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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CCBS – CURSO DE FARMÁCIA RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE ESTÁGIO SUPERVISIONADA EM ANÁLISES CLÍNICAS ESTÁGIO IV (7º SEMESTRE) THAIS ARAGÃO TIA: 406.8440-7 TURMA: A11 SÃO PAULO / SP NOVEMBRO/2009 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CCBS – CURSO DE FARMÁCIA RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO IV REALIZADO POR THAIS ARAGÃO NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAURYE SÃO PAULO / SP NOVEMBRO/2009 SUMÁRIO 1. DADOS PESSOAIS .......................................................................................... 3 2. DADOS SOBRE A EMPRESA ......................................................................... 3 3. DADOS SOBRE O ESTÁGIO ........................................................................... 3 4. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 5. DESCRIÇÃO DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAURYE .......... 4 5.1. Organograma .................................................................................... 4 5.2. Planta Baixa ...................................................................................... 5 5.3. Fluxograma de Atividades Laboratório do Laboratório Laurye .......... 6 6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................... 7 6.1. Coleta ................................................................................................ 7 6.2. Coleta de Sangue ............................................................................. 7 6.3. Hematologia ...................................................................................... 9 6.4. Bioquímica Clínica .......................................................................... 17 6.5. Imunologia ....................................................................................... 43 6.6. Parasitologia ................................................................................... 56 6.7. Microbiologia ................................................................................... 65 7. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 73 1. DADOS PESSOAIS Nome: Thais Aragão Data de Nascimento: 03/05/1987 RG:44008521-4 Endereço: Rua Alcatifa, 111 – Jardim Brasília - São Paulo - SP Tel.:(11) 2741-8711/ Cel.:(11) 9412-5819 e-mail: aragão.thais@uol.com.br 2. DADOS SOBRE A EMPRESA Área do Estágio: Análises Clínicas Local: Laboratório de Análises Clínicas Laurye CNPJ: 43.783.943/00001-40 Representante legal: Irene Lourenço Pereira Tel.: (11) 2093-2530 E-mail: laurye.diagnosticos@terra.com.br Endereço: Rua Winifred, 62–Vila Carrão - São Paulo - SP – Brasil 3. DADOS SOBRE O ESTÁGIO Período: 04/02/2009 à 18/05/2009 Carga Horária: 150horas Supervisor do estágio: Eliana A. Santos CRBM nº: 3865 4. INTRODUÇÃO As instalações nas quais se fazem os exames químicos e microscópicos do sangue, outros líquidos do organismo e tecidos são chamados de laboratórios clínicos. (Walters, et al., 1998) O laboratório clínico pode ser grande, oferecendo serviços sofisticados e empregando muitos profissionais habilitados, ou pode ser pequeno, com apenas um empregado. (Walters, et al., 1998) Dentro do laboratório clínico pode existir várias áreas como, por exemplo, Hematologia, Parasitologia, Microbiologia, Bioquímica Clinica, Urinálise, Sorologia, Enzimologia, Toxicologia, Micologia e Citologia. Todas de igual importância no diagnóstico e tratamento de várias patologias. 5. DESCRIÇÃO DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAURYE 5.1. Organograma Fig. 1 - Organograma do Laboratório Semi-Industrial Irene Lourenço Pereira Diretora Eliana A. Santos Biomédica Edna Sgorlon Enfermeira Gilberto Almeida Custódio Técnico de laboratório Thais Aragão Estagiária Maurício Lopes Técnico de Laboratório 5.2. Planta Baixa Fig. 2- Planta Baixa do Laboratório de Análises Clínicas Laurye 5.3. Fluxograma de Atividades Laboratório do Laboratório Laurye Fig. 3 - Fluxograma das Atividades Gerais no Laboratório de Análises Clínicas Laurye Cadastramento do paciente no sistema Liberação do convênio/pagamento Coleta Laboratório de análise clínicas Triagem Exames de Parasitológicos Exames Bioquímicos Exames Imunológicos Exames Hematológicos 6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS No laboratório Laurye tive a oportunidade de entrar em contato com várias atividades do dia a dia de um laboratório clínico. Essas atividades são divididas em setores de acordo com o tipo de técnica a ser usada, do que quer se pesquisar e do tipo de material que tem-se disponível. Abaixo serão relatadas e discutidas as atividades realizadas em cada setor: Hematologia, Bioquímica, Imunologia, Parasitologia e Microbiologia. 6.1. Coleta Para realizar um exame laboratorial pode-se utilizar os seguintes tipos de amostras: - Sangue - Urina - Fezes - Secreções - Raspados - Esperma - Liquídos cavitários. Para cada tipo de amostra deve-se observar as condições em que devem ser coletadas e armazenadas para garantir que não sejam somados mais fatores de erros a análises. Deve-se orientar adequadamente o paciente quanto ao preparo a ser realizado antes da coleta, o qual é específico para cada tipo de análise. Por exemplo, se há necessidade de jejum, de quantas horas; realização de exercício físico; ingestão de bebidas alcóolicas ou estimulantes. Antes da coleta também é necessário obter informações sobre aspectos referentes ao paciente que podem interferir nos resultados, como por exemplo: idade, sexo, etnia, gravidez, período do ciclo menstrual, uso de medicamentos, presença de doenças concomitantes, tabagismo, alcoolismo, etc. 6.2. Coleta de Sangue O sangue é tipo de amostra muito utilizado para análises hematológicas, bioquímicas e imunológicas . Para cada finalidade deve-se separar a fração do sangue mais indicada (soro, plasma ou sangue total). 6.2.1. Fluxograma coleta de sangue Após a coleta, o tubo é enviado para cada setor de acordo com o tipo fração necessária para análise. Recepção •Identificação do paciente •Exames a serem realizados •Medicamentos que utiliza Flebtomista •Preparo e orientação do paciente na área de coleta •Verificar exames a serem realizados •Confirmar nome do paciente com a ficha •Perguntar quanto tempo está em jejum (se necessário);Se houve consumo de álcool Flebotomista •Antissepsia das mãos •Colocação das luvas de procedimento •Preparação dos materiais a serem utilizados Paciente •Apoiar o braço sobre suporte •Fechar a mão para que a veia se torne palpável Flebotomista •Sentir a veia do paciente •Garrotear •Antissepsia do local da punção com álcool 70% e algodão; esperar o álcool secar Flebotomista •Fazer a venopunção com material adequado •Liberar o garrote quando o sangue começar a fluir Flebotomista •Retirar o tubo de sangue •Homogeneizar por inversão lentamente Flebotomista •Retiraro sistema de coleta •Pressionar o local de coleta com algodão 1-2min •Colocar curativo (se necessário) •Identificar o Tubo 6.3. Hematologia Hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue.A palavra é composta pelos radicais gregos: Haima (de haimatos), "sangue" e lógos, "estudo, tratado, discurso". A Hematologia estuda os elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Estuda, também, a produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos hematopoiéticos): medula óssea, baço e linfonodos. A seção de hematologia é primariamente responsável pelo exame dos elementos figurados do sangue. Estes podem ser qualitativos, como a observação da aparência das células sanguíneas. Ou os testes podem ser quantitativos, com na execução das contagens de células. O laboratório de hematologia executa testes para detectar e monitorar tratamentos de anemias, leucemias e desordens hereditárias do sangue, como a hemofilia. Os efeitos de certos tratamentos, como a quimioterapia contra o câncer, podem ser determinados por testes hematológicos. Os exames utilizados na investigação hematológica incluem: • Hemograma • Mielograma • Velocidade de hemossedimentação (VHS) • Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) • Tempo de protrombina (TP) • Fibrinogênio • Dímeros-D • dosagens de fatores de coagulação, entre outros. A coleta para análise hematológica é em geral realizada, seguindo os procedimentos de coleta já conhecidos, em tubos contendo EDTA como anticoagulante (tampa roxa). A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em jejum de pelo menos 12 horas, 24 horas sem pratica de exercícios físicos e 48 horas sem consumo de bebida alcoólica. As amostras previamente identificadas são encaminhadas ao laboratório que procede com as análises dos exames hematológicos. 6.3.1. Hemograma Hemograma é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente. As células circulantes no sangue são divididas em três tipos: células vermelhas (hemácias ou eritrócitos), células brancas (ou leucócitos) e plaquetas (ou trombócitos). O hemograma é uma combinação de teste que usualmente inclui: - Contagem de hemácias - Contagem de leucócitos - Hemoglobina - Hematócrito - Índice de hemácias - Contagem diferencial de leucócitos - Avaliação do número de plaquetas - Observação morfológica das células do sangue - Fig. 4- Fluxograma da realização do Hemograma Amostra de Sangue colhida com EDTA Identificação das Amostras Encaminhar ao Laboratório Fazer Esfregaços e Identificá-los Corar Utilizado Corante Panótico Análise Microscópica da Série Vermelha Contagem Diferencial Preparar amostras para Determinações na Automação Anotar Resultados Preparar Amostras para a realização de Hematócrito e Hemoglobina manuais Anotar Resultados • Contagem Manual de Hemácias e Leucócitos Contagens manuais do número de hemácias e leucócitos podem ser feitas em câmara de Neubauer (Fig. 7), após uma diluição prévia do sangue. A contagem é realizada utilizando-se apenas um retículo da câmara, portanto para uma mesma amostra pode-se utilizar apenas uma câmara, onde um retículo será ocupado para os glóbulos vermelhos e um para os glóbulos brancos. Cada um é constituído por nove quadrados de 1mm² de área e com a profundidade de 0,1mm. Esses quadrados são ainda subdivididos. Os quatro externos possuem dezesseis quadrados cada e o central possui vinte e cinco quadrados subdivididos em novos dezesseis quadrados cada (Fig. 8). O método dificilmente é usado, sendo usado em poucos casos de dúvidas da metodologia automática . Para contagem de hemácias faz-se a seguinte diluição: 20µL do sangue são transferidos para um tubo de ensaio com 3980µL de solução de Gower. A mistura é homogeneizada por inversão por dois minutos (Fig. 5). 10µL são então transferidos para a câmara onde se deve aguardar três minutos para a contagem. Para contagem de leucócitos faz-se a seguinte diluição: 20µL de sangue são transferidos e homogeneizados por inversão com 380µL de solução de Turk em um tubo de ensaio durante dois minutos (Fig. 6). Fig. 5 - Diluição do sangue para contagem de hemácias 3980µL de sol .Gower 20µL de sangue Agitar por inversão 2 minutos Transferem-se essas diluições com auxílio de pipeta ou capilar cada uma para um retículo (Fig. 7). Fig. 7- Enchendo a Câmara com sangue diluído A câmara de Neubauer é então colocada no microscópio com a objetiva de menor aumento (10x). Focam-se as áreas quadriculadas como observado na Fig. 8. Realiza-se a contagem das hemácias e leucócitos as áreas específicas, como indicado na figura abaixo: Fig. 6 - Diluição do sangue para contagem de leucócitos 380µL de sol. Turk 20µL de sangue Agitar por inversão 2 minutos Fig. 8- Área de contagem de hemácias (E) e leucócitos (L). A contagem total de hemácias deve ser multiplicada por 10000 para encontrar no número de hemácias por mm3. A contagem de leucócitos deve ser multiplicada por 50 para encontrar o número de leucócitos por mm3. • Hematócrito Com a amostra original, um capilar (heparinizado para sangue capilar ou não heparinizado para sangue de tubos com anticoagulante) é preenchido até mais de três quartos de seu volume. O capilar é limpo e a extremidade não preenchida é fechada por chama. Colocado então na microcentrífuga, com a extremidade fechada voltada para fora, é rotacionado a 11000rpm por cinco minutos. A leitura é realizada pela comparação do hematócrito com uma régua específica. O resultado é obtido em porcentagem (Fig. 9). Fig. 9 - Leitura do hematócrito • Hemoglobina Determinação baseada na leitura espectrofotométrica em 540nm da oxihemoglobina formada pela transformação da hemoglobina através da lise dos eritrócitos da amostra com solução hipotônica. Para isso 20µL de sangue são diluídos em 6mL de água. Uma gota de solução de NH4OH a 1% (solução hipotônica) é acrescida e a solução é homogeneizada por inversão. A leitura é então feita no espectrofotômetro com o comprimento de onda correto. Para a solução branca, necessária para a calibração, utiliza-se apenas água. Se o aparelho já estiver programado, o resultado sairá em concentração. • Contagem diferencial de leucócitos Necessária para a diferenciação dos glóbulos brancos. Após a preparação do esfregaço, este deve ser mergulhado por cinco segundos em cada corante pertencente ao Panótico. O excesso é retirado com água e a lâmina quando seca é levada ao microscópio para a observação. As células devem ser contadas sendo segregadas pelos tipos até resultarem número 100. O valor final é a porcentagem do tipo de leucócito na amostra de sangue. São diferenciadas em: neutrófilo segmentado (Fig. 10), neutrófilo bastonete(Fig. 11), eosinófilo (Fig. 12), monócito (Fig. 13), basófilo (Fig. 14) e linfócito (Fig. 15). Fig. 10 - Neutrófilo Segmentado Fig. 11 - Neutrófilo Bastonete Fig. 12 – Eosinófilo Fig. 13- Monócito Fig. 14 – Basófilo Fig. 15 - Linfócito 6.3.2. Velocidade de Hemossedimentação (VHS) A velocidade de hemossedimentação é baseada no princípio da sedimentação, o processo no qual as partículas sólidas tendem a depositar no fundo de um líquido. Em uma amostra de sangue anticoagulado e deixado em repouso as hemácias vão gradualmente separar-se do plasma e depositam-se no fundo do recipiente. A velocidade com que as hemácias se depositam ou caem sob condições controladas de laboratórios é conhecida como velocidade de hemossedimentação. Em amostras de sangue da maioria das pessoas sadias, a sedimentação ocorre lentamente. Em muitas doenças, particularmente as inflamatórias, o VHS é rápida. Em alguns casos,a velocidade é proporcional à gravidade da doença. Para fazer uma VHS, uma amostra de sangue anticoagulado é colocado em um tubo graduado de dimensões padrão, e incubado em uma posiçào vertical por exatamente uma hora. Ao final dessa hora, a distância que os eritrócitos caíram do menisco do plasma (na marca zero) é medida em milimetros (mm) e reportado (Fig. 16). Fig. 16 - Leitura do VHS no tubo graduado 6.3.3. Testes de Coagulação Para a realização dessa determinação, o tubo a ser utilizado na coleta contém citrato de sódio, que seqüestra o cálcio presente, inibindo a coagulação. A coagulação é um processo do organismo que, em caso de lesão, impede o extravasamento sangüíneo através da formação do coágulo de fibrina. Ela envolve inúmeras substâncias conhecidas como fatores de coagulação que estão envolvidas em três fases básicas, a formação da tromboplastina, a conversão da protrombina em trombina e a transformação do fibrinogênio em fibrina. Ela pode ser ainda dividida em duas vias, a extrínseca e a intrínseca. Para a análise da sua funcionalidade no sangue realiza-se a Determinação do Tempo de Protrombina (TP) que consiste em adicionar tromboplastina em excesso ao plasma (descalcificado pelo citrato de sódio presente no tubo) e recalcificá-lo com quantidades conhecidas de cloreto de cálcio padronizado. O tempo levado para que o coagulo se forme é o TP. Esse sistema é escolhido para a investigação da via extrínseca, pode demonstrar deficiência dos fatores de coagulação I, II, V, VII e X e ainda auxiliar no controle da terapêutica anticoagulante. A determinação é feita de maneira automatizada pelo aparelho da Human, para isso, deve-se selecionar o programa PT e deixar o reagente no aparelho em pré- aquecimento por 5 minutos. 25µL de plasma são então pipetados na cubeta e colocados em pré-aquecimento por 1 minuto. A cubeta é então transferida para a posição de medição, o sistema óptico é ativado e 50µL do reagente (tromboplastina) são adicionados. Selecionar a ampulheta para que a leitura seja feita (máximo de 300 segundos). O resultado é mostrado no visor. Aconselha-se realizar o teste em duplicata, se a diferença entre elas for maior que 5% é necessário repetir o teste. Pode-se realizar a Determinação do Tempo de Tromboplastina Ativado (TTPA), onde se adiciona ao plasma, cálcio e cefalina (substituto das plaquetas), o tempo consumido para a coagulação representa o TTPA. É um método importante para a investigação das alterações do mecanismo de coagulação envolvendo a via Intrínseca, com exceção das plaquetas e fatores VII e XIII. Para a sua realização utiliza-se o mesmo aparelho do TP. O programa TTPA é então selecionado e 25µL de plasma e de TTPA são pipetados na cubeta. Esta é incubada por 5 ou 3 minutos (dependendo do kit do reagente. Após a incubação é transferida para a posição de medição e o sistema óptico é ativado. Adiciona-se então 25µL de CaCl2 pré-aquecido. O cronômetro é ativado e o instrumento fará a leitura em até 300 segundos. Se nenhum coagulo for formado o display mostrará +++.+s. Quando o tempo de processamento é de 35-45 segundos é considerado normal, se for encurtado (abaixo desse valor), não há relevância clínica, mas se o resultado for prolongado (acima desse valor), possui uma grande importância diagnóstica e pode ocorrer por deficiência dos fatores VIII, IX, V, X, XI, XII, II e I ou quando existem anticoagulantes circulantes. 6.4. Bioquímica Clínica 6.4.1. Proteína A dosagem das proteínas pode fornecer informações que refletem os estados de doença em muitos sistemas de órgãos. A dosagem das proteínas totais fornece uma informação importante sobre o estado geral do paciente, referente à nutrição ou a doenças orgânicas severas. Os fracionamentos adicionais contêm informações clinicamente mais úteis. - Aumento de proteínas totais: mieloma múltiplo, macroglobulinemia, artrite reumatóide, lupus eritematoso, endocardite bacteriana subaguda e linfogranuloma. - Diminuição de proteínas totais: desnutrição grave, hiperhidratação, nefrose, insuficiência renal, deficiência de cálcio e vitamina D. Finalidade: Sistema para determinação colorimétrica das proteínas totais em amostras de sangue e líquidos pleural, sinovial e ascítico por reação de ponto final. Princípio: Os íons cobre (Cu2+) em meio alcalino (Reagente de Biureto) reagem com as ligações peptídicas das proteínas séricas formando cor púpura que tem absorbância máxima em 545 nm, proporcional à concentração de das proteínas da amostra. Referência em adultos: 6 a 8g/dL 6.4.2. Albumina A albumina é a proteína mais importante do plasma humano, representando 40 a 60% do total de proteínas. Os níveis plasmáticos de albumina, devido a sua relação com o aporte de proteínas e a produção no fígado, são frequentemente usados com parâmetros para avaliação do estado nutricional e função hepática Diminuições da albumina ocorrem na cirrose e outras doenças hepáticas incluindo alcoolismo crônico, na gravidez associado ao uso de contraceptivos orais, em muitas doenças crônicas incluindo neoplasias, síndrome nefrótica, enteropatias com perda proteíca (doença Chron, colite ulcerativa), doenças inflamatórias como as doenças autoimunes, imobilização prolongada, falências cardíaca e outros estados catabólicos crônicos. A elevação da albumina sérica é encontrada somente na desidratação. Finalidade: Sistema para determinação da albumina em amostras de soro por reação de ponto final. Princípio: A albumina tem a propriedade de se ligar à uma grande variedade de ânions orgânicos e moléculas complexas de corantes. O sistema de medição se baseia no desvio do pico de absortividade máxima de um corante complexo (verde de bromocresol) quando este se liga à albumina. A cor formada é medida colorimetricamente entre 620 e 640 nm, sendo proporcional à quantidade de albumina na amostra até a concentrção de 6,0 g/dL. O verde de bromocresol possui especificidade para a albumina e não sofre interferência de valores elevados da bilirrubina e hemoglobina, permitindo também que valores elevados dos triglicerídeos possa ser corrigida utilizando o branco da amostra. Referência para adultos: 3,5 a 5,5 g/dL 6.4.3. Mucoproteínas As mucoproteínas são uma fração heterogênea de glicoproteínas solúveis que podem ser separadas por eletroforese em 5 subfrações, conhecidas pelo nome genérico de proteínas de fase aguda. Por definição proteína de fase aguda é aquela cuja concentração aumenta ou diminui em resposta ao estímulo inflamatório. A maioria executa funções específicas o que as torna muito importantes durante o processo inflamatório. O aumento das mucoproteínas ocorre em vários processos inflamatórios sépticos ou assépticos, agudos ou crônicos, localizados ou sistêmicos como neoplasia, doença do colágeno, tuberculose e outras doenças infecciosas, diabetes mellitus, cirrose hepática, psoríase, gota, etc. A falta de especificidade limita muito o seu uso em termos de diagnóstico. As dosagens seriadas das mucoproteínas têm sido usadas com relativo sucesso para acompanhar a resposta ao tratamento. Lembramos que não existe correlação entre os níveis séricos de mucoproteínas, proteína C-reativa e antiestreptolisina. Finalidade: Determinação quantitativa da Mucoproteínas em amostra de soro com reação de ponto final. Princípio: Precipitação seletiva com Ácido Perclórico.. As mucoproteínas (seromucóides) são separadas das proteínas coaguláveis pelo calor por precipitação seletiva com solução de ácido perclórico. Realiza-se em seguida precipitação das mucoproteínas do filtrado com ácido fosfotúngstico e dosagem com o reagente de Folin-Ciocalteau através do conteúdo em tirosina. Referência:1,9 a 4,9 mg/dL em tirosina. 6.4.4. Amilase A determinação da amilase em amostras de sangue, urina e outros líquidos biológicos são testes úteis no diagnóstico da pancreatite aguda e suas complicações. A amilase sanguínea provém de duas fontes principais: pâncreas e glândulas salivares. Outras fontes potenciais de amilase sérica são os órgãos de reprodução e o fígado. A elevação da amilase sérica não é um achado específico da pancreatite e causas não pancreáticas de hiperamilasemia podem dificultar a interpretação dos resultados em alguns casos. Estes incluem lesões inflamatórias envolvendo as glândulas salivares, tais como a parotidite epidêmica, úlcera péptica perfurada, envolvendo ou não o pâncreas, infarto ou obstrução intestinal, colelitíase, peritonite, apendicite aguda, cetoacidose diabética, carcinoma extrapancreático (especialmente de esôfago, pulmão e ovário), gravidez ectópica rota, insuficiência renal e macro- amilasemia. Nesta última condição, a amilase não se encontra elevada na urina. A determinação da amilase sérica e urinária são os testes mais úteis para o diagnóstico da pancreatite e em muitos casos a relação entre as depurações da amilase e da creatinina pode ser útil no diagnóstico da pancreatite aguda e pancreatite recorrente. Neste caso, o valor da relação se encontra entre 7,0 e 15,0%. Finalidade: Determinação quantitativa da Amilase em amostra de soro, plasma e urina com reação cinética de tempo fixo. Princípio: A amostra é incubada com um substrato de amido e a diminuição da cor azul, após a adição de iodo, é comparada com um controle, sendo proporcional à atividade da amilase na amostra. Referência: Soro: 60 a 160 U/dL; Urina: 50 a 140 U/hora 6.4.5. Glicohemoglobina É um teste normalmente utilizado para o monitoramento da diabetes mellitus. Hemoglobina glicada é uma hemoglobina com glicose ligada no terminal amino de uma das cadeias β da hemoglobina, portanto quanto mais glicose no plasma, mais hemoglobinas estarão glicadas. Embora muitas outras proteínas também sejam glicadas, a hemoglobina apresenta maior tempo de circulação (meia-vida longa de aproximadamente 90 dias dos eritrócitos) e estão presentes em concentrações suficientes para as determinações. Fornecem um índice de controle de glicemia de 8 a 12 semanas anteriores à alguma medicação que o paciente possa ter administrado. Finalidade: Determinação quantitativa da Hemoglobina glicada em amostra de sangue. Métodos: Troca iônica em tubos para determinação da glicohemoglobina. Princípio: A determinação do percentual de glicohemoglobina no sangue é feita através da troca catiônica em tubos, sem a necessidade do uso de padrões secundários internos. Baseia-se em dois tubos, um contendo uma suspensão de resina de troca catiônica fraca capaz de ligar todas as frações da hemoglobina exceto as frações glicadas e outro contendo a mesma resina na mesma concentração mas em condições não ligantes de nenhuma das frações. Após adição de um hemolisado ao primeiro tubo e separação mecânica das frações ligadas e não ligadas, estas últimas contidas no sobrenadante, procede-se à leitura espectrofotométrica desta fração, em 415 nm, que corresponderá à glicohemoglobina. Devido às condições não ligantes da resina, a adição do hemolisado ao segundo tubo fornecerá, após as mesmas operações, uma leitura espectrofotométrica que corresponderá à hemoglobina total. A relação entre as duas leituras fornecerá o percentual de glicohemoglobina na amostra. O hemolisante empregado contém concentrações elevadas de íons borato, visando a eliminação rápida da fração lábil da glicohemoglobina (aldimina). Referência: Entre 5 e 7 % : Indivíduos sadios ou com diabetes bem controlado. Nesta faixa poderão ser encontrados indivíduos com glicose de jejum com alguma alteração, mas sem descontrole metabólico. Entre 7 e 8 % : Indivíduos intolerantes. Nesta faixa são encontrados indivíduos com glicemia de jejum alterada ou mesmo normal, mas com curva de tolerância diminuída. Acima de 8 % : Diabetes descontrolado, com desequilíbrio metabólico. 6.4.6. Glicose sanguínea A glicose é um carboidrato altamente importante do ponto de vista laboratorial, pois suas concentrações no sangue são controladas dentro de limites estreitos por vários hormônios, sendo os mais importantes os produzidos pelo pâncreas: insulina, glucagon e somatostatina. Os testes são realizados em amostras de plasma colhidas em tubos contendo fluoreto, um inibidor da glicólise. Os resultados são classificados em hipoglicêmicos ou hiperglicêmicos e são determinados para o rastreamento da diabetes mellitus. Finalidade: Determinação da glicose no sangue e líquidos céfalo raquidiano, pleural, ascítico e sinovial. Princípio: A glicose da amostra sofre a ação da glicose oxidase (GOD) em presença de oxigênio produzindo peróxido de hidrogênio, segundo a seguinte reação: Glicose + O2 + H20 GOD acido glucônico + H202 O Peróxido de Hidrogênio em presença de fenol e de 4-aminoantipirina, sofre a ação da peroxidase produzindo um composto róseo-avermelhado (antipirilquinonimina) com máximo de absorção em 505 nm. Conforme reação abaixo: 2 H2O2 + 4-aminoantipirina + fenol POD antipirilquinonimina + 4H2O Referência: Plasma : 70 a 99 mg/dl ( para pacientes com jejum noturno). Líquido céfalo-raquidiano : 2/3 da glicemia. 6.4.7. Uréia A uréia é formada a partir da amônia formada pelo catabolismo protéico e desaminação dos aminoácidos, que liga-se ao CO2 e forma a uréia. A uréia sofre filtração glomerular, sendo que 50% é reabsorvida e 50% é excretada na urina. A concentração de uréia sérica não é tão útil como medida da função glomerular, pois é afetada pela ingestão de proteínas da dieta (alta ingestão aumenta a uréia), pelo teor do catabolismo protéico (alto catabolismo, aumenta a amônia e a produção de uréia) e por sangramento gastrointestinal (aumenta uréia). É medida juntamente com a creatinina, pois a razão entre elas é útil na investigação de distúrbios renais, para determinar a causa do distúrbio. Finalidade: Sistema enzimático-colorimétrico para a determinação da uréia em amostras de sangue e urina, por reação de ponto final. Somente para uso diagnóstico in vitro. Método: Cinética enzimática de tempo fixo, UV. Princípio: A uréia é hidrolisada pela urease, gerando amônia e dióxido de carbono. Urease Uréia + H2O 2 NH3 + CO2 A amônia reage com o 2 cetoglutarato e NADH em uma reação catalisada pela glutamato desidrogenase (GLDH), ocorrendo oxidação da NADH a NAD. A consequente redução da absorbância, medida em 340 ou 365 nm, é proporcional à concentração de uréia na amostra. GLDH 2 cetoglutarato + NH3 + NADH L-Glutamato + NAD Referência: Soro ou Plasma: 15 a 40 mg/dL. Urina: 26 a 43 g/24 horas. 6.4.8. Creatinina K A determinação da creatinina em amostras de sangue e urina são testes de avaliação da função renal. A determinação da concentração de creatinina no líquido amniótico é um dos parâmetros laboratoriais para a avaliação da maturidade fetal. A creatinina é sintetizada pelo fígado, rim e pâncreas e totalmente excretada pelos rins. Como é 100% excretada, a depuração da creatinina está diretamente relacionada à função glomerular (FG) dos rins. A determinação pode ser feita em amostra de urina coletada por 24h. Só será válida se a amostra for cronometrada com exatidão e não haja proteinúria intensa (embora não seja alterada pela dieta, quando a proteína está em grande quantidade pode atrapalhar a determinação). FG = [creatinina_urina] x Vol. Urina em 24h [creatinina_soro] A concentração da creatinina no soro é usada como medida da função glomerular, mas não é precisa, poisa função glomerular tem que diminuir pela metade para que a concentração de creatinina plasmática seja alterada. Os intervalos de referência variam com a massa muscular, portanto, homens têm valores mais altos que mulheres e idosos, pois possuem valores mais baixos que os jovens. Finalidade: Determinação quantitativa da Creatinina em amostra de soro, plasma e urina com reação de ponto final. Princípio: Baseado na reação de Jaffé - Pricato alcalino. A creatinina e outros componentes do soro reagem com a solução de picrato em meio alcalino, formando um complexo de cor vermelha que é medico fotometricamente. A adição de um acidificante abaixa o pH para 5,0, promovendo a decomposição do picrato de creatinina, permanecendo inalterada a cor derivada dos cromogênios, que também é medida fotometricamente. A diferença entre as duas leituras fornece o valor da creatinina. Referência: Tabela 1-Valores de Referência de Creatinina em mg/dL em soro/plasma Recém-nascido 0,50 - 1,20 <1 mês 0,40 - 0,70 1 - 12 meses ≤ 0,70 1 - 3 anos ≤ 0,70 4 - 7 anos ≤ 0,80 8 - 10 anos ≤ 0,90 11 - 12 anos ≤ 1,00 13 - 17 anos ≤ 1,20 Adulto (mulheres)* 0,53 - 0,995 Adulto (homens)* 0,70 - 1,20 * 18 a 70 anos; valores corrigidos com o índice de correção; 6.4.9. Creatina quinase A determinação da creatina quinase (CK) em amostras de sangue é útil na abordagem laboratorial do infarto agudo do miocárdio e de doenças musculares esqueléticas. A creatina quinase é um dímero composto de subunidades B e M, e ocorre em três formas de isoenzimas: MM (CK3), MB (CK2) e BB (CK1). A enzima é encontrada em concentrações elevadas no músculo esquelético, músculo cardíaco, cérebro e trato gastrointestinal. Os estudos de distribuição tissular indicam que o músculo esquelético é quase que completamente composto da isoenzima MM com quantidades mínimas da isoenzima MB. O cérebro e o trato gastrointestinal contêm primariamente a isoenzima BB enquanto que o músculo cardíaco consiste aproximadamente de 80% da isoenzima MM e 20% da MB. A CK total começa a se elevar 6 horas após o início do infarto agudo do miocárdio (IAM) e chega a um pico máximo após 12 a 24 horas, permanecendo elevada até 72 horas quando não ocorre um novo infarto. Os valores no pico máximo podem chegar a mais de 10 vezes o limite superior dos valores de referência. Em pacientes submetidos à terapêutica trombolítica a elevação da CK pode ocorrer mais precocemente por aumento da isoenzima MB consequente à reperfusão do miocárdio isquêmico. Além do IAM a CK está elevada nos casos de necrose do músculo cardíaco produzidas por miocardite grave. As causas de elevação da CK consequentes a necrose ou atrofia aguda do músculo estriado são: cirurgia torácica ou cardíaca (os valores retornam à linha basal em 24-48 horas), cardioversão, distrofia muscular progressiva, esclerose lateral amniotrófica, poliomiosite, distrofia miotônica, traumas e queimaduras, rabdomiólise extensa, hipertermia maligna, hipotermia, status epilético, miopatia endócrina (hipotireoidismo, acromegalia, miopatia do hipoparatireoidismo) e uso de cocaina. Finalidade: Sistema para determinação quantitativa da atividade da Creatina Quinase Total (CK) em modo cinético em soro ou plasma. Princípio: A atividade da CK na amostra, após reação enzimática, é medida fotometricamente através da redução de NADP a NADPH. A creatina quinase total é determinada de acordo com as seguintes reações: CK Creatina Fosfato + ADP Creatina + ATP HK ATP + Glicose ADP + Glicose-6-Fosfato G-6-PDH Glicose-6-Fosfato + NADP 6-PG + NADPH A CK catalisa a desfosforilação da creatina fosfato para produzir adenosina trifosfato (ATP), a qual reage com a glicose na presença da hexoquinase (HK) formando glicose-6-fosfato. A glicose-6-fosfato na presença de glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PDH) é oxidada a fosfogluconato(6-PG) e reduz o NADP a NADPH. A velocidade de incremento na absorbância em 340 nm é proporcional à atividade da CK na amostra. Referência: Mulheres 26 – 155 U/L; Homens 26 – 189 U/L 6.4.10.Cálcio O cálcio é o quinto mineral mais abundante no corpo humano. Aproximadamente 98% do cálcio proveniente da dieta estão estocados no esqueleto, dentro do ossos. O cálcio no osso não é estático, diariamente parte do osso é reabsorvida (devolvendo o cálcio ao líquido extracelular, o LEC) e outra parte do osso é formada (retirando cálcio do LEC). Sendo mantido este equilíbrio dentro dos limites fisiológicos pela ação combinada do paratohormônio e vitamina D, através de seus efeitos sobre os ossos, intestinos e rins. O cálcio ionizado representa a porção fisiologicamente ativa do cálcio sérico e corresponde a metade do cálcio total. Na maioria das vezes a hipercalcemia indica a presença de hiperparatireoidismo ou de doenças malignas. A hipercalcemia encontra-se também associada ao uso de drogas como os tiazídicos, vitaminas A e D, antiácidos alcalinos e carbonato de lítio. A imobilização (fraturas), doença de Paget e doenças granulomatosas (sarcoidose) são causas de hipercalcemia. As causas mais comuns de hipocalcemia são: (1) hipoparatireodismo idiopático ou cirúrgico, (2) pseudo-hipoparatireoidismo, (3) insuficiência renal, (4) desordens do metabolismo da vitamina D, (5) deficiência de magnésio, (6) drogas (uso agudo de diuréticos, uso de corticosteróides e insulina), (7) tetania neonatal, (8) pancreatite aguda e (9) transfusões sanguíneas múltiplas. Concentração sérica de cálcio inferior a 7,0 mg/dL é considerada crítica, pois pode levar à tetania. Também são considerados críticos resultados superiores a 12,0 mg/dL, pois podem induzir ao coma. A calciúria pode aumentar com o uso de acetazolamida, cloreto de amônio, corticosteróides, vitamina D e diuréticos (efeito inicial). Esta diminui com o uso crônico de diuréticos, bicarbonato, estrógenos, lítio e anovulatórios. A determinação do cálcio em amostras de sangue e urina é útil no diagnóstico e seguimento dos distúrbios do metabolismo do cálcio e fósforo. Princípio: O cálcio reage com a púrpura de ftaleína em meio alcalino, formando um complexo de cor violeta que é medido em 570 nm. Referência: Cálcio (soro ou plasma): 8,8 a 11,0 mg/dL Cálcio Ionizado : 4,6 a 5,4 mg/dL Cálcio (urina) : até 200 mg/24 horas (com dieta restrita de cálcio: 500 mg/24 horas) Cálcio (amostra de urina): <0,16 mg/100 mL de FG 6.4.11.Fósforo A determinação do fósforo inorgânico em amostras de sangue, urina e líquido amniótico é útil na avaliação do balanço cálcio/fósforo do organismo. Embora a insuficiência renal crônica e o hipoparatireoidismo sejam as duas causas mais comuns de hiperfosfatemia, várias condições podem causar hiperfosfatemia transitória e assintomática. Como o músculo representa um grande reservatório de fosfato é evidente que a rabdomiólise produz severa hiperfosfatemia. Outras condições que promovem a liberação do fosfato intracelular e levam à hiperfosfatemia incluem a hipertermia maligna e a quimioterapia antiblástica. A hiperfosfatemia pode ocorrer após administração de laxativos e enemas de retenção contendo fosfato. Níveis diminuídos de fósforo são encontrados no hiperparatireoidismo, na intoxicação pelo chumbo e na alimentação parenteral. Observa-se discreta redução do fósforo sérico no último trimestre de gravidez. Finalidade: Determinação quantitativa do Fósforo inorgânico em amostra de soro e urina com reação de ponto final. Princípio: O fósforo inorgânico (Pi) reage com o molibdato de amônio na presença de ácido sulfúrico, resultando na formação de um complexo fosfomolibdato não reduzido. A absorbância em 340 nm do complexo formado é proporcional à concentração de fósforona amostra. Pi + H2SO4 + Molibdato de amônio Complexo fosfomolibdato não reduzido 6.4.12.Magnésio O magnésio ativa inúmeras enzimas e a maioria dos aspectos da bioquímica intracelular é dependente de magnésio. As propriedades elétricas das membranas celulares e de condução do impulso nervoso são afetadas por qualquer redução da concentração extracelular de magnésio. A deficiência de Magnésio é uma desordem comum que pode ser causada por desnutrição, má-absorção, perda renal e distúrbios endocrinológicos. Complicações associadas com decréscimos de concentrações de Magnésio são irritabilidade neuromuscular (ex. tremor, convulsão) e sintomas cardíacos (ex. taquicardia, arritmia). Decréscimos de concentrações de Magnésio estão sempre relacionados com decréscimos de níveis de Cálcio e Potássio, levando-se em conta que a Hipomagnesia pode ser a causa primária da hipocalcemia. Valores elevados de Magnésio podem ser observados na desidratação e desordens renais e após ingerir grandes quantidades de antiácidos e pode estar associado com a redução dos reflexos e baixa pressão sangüínea. Portanto, A determinação do magnésio em amostras de sangue, urina e líquor é útil na avaliação de distúrbios metabólicos. Finalidade: Determinação quantitativa do Magnésio em amostra de soro, plasma e urina com reação de ponto final. Método: colorimétrico. Princípio: Reação Magon sulfonado. Os íons magnésio reagem com o magon sulfonado (cor azul) em meio alcalino formando um complexo de cor rósea que é proporcional à quantidade de íons magnésio na amostra. 6.4.13.Ferro sérrico O ferro é essencial para a maioria dos organismos vivos, pois participa de numerosos processos vitais, desde os processos oxidativos celulares ao transporte de oxigênio para os tecidos. A hemostasia do ferro é regulada principalmente pela absorção e não pela excreção. O ferro é transportado no sangue por uma proteína, a transferrina, e armazenado nos tecidos ligado a outra proteína chamada ferritina. A deficiência de ferro é consequência de: (1) suprimento inadequado; (2) aumento da demanda; (3) perda sanguínea ou a combinação destes. O suprimento inadequado é característico das crianças alimentadas com leite. Já o aumento de demanda é característica da gravidez e das crianças nos primeiros 5 anos de vida. Menstruação abundante, hemorragias gastrointestinais, hemorróidas, carcinoma de cólon e parasitoses são causas comuns de deficiência de ferro sérico por perda sanguínea no adulto. Transfusões repetidas, hemocromatose idiopática, cirrose, talassemia e anemia sideroblástica são as causas mais comuns de aumento do ferro sérico. A determinação do ferro em amostras de sangue é útil na abordagem laboratorial das anemias hipocrômicas e microcíticas. Finalidade: Determinação quantitativa do Ferro em amostra de soro com reação de ponto final. Princípio: Método tampão acetato-Ferrozine. Em meio ácido o ferro ligado à transferrina se dissocia em íon férrico que é reduzido à forma de íon ferroso por ação da hidroxilamina. Após a adição de Ferrozine forma-se um complexo magenta brilhante cuja absorbância, medida a 560 nm, é proporcional à quantidade de ferro na amostra. Referência: 50 a 150 µg/dL 6.4.14.Bilirrubina A bilirrubina é o principal produto do metabolismo do heme da hemoglobina. Cerca de 70% a 80% da bilirrubina são provenientes da destruição dos eritrócitos velhos, 15% de fontes hepáticas, e o restante é proveniente da destruição de hemácias defeituosas na medula óssea e nos citocromos. A destruição prematura das hemácias – anemia hemolítica e a eritropoiese ineficaz são importantes causas de hiperbilirrubinemia, com predomínio de bilirrubina não-conjugada, na ausência de qualquer anormalidade hepática. Algumas doenças adquiridas e hereditárias e diversos medicamentos são capazes de afetar uma ou mais etapas envolvidas na produção, captação, armazenamento, metabolismo e excreção da bilirrubina. Dependendo do distúrbio, a bilirrubina não-conjugada (indireta), a conjugada (direta) ou ambas (total), são as principais contribuintes da hiperbilirrubinemia. A forma mais comum de aumento da bilirrubina indireta é aquela vista em recém-nascidos e referida como icterícia fisiológica. Este aumento é causado por uma produção aumentada de bilirrubina como resultado da hemólise das hemácias e da maturação incompleta dos mecanismos do metabolismo e excreção da bilirrubina. Em 5% dos neonatos, os valores de bilirrubina não-conjugada são maiores que 15 mg/dL e podem desencadear o quadro de encefalopatia bilirrubínica (Kernicterus). Dentre as causas hereditárias de hiberbilirrubinemia não-conjugada, destacam-se as síndromes de Crigler-Najjar e de Gilbert que estão associadas à deficiência da enzima uridina difosfato (UDP) glicuroniltransferase. A Síndrome de Gilbert é mais comum e parece haver, também, defeito no transporte da bilirrubina através da membrana do hepatócito. Normalmente há somente uma pequena quantidade de bilirrubina no sangue. As causas mais comuns de aumento da bilirrubina direta são as doenças hepatobiliares e obstrução da árvore biliar (colestase). Na realidade, ambas as bilirrubinas estão aumentadas e pode-se observar uma variação ampla das concentrações séricas de cada forma de bilirrubina. Hepatite e cirrose são exemplos de doenças que podem causar colestase intra-hepática. A colestase pode também ser induzida por medicamentos e hormônios esteróides. A obstrução extra-hepática da árvore biliar devido a carcinoma ou fibrose de cabeça do pâncreas, carcinoma ou constrições do canal biliar comum e coledocolitíase, produzem concentrações séricas aumentadas de bilirrubina direta. Quando o nível da bilirrubina se eleva, faz com que a pele e a parte branca dos olhos tornem-se amarelados. Esta mudança para o amarelo é chamada icterícia. Assiml, a determinação da bilirrubina em amostras de sangue é útil na avaliação de doenças hepatobiliares e hematológicas que cursam com alteração no metabolismo da bilirrubina. Sua dosagem no líquido amniótico auxilia na avaliação da eritroblastose fetal Finalidade: Sistema para a determinação das bilirrubinas direta e total em amostras de sangue por reação de ponto final. Somente para uso diagnóstico in vitro. Princípio: A bilirrubina é dosada por diazotização e formação de azobilirrubina vermelha com absorção máxima em 525 nm. A bilirrubina direta (diglicurônide) é dosada em meio aquoso, enquanto a total (direta e indireta) é dosada por ação de potente solubilizador de ação catalisadora. Referência: Soro: Bilirrubina total - até 1,2 mg/dL; Bilirrubina direta - até 0,4 mg/dL 6.4.15.TGP(ALT) e TGO (AST) As enzimas aspartato aminotransferase (AST ou TGO) e a alanina aminotransferase (ALT ou TGP) são enzimas que catalisam determinadas reações. A AST é uma enzima presente em altas concentrações no citoplasma e nas mitocôndrias do fígado, músculo esquelético, músculo cardíaco, rins, eritrócitos e pâncreas. Quando há alguma lesão em um desses tecidos, essa enzima é liberada no sangue. A ALT é uma enzima presente em altas concentrações exclusivamente no fígado, o que torna seu aumento mais específico de lesões hepáticas. O aumento das aminotransferases podem estar ligadas à problemas hepatobiliares, do miocárdio, pancreático, muscular, pela ingestão de álcool, pela obesidade, pela diabetes, entre outros. O teste é realizado em conjunto, AST com a ALT e normalmente avaliam problemas hepáticos. • TGP/ALT Justificativa: A determinação da alanina aminotransferase ou transaminase glutâmico pirúvica (ALT/GPT) em amostras de sangue é útil na avaliação da função hepática, sendo mais sensível na detecção de lesão hepatocelular que de obstrução biliar. • Princípio:A ALT catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o cetoglutarato, com formação de glutamato e piruvato. ALT L-Alanina + Cetoglutarato Piruvato + L-Glutamato Este é reduzido a lactato por ação da lactato desidrogenase (LDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada a NAD LDH Piruvato + NADH L-Lactato + NAD . A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à atividade da enzima na amostra. Tabela 2 - Valores de Referência de ALT/TGP Idade Masculino (U/L) Feminino (U/L) 1 - 30 dias 1 - 6 meses 7 - 12 meses 1 - 3 anos 4 - 11 anos 12 - 15 anos Adultos 20 - 54 26 - 55 26 - 59 19 - 59 24 - 49 24 - 59 11 - 45 21 - 54 26 - 61 26 - 55 24 - 59 24 - 49 19 - 44 10 - 37 • TGO/AST Justificativa: A determinação da aspartato aminotransferase ou transaminase glutâmico oxalacética (AST/GOT) em amostras de sangue é útil na avaliação da função hepática. Princípio: A AST catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o cetoglutarato, com formação de glutamato e oxalacetato. Este é reduzido a malato por ação da malato desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada a NAD. AST L-Aspartato + Cetoglutarato Oxalacetato + L-Glutamato MDH Oxalacetato + NADH L-Malato + NAD A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à atividade da enzima na amostra. Tabela 3 - Valores de Referências de AST/TGO Idade Masculino (U/L) Feminino (U/L) 1 - 7 dias 8 - 30 dias 1 - 6 meses 7 - 12 meses 1 - 3 anos 4 - 6 anos 7 - 15 anos Adultos 26 - 98 16 - 67 16 - 62 16 - 52 16 - 57 10 - 47 10 - 41 11 - 39 20 - 93 20 - 69 16 - 61 16 - 60 16 - 57 10 - 47 5 - 36 10 - 37 6.4.16.Gama GT A GGT tem aplicação principal no estudo das doenças hepatobiliares e está distribuída em quase todo o tecido humano. O rim contém a mais elevada concentração, seguido pelo pâncreas e fígado. A GGT é um sensível indicador de doenças inflamatórias e lesão hepática e está significativamente elevada nas doenças obstrutivas das vias biliares. A GGT tem maior especificidade que a fosfatase alcalina (ALP) e a transaminase oxalacética para avaliar doença hepática. Ela não está elevada na doença óssea e durante a gravidez como a fosfatase alcalina, nem nas doenças do músculo esquelético como a transaminase oxalacética. A GGT auxilia diferenciar colestases mecânica e viral das induzidas por drogas. Nas duas primeiras, a GGT e ALP estão igualmente elevadas. Nas colestases induzidas por drogas a GGT está muito mais elevada. Valores elevados de GGT em pacientes anictéricos com câncer são um seguro indicador de metástases hepáticas. Está demonstrado que no alcoolismo crônico os níveis séricos da GGT diminuem com a retirada do álcool e se elevam com a exposição ao mesmo. Com base nesta observação a determinação da GGT está sendo usada nos centros de tratamentos de alcoólatras para documentar o sucesso da terapia e identificar os pacientes que retornam ao alcoolismo após a alta. Finalidade: Sistema para determinação quantitativa da atividade da y-glutamil transferase (Gama GT) no soro ou plasma (EDTA) por fotometriaemmodo cinético. Somente para uso diagnóstico in vitro. Princípio: A γ-Glutamil Transferase catalisa a transferência do grupamento Glutamil da L-γ Glutamil-p-nitroanilide para a glicilglicina, formando- γ Glutamilglicilglicina e p-nitroanilina segundo a reação seguinte: GGT L-γ-Glutamil-p-nitroanilide + Glicilglicina Glutamilglicilglicina + p-nitroanilina. A quantidade de p-nitroanilina liberada, que tem elevada absorbância em 405 nm, é diretamente proporcional à atividade da GGT na amostra. Tabela 4 - Valores de Referência de GGT Faixa etária Mulheres Homens 0 – 6 meses 15 – 132 U/L 12 – 122 U/L 6 – 12 meses 1 – 39 U/L 1 – 39 U/L 1 – 12 anos 4 – 22 U/L 3 – 22 U/L 12 – 18 anos 4 – 24 U/L 2 – 42 U/L Adultos 5 – 27 U/L 7 – 45 U/L 6.4.17.Fosfatase Alcalina A fosfatase alcalina é produzida por muitos tecidos, principalmente pelos ossos, fígado, intestinos e placenta e é excretada pela bile. A dosagem sérica desta enzima é particularmente útil na investigação das doenças hepatobiliares e ósseas. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem em pacientes com doenças ósseas caracterizadas por aumento da atividade osteoblástica como a osteite deformante, raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo, metástase óssea, sarcoma osteogênico e doença de Paget. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem também em pacientes com doenças obstrutivas das vias biliares, metástases hepáticas, doenças granulomatosas e na cirrose hepática. Nas doenças hepatocelulares como a hepatite aguda viral, em geral ocorre um ligeiro aumento da enzima. Níveis diminuídos da fosfatase alcalina são encontrados na desnutrição crônica, na hipofosfatasemia e, ocasionalmente, no hipotireopidismo e anemia perniciosa. A determinação da fosfatase alcalina em amostras de sangue é útil na avaliação de doenças hepáticas e ósseas. Princípio: A fosfatase alcalina do soro hidrolisa a timolftaleína monofosfato liberando timolftaleína, que tem cor azul em meio alcalino. A cor formada, diretamente proporcional a atividade enzimática, é medida em 590 nm. O produto final da reação se constitui de uma mistura de cor azul e a cor própria do substrato. Referência: Adultos: 13 a 43 U/L. Crianças até 12 anos: 56 a 156 U/L. 6.4.18.Colesterol total, HDL, LDL, VLDL Os lipídeos são substâncias insolúveis em meio aquoso e são associados com proteínas para serem transportados até os tecidos, sendo chamados de lipoproteínas. Os triglicerídeos são formados pela esterificação do glicerol a três ácidos graxos, constituindo-se em um dos lipídeos de interesse na avaliação do metabolismo lipídico As principais lipoproteínas que transportam o colesterol e são quantificáveis no exame laboratorial são: VLDL (very low density lipoprotein – muito baixa densidade), LDL (low density lipoprotein – baixa densidade), HDL (high density lipoprotein – alta densidade). As determinações na pesquisa de distúrbios lipídicos determinam apenas a concentração de colesterol e triglicerídeos presentes nas classes de lipoproteínas. O perfil lipídico é definido pelas determinações do colesterol total (CT), HDL-C (HDL – colesterol), triglicerídeos (TG) e do LDL-C, após jejum de 12 horas a 14 horas, pela fórmula de Friedewald, sendo a determinação direta de LDL-C: LDL-C = CT – (HDL-C – TG/5*) (se TG ˂400mg/dL) *TG/5 = VLDL-C O perfil lipídico deverá ser realizado: • Dieta habitual; • Não realizar atividade física vigorosa nas 24 horas antecedentes; • Evitar a ingestão de álcool nas 72 horas que antecederem a coleta de sangue, para não gerar lipólise; • Levar em consideração que após qualquer doença ou cirurgia em geral, o perfil lipídico do paciente poderá estar temporariamente comprometido. Tabela 5 - Valores recomendados para as frações de colesterol em mg/dL Colesterol LDL < 100 Ótimo 100 – 129 Limiar Ótimo 130 – 159 Limiar Elevado 160 – 189 Elevado ≥ 190 Muito Elevado Colesterol Total < 200 Desejável 200 – 239 Limiar Elevado ≥ 240 Elevado Colesterol HDL < 40 Baixo ≥ 60 Elevado (desejável) • Colesterol Total (CT) Método: Colesterol oxidase - Reação de Trinder. Finalidade: Determinação quantitativa do Colesterol em amostra de soro com reação de ponto final. Princípio: O colesterol total é determinado de acordo com as seguintes reações: Colesterol Esterase Ésteres de colesterolColesterol + Ácidos graxos Colesterol Oxidase Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2 Peroxidase 2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina Antipirilquinonimina + 4H2O A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à concentração de colesterol na amostra. • • HDL Método: Inibição seletiva com detergente. Finalidade: Sistema para precipitação das lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade (LDL e VLDL) e determinação do Colesterol HDL no sobrenadante, com reação de ponto final. Princípio: As lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as lipoproteínas de baixa densidade(LDL) são quantitativamente precipitadas e após centrifugação, o colesterol ligado as lipoproteínas de alta densidade (Colesterol HDL) é determinado no sobrenadante. Como somente o colesterol HDL fica sujeito à ação das enzimas no sobrenadante, a cor resultante da segunda reação é diretamente proporcional à concentração do colesterol HDL na amostra. • Triglicerídeos A dosagem de triglicérides pode ser realizada com as seguintes finalidades: avaliar o metabolismo lipídico; calcular o VLDL-colesterol; calcular o risco de pancreatite; avaliar eventual hipertrigliceridemia secundária ao uso de drogas anti- hipertensivas; avaliar eficiência de tratamentos que visam reduzir os níveis de triglicérides. Considerando que há grande variação biológica, cerca de 20%, é importante que o raciocínio clínico não se baseie em dosagens isoladas. Variações na dieta, na atividade física e o uso de bebidas alcoólicas são causas mais freqüentes de grandes variações nos níveis de triglicérides. Método: Glicerol fosfato oxidase. Finalidade: Determinação quantitativa do Triglicérides em amostra de soro com reação de ponto final Princípio: Os triglicerideos são determinados após hidrólise enzimática com lipases. O indicador é a quinoneimina formada a partir do peróxido de hidrogênio, 4- aminoantipirina e 4-clorofenol sob a influência catalítica da peroxidase. De acordo com as seguintes reações: Lipase da lipoproteína Triglicérides Glicerol + Ácidos Graxos Glicerolquinase Glicerol + ATP Glicerol-3-Fosfato + ADP Mg +2 Glicerol-3-fosfato Glicerol-3-Fosfato + O2 Dihidroxiacetona + H2O2 Oxidase Peroxidase 2 H2O2 + 4 Aminoantipirina + 4-Clorofenol Quinoneimina + 4 H2O A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à concentração dos Triglicérides na amostra. Referência: Tabela 6 - Valores de Referência de Triglicerídeos Triglicérides (mg/dL) Desejável < 150 Limiar Alto 150 - 199 Elevado 200 - 499 Muito Elevado > 500 6.4.19.Urinálise A urinálise corresponde ao exame físico, químico e microscópico da urina. O exame de urina fornece uma ampla variedade de informações úteis no que se relaciona as doenças envolvendo os rins e o trato urinário inferior, bem como sobre algumas moléstias extra-renais. Pode ser utilizado para avaliação diagnóstica de distúrbios funcionais (fisiológicos) e estruturais (anatômicos) dos rins e trato urinário inferior, bem como para acompanhamento e obtenção de informações prognósticas. É um dos exames de rotina mais simples e valiosos de auxílio diagnóstico. Os tipos de coleta da urina são: • amostra de 24 horas • amostra colhidas por cateter • punção suprapúbica • jato médio de micção espontânea • amostras pediátricas (uso de coletores de plástico). � Cuidados que devem ser observados na coleta do material: • O recipiente para a coleta da amostra deve ser limpo e seco; • A amostra deverá ser entregue imediatamente ao laboratório, e analisada dentro de 1 hora, caso isto não seja possível, deve-se manter a amostra refrigerada, por no máximo 24 horas; • O recipiente contendo a amostra deverá estar corretamente identificado, contendo: nome, data e horário; • As amostras obtidas por sonda ou punção suprapúbica, podem conter hemácias devido ao trauma durante a coleta da amostra; • Deve-se coletar uma amostra de 20 a 100 ml; • Ao coletar a amostra por jato médio, os pacientes devem ser orientados para realizar a assepsia antes de coletar a amostra e sempre desprezar a 1° porção da urina. • EXAME FÍSICO (Cor, Aspecto) COLORAÇÃO: A cor da urina é devido a um pigmento denominado urocromo, que é um produto do metabolismo endógeno, produzido em velocidade constante. A coloração indica de forma grosseira, o grau de hidratação e o grau de concentração de solutos. Procedimento:Observar macroscopicamente a coloração da urina. Coloração da urina normal: amarelo-claro; amarelo-citrino; amarelo-escuro; âmbar Condições que alteram a coloração da urina: -Presença anormal de bilirrubina: amarelo-escuro ou âmbar (com espuma amarela) -Doenças hepáticas: amarelo-esverdeado, castanho ou esverdeado. -Urina com hemácias: desde rosa, vermelho ( observar em urinas de mulher, se a paciente não se encontra no período menstrual). -Urina com hipúria ou quilúria: branco (está relacionado com a obstrução linfática e ruptura dos vasos linfáticos). -Medicamentos: Laranja – fanazpiridina, (pirydium), fenindiona (hedulin) Vermelha – sene e ruibarbo (laxantes a base de antraquinona), levodopa ( L-dopa) , fenolsulfonftaleína (corante para teste de função renal), Castanho – nitrofurantoína (furadantin), metronidazol (flagyl), sorbitol de ferro, furazolidona ( furaxone), Verde – metocarbamol (robaxin), ASPECTO: Refere-se a transparência da amostra de urina. A urina normal, recém eliminada geralmente é límpida, podendo apresentar certa opacidade devido a precipitação de cristais, presença de filamentos de muco e células epiteliais na urina de mulher. Procedimento:Observar visualmente a amostra homogeneizada num ambiente de boa iluminação. Aspecto da urina: limpo; ligeiramente turvo; turvo; acentuadamente turvo. Substâncias que provocam turvação: cristais, leucócitos, hemácias, bactérias, sêmen, linfa, lipídios, células epiteliais, muco, e contaminantes externos (talcos, medicamentos). • EXAME QUÍMICO A determinação do exame químico é realizado em fita reativa que determina semi-quantitativamente a presença de proteínas, glicose, corpos cetônicos, sangue/ hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, densidade, nitrito, pH e leucócito. Fig. 18 - Tabela de Resultados do Teste de Urina pela Fita Reativa Reação de pH : Os pulmões e os rins são os principais reguladores do equilíbrio ácido-básico do organismo. A determinação do pH urinário é importante por ajudar a detectar possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória, também pode indicar algum distúrbio resultante da incapacidade renal de produzir ou reabsorver ácidos ou bases. O controle do pH é feito principalmente da dieta, embora possam ser usados alguns medicamentos. O conhecimento do pH urinário, é importante também na identificação dos cristais observados durante o exame microscópico do sedimento urinário, e , no tratamento de problemas urinários que exija que a urina esteja em um determinado pH. Fig. 17 - Teste de Fita Reativa para Urina Procedimento: A reação da urina é verificada pelas fita-reagente, que medem o pH em variações de 1 unidade entre 5 e 9. Os fabricantes utilizam um sistema de indicador duplo de vermelho de metila à azul de bromotimol que fornecem uma variação de laranja, verde e azul à medida que o pH aumenta. Referência: 4,5 a 8,0 Proteína: A urina normal contém quantidades muito pequena de proteínas, em geral, menos de 10 mg/dl ou 150 mg por 24 horas. Esta excreção consiste principalmente de proteínas séricas de baixo PM (albumina) e proteínas produzidas no trato urogenital (Tamm – Horsfall). Procedimento: O método da fita reagente utiliza o princípio do “erro dos indicadores pelas proteínas”, dependendo do fabricante , a área para determinação de proteínas na tira contém tetrabromofenol ou tetraclorofenol e um tampão ácido para manter o pH em nível constante. - Mergulha-se a fita na urina homogeinizada; - A leitura é feita após 60 segundos. Resultado: Negativo ou Traços ( +1, +2, +3 ) Cetonúria: Engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras : acetona (2%) , ácido acetoacético (20%) e ácido beta-hidroxibutírico (78%). A presença de cetonúria indica deficiência no tratamento com insulina no diabete melito, indicando à necessidade de regular a sua dosagem, provoca o desequilíbrio eletrolítico, a desidratação e se não corrigida a acidose, que pode levar ao coma. Procedimento: O teste com fita, utiliza a reação do nitroprussiato de sódio que irá reagir com ácido acetoacético e a acetona em meio alcalino produzindo coloração, não detecta o beta-hidroxibutírico. O resultado positivo, pode ser confirmado pelo teste de Imbert. - Mergulhar a fita na urina homogeinizada; - Ler após 60 segundos. Resultado: Negativo ou Positivo (+1, +2, +3) Bilirrubina: A bilirrubina, é um produto da decomposição da hemoglobina , formado nas células retículo-endoteliais do baço, fígado, medula óssea e transportado ao sangue por proteínas. A bilirrubina não conjugada no sangue, não é capaz de atravessar a barreira glomerular nos rins. Quando a bilirrubina é conjugada no fígado, com o ácido glicurônico, formando o glicuronídeo de bilirrubina, ela se torna hidrossolúvel e é capaz de atravessar os glomérulos renais, na urina. A urina do adulto contém, cerca de 0,02mg de bilirrubina por decilitro, que não é detectada pelos testes usuais. A presença de bilirrubina conjugada na urina sugere obstrução do fluxo biliar; a urina é escura e pode apresentar uma espuma amarela. A bilirrubinúria está associada com um nível sérico de bilirrubina(conjugada) elevado, icterícia, e fezes acólicas(descoradas, pela ausência de pigmentos derivados da bilirrubina). Procedimento:O teste para bilirrubina é baseado numa reação diazotização, a reação baseia-se na conjugação da bilirrubina com o sal diazóico em meio ácido. - Mergulhar a fita na urina homogeinizada; - Ler após 60 segundos. Resultado: Negativo ou Positivo(+1, +2, +3) Bilirrubinúria: obstrução do ducto biliar, lesão hepática (hepatite, cirrose), câncer, doenças na vesícula biliar. Glicose: Em circunstâncias normais, quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é reabsorvida pelo túbulo proximal, através de transporte ativo, e por isso a urina contém quantidades mínimas de glicose. O limiar renal é de 160 a 180 mg/dl. Um paciente com diabetes mellitus apresenta uma hiperglicemia, que pode acarretar uma glicosúria quando o limiar renal para a glicose é excedido. Procedimento: Teste com fitas reativas utiliza o método da glicose oxidase, peroxidase, e tampão, para produzir uma reação enzimática dupla sequencial. As fitas diferem em relação ao cromógeno utilizado. O teste de glicose oxidase é específico para a glicose, não reage com lactose, galactose, frutose ou metabólicos redutores de drogas. - mergulhar a fita na urina homogeinizada; - a leitura é feita após 60 segundos. Resultado: normal (pode aparecer glicose em concentração de até 35mg/dl em 24 h.) ou traços ( +1, +2, +3 ). Urobilinogênio: Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. É produzido no intestino a partir da redução da bilirrubina pela ação das bactérias intestinais. A bilirrubina livre no intestino, é reduzida em urobilinogênio e estercobilinogênio, e a maioria do pigmento é excretado nas fezes como estercobilinas. Uma pequena quantidade de urobilinogênio, é absorvida pela circulação portal do cólon e é dirigida ao fígado onde é excretado novamente, não conjugado, na bile. Normalmente, uma pequena quantidade chega aos rins, porque enquanto o urobilinogênio circula no sangue, passa pelos rins, e é filtrado pelos glomérulos. A excreção normal de urobilinogênio é de 0,5 a 2,5 mg ou unidades/24 horas. Procedimento: O teste com fita regente, utiliza um sal de diazônio estável, que produz em presença do urobilinogênio um composto azóico que varia de rosa à vermelho. O resultado positivo deve ser confirmado pelo método de Erlich. - mergulhar a fita na amostra homogeneizada; - ler após 30 segundos. Resultado: Normal ou positivo Nitrito: Útil na detecção da infecção inicial da bexiga ( cistite ), pois muitas vezes os pacientes são assintomáticos, ou tem sintomas vagos, e quando a cistite não for tratada, pode evoluir para pielonefrite, que é uma complicação frequente da cistite, que acarreta lesão dos tecidos renais, hipertensão e até mesmo septicemia. Pode ser usado para avaliar, o sucesso da antibioticoterapia, para acompanhar periodicamente as pessoas que tem infecções recorrentes, diabéticos, e mulheres grávidas que são considerados de alto risco para infecção urinária. Procedimento: A base bioquímica do teste é a capacidade que têm certas bactérias de reduzir o nitrato, constituinte normal da urina, em nitrito, que normalmente não aparece na urina. Para a determinação de nitrito, a urina deve permanecer na bexiga, por pelo menos 4 horas, para que a população vesical converta o nitrato urinário em nitrito, e o tratamento com antibiótico deve ser suspenso pelo menos três dias antes do teste. Para se evitar, reações falso-positivos de amostras contaminadas, a sensibilidade do teste é padronizada para corresponder aos critérios da cultura bacteriana que exigem que uma amostra positiva de urina, contenha 100.000 organismo/ml. - Emergir a fita reagente na urina homogeneizada; - Ler após 60 segundos. Resultado: Negativo ou Positivo Presença de Nitrito: cistite, pielonefrite, avaliação da terapia com antibióticos, seleção da amostras para culturas. Sangue: O sangue pode estar na urina na forma de hemáceas íntegras (hematúria) ou de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise de hemáceas no trato urinário (hemoglobinúria). O exame microscópico do sedimento urinário, mostrará a presença de hemáceas íntregas, mas não de hemoglobina, portanto, a análise química é o método mais preciso para determinar a presença de sangue na urina. Procedimento: As análises químicas da fita para detecção de sangue, utilizam as atividade da peroxidase da hemoglobina. Existem duas escalas cromáticas separadas para hemáceas e hemoglobina. Na presença de hemoglobina livre, aparecerá cor uniforme, em contraposição, as hemáceas íntegras, são lisadas ao entrarem em contato com a área da tira que determina a presença ou ausência de sangue, e a hemoglobina liberada, produz uma reação isolada, que resulta na formação de pequenas manchas( traços ). A análise da fita, estabelece a diferença de hemoglobinúria e hematúria e não sua quantificação. Quando for positivo para hemáceas, sua quantificação é realizada na câmara de Newbauer. - Imergir a fita na amostra homogeneizada; - Ler após 60 segundos. Resultado: Negativo, Positivo +1, +2, +3 ou positivo para hemoglobina. Hematúria: cálculos renais, glomerulonefrite, tumores, traumatismos, pielonefrite, exposição a drogas. Hemoglobinúria: lise das hemácias no trato urinário, hemólise intravascular (transfusões, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções). Leucócitos: Indica uma possível infecção do trato urinário. Procedimento: O teste com fita reagente, utiliza as esterases presentes nos granulócitos. Possui uma sensibilidade de 81% a 94%, e uma especificidade de 69% a 83%. Quando a fita apresentar resultado positivo paraleucócitos, a sua quantificação será realizada na câmara de Newbauer. - Emergir a fita na urina homogeneizada; - Ler após 60 segundos. Resultado: Negativo ou Positivo +1, +2, +3. Piúria: Todas as doenças renais e do trato urinário. Também podem estar aumentados transitoriamente durante estados febris, e exercícios severos. 6.5. Imunologia A imunologia é a ciência que estudo o sistema imunológico, sistema este que responde aos patôgenos e/ou agressões que o corpo sofra. Esta resposta é mediada por uma série de anticorpos que reagem com os antígenos e formam o complexo antígeno-anticorpo. Baseado na formação desse tipo de complexo que se desenvolveu uma série de métodos afim de diagnosticar uma moléstia de forma menos invasiva. Existem diversas técnicas de imunodiagnóstico, como vem sendo chamado o diagnóstco por meio de técnicas imunológicas, entre eles temos: testes de imunoprecipitação, aglutinação, fixação do complemento, neutralização ou imunos ensaios que utilizam sinalizadores da interação Ag-Ac com conjugados ligantes, como imunofluorescência, radioimunoensaio, imunoenzimático, imunofluoático, imunofluorimétricoétrico e quimioluminescência. (Vaz, et al., 2007) A seguir descreve-se alguns testes imunolágicos realizados durante o estágio em análises clínicas: 6.5.1. Elisa O ensaio ELISA é o mais comumente utilizado nos laboratórios e baseia-se na imobilização de um dos componentes, antígeno ou anticorpo, em fase sólida, e na utilização de um conjugado, que também pode ser antígeno ou imunoglobulina, ligado a uma enzima. (Vaz, et al., 2007) 5 6 7 9 Como o substrato forma um produto colorido, a alteração de cor é monitorada visualmente ou por meio de espectrofôtometro, que determina a relação entre a intensidade da cor e a quantidade do que está sendo analisado na amostra. (Vaz, et al., 2007) A amostra, preferencialmente soro ou plasma, deve ser processada na diluição em que uma pequena variação resulte em um grande aumento da densiade óptica. A amostra ideal deve ser límpida, sem hemólise e não lipêmica,conservada por até sete dias entre 2º a 8ºC ou congelada a -20ºC, desde que evitados processos de congelamento e descongelamento frequentes. (Vaz, et al., 2007) • Teste de HIV “Amostras são incubadas em poços da microplaca recobertos com antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 (1). Se a amostra contiver anticorpos anti-HIV- 1/2/O, estes se ligarão aos antígenos adsorvidos na placa (2). Após a lavagem para retirar o excesso de amostra (3), são adicionados antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 marcados com enzima (conjugado) (4). O conjugado se ligará aos anticorpos na etapa anterior (5). Após novo procedimento de lavagem para remover o excesso de conjugado (6), é adicionada solução contendo o substrato da enzima e o cromógeno(8). A intensidade da cor formada é proporcional à concentração de anti-HIV-1/2/O presente na amostra (9).” (Labtest Diagnóstica, 2007) Isto está esquematizado na figura abaixo. Fig. 19-Esquema das reações imunoenzimáticas do Elisa = antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 = Anticorpos anti-HIV-1/2/O = Antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 marcados com enzima (conjugado) P P Lavagem Ag conj. Amostra P P Substrato e cromogeno P P Lavagem P P 8 1 2 3 4 Abaixo está representada uma placa de Elisa após adição da solução de parada responsável por parar a reação entre o substrato e a enzima para realizar a leitura da intensidade da cor. Fig. 20-Placa de Elisa (Fonte: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/naoseriadas/babesia/babesia.html) Para a leitura no espectrofôtometro deve-se ajustar o zero da leitora com o poço do branco a 450 nm e medir a absorbância em cada um dos poços no prazo máximo de 30 minutos. (Vaz, et al., 2007) Para diferenciar as amostras positivas das negativas é necessário determinar o limite de reatividade ou cut off . Normalmente esse cut off é determinado pelo valor das médias das absorbâncias dos controles negativos multiplicado por uma constante. A positividade ou negatividade da amostra é avaliada pela proporção entre o seu valor de absorbância e o cut off, por exemplo, o teste de HIV da Labtest considerada o seguinte quadro para avaliar as amostras: Tabela 7- Limites de resultados para teste de HIV do Kit ref.: 419 da Labtest (Fonte: Labtest, 2007). Amostra Relação absorbância/cut-off REATIVA ou POSITIVA ≥ 1,10 NÃO-REATIVA ou NEGATIVA < 0,90 INCONCLUSIVA ou INDETERMINADA ≥ 0,90 e < 1,10 Um resultado positivo indica infecção pelo vírus HIV-1 ou HIV-2. Entretanto, para que um indivíduo seja diagnosticado como portador do vírus HIV, outros testes confirmatórios devem ser realizados, como a Imunofluorescência Indireta (IFI), ImunoBlot (IB) ou Western Blot (WB). (Labtest Diagnóstica, 2007) 6.5.2. Elisa-Immnunoblot A técnica é um ensaio imunoenzimático realizado sobre a superfície de uma membrana de nitrocelulose sobre a qual são imobilizados imunógenos específicos (poliproteínas antigências) através de eletroforese em gel de poliacrilamida. (Mackenzie-LAC, 2009) (Vaz, et al., 2007) Para realizar o teste a amostra contendo anticorpos é incubada com a membrana de nitrocelulose contendo as proteínas específicas para o que se pretende diagnosticar, separadas por tamanho molecular. Após a lavagem para a retirada dos componentes não-fixados, é adicionado o conjugado enzimático antiimunoglobulina humana, que se fixa à imunoglobulina da amostra. Uma nova lavagem é realizada para a retirada do excesso de conjugado, seguida a adição do substrato cromogênico para o desenvolvimento de cor insolúvel. A reação é interrompida pela retirada do substrato e lavagem da membrana com água, e a leitura é realizada visualmente. Essa sequencia de eventos está esquematizado na Fig. 21 abaixo. (Vaz, et al., 2007) A interpretação do resultado é feita pela análise da presença de bandas (desenvolvimento de cor sobre antígeno fixado) que revelam a presença de anticorpos específicos. (Vaz, et al., 2007) Fig. 21-Esquema das reações que ocorre no teste de Immunoblot (Fonte: Yoshimi, 2009) • Detecção de anticorpos Anti-HCV A Hepatite é todo processo inflamatório que envolva o fígado, pode ser causada por vírus, bactéria, parasitas, auto-imunidade, drogas e álcool. A Hepatite C é causada pelo vírus HCV, transmitida via parenteral Após a exposição, o RNA do HCV pode ser detectado dentro de 1 a 3 semanas. No início dos sintomas, quando presentes , além de viremia, anticorpos anti-HCV podem ser detectados em 50-70% dos casos, chegando a 90% após 3 meses de infecção. Assim sendo, pode-se fazer o diagnóstico laboratorial através dos seguintes imunoensaios: detecção de anticorpos anti-HCV e detecção quali e quantitativa do antígeno do core do HCV. (Vaz, et al., 2007) Para a detecção de anticorpos anti-HCV realiza-se a técnica de Immnunoblot utilizando imunógenos específicos codificados pelo genoma do HCV imobilizadas sobre uma membrana suporte. (Mackenzie-LAC, 2009) Os imunógenos utilizados são antígenos recombinantes HCV codificados e peptídeos sintéticos HCV codificados. Os dois antígenos recombinantes (c33c e NS5) e os peptídeos sintéticos (c100p e 5-1-1p) são derivados de regiões virais não estruturais, enquanto o 3º peptídeo (c22pn) corresponde ao nucleocapsídeo (core) de natureza estrutural. Na figura abaixo (Fig. 22) estão representados os antígenos utilizados para as reações sorológicas. Fig. 22 – Organização genômica do HCV e as principais proteínas utilizadas como antígenos para as reações sorológicas (Fonte: Vaz, et al,2007) Após o contato da amostra que seja positiva para HCV, formam-se bandas coloridas nas regiões específicas da fita
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