina sérica é encontrada somente na 
desidratação. 
Finalidade: Sistema para determinação da albumina em amostras de soro por 
reação de ponto final. 
Princípio: A albumina tem a propriedade de se ligar à uma grande variedade 
de ânions orgânicos e moléculas complexas de corantes. 
O sistema de medição se baseia no desvio do pico de absortividade máxima 
de um corante complexo (verde de bromocresol) quando este se liga à albumina. A 
cor formada é medida colorimetricamente entre 620 e 640 nm, sendo proporcional à 
quantidade de albumina na amostra até a concentrção de 6,0 g/dL. 
O verde de bromocresol possui especificidade para a albumina e não sofre 
interferência de valores elevados da bilirrubina e hemoglobina, permitindo também 
que valores elevados dos triglicerídeos possa ser corrigida utilizando o branco da 
amostra. 
Referência para adultos: 3,5 a 5,5 g/dL 
6.4.3. Mucoproteínas 
As mucoproteínas são uma fração heterogênea de glicoproteínas solúveis 
que podem ser separadas por eletroforese em 5 subfrações, conhecidas pelo nome 
genérico de proteínas de fase aguda. Por definição proteína de fase aguda é aquela 
cuja concentração aumenta ou diminui em resposta ao estímulo inflamatório. A 
maioria executa funções específicas o que as torna muito importantes durante o 
processo inflamatório. 
O aumento das mucoproteínas ocorre em vários processos inflamatórios 
sépticos ou assépticos, agudos ou crônicos, localizados ou sistêmicos como 
neoplasia, doença do colágeno, tuberculose e outras doenças infecciosas, diabetes 
mellitus, cirrose hepática, psoríase, gota, etc. A falta de especificidade limita muito o 
seu uso em termos de diagnóstico. As dosagens seriadas das mucoproteínas têm 
sido usadas com relativo sucesso para acompanhar a resposta ao tratamento. 
 
 
Lembramos que não existe correlação entre os níveis séricos de mucoproteínas, 
proteína C-reativa e antiestreptolisina. 
Finalidade: Determinação quantitativa da Mucoproteínas em amostra de soro 
com reação de ponto final. 
Princípio: Precipitação seletiva com Ácido Perclórico.. As mucoproteínas 
(seromucóides) são separadas das proteínas coaguláveis pelo calor por precipitação 
seletiva com solução de ácido perclórico. Realiza-se em seguida precipitação das 
mucoproteínas do filtrado com ácido fosfotúngstico e dosagem com o reagente de 
Folin-Ciocalteau através do conteúdo em tirosina. 
Referência:1,9 a 4,9 mg/dL em tirosina. 
6.4.4. Amilase 
A determinação da amilase em amostras de sangue, urina e outros líquidos 
biológicos são testes úteis no diagnóstico da pancreatite aguda e suas 
complicações. 
A amilase sanguínea provém de duas fontes principais: pâncreas e glândulas 
salivares. Outras fontes potenciais de amilase sérica são os órgãos de reprodução e 
o fígado. 
A elevação da amilase sérica não é um achado específico da pancreatite e 
causas não pancreáticas de hiperamilasemia podem dificultar a interpretação dos 
resultados em alguns casos. Estes incluem lesões inflamatórias envolvendo as 
glândulas salivares, tais como a parotidite epidêmica, úlcera péptica perfurada, 
envolvendo ou não o pâncreas, infarto ou obstrução intestinal, colelitíase, peritonite, 
apendicite aguda, cetoacidose diabética, carcinoma extrapancreático (especialmente 
de esôfago, pulmão e ovário), gravidez ectópica rota, insuficiência renal e macro-
amilasemia. Nesta última condição, a amilase não se encontra elevada na urina. 
A determinação da amilase sérica e urinária são os testes mais úteis para o 
diagnóstico da pancreatite e em muitos casos a relação entre as depurações da 
amilase e da creatinina pode ser útil no diagnóstico da pancreatite aguda e 
pancreatite recorrente. Neste caso, o valor da relação se encontra entre 7,0 e 
15,0%. 
Finalidade: Determinação quantitativa da Amilase em amostra de soro, 
plasma e urina com reação cinética de tempo fixo. 
 
 
Princípio: A amostra é incubada com um substrato de amido e a diminuição 
da cor azul, após a adição de iodo, é comparada com um controle, sendo 
proporcional à atividade da amilase na amostra. 
Referência: Soro: 60 a 160 U/dL; Urina: 50 a 140 U/hora 
6.4.5. Glicohemoglobina 
É um teste normalmente utilizado para o monitoramento da diabetes mellitus. 
 Hemoglobina glicada é uma hemoglobina com glicose ligada no terminal 
amino de uma das cadeias β da hemoglobina, portanto quanto mais glicose no 
plasma, mais hemoglobinas estarão glicadas. 
 Embora muitas outras proteínas também sejam glicadas, a hemoglobina 
apresenta maior tempo de circulação (meia-vida longa de aproximadamente 90 dias 
dos eritrócitos) e estão presentes em concentrações suficientes para as 
determinações. Fornecem um índice de controle de glicemia de 8 a 12 semanas 
anteriores à alguma medicação que o paciente possa ter administrado. 
Finalidade: Determinação quantitativa da Hemoglobina glicada em amostra de 
sangue. 
Métodos: Troca iônica em tubos para determinação da glicohemoglobina. 
Princípio: A determinação do percentual de glicohemoglobina no sangue é 
feita através da troca catiônica em tubos, sem a necessidade do uso de padrões 
secundários internos. 
Baseia-se em dois tubos, um contendo uma suspensão de resina de troca 
catiônica fraca capaz de ligar todas as frações da hemoglobina exceto as frações 
glicadas e outro contendo a mesma resina na mesma concentração mas em 
condições não ligantes de nenhuma das frações. 
Após adição de um hemolisado ao primeiro tubo e separação mecânica das 
frações ligadas e não ligadas, estas últimas contidas no sobrenadante, procede-se à 
leitura espectrofotométrica desta fração, em 415 nm, que corresponderá à 
glicohemoglobina. Devido às condições não ligantes da resina, a adição do 
hemolisado ao segundo tubo fornecerá, após as mesmas operações, uma leitura 
espectrofotométrica que corresponderá à hemoglobina total. 
A relação entre as duas leituras fornecerá o percentual de glicohemoglobina 
na amostra. O hemolisante empregado contém concentrações elevadas de íons 
borato, visando a eliminação rápida da fração lábil da glicohemoglobina (aldimina). 
Referência: 
 
 
Entre 5 e 7 % : Indivíduos sadios ou com diabetes bem controlado. Nesta 
faixa poderão ser encontrados indivíduos com glicose de jejum com alguma 
alteração, mas sem descontrole metabólico. 
Entre 7 e 8 % : Indivíduos intolerantes. Nesta faixa são encontrados 
indivíduos com glicemia de jejum alterada ou mesmo normal, mas com curva de 
tolerância diminuída. 
Acima de 8 % : Diabetes descontrolado, com desequilíbrio metabólico. 
6.4.6. Glicose sanguínea 
A glicose é um carboidrato altamente importante do ponto de vista 
laboratorial, pois suas concentrações no sangue são controladas dentro de limites 
estreitos por vários hormônios, sendo os mais importantes os produzidos pelo 
pâncreas: insulina, glucagon e somatostatina. 
 Os testes são realizados em amostras de plasma colhidas em tubos contendo 
fluoreto, um inibidor da glicólise. Os resultados são classificados em hipoglicêmicos 
ou hiperglicêmicos e são determinados para o rastreamento da diabetes mellitus. 
Finalidade: Determinação da glicose no sangue e líquidos céfalo raquidiano, 
pleural, ascítico e sinovial. 
Princípio: A glicose da amostra sofre a ação da glicose oxidase (GOD) em 
presença de oxigênio produzindo peróxido de hidrogênio, segundo a seguinte 
reação: 
Glicose + O2 + H20 GOD acido glucônico + H202 
O Peróxido de Hidrogênio em presença de fenol e de 4-aminoantipirina, sofre 
a ação da peroxidase produzindo um composto róseo-avermelhado 
(antipirilquinonimina) com máximo de absorção em 505 nm. Conforme reação 
abaixo: 
2 H2O2 + 4-aminoantipirina + fenol POD antipirilquinonimina + 4H2O 
Referência: Plasma : 70 a 99 mg/dl ( para pacientes com jejum noturno). 
 Líquido céfalo-raquidiano : 2/3 da glicemia. 
6.4.7. Uréia 
A uréia é formada a partir da amônia formada pelo catabolismo protéico e 
desaminação dos aminoácidos, que liga-se ao CO2 e forma a uréia. A uréia sofre 
filtração glomerular, sendo que 50% é reabsorvida e 50% é excretada na urina. 
 
 
 A concentração de uréia sérica não é tão útil como medida da função 
glomerular, pois é afetada pela ingestão de proteínas da dieta (alta ingestão 
aumenta a uréia), pelo teor do catabolismo protéico (alto catabolismo, aumenta a 
amônia e a produção de uréia) e por sangramento gastrointestinal (aumenta uréia). 
 É medida juntamente com a creatinina, pois a razão entre elas é útil na 
investigação de distúrbios renais, para determinar a causa do distúrbio. 
Finalidade: Sistema enzimático-colorimétrico para a determinação da uréia em 
amostras de sangue e urina, por reação de ponto final. Somente para uso 
diagnóstico in vitro. 
Método: Cinética enzimática de tempo fixo, UV. 
Princípio: A uréia é hidrolisada pela urease, gerando amônia e dióxido de 
carbono. 
 Urease 
Uréia + H2O 2 NH3 + CO2 
A amônia reage com o 2 cetoglutarato e NADH em uma reação catalisada 
pela glutamato desidrogenase (GLDH), ocorrendo oxidação da NADH a NAD. A 
consequente redução da absorbância, medida em 340 ou 365 nm, é proporcional à 
concentração de uréia na amostra. 
 GLDH 
2 cetoglutarato + NH3 + NADH L-Glutamato + NAD 
Referência: 
Soro ou Plasma: 15 a 40 mg/dL. 
Urina: 26 a 43 g/24 horas. 
6.4.8. Creatinina K 
A determinação da creatinina em amostras de sangue e urina são testes de 
avaliação da função renal. A determinação da concentração de creatinina no líquido 
amniótico é um dos parâmetros laboratoriais para a avaliação da maturidade fetal. 
A creatinina é sintetizada pelo fígado, rim e pâncreas e totalmente excretada 
pelos rins. Como é 100% excretada, a depuração da creatinina está diretamente 
relacionada à função glomerular (FG) dos rins. 
 A determinação pode ser feita em amostra de urina coletada por 24h. Só será 
válida se a amostra for cronometrada com exatidão e não haja proteinúria intensa 
(embora não seja alterada pela dieta, quando a proteína está em grande quantidade 
pode atrapalhar a determinação). 
 
 
FG = [creatinina_urina] x Vol. Urina em 24h 
[creatinina_soro] 
 A concentração da creatinina no soro é usada como medida da função 
glomerular, mas não é precisa, poisa função glomerular tem que diminuir pela 
metade para que a concentração de creatinina plasmática seja alterada. 
 Os intervalos de referência variam com a massa muscular, portanto, homens 
têm valores mais altos que mulheres e idosos, pois possuem valores mais baixos 
que os jovens. 
Finalidade: Determinação quantitativa da Creatinina em amostra de soro, 
plasma e urina com reação de ponto final. 
Princípio: Baseado na reação de Jaffé - Pricato alcalino. A creatinina e outros 
componentes do soro reagem com a solução de picrato em meio alcalino, formando 
um complexo de cor vermelha que é medico fotometricamente. 
A adição de um acidificante abaixa o pH para 5,0, promovendo a 
decomposição do picrato de creatinina, permanecendo inalterada a cor derivada dos 
cromogênios, que também é medida fotometricamente. A diferença entre as duas 
leituras fornece o valor da creatinina. 
Referência: 
Tabela 1-Valores de Referência de Creatinina em mg/dL em soro/plasma 
Recém-nascido 0,50 - 1,20 
<1 mês 0,40 - 0,70 
1 - 12 meses ≤ 0,70 
1 - 3 anos ≤ 0,70 
4 - 7 anos ≤ 0,80 
8 - 10 anos ≤ 0,90 
11 - 12 anos ≤ 1,00 
13 - 17 anos ≤ 1,20 
Adulto (mulheres)* 0,53 - 0,995 
Adulto (homens)* 0,70 - 1,20 
* 18 a 70 anos; valores corrigidos com o índice 
de correção; 
6.4.9. Creatina quinase 
A determinação da creatina quinase (CK) em amostras de sangue é útil na 
abordagem laboratorial do infarto agudo do miocárdio e de doenças musculares 
esqueléticas. 
A creatina quinase é um dímero composto de subunidades B e M, e ocorre 
em três formas de isoenzimas: MM (CK3), MB (CK2) e BB (CK1). A enzima é 
 
 
encontrada em concentrações elevadas no músculo esquelético, músculo cardíaco, 
cérebro e trato gastrointestinal. 
Os estudos de distribuição tissular indicam que o músculo esquelético é 
quase que completamente composto da isoenzima MM com quantidades mínimas 
da isoenzima MB. O cérebro e o trato gastrointestinal contêm primariamente a 
isoenzima BB enquanto que o músculo cardíaco consiste aproximadamente de 80% 
da isoenzima MM e 20% da MB. 
A CK total começa a se elevar 6 horas após o início do infarto agudo do 
miocárdio (IAM) e chega a um pico máximo após 12 a 24 horas, permanecendo 
elevada até 72 horas quando não ocorre um novo infarto. Os valores no pico 
máximo podem chegar a mais de 10 vezes o limite superior dos valores de 
referência. Em pacientes submetidos à terapêutica trombolítica a elevação da CK 
pode ocorrer mais precocemente por aumento da isoenzima MB consequente à 
reperfusão do miocárdio isquêmico. 
Além do IAM a CK está elevada nos casos de necrose do músculo cardíaco 
produzidas por miocardite grave. 
As causas de elevação da CK consequentes a necrose ou atrofia aguda do 
músculo estriado são: cirurgia torácica ou cardíaca (os valores retornam à linha 
basal em 24-48 horas), cardioversão, distrofia muscular progressiva, esclerose 
lateral amniotrófica, poliomiosite, distrofia miotônica, traumas e queimaduras, 
rabdomiólise extensa, hipertermia maligna, hipotermia, status epilético, miopatia 
endócrina (hipotireoidismo, acromegalia, miopatia do hipoparatireoidismo) e uso de 
cocaina. 
Finalidade: Sistema para determinação quantitativa da atividade da Creatina 
Quinase Total (CK) em modo cinético em soro ou plasma. 
Princípio: A atividade da CK na amostra, após reação enzimática, é medida 
fotometricamente através da redução de NADP a NADPH. 
A creatina quinase total é determinada de acordo com as seguintes reações: 
 
 CK 
Creatina Fosfato + ADP Creatina + ATP 
 
 HK 
ATP + Glicose ADP + Glicose-6-Fosfato 
 
 G-6-PDH 
Glicose-6-Fosfato + NADP 6-PG + NADPH 
 
 
 
A CK catalisa a desfosforilação da creatina fosfato para produzir adenosina 
trifosfato (ATP), a qual reage com a glicose na presença da hexoquinase (HK) 
formando glicose-6-fosfato. A glicose-6-fosfato na presença de glicose-6-fosfato 
desidrogenase (G-6-PDH) é oxidada a fosfogluconato(6-PG) e reduz o NADP a 
NADPH. A velocidade de incremento na absorbância em 340 nm é proporcional à 
atividade da CK na amostra. 
Referência: Mulheres 26 – 155 U/L; 
 Homens 26 – 189 U/L 
6.4.10.Cálcio 
O cálcio é o quinto mineral mais abundante no corpo humano. 
Aproximadamente 98% do cálcio proveniente da dieta estão estocados no 
esqueleto, dentro do ossos. O cálcio no osso não é estático, diariamente parte do 
osso é reabsorvida (devolvendo o cálcio ao líquido extracelular, o LEC) e outra parte 
do osso é formada (retirando cálcio do LEC). Sendo mantido este equilíbrio dentro 
dos limites fisiológicos pela ação combinada do paratohormônio e vitamina D, 
através de seus efeitos sobre os ossos, intestinos e rins. O cálcio ionizado 
representa a porção fisiologicamente ativa do cálcio sérico e corresponde a metade 
do cálcio total. 
Na maioria das vezes a hipercalcemia indica a presença de 
hiperparatireoidismo ou de doenças malignas. A hipercalcemia encontra-se também 
associada ao uso de drogas como os tiazídicos, vitaminas A e D, antiácidos 
alcalinos e carbonato de lítio. A imobilização (fraturas), doença de Paget e doenças 
granulomatosas (sarcoidose) são causas de hipercalcemia. 
As causas mais comuns de hipocalcemia são: (1) hipoparatireodismo 
idiopático ou cirúrgico, (2) pseudo-hipoparatireoidismo, (3) insuficiência renal, (4) 
desordens do metabolismo da vitamina D, (5) deficiência de magnésio, (6) drogas 
(uso agudo de diuréticos, uso de corticosteróides e insulina), (7) tetania neonatal, (8) 
pancreatite aguda e (9) transfusões sanguíneas múltiplas. 
Concentração sérica de cálcio inferior a 7,0 mg/dL é considerada crítica, pois 
pode levar à tetania. Também são considerados críticos resultados superiores a 12,0 
mg/dL, pois podem induzir ao coma. 
A calciúria pode aumentar com o uso de acetazolamida, cloreto de amônio, 
corticosteróides, vitamina D e diuréticos (efeito inicial). Esta diminui com o uso 
crônico de diuréticos, bicarbonato, estrógenos, lítio e anovulatórios. 
 
 
A determinação do cálcio em amostras de sangue e urina é útil no diagnóstico 
e seguimento dos distúrbios do metabolismo do cálcio e fósforo. 
Princípio: O cálcio reage com a púrpura de ftaleína em meio alcalino, 
formando um complexo de cor violeta que é medido em 570 nm. 
Referência: 
Cálcio (soro ou plasma): 8,8 a 11,0 mg/dL 
Cálcio Ionizado : 4,6 a 5,4 mg/dL 
Cálcio (urina) : até 200 mg/24 horas (com dieta restrita de cálcio: 500 mg/24 
horas) 
Cálcio (amostra de urina): <0,16 mg/100 mL de FG 
6.4.11.Fósforo 
A determinação do fósforo inorgânico em amostras de sangue, urina e líquido 
amniótico é útil na avaliação do balanço cálcio/fósforo do organismo. 
Embora a insuficiência renal crônica e o hipoparatireoidismo sejam as duas 
causas mais comuns de hiperfosfatemia, várias condições podem causar 
hiperfosfatemia transitória e assintomática. 
Como o músculo representa um grande reservatório de fosfato é evidente que 
a rabdomiólise produz severa hiperfosfatemia. Outras condições que promovem a 
liberação do fosfato intracelular e levam à hiperfosfatemia incluem a hipertermia 
maligna e a quimioterapia antiblástica. A hiperfosfatemia pode ocorrer após 
administração de laxativos e enemas de retenção contendo fosfato. 
Níveis diminuídos de fósforo são encontrados no hiperparatireoidismo, na 
intoxicação pelo chumbo e na alimentação parenteral. Observa-se discreta redução 
do fósforo sérico no último trimestre de gravidez. 
Finalidade: Determinação quantitativa do Fósforo inorgânico em amostra de 
soro e urina com reação de ponto final. 
Princípio: O fósforo inorgânico (Pi) reage com o molibdato de amônio na 
presença de ácido sulfúrico, resultando na formação de um complexo fosfomolibdato 
não reduzido. A absorbância em 340 nm do complexo formado é proporcional à 
concentração de fósforona amostra. 
 
Pi + H2SO4 + Molibdato de amônio Complexo fosfomolibdato não reduzido 
 
 
6.4.12.Magnésio 
O magnésio ativa inúmeras enzimas e a maioria dos aspectos da bioquímica 
intracelular é dependente de magnésio. As propriedades elétricas das membranas 
celulares e de condução do impulso nervoso são afetadas por qualquer redução da 
concentração extracelular de magnésio. 
A deficiência de Magnésio é uma desordem comum que pode ser causada 
por desnutrição, má-absorção, perda renal e distúrbios endocrinológicos. 
Complicações associadas com decréscimos de concentrações de Magnésio 
são irritabilidade neuromuscular (ex. tremor, convulsão) e sintomas cardíacos (ex. 
taquicardia, arritmia). Decréscimos de concentrações de Magnésio estão sempre 
relacionados com decréscimos de níveis de Cálcio e Potássio, levando-se em conta 
que a Hipomagnesia pode ser a causa primária da hipocalcemia. Valores elevados 
de Magnésio podem ser observados na desidratação e desordens renais e após 
ingerir grandes quantidades de antiácidos e pode estar associado com a redução 
dos reflexos e baixa pressão sangüínea. 
Portanto, A determinação do magnésio em amostras de sangue, urina e líquor 
é útil na avaliação de distúrbios metabólicos. 
Finalidade: Determinação quantitativa do Magnésio em amostra de soro, 
plasma e urina com reação de ponto final. 
 Método: colorimétrico. 
Princípio: Reação Magon sulfonado. Os íons magnésio reagem com o magon 
sulfonado (cor azul) em meio alcalino formando um complexo de cor rósea que é 
proporcional à quantidade de íons magnésio na amostra. 
6.4.13.Ferro sérrico 
O ferro é essencial para a maioria dos organismos vivos, pois participa de 
numerosos processos vitais, desde os processos oxidativos celulares ao transporte 
de oxigênio para os tecidos. A hemostasia do ferro é regulada principalmente pela 
absorção e não pela excreção. O ferro é transportado no sangue por uma proteína, a 
transferrina, e armazenado nos tecidos ligado a outra proteína chamada ferritina. 
A deficiência de ferro é consequência de: (1) suprimento inadequado; (2) 
aumento da demanda; (3) perda sanguínea ou a combinação destes. O suprimento 
inadequado é característico das crianças alimentadas com leite. Já o aumento de 
demanda é característica da gravidez e das crianças nos primeiros 5 anos de vida. 
Menstruação abundante, hemorragias gastrointestinais, hemorróidas, carcinoma de 
 
 
cólon e parasitoses são causas comuns de deficiência de ferro sérico por perda 
sanguínea no adulto. 
Transfusões repetidas, hemocromatose idiopática, cirrose, talassemia e 
anemia sideroblástica são as causas mais comuns de aumento do ferro sérico. 
A determinação do ferro em amostras de sangue é útil na abordagem 
laboratorial das anemias hipocrômicas e microcíticas. 
Finalidade: Determinação quantitativa do Ferro em amostra de soro com 
reação de ponto final. 
Princípio: Método tampão acetato-Ferrozine. Em meio ácido o ferro ligado à 
transferrina se dissocia em íon férrico que é reduzido à forma de íon ferroso por 
ação da hidroxilamina. 
Após a adição de Ferrozine forma-se um complexo magenta brilhante cuja 
absorbância, medida a 560 nm, é proporcional à quantidade de ferro na amostra. 
Referência: 50 a 150 µg/dL 
6.4.14.Bilirrubina 
A bilirrubina é o principal produto do metabolismo do heme da hemoglobina. 
Cerca de 70% a 80% da bilirrubina são provenientes da destruição dos eritrócitos 
velhos, 15% de fontes hepáticas, e o restante é proveniente da destruição de 
hemácias defeituosas na medula óssea e nos citocromos. A destruição prematura 
das hemácias – anemia hemolítica e a eritropoiese ineficaz são importantes causas 
de hiperbilirrubinemia, com predomínio de bilirrubina não-conjugada, na ausência de 
qualquer anormalidade hepática. 
 Algumas doenças adquiridas e hereditárias e diversos medicamentos são 
capazes de afetar uma ou mais etapas envolvidas na produção, captação, 
armazenamento, metabolismo e excreção da bilirrubina. Dependendo do distúrbio, a 
bilirrubina não-conjugada (indireta), a conjugada (direta) ou ambas (total), são as 
principais contribuintes da hiperbilirrubinemia. 
A forma mais comum de aumento da bilirrubina indireta é aquela vista em 
recém-nascidos e referida como icterícia fisiológica. Este aumento é causado por 
uma produção aumentada de bilirrubina como resultado da hemólise das hemácias e 
da maturação incompleta dos mecanismos do metabolismo e excreção da 
bilirrubina. Em 5% dos neonatos, os valores de bilirrubina não-conjugada são 
 
 
maiores que 15 mg/dL e podem desencadear o quadro de encefalopatia bilirrubínica 
(Kernicterus). 
Dentre as causas hereditárias de hiberbilirrubinemia não-conjugada, 
destacam-se as síndromes de Crigler-Najjar e de Gilbert que estão associadas à 
deficiência da enzima uridina difosfato (UDP) glicuroniltransferase. A Síndrome de 
Gilbert é mais comum e parece haver, também, defeito no transporte da bilirrubina 
através da membrana do hepatócito. 
Normalmente há somente uma pequena quantidade de bilirrubina no sangue. 
As causas mais comuns de aumento da bilirrubina direta são as doenças 
hepatobiliares e obstrução da árvore biliar (colestase). Na realidade, ambas as 
bilirrubinas estão aumentadas e pode-se observar uma variação ampla das 
concentrações séricas de cada forma de bilirrubina. Hepatite e cirrose são exemplos 
de doenças que podem causar colestase intra-hepática. A colestase pode também 
ser induzida por medicamentos e hormônios esteróides. A obstrução extra-hepática 
da árvore biliar devido a carcinoma ou fibrose de cabeça do pâncreas, carcinoma ou 
constrições do canal biliar comum e coledocolitíase, produzem concentrações 
séricas aumentadas de bilirrubina direta. 
Quando o nível da bilirrubina se eleva, faz com que a pele e a parte branca 
dos olhos tornem-se amarelados. Esta mudança para o amarelo é chamada icterícia. 
Assiml, a determinação da bilirrubina em amostras de sangue é útil na 
avaliação de doenças hepatobiliares e hematológicas que cursam com alteração no 
metabolismo da bilirrubina. Sua dosagem no líquido amniótico auxilia na avaliação 
da eritroblastose fetal 
Finalidade: Sistema para a determinação das bilirrubinas direta e total em 
amostras de sangue por reação de ponto final. Somente para uso diagnóstico in 
vitro. 
Princípio: A bilirrubina é dosada por diazotização e formação de azobilirrubina 
vermelha com absorção máxima em 525 nm. A bilirrubina direta (diglicurônide) é 
dosada em meio aquoso, enquanto a total (direta e indireta) é dosada por ação de 
potente solubilizador de ação catalisadora. 
Referência: Soro: Bilirrubina total - até 1,2 mg/dL; 
 Bilirrubina direta - até 0,4 mg/dL 
 
 
6.4.15.TGP(ALT) e TGO (AST) 
As enzimas aspartato aminotransferase (AST ou TGO) e a alanina 
aminotransferase (ALT ou TGP) são enzimas que catalisam determinadas reações. 
A AST é uma enzima presente em altas concentrações no citoplasma e nas 
mitocôndrias do fígado, músculo esquelético, músculo cardíaco, rins, eritrócitos e 
pâncreas. Quando há alguma lesão em um desses tecidos, essa enzima é liberada 
no sangue. A ALT é uma enzima presente em altas concentrações exclusivamente 
no fígado, o que torna seu aumento mais específico de lesões hepáticas. 
 O aumento das aminotransferases podem estar ligadas à problemas 
hepatobiliares, do miocárdio, pancreático, muscular, pela ingestão de álcool, pela 
obesidade, pela diabetes, entre outros. 
 O teste é realizado em conjunto, AST com a ALT e normalmente avaliam 
problemas hepáticos. 
• TGP/ALT 
Justificativa: A determinação da alanina aminotransferase ou transaminase 
glutâmico pirúvica (ALT/GPT) em amostras de sangue é útil na avaliação da função 
hepática, sendo mais sensível na detecção de lesão hepatocelular que de obstrução 
biliar. 
• 
Princípio:A ALT catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o 
cetoglutarato, com formação de glutamato e piruvato. 
ALT 
L-Alanina + Cetoglutarato Piruvato + L-Glutamato 
Este é reduzido a lactato por ação da lactato desidrogenase (LDH), enquanto 
que a coenzima NADH é oxidada a NAD 
LDH 
Piruvato + NADH L-Lactato + NAD 
. A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada 
espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à atividade da enzima na 
amostra. 
Tabela 2 - Valores de Referência de ALT/TGP 
Idade Masculino 
(U/L) 
Feminino (U/L) 
1 - 30 dias 
1 - 6 meses 
7 - 12 meses 
1 - 3 anos 
4 - 11 anos 
12 - 15 anos 
Adultos 
20 - 54 
26 - 55 
26 - 59 
19 - 59 
24 - 49 
24 - 59 
11 - 45 
21 - 54 
26 - 61 
26 - 55 
24 - 59 
24 - 49 
19 - 44 
10 - 37 
 
 
• TGO/AST 
Justificativa: A determinação da aspartato aminotransferase ou transaminase 
glutâmico oxalacética (AST/GOT) em amostras de sangue é útil na avaliação da 
função hepática. 
Princípio: A AST catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o 
cetoglutarato, com formação de glutamato e oxalacetato. Este é reduzido a malato 
por ação da malato desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é 
oxidada a NAD. 
 AST 
L-Aspartato + Cetoglutarato Oxalacetato + L-Glutamato 
 
 MDH 
Oxalacetato + NADH L-Malato + NAD 
A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada 
espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à atividade da enzima na 
amostra. 
Tabela 3 - Valores de Referências de AST/TGO 
Idade Masculino (U/L) Feminino (U/L) 
1 - 7 dias 
8 - 30 dias 
1 - 6 meses 
7 - 12 meses 
1 - 3 anos 
4 - 6 anos 
7 - 15 anos 
Adultos 
26 - 98 
16 - 67 
16 - 62 
16 - 52 
16 - 57 
10 - 47 
10 - 41 
11 - 39 
20 - 93 
20 - 69 
16 - 61 
16 - 60 
16 - 57 
10 - 47 
5 - 36 
10 - 37 
6.4.16.Gama GT 
A GGT tem aplicação principal no estudo das doenças hepatobiliares e está 
distribuída em quase todo o tecido humano. O rim contém a mais elevada 
concentração, seguido pelo pâncreas e fígado. 
A GGT é um sensível indicador de doenças inflamatórias e lesão hepática e 
está significativamente elevada nas doenças obstrutivas das vias biliares. A GGT 
tem maior especificidade que a fosfatase alcalina (ALP) e a transaminase 
oxalacética para avaliar doença hepática. Ela não está elevada na doença óssea e 
durante a gravidez como a fosfatase alcalina, nem nas doenças do músculo 
esquelético como a transaminase oxalacética. A GGT auxilia diferenciar colestases 
mecânica e viral das induzidas por drogas. Nas duas primeiras, a GGT e ALP estão 
 
 
igualmente elevadas. Nas colestases induzidas por drogas a GGT está muito mais 
elevada. 
Valores elevados de GGT em pacientes anictéricos com câncer são um 
seguro indicador de metástases hepáticas. 
Está demonstrado que no alcoolismo crônico os níveis séricos da GGT 
diminuem com a retirada do álcool e se elevam com a exposição ao mesmo. Com 
base nesta observação a determinação da GGT está sendo usada nos centros de 
tratamentos de alcoólatras para documentar o sucesso da terapia e identificar os 
pacientes que retornam ao alcoolismo após a alta. 
Finalidade: Sistema para determinação quantitativa da atividade da y-glutamil 
transferase (Gama GT) no soro ou plasma (EDTA) por fotometriaemmodo cinético. 
Somente para uso diagnóstico in vitro. 
Princípio: A γ-Glutamil Transferase catalisa a transferência do grupamento 
Glutamil da L-γ Glutamil-p-nitroanilide para a glicilglicina, formando- γ 
Glutamilglicilglicina e p-nitroanilina segundo a reação seguinte: 
 GGT 
L-γ-Glutamil-p-nitroanilide + Glicilglicina Glutamilglicilglicina + p-nitroanilina. 
 
A quantidade de p-nitroanilina liberada, que tem elevada absorbância em 405 
nm, é diretamente proporcional à atividade da GGT na amostra. 
Tabela 4 - Valores de Referência de GGT 
Faixa etária Mulheres Homens 
0 – 6 meses 15 – 132 U/L 12 – 122 U/L 
6 – 12 meses 1 – 39 U/L 1 – 39 U/L 
1 – 12 anos 4 – 22 U/L 3 – 22 U/L 
12 – 18 anos 4 – 24 U/L 2 – 42 U/L 
Adultos 5 – 27 U/L 7 – 45 U/L 
6.4.17.Fosfatase Alcalina 
A fosfatase alcalina é produzida por muitos tecidos, principalmente pelos 
ossos, fígado, intestinos e placenta e é excretada pela bile. A dosagem sérica desta 
enzima é particularmente útil na investigação das doenças hepatobiliares e ósseas. 
Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem em pacientes com doenças 
ósseas caracterizadas por aumento da atividade osteoblástica como a osteite 
deformante, raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo, metástase óssea, 
sarcoma osteogênico e doença de Paget. 
 
 
Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem também em pacientes com 
doenças obstrutivas das vias biliares, metástases hepáticas, doenças 
granulomatosas e na cirrose hepática. Nas doenças hepatocelulares como a 
hepatite aguda viral, em geral ocorre um ligeiro aumento da enzima. 
Níveis diminuídos da fosfatase alcalina são encontrados na desnutrição 
crônica, na hipofosfatasemia e, ocasionalmente, no hipotireopidismo e anemia 
perniciosa. 
A determinação da fosfatase alcalina em amostras de sangue é útil na 
avaliação de doenças hepáticas e ósseas. 
Princípio: A fosfatase alcalina do soro hidrolisa a timolftaleína monofosfato 
liberando timolftaleína, que tem cor azul em meio alcalino. A cor formada, 
diretamente proporcional a atividade enzimática, é medida em 590 nm. O produto 
final da reação se constitui de uma mistura de cor azul e a cor própria do substrato. 
Referência: Adultos: 13 a 43 U/L. 
 Crianças até 12 anos: 56 a 156 U/L. 
6.4.18.Colesterol total, HDL, LDL, VLDL 
Os lipídeos são substâncias insolúveis em meio aquoso e são associados 
com proteínas para serem transportados até os tecidos, sendo chamados de 
lipoproteínas. 
 Os triglicerídeos são formados pela esterificação do glicerol a três ácidos 
graxos, constituindo-se em um dos lipídeos de interesse na avaliação do 
metabolismo lipídico 
 As principais lipoproteínas que transportam o colesterol e são quantificáveis 
no exame laboratorial são: VLDL (very low density lipoprotein – muito baixa 
densidade), LDL (low density lipoprotein – baixa densidade), HDL (high density 
lipoprotein – alta densidade). 
 As determinações na pesquisa de distúrbios lipídicos determinam apenas a 
concentração de colesterol e triglicerídeos presentes nas classes de lipoproteínas. 
 O perfil lipídico é definido pelas determinações do colesterol total (CT), HDL-C 
(HDL – colesterol), triglicerídeos (TG) e do LDL-C, após jejum de 12 horas a 14 
horas, pela fórmula de Friedewald, sendo a determinação direta de LDL-C: 
LDL-C = CT – (HDL-C – TG/5*) (se TG ˂400mg/dL) 
*TG/5 = VLDL-C 
 
 
 
O perfil lipídico deverá ser realizado: 
• Dieta habitual; 
• Não realizar atividade física vigorosa nas 24 horas antecedentes; 
• Evitar a ingestão de álcool nas 72 horas que antecederem a coleta de sangue, 
para não gerar lipólise; 
• Levar em consideração que após qualquer doença ou cirurgia em geral, o perfil 
lipídico do paciente poderá estar temporariamente comprometido. 
Tabela 5 - Valores recomendados para as frações de colesterol em mg/dL 
Colesterol LDL 
 < 100 Ótimo 
100 – 129 Limiar Ótimo 
130 – 159 Limiar Elevado 
160 – 189 Elevado 
 ≥ 190 Muito Elevado 
Colesterol Total 
 < 200 Desejável 
200 – 239 Limiar Elevado 
 ≥ 240 Elevado 
 
Colesterol HDL 
< 40 Baixo 
≥ 60 Elevado (desejável) 
 
 
• Colesterol Total (CT) 
Método: Colesterol oxidase - Reação de Trinder. 
Finalidade: Determinação quantitativa do Colesterol em amostra de soro com 
reação de ponto final. 
Princípio: O colesterol total é determinado de acordo com as seguintes 
reações: 
 
 Colesterol 
 Esterase 
Ésteres de colesterolColesterol + Ácidos graxos 
 
 Colesterol 
 Oxidase 
Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2 
 
 Peroxidase 
2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina Antipirilquinonimina + 4H2O 
 
A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à 
concentração de colesterol na amostra. 
• 
• HDL 
Método: Inibição seletiva com detergente. 
Finalidade: Sistema para precipitação das lipoproteínas de baixa e muito 
baixa densidade (LDL e VLDL) e determinação do Colesterol HDL no sobrenadante, 
com reação de ponto final. 
 
 
Princípio: As lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as 
lipoproteínas de baixa densidade(LDL) são quantitativamente precipitadas e após 
centrifugação, o colesterol ligado as lipoproteínas de alta densidade (Colesterol 
HDL) é determinado no sobrenadante. Como somente o colesterol HDL fica sujeito à 
ação das enzimas no sobrenadante, a cor resultante da segunda reação é 
diretamente proporcional à concentração do colesterol HDL na amostra. 
• Triglicerídeos 
A dosagem de triglicérides pode ser realizada com as seguintes finalidades: 
avaliar o metabolismo lipídico; calcular o VLDL-colesterol; calcular o risco de 
pancreatite; avaliar eventual hipertrigliceridemia secundária ao uso de drogas anti-
hipertensivas; avaliar eficiência de tratamentos que visam reduzir os níveis de 
triglicérides. Considerando que há grande variação biológica, cerca de 20%, é 
importante que o raciocínio clínico não se baseie em dosagens isoladas. Variações 
na dieta, na atividade física e o uso de bebidas alcoólicas são causas mais 
freqüentes de grandes variações nos níveis de triglicérides. 
Método: Glicerol fosfato oxidase. 
Finalidade: Determinação quantitativa do Triglicérides em amostra de soro 
com reação de ponto final 
Princípio: Os triglicerideos são determinados após hidrólise enzimática com 
lipases. O indicador é a quinoneimina formada a partir do peróxido de hidrogênio, 4-
aminoantipirina e 4-clorofenol sob a influência catalítica da peroxidase. 
De acordo com as seguintes reações: 
 Lipase da 
 lipoproteína 
Triglicérides Glicerol + Ácidos Graxos 
 
 Glicerolquinase 
Glicerol + ATP Glicerol-3-Fosfato + ADP 
 Mg +2 
 
 Glicerol-3-fosfato 
Glicerol-3-Fosfato + O2 Dihidroxiacetona + H2O2 
 
 Oxidase 
 
 Peroxidase 
2 H2O2 + 4 Aminoantipirina + 4-Clorofenol Quinoneimina + 4 H2O 
 
A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à 
concentração dos Triglicérides na amostra. 
Referência: 
 
 
Tabela 6 - Valores de Referência de Triglicerídeos 
 Triglicérides (mg/dL) 
Desejável < 150 
Limiar Alto 150 - 199 
Elevado 200 - 499 
Muito Elevado > 500 
6.4.19.Urinálise 
A urinálise corresponde ao exame físico, químico e microscópico da urina. 
 O exame de urina fornece uma ampla variedade de informações úteis no que 
se relaciona as doenças envolvendo os rins e o trato urinário inferior, bem como 
sobre algumas moléstias extra-renais. Pode ser utilizado para avaliação diagnóstica 
de distúrbios funcionais (fisiológicos) e estruturais (anatômicos) dos rins e trato 
urinário inferior, bem como para acompanhamento e obtenção de informações 
prognósticas. É um dos exames de rotina mais simples e valiosos de auxílio 
diagnóstico. 
Os tipos de coleta da urina são: 
• amostra de 24 horas 
• amostra colhidas por cateter 
• punção suprapúbica 
• jato médio de micção espontânea 
• amostras pediátricas (uso de coletores de plástico). 
 
� Cuidados que devem ser observados na coleta do material: 
• O recipiente para a coleta da amostra deve ser limpo e seco; 
• A amostra deverá ser entregue imediatamente ao laboratório, e analisada dentro 
de 1 hora, caso isto não seja possível, deve-se manter a amostra refrigerada, por no 
máximo 24 horas; 
• O recipiente contendo a amostra deverá estar corretamente identificado, 
contendo: nome, data e horário; 
• As amostras obtidas por sonda ou punção suprapúbica, podem conter hemácias 
devido ao trauma durante a coleta da amostra; 
• Deve-se coletar uma amostra de 20 a 100 ml; 
 
 
• Ao coletar a amostra por jato médio, os pacientes devem ser orientados para 
realizar a assepsia antes de coletar a amostra e sempre desprezar a 1° porção da 
urina. 
• EXAME FÍSICO (Cor, Aspecto) 
COLORAÇÃO: 
A cor da urina é devido a um pigmento denominado urocromo, que é um 
produto do metabolismo endógeno, produzido em velocidade constante. A coloração 
indica de forma grosseira, o grau de hidratação e o grau de concentração de solutos. 
Procedimento:Observar macroscopicamente a coloração da urina. 
Coloração da urina normal: amarelo-claro; amarelo-citrino; amarelo-escuro; 
âmbar 
Condições que alteram a coloração da urina: 
-Presença anormal de bilirrubina: amarelo-escuro ou âmbar (com espuma 
amarela) 
-Doenças hepáticas: amarelo-esverdeado, castanho ou esverdeado. 
-Urina com hemácias: desde rosa, vermelho ( observar em urinas de mulher, 
se a paciente não se encontra no período menstrual). 
-Urina com hipúria ou quilúria: branco (está relacionado com a obstrução 
linfática e ruptura dos vasos linfáticos). 
-Medicamentos: 
Laranja – fanazpiridina, (pirydium), fenindiona (hedulin) 
Vermelha – sene e ruibarbo (laxantes a base de antraquinona), levodopa ( 
L-dopa) , fenolsulfonftaleína (corante para teste de função renal), 
Castanho – nitrofurantoína (furadantin), metronidazol (flagyl), sorbitol de ferro, 
furazolidona ( furaxone), 
Verde – metocarbamol (robaxin), 
ASPECTO: 
Refere-se a transparência da amostra de urina. A urina normal, recém 
eliminada geralmente é límpida, podendo apresentar certa opacidade devido a 
precipitação de cristais, presença de filamentos de muco e células epiteliais na urina 
de mulher. 
Procedimento:Observar visualmente a amostra homogeneizada num 
ambiente de boa iluminação. 
 
 
Aspecto da urina: limpo; ligeiramente turvo; turvo; acentuadamente turvo. 
Substâncias que provocam turvação: cristais, leucócitos, hemácias, bactérias, 
sêmen, linfa, lipídios, células epiteliais, muco, e contaminantes externos (talcos, 
medicamentos). 
• EXAME QUÍMICO 
A determinação do exame químico é realizado em fita reativa que determina 
semi-quantitativamente a presença de proteínas, glicose, corpos cetônicos, sangue/ 
hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, densidade, nitrito, pH e leucócito. 
 
 
 Fig. 18 - Tabela de Resultados do Teste de Urina pela Fita Reativa 
Reação de pH : 
Os pulmões e os rins são os principais reguladores do equilíbrio ácido-básico 
do organismo. A determinação do pH urinário é importante por ajudar a detectar 
possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória, 
também pode indicar algum distúrbio resultante da incapacidade renal de produzir 
ou reabsorver ácidos ou bases. O controle do pH é feito principalmente da dieta, 
embora possam ser usados alguns medicamentos. 
O conhecimento do pH urinário, é importante também na identificação dos 
cristais observados durante o exame microscópico do sedimento urinário, e , no 
tratamento de problemas urinários que exija que a urina esteja em um determinado 
pH. 
Fig. 17 - Teste de Fita Reativa para 
Urina 
 
 
Procedimento: A reação da urina é verificada pelas fita-reagente, que medem 
o pH em variações de 1 unidade entre 5 e 9. Os fabricantes utilizam um sistema de 
indicador duplo de vermelho de metila à azul de bromotimol que fornecem uma 
variação de laranja, verde e azul à medida que o pH aumenta. 
Referência: 4,5 a 8,0 
Proteína: 
A urina normal contém quantidades muito pequena de proteínas, em geral, 
menos de 10 mg/dl ou 150 mg por 24 horas. Esta excreção consiste principalmente 
de proteínas séricas de baixo PM (albumina) e proteínas produzidas no trato 
urogenital (Tamm – Horsfall). 
Procedimento: O método da fita reagente utiliza o princípio do “erro dos 
indicadores pelas proteínas”, dependendo do fabricante , a área para determinação 
de proteínas na tira contém tetrabromofenol ou tetraclorofenol e um tampão ácido 
para manter o pH em nível constante. 
- Mergulha-se a fita na urina homogeinizada; 
- A leitura é feita após 60 segundos. 
 Resultado: Negativo ou Traços ( +1, +2, +3 ) 
Cetonúria: 
Engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras : acetona 
(2%) , ácido acetoacético (20%) e ácido beta-hidroxibutírico (78%). A presença de 
cetonúria indica deficiência no tratamento com insulina no diabete melito, indicando 
à necessidade de regular a sua dosagem, provoca o desequilíbrio eletrolítico, a 
desidratação e se não corrigida a acidose, que pode levar ao coma. 
Procedimento: O teste com fita, utiliza a reação do nitroprussiato de sódio 
que irá reagir com ácido acetoacético e a acetona em meio alcalino produzindo 
coloração, não detecta o beta-hidroxibutírico. O resultado positivo, pode ser 
confirmado pelo teste de Imbert. 
- Mergulhar a fita na urina homogeinizada; 
- Ler após 60 segundos. 
Resultado: Negativo ou Positivo (+1, +2, +3) 
 
 
 
 
Bilirrubina: 
A bilirrubina, é um produto da decomposição da hemoglobina , formado nas 
células retículo-endoteliais do baço, fígado, medula óssea e transportado ao sangue 
por proteínas. A bilirrubina não conjugada no sangue, não é capaz de atravessar a 
barreira glomerular nos rins. Quando a bilirrubina é conjugada no fígado, com o 
ácido glicurônico, formando o glicuronídeo de bilirrubina, ela se torna hidrossolúvel e 
é capaz de atravessar os glomérulos renais, na urina. A urina do adulto contém, 
cerca de 0,02mg de bilirrubina por decilitro, que não é detectada pelos testes usuais. 
A presença de bilirrubina conjugada na urina sugere obstrução do fluxo biliar; a urina 
é escura e pode apresentar uma espuma amarela. A bilirrubinúria está associada 
com um nível sérico de bilirrubina(conjugada) elevado, icterícia, e fezes 
acólicas(descoradas, pela ausência de pigmentos derivados da bilirrubina). 
Procedimento:O teste para bilirrubina é baseado numa reação diazotização, a 
reação baseia-se na conjugação da bilirrubina com o sal diazóico em meio ácido. 
- Mergulhar a fita na urina homogeinizada; 
- Ler após 60 segundos. 
Resultado: Negativo ou Positivo(+1, +2, +3) 
Bilirrubinúria: obstrução do ducto biliar, lesão hepática (hepatite, cirrose), 
câncer, doenças na vesícula biliar. 
Glicose: 
Em circunstâncias normais, quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é 
reabsorvida pelo túbulo proximal, através de transporte ativo, e por isso a urina 
contém quantidades mínimas de glicose. O limiar renal é de 160 a 180 mg/dl. 
Um paciente com diabetes mellitus apresenta uma hiperglicemia, que pode 
acarretar uma glicosúria quando o limiar renal para a glicose é excedido. 
Procedimento: Teste com fitas reativas utiliza o método da glicose oxidase, 
peroxidase, e tampão, para produzir uma reação enzimática dupla sequencial. As 
fitas diferem em relação ao cromógeno utilizado. O teste de glicose oxidase é 
específico para a glicose, não reage com lactose, galactose, frutose ou metabólicos 
redutores de drogas. 
- mergulhar a fita na urina homogeinizada; 
- a leitura é feita após 60 segundos. 
 
 
Resultado: normal (pode aparecer glicose em concentração de até 35mg/dl 
em 24 h.) ou traços ( +1, +2, +3 ). 
Urobilinogênio: 
Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. É produzido no 
intestino a partir da redução da bilirrubina pela ação das bactérias intestinais. A 
bilirrubina livre no intestino, é reduzida em urobilinogênio e estercobilinogênio, e a 
maioria do pigmento é excretado nas fezes como estercobilinas. Uma pequena 
quantidade de urobilinogênio, é absorvida pela circulação portal do cólon e é dirigida 
ao fígado onde é excretado novamente, não conjugado, na bile. Normalmente, uma 
pequena quantidade chega aos rins, porque enquanto o urobilinogênio circula no 
sangue, passa pelos rins, e é filtrado pelos glomérulos. 
A excreção normal de urobilinogênio é de 0,5 a 2,5 mg ou unidades/24 horas. 
Procedimento: O teste com fita regente, utiliza um sal de diazônio estável, que 
produz em presença do urobilinogênio um composto azóico que varia de rosa à 
vermelho. O resultado positivo deve ser confirmado pelo método de Erlich. 
- mergulhar a fita na amostra homogeneizada; 
- ler após 30 segundos. 
Resultado: Normal ou positivo 
Nitrito: 
Útil na detecção da infecção inicial da bexiga ( cistite ), pois muitas vezes os 
pacientes são assintomáticos, ou tem sintomas vagos, e quando a cistite não for 
tratada, pode evoluir para pielonefrite, que é uma complicação frequente da cistite, 
que acarreta lesão dos tecidos renais, hipertensão e até mesmo septicemia. Pode 
ser usado para avaliar, o sucesso da antibioticoterapia, para acompanhar 
periodicamente as pessoas que tem infecções recorrentes, diabéticos, e mulheres 
grávidas que são considerados de alto risco para infecção urinária. 
Procedimento: A base bioquímica do teste é a capacidade que têm certas 
bactérias de reduzir o nitrato, constituinte normal da urina, em nitrito, que 
normalmente não aparece na urina. Para a determinação de nitrito, a urina deve 
permanecer na bexiga, por pelo menos 4 horas, para que a população vesical 
converta o nitrato urinário em nitrito, e o tratamento com antibiótico deve ser 
suspenso pelo menos três dias antes do teste. 
 
 
Para se evitar, reações falso-positivos de amostras contaminadas, a 
sensibilidade do teste é padronizada para corresponder aos critérios da cultura 
bacteriana que exigem que uma amostra positiva de urina, contenha 100.000 
organismo/ml. 
- Emergir a fita reagente na urina homogeneizada; 
- Ler após 60 segundos. 
Resultado: Negativo ou Positivo 
Presença de Nitrito: cistite, pielonefrite, avaliação da terapia com antibióticos, 
seleção da amostras para culturas. 
Sangue: 
O sangue pode estar na urina na forma de hemáceas íntegras (hematúria) ou 
de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise de hemáceas 
no trato urinário (hemoglobinúria). O exame microscópico do sedimento urinário, 
mostrará a presença de hemáceas íntregas, mas não de hemoglobina, portanto, a 
análise química é o método mais preciso para determinar a presença de sangue na 
urina. 
Procedimento: As análises químicas da fita para detecção de sangue, utilizam 
as atividade da peroxidase da hemoglobina. Existem duas escalas cromáticas 
separadas para hemáceas e hemoglobina. Na presença de hemoglobina livre, 
aparecerá cor uniforme, em contraposição, as hemáceas íntegras, são lisadas ao 
entrarem em contato com a área da tira que determina a presença ou ausência de 
sangue, e a hemoglobina liberada, produz uma reação isolada, que resulta na 
formação de pequenas manchas( traços ). A análise da fita, estabelece a diferença 
de hemoglobinúria e hematúria e não sua quantificação. Quando for positivo para 
hemáceas, sua quantificação é realizada na câmara de Newbauer. 
- Imergir a fita na amostra homogeneizada; 
- Ler após 60 segundos. 
Resultado: Negativo, Positivo +1, +2, +3 ou positivo para hemoglobina. 
Hematúria: cálculos renais, glomerulonefrite, tumores, traumatismos, 
pielonefrite, exposição a drogas. 
Hemoglobinúria: lise das hemácias no trato urinário, hemólise intravascular 
(transfusões, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções). 
 
 
Leucócitos: 
Indica uma possível infecção do trato urinário. 
Procedimento: O teste com fita reagente, utiliza as esterases presentes nos 
granulócitos. Possui uma sensibilidade de 81% a 94%, e uma especificidade de 69% 
a 83%. Quando a fita apresentar resultado positivo paraleucócitos, a sua 
quantificação será realizada na câmara de Newbauer. 
- Emergir a fita na urina homogeneizada; 
- Ler após 60 segundos. 
Resultado: Negativo ou Positivo +1, +2, +3. 
Piúria: Todas as doenças renais e do trato urinário. Também podem estar 
aumentados transitoriamente durante estados febris, e exercícios severos. 
6.5. Imunologia 
A imunologia é a ciência que estudo o sistema imunológico, sistema este que 
responde aos patôgenos e/ou agressões que o corpo sofra. 
Esta resposta é mediada por uma série de anticorpos que reagem com os 
antígenos e formam o complexo antígeno-anticorpo. 
Baseado na formação desse tipo de complexo que se desenvolveu uma série 
de métodos afim de diagnosticar uma moléstia de forma menos invasiva. 
Existem diversas técnicas de imunodiagnóstico, como vem sendo chamado o 
diagnóstco por meio de técnicas imunológicas, entre eles temos: testes de 
imunoprecipitação, aglutinação, fixação do complemento, neutralização ou imunos 
ensaios que utilizam sinalizadores da interação Ag-Ac com conjugados ligantes, 
como imunofluorescência, radioimunoensaio, imunoenzimático, imunofluoático, 
imunofluorimétricoétrico e quimioluminescência. (Vaz, et al., 2007) 
A seguir descreve-se alguns testes imunolágicos realizados durante o estágio 
em análises clínicas: 
6.5.1. Elisa 
O ensaio ELISA é o mais comumente utilizado nos laboratórios e baseia-se na 
imobilização de um dos componentes, antígeno ou anticorpo, em fase sólida, e na 
utilização de um conjugado, que também pode ser antígeno ou imunoglobulina, 
ligado a uma enzima. (Vaz, et al., 2007) 
 
 
5
6
7 9
Como o substrato forma um produto colorido, a alteração de cor é monitorada 
visualmente ou por meio de espectrofôtometro, que determina a relação entre a 
intensidade da cor e a quantidade do que está sendo analisado na amostra. (Vaz, et 
al., 2007) 
A amostra, preferencialmente soro ou plasma, deve ser processada na 
diluição em que uma pequena variação resulte em um grande aumento da densiade 
óptica. A amostra ideal deve ser límpida, sem hemólise e não lipêmica,conservada 
por até sete dias entre 2º a 8ºC ou congelada a -20ºC, desde que evitados 
processos de congelamento e descongelamento frequentes. (Vaz, et al., 2007) 
• Teste de HIV 
“Amostras são incubadas em poços da microplaca recobertos com antígenos 
recombinantes de HIV-1 e HIV-2 (1). Se a amostra contiver anticorpos anti-HIV-
1/2/O, estes se ligarão aos antígenos adsorvidos na placa (2). Após a lavagem para 
retirar o excesso de amostra (3), são adicionados antígenos recombinantes de HIV-1 
e HIV-2 marcados com enzima (conjugado) (4). O conjugado se ligará aos 
anticorpos na etapa anterior (5). Após novo procedimento de lavagem para remover 
o excesso de conjugado (6), é adicionada solução contendo o substrato da enzima e 
o cromógeno(8). A intensidade da cor formada é proporcional à concentração de 
anti-HIV-1/2/O presente na amostra (9).” (Labtest Diagnóstica, 2007) 
Isto está esquematizado na figura abaixo. 
 
 
Fig. 19-Esquema das reações imunoenzimáticas do Elisa 
= antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 
= Anticorpos anti-HIV-1/2/O 
= Antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 marcados com enzima 
(conjugado) 
P 
P 
Lavagem Ag conj. 
Amostra 
P P 
Substrato e 
cromogeno P P Lavagem P P 
8
1 
2 
3 4 
 
 
Abaixo está representada uma placa de Elisa após adição da solução de 
parada responsável por parar a reação entre o substrato e a enzima para realizar a 
leitura da intensidade da cor. 
 
Fig. 20-Placa de Elisa (Fonte: 
http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/naoseriadas/babesia/babesia.html) 
Para a leitura no espectrofôtometro deve-se ajustar o zero da leitora com o 
poço do branco a 450 nm e medir a absorbância em cada um dos poços no prazo 
máximo de 30 minutos. (Vaz, et al., 2007) 
Para diferenciar as amostras positivas das negativas é necessário determinar 
o limite de reatividade ou cut off . Normalmente esse cut off é determinado pelo valor 
das médias das absorbâncias dos controles negativos multiplicado por uma 
constante. A positividade ou negatividade da amostra é avaliada pela proporção 
entre o seu valor de absorbância e o cut off, por exemplo, o teste de HIV da Labtest 
considerada o seguinte quadro para avaliar as amostras: 
Tabela 7- Limites de resultados para teste de HIV do Kit ref.: 419 da Labtest (Fonte: Labtest, 2007). 
Amostra Relação absorbância/cut-off 
REATIVA ou POSITIVA ≥ 1,10 
NÃO-REATIVA ou NEGATIVA < 0,90 
INCONCLUSIVA ou INDETERMINADA ≥ 0,90 e < 1,10 
 
Um resultado positivo indica infecção pelo vírus HIV-1 ou HIV-2. Entretanto, 
para que um indivíduo seja diagnosticado como portador do vírus HIV, outros testes 
confirmatórios devem ser realizados, como a Imunofluorescência Indireta (IFI), 
ImunoBlot (IB) ou Western Blot (WB). (Labtest Diagnóstica, 2007) 
 
 
 
6.5.2. Elisa-Immnunoblot 
A técnica é um ensaio imunoenzimático realizado sobre a superfície de uma 
membrana de nitrocelulose sobre a qual são imobilizados imunógenos específicos 
(poliproteínas antigências) através de eletroforese em gel de poliacrilamida. 
(Mackenzie-LAC, 2009) (Vaz, et al., 2007) 
Para realizar o teste a amostra contendo anticorpos é incubada com a 
membrana de nitrocelulose contendo as proteínas específicas para o que se 
pretende diagnosticar, separadas por tamanho molecular. Após a lavagem para a 
retirada dos componentes não-fixados, é adicionado o conjugado enzimático 
antiimunoglobulina humana, que se fixa à imunoglobulina da amostra. Uma nova 
lavagem é realizada para a retirada do excesso de conjugado, seguida a adição do 
substrato cromogênico para o desenvolvimento de cor insolúvel. A reação é 
interrompida pela retirada do substrato e lavagem da membrana com água, e a 
leitura é realizada visualmente. Essa sequencia de eventos está esquematizado na 
Fig. 21 abaixo. (Vaz, et al., 2007) 
A interpretação do resultado é feita pela análise da presença de bandas 
(desenvolvimento de cor sobre antígeno fixado) que revelam a presença de 
anticorpos específicos. (Vaz, et al., 2007) 
 
Fig. 21-Esquema das reações que ocorre no teste de Immunoblot (Fonte: Yoshimi, 2009) 
 
 
• Detecção de anticorpos Anti-HCV 
A Hepatite é todo processo inflamatório que envolva o fígado, pode ser 
causada por vírus, bactéria, parasitas, auto-imunidade, drogas e álcool. 
A Hepatite C é causada pelo vírus HCV, transmitida via parenteral 
Após a exposição, o RNA do HCV pode ser detectado dentro de 1 a 3 
semanas. No início dos sintomas, quando presentes , além de viremia, anticorpos 
anti-HCV podem ser detectados em 50-70% dos casos, chegando a 90% após 3 
meses de infecção. Assim sendo, pode-se fazer o diagnóstico laboratorial através 
dos seguintes imunoensaios: detecção de anticorpos anti-HCV e detecção quali e 
quantitativa do antígeno do core do HCV. (Vaz, et al., 2007) 
Para a detecção de anticorpos anti-HCV realiza-se a técnica de Immnunoblot 
utilizando imunógenos específicos codificados pelo genoma do HCV imobilizadas 
sobre uma membrana suporte. (Mackenzie-LAC, 2009) 
Os imunógenos utilizados são antígenos recombinantes HCV codificados e 
peptídeos sintéticos HCV codificados. Os dois antígenos recombinantes (c33c e 
NS5) e os peptídeos sintéticos (c100p e 5-1-1p) são derivados de regiões virais não 
estruturais, enquanto o 3º peptídeo (c22pn) corresponde ao nucleocapsídeo (core) 
de natureza estrutural. Na figura abaixo (Fig. 22) estão representados os antígenos 
utilizados para as reações sorológicas. 
 
Fig. 22 – Organização genômica do HCV e as principais proteínas utilizadas como antígenos para as 
reações sorológicas (Fonte: Vaz, et al,2007) 
Após o contato da amostra que seja positiva para HCV, formam-se bandas 
coloridas nas regiões específicas da fita

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