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Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO AULA 03 Elasticidades da demanda, custos não salariais. Oferta de trabalho: parte I Olá caros(as) amigos(as)!!! Hoje terminaremos o assunto demanda por trabalho (até que enfim!) e iniciaremos os estudos da oferta de trabalho. Vocês verão que a aula de hoje já é uma aula um pouco menos matemática que as anteriores. Há menos fórmulas ou gráficos e mais interpretação. Mesmo assim, julgo ainda não serem tão simples os assuntos, exigindo um estudo com afinco e concentração. Na bateria de exercícios desta aula, coloquei algumas questões de cálculos envolvendo os assuntos das aulas 01 e 02, para fixação do raciocínio e uso das diversas fórmulas apresentadas. Isto posto, ao papiro! ELASTICIDADES DA DEMANDA Nas últimas aulas, vimos que a demanda por mão-de-obra depende dos salários, preços do capital, demanda de produtos e da produtividade marginal da mão-de-obra. De modo semelhante, a oferta de trabalho depende dos salários, dos salários de outras profissões e inúmeros outros fatores. Por exemplo, se os salários dos trabalhadores da construção civil aumentam, a quantidade demandada cairá e a quantidade ofertada de trabalho aumentará. Contudo, muitas vezes desejamos saber quanto vai aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta. Até que ponto a demanda por trabalho poderá ser afetada? Muito ou pouco? Se os salários aumentarem 20%, em quantos % a quantidade demandada diminuirá? Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 1 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Qual seria a variação da oferta de trabalho se os salários aumentassem 10%? Utilizamos as elasticidades para responder a perguntas como essas. Elasticidade, em economês, significa sensibilidade. A elasticidade mede quanto uma variável pode ser afetada por outra. A exemplo do que ocorreu na aula demonstrativa, onde estudamos as linhas gerais da demanda e oferta de bens, e somente depois partimos para a demanda e oferta de mão-de-obra; será necessário estudarmos as elasticidades envolvendo o mercado de bens, antes de estudarmos as elasticidades envolvendo o mercado de trabalho. Isto porque estas depende daquelas. ELASTICIDADE NO MERCADO DE BENS Elasticidade preço da demanda (EPD) A elasticidade preço da demanda (EPD) indica a variação percentual da quantidade demandada de um produto em função da variação percentual de 1% nos preços. De modo menos técnico, é a variação percentual da demanda de um bem em função da variação percentual dos preços. Assim, temos: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 2 de 49 Onde AQ significa variação (Q2-Q1), e %AQ significa esta variação dividida pelo seu valor original para obtermos o percentual desta variação (exemplo: se tínhamos 20 e agora temos 24 bens demandados, o AQ = 24 - 20 = 4, já a %AQ = 4/20 = 0,2 ou 20%). Assim, o desenvolvimento da expressão da EPD será: A elasticidade preço da demanda é geralmente um número negativo. Quando o preço de uma mercadoria aumenta, a quantidade Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO demandada em geral cai, e, dessa forma, AQ/AP é negativa, e, portanto, EPD é um valor negativo. Por isso, a situação comum é nos referirmos à magnitude da elasticidade preço da demanda - isto é, a seu valor absoluto, seu módulo. Por exemplo, se EPD = -1, dizemos simplesmente que a elasticidade é 1. Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades demandadas dos bens A, B e C, quando aumentamos os seus respectivos preços: Tabela 1 Demanda de A Demanda de B Demanda de C Tabela 1 PA Q D A PB Q D B PC Q D C Momento 1 10 100 10 100 10 100 Momento 2 11 80 11 95 11 90 Veja que, em todos os casos, aumentamos os preços dos produtos em 10%, mas as variações nas quantidades demandadas foram diferentes. Isto significa que as elasticidades são diferentes para os três bens, afinal cada bem reage de um jeito diferente às variações nos preços. Segue abaixo o cálculo das elasticidades: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 3 de 49 Veja que, dos três bens, o mais sensível à variação de preços é o bem A. O aumento de 10% nos preços reduziu as quantidades demandadas em 20%, ou seja, bastante sensibilidade. Quando a EPD é maior que 1, isto é, a queda nas quantidades demandadas é Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO percentualmente superior ao aumento de preços, dizemos que a demanda é elástica aos preços. Já com relação ao bem B, o aumento de 10% nos preços provocou redução de 5% nas quantidades demandadas, ou seja, pouca sensibilidade. Quando EPD é menor que 1, isto é, a queda nas quantidades demandadas é percentualmente inferior ao aumento de preços, dizemos que a demanda é inelástica aos preços. Quando EPD é igual 1, isto é, a queda nas quantidades demandadas é percentualmente igual ao aumento de preços, dizemos que a elasticidade preço da demanda é unitária. É importante ressaltar que o mesmo raciocínio é válido para reduções nos preços, com a diferença, é claro, que tais reduções provocarão aumento nas quantidades demandadas ao invés de diminuição. As razões pelas quais as elasticidades preço demanda variam de um bem para outro são as mais variadas possíveis. Alfred Marshall, importante economista do século XIX, estabeleceu as seguintes relações existentes entre os bens e suas respectivas elasticidades: ^ Quanto mais essencial o bem, mais inelástica (ou menos elástico) será a sua demanda: se o bem for essencial para o consumidor, aumentos de preço irão provocar pouca redução de demanda, ou seja, EPD será menor que 1. Imagine, por exemplo, a insulina - remédio para tratar o diabetes. É evidente que se o preço deste bem aumentar não haverá muita variação na demanda, pois é um bem essencial para aquelas pessoas que o consomem. ^ Quanto mais bens substitutos houver, mais elástica será a sua demanda: se o bem tiver muitos substitutos, o aumento de seus preços fará com que os consumidores adquiram os bens substitutos, desta forma, a diminuição das quantidades demandadas será grande. Imagine, por exemplo, a margarina. Se o preço dela aumentar, naturalmente, as pessoas irão consumir mais manteiga, de modo que a diminuição das Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 4 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO quantidades demandadas de margarina será grande, ou seja, há alta elasticidade em caso da existência de bens substitutos. Quanto menor o peso do bem no orçamento, mais inelástico será a demanda do bem: uma caneta das mais simples custa R$ 1,00 e pode durar bastante tempo (não para os concurseiros!). Se seu preço aumentar para R$ 1,30, seu consumo não diminuirá significativamente, pois o produto é muito barato, quase irrelevante no orçamento das famílias. Por outro lado, se o preço dos automóveis aumentar 30%, haverá grande redução das quantidades demandadas. No longo prazo, a elasticidade preço da demanda tende a ser mais elevada que no curto prazo: um aumento de preços de determinado produto pode não causar significativas mudanças nas quantidades demandadas, a curto prazo, pois os consumidores levam um tempo para se ajustar ou para encontrar produtos substitutos.Por exemplo, se o preço do feijão aumentar, é possível que no curto prazo não haja grandes variações na demanda; entretanto, no longo prazo, as donas de casa já terão desenvolvido novas receitas que não usem mais o feijão ou descoberto produtos substitutos (a lentilha, por exemplo). Desta forma, no longo prazo, o AQ será bem maior, indicando maiores elasticidades no longo prazo. A elasticidade preço e o gráfico da demanda Para fins didáticos, utilizamos curvas menos inclinadas (mais deitadas ou horizontais) para indicar alta elasticidade, e curvas mais inclinadas (mais verticais) para indicar pouca elasticidade. Veja abaixo: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 5 de 49 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 CURVAS DE DEMANDA ELÁSTÍCA E ÍNELÁSTÍCA Figura 1 Veja que, na curva a), uma pequena alteração nos preços (AP pequeno) causou uma grande alteração nas quantidades demandadas (AQ grande). Na curva b), esta mesma alteração de preço causou uma alteração nas quantidades demandadas bem menor (AQ pequeno). Isto é, na curva a), a elasticidade preço da demanda é alta, enquanto na curva b), a elasticidade é baixa. Assim, para fins didáticos, representamos curvas planas quando queremos mostrar alta elasticidade, e curvas mais verticais quando queremos representar baixa elasticidade. A elasticidade preço e a demanda linear Apesar do que falamos no item precedente sobre curvas planas e verticais representando alta e baixa elasticidade, respectivamente, isto não é correto do ponto de vista técnico, matemático. Nós usamos este artifício apenas para fins didáticos. A mesma curva de demanda geralmente apresenta várias elasticidades. Por exemplo, suponha a equação da demanda Q = 14 - 2P, representada na figura 2. Para esta demanda linear, uma variação unitária nos preços induz à mesma resposta em termos de quantidades demandadas. Um aumento/redução de R$ 1,00 causará uma Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 6 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO redução/aumento de 2 quantidades demandadas em qualquer lugar da curva. Veja: Entretanto, as mesmas respostas ao longo da curva em termos de variações unitárias não implicam variações percentuais iguais. Para clarificar, observe o ponto A da figura 2. Um declínio de R$ 1 nos preços, quando a base é R$ 6, representa uma redução de 17% nos preços (1/6=0,167), enquanto um acréscimo de 2 produtos demandados, quando a base é 2, representa um aumento de 100% na demanda. Ou seja, no ponto A, ao reduzirmos os preços em R$ 1,00, a elasticidade é alta (EPDA = %AQ/%AP = 100/17 == 6). No ponto B, um declínio de R$ 1 nos preços, quando a base é R$ 2, representa uma redução de 50% nos preços (1/2=0,5), enquanto um acréscimo de 2 produtos demandados, quando a base é 10, representa um aumento de 20% na demanda (2/10=0,2). Ou seja, no ponto B, a elasticidade é baixa (EPDB = %AQ/%AP = 20/50 == 0,4). Assim, a extremidade superior de uma curva de demanda em linha reta mostrará uma elasticidade maior do que a extremidade inferior. Além disto, uma curva de demanda linear será elástica em certas extensões e inelástica em outras, conforme é mostrado na figura 3: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 7 de 49 Quantidades CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 A Quantidades B No ponto A da curva, temos a máxima elasticidade possível i , enquanto no ponto B da curva temos a menor elasticidade p o s s í v e l N o ponto C, ponto médio da curva, temos elasticidade unitária Estas relações são válidas para qualquer demanda linear. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 8 de 49 não haverá demonstração matemática do porquê destas variações longo da curva de demanda, por tal demonstração fugir dos nossos objetivos didáticos. Casos especiais da elasticidade preço da demanda A figura 4 apresenta dois casos especiais da elasticidade preço da demanda, casos que fogem à regra. O gráfico 4.a apresenta uma curva de demanda infinitamente elástica Neste caso, os consumidores vão adquirir a quantidade que puderem (qualquer quantidade) a determinado preço, P*. No caso de um ínfimo aumento nos preços, a quantidade demandada cai a zero (grande diminuição da quantidade demandada da mesma maneira, para qualquer ínfima redução de preço, a quantidade demandada aumenta de forma ilimitada ( Nos dois casos, teremos um bastante alto dividido por um ínfimo, de forma que bastante alta, tendendo ao infinito. Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO O gráfico 4.b apresenta uma curva de demanda completamente inelástica, os consumidores adquirirão uma quantidade fixa Q*, qualquer que seja o preço (como as quantidades demandadas serão sempre Q*, AQ=0 ^ como AQ é 0, EPD será 0 também). Estes dois conceitos são bastante teóricos e é bastante difícil visualizar algum exemplo prático. No caso da demanda infinitamente elástica, podemos imaginar um produto com muitos substitutos e que seja transacionado em um mercado de concorrência perfeita, em que qualquer aumento de preço fará com que o produto perca toda sua demanda. (Veja que a curva de demanda infinitamente elástica é igual à curva de demanda de bens para a firma individual na concorrência perfeita, figura 1.b, aula 02, pág. 10). No caso da demanda completamente inelástica (também chamada de demanda anelástica), podemos exemplificar através da visualização de um remédio que não possui substitutos e que, caso os pacientes não o tomem, a morte será certa. Assim, o mercado consumidor deste remédio consumirá sempre a mesma quantidade, Q*, a qualquer nível de preços. Nota cuidado para não confundir demanda anelástica com demanda inelástica. Anelasticidade significa ausência de elasticidade (completamente inelástica), enquanto i nelasticidade significa pouca elasticidade. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 9 de 49 CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA Figura 4 a) DEMANDA INFINITAMENTE ELÁSTICA b) DEMANDA COMPLETAMENTE INELÁSTICA CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 Relação entre EPD e a Receita Total (RT) das firmas Conforme já sabemos, a Receita Total das firmas corresponde às quantidades vendidas multiplicadas pelos seus respectivos preços. Logo, RT = P x Q. Segue abaixo as relações entre a RT e a EPD: Demanda elástica: se a demanda do bem é elástica (sensível à variação dos preços), um aumento do preço reduzirá a receita total das firmas. Como EPD>1, qualquer aumento percentual de preços provocará uma redução percentual maior nas quantidades demandadas. Pegue como exemplo o bem A da tabela 1, cuja EPD é maior que 1, portanto, elástica. No momento 1, temos RT=100x10=1000. No momento 2, temos RT=11x80=880. Esta redução na RT aconteceu porque a redução percentual nas quantidades demandadas (-20%) foi maior que o aumento percentual no preço (+10%), devido ao fato da demanda ser elástica (EPD>1). O raciocínio inverso também é válido: uma diminuição do preço elevará a receita total das firmas, pois o aumento percentual das quantidades demandadas será maior que a redução percentual dos preços. Demanda inelástica: se a demanda do bem é inelástica (poucosensível à variação dos preços), um aumento do preço aumentará a receita total das firmas. Como E P D < 1 , qualquer aumento percentual de preços provocará uma redução percentual menor nas quantidades demandadas. Pegue como exemplo o bem B da tabela 1, cuja EPD é menor que 1, portanto, inelástica. No momento 1, temos RT=10x100=1000. No momento 2, temos RT=11x95 = 1045. Este aumento na RT aconteceu porque o aumento percentual dos preços (+10%) foi maior que a redução percentual das quantidades demandadas (- 5%), devido ao fato da demanda ser inelástica ( E P D < 1 ) . O raciocínio inverso funciona da mesma maneira: uma redução de preços diminuirá a receita total, pois a redução percentual dos preços será maior que o aumento percentual das quantidades demandadas. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 49 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 Demanda com elasticidade unitária: se a elasticidade é unitária, a variação percentual do preço é igual à variação percentual das quantidades demandadas, de tal maneira que não há alteração na receita total quando variamos os preços. Pegue como exemplo o bem C da tabela 1. No momento 1, temos RT=1000. No momento 2, temos RT=11x90=990s1000 (o motivo das RTs não terem sido exatamente iguais deve-se ao fato de estarmos usando a maneira mais simples de calcularmos a EPD, e não a maneira mais precisa, que envolve o uso das derivadas. Este cálculo mais preciso não é necessário para o nosso estudo). Como conclusão, alterações de preços de bens com elasticidade unitária não provocam alterações na receita total dos produtores. ELASTICIDADES NO MERCADO DE TRABALHO Elasticidade salário da demanda A elasticidade salário da demanda para uma categoria de mão-de- obra é definida como a variação percentual no emprego (E) induzida por um aumento de 1% em sua taxa salarial (W). De modo menos técnico, a elasticidade salário da demanda reflete a variação no emprego em virtude de variações nos salários. Veja que o princípio e a finalidade são os mesmos da elasticidade preço da demanda de bens, só que, agora, temos como foco a variação no emprego da mão-de-obra e a variação dos preços da mão-de-obra Segue a expressão da elasticidade salário da demanda, também chamada de elasticidade da demanda do próprio salário: A elasticidade salário da demanda segue as mesmas propriedades da elasticidade preço da demanda. Caso n>1, temos demanda elástica, se n<1, demanda inelástica, se n = 1, elasticidade unitária. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 11 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Vejamos agora a parte mais importante do estudo das elasticidades para a Economia do Trabalho, que são as leis da demanda derivada. As leis Hicks-Marshall da demanda derivada As leis Hicks-Marshall da demanda derivada são quatro leis que associam a elasticidade salário da demanda a outros quatro fatores. Levam esse nome em homenagem a dois importantes economistas britânicos responsáveis pelo seu desenvolvimento. Essas leis afirmam que, mantendo-se os outros fatores constantes, a elasticidade da demanda do próprio salário para uma categoria de mão- de-obra é elevada sob as seguintes condições: 1. Quando a elasticidade preço da demanda do produto que é produzido por esta categoria de mão-de-obra é elevada; 2. Quando outros fatores de produção podem substituir facilmente a categoria da mão-de-obra; 3. Quando a oferta de outros fatores de produção é altamente elástica (isto é, o emprego de outros fatores de produção pode ser aumentado sem aumentar substancialmente seus preços); e 4. Quando o custo de empregar a categoria de mão-de-obra constitui uma grande parcela dos custos totais de produção. A partir de agora, explicaremos em detalhes cada uma das 4 leis ou fatores que fazem com que a elasticidade salário da demanda seja alta. Ao procurar explicá-las, será proveitoso dividirmos o processo pelo qual um aumento no salário afeta a demanda por mão-de-obra em duas etapas: primeiramente, um aumento nos salários aumenta o custo relativo da categoria de mão-de-obra e induz os empregadores a usar menos dela e mais de outros insumos disponíveis, como o capital, por exemplo. Aqui, temos o efeito substituição. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 12 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO em segundo lugar, o aumento salarial faz com que os custos de produção aumentem, havendo, portanto, pressões para aumento dos preços dos produtos. O aumento dos preços destes produtos tende a reduzir a demanda dos mesmos (lei da demanda). Com a redução da demanda, haverá redução da produção, fazendo com que haja uma queda no emprego (efeito escala). As quatros leis da demanda derivada lidam cada qual com os efeitos substituição ou escala. Segue agora, em sua devida ordem, a explicação detalhada de cada lei. 1. DEMANDA PARA O PRODUTO FINAL. Vimos acima que aumentos salariais fazem com que os custos de produção aumentem e, a partir daí, haja aumento nos preços dos produtos, diminuição das quantidades demandadas e, por fim, diminuição da produção e do emprego. Quanto maior a elasticidade preço da demanda do produto final, maior será o declínio na produção associado a um dado aumento de preços - e, quanto maior o declínio na produção, maior a perda no emprego. Assim, quanto maior a elasticidade preço da demanda pelo produto, maior a elasticidade salário da demanda pela mão-de-obra. Pequenos aumentos nos salários pequeno) provocarão pequenos aumentos nos preços dos produtos. No entanto, como a elasticidade preço da demanda dos produtos é alta, haverá grande redução nas quantidades demandadas, por conseguinte, grande redução na produção e no emprego Outra implicação deste resultado é o fato de que a demanda pela mão-de- obra no nível da empresa individual será mais elástica do que a demanda por mão-de-obra no nível do setor ou do mercado. Por exemplo, as curvas da demanda de produtos que as empresas de fabricação de televisores enfrentam, em nível individual, são altamente elásticas porque os televisores da empresa X são substitutos muito próximos dos televisores da empresa Y (se os preços do televisor de X aumentarem, as pessoas comprarão os televisores de Y). Comparados com aumentos de preços no nível da empresa, porém, os aumentos de preços no nível do Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 13 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO setor não terão um efeito tão grande sobre a demanda porque os substitutos mais próximos da televisão são computadores (com placa de TV), celulares, projetores multimídia - nenhum dos quais é um substituto muito próximo da TV. A demanda pela mão-de-obra é assim muito mais elástica para uma empresa individual de TVs do que para o setor de TVs como um todo. (Pelas mesmas razões, a curva da demanda de mão-de- obra de uma empresa individual é mais elástica do que a curva de demanda do setor/mercado.) 2. POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE OUTROS FATORES. Quando os salários aumentam, as empresas têm incentivos para tentar substituir o insumo mão-de-obra por outro insumo. O raciocínio é simples: se a empresa tem a possibilidade de substituir a mão-de-obra por outros insumos, como por exemplo, máquinas (capital),é evidente que aumentos de salários incentivam esta substituição (efeito substituição). Logo, quanto maior a facilidade de substituir mão-de-obra por outros fatores de produção, maior a elasticidade salário da demanda. Em outras palavras, quanto maior for a sensibilidade ou elasticidade de substituição da mão-de-obra por outros fatores, maior será elasticidade salário da demanda. 3. OFERTA DE OUTROS FATORES. Suponha que à medida que os salários da mão-de-obra aumentassem e as firmas tentassem substituir a mão-de-obra por capital, os preços do capital se elevassem substancialmente. Essa situação poderia ocorrer, por exemplo, se estivéssemos tentando substituir mão-de-obra por máquinas, e os produtores destas máquinas já estivessem operando usando a sua capacidade máxima, de forma que o recebimento de novos pedidos lhes causasse substanciais aumentos de custos. Assim, os produtores das máquinas cobrariam um preço mais alto por equipamento. Esse aumento de preços reduziria a vontade das empresas em substituir a mão-de-obra por capital. Assim, quando o aumento da oferta de outro fator de produção cresce acompanhado de aumentos em seu preço, isto tende a diminuir o apetite das firmas pela substituição da mão-de-obra pelo capital. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 14 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Quando o aumento da oferta de outro fator de produção cresce desacompanhado de aumentos em seu preço, as firmas têm maior tendência a substituir a mão-de-obra pelo capital, isto é, a elasticidade salário da demanda será alta. (neste caso, a oferta deste fator de produção que substituirá a mão-de-obra é elástica, pois será grande, maior que 1. Isso acontece porque haverá aumento da oferta, AQ grande, sem aumento de preços, pequeno, de tal maneira que a elasticidade da oferta será alta, é grande.) Podemos, então, concluir que quanto mais elástica for a oferta de outros fatores de produção, maior será a elasticidade salário da demanda. 4. A PARTICIPAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA NOS CUSTOS TOTAIS. A porcentagem com que a mão-de-obra participa nos custos totais também é importante para a determinação da elasticidade salário da demanda. Se a participação inicial da categoria fosse de 10% sobre os custos da firma, uma aumento de 20% na taxa de salário, coeteris paribus, elevaria os custos totais em 2%. De modo contrário, se sua participação inicial fosse de 80%, este mesmo aumento de 20% nos salários aumentaria os custos totais em 16%. Neste último caso, o aumento de salários provocará um aumento maior nos preços dos produtos. Conseqüentemente, haverá maior queda na produção e, portanto, o emprego cairá mais neste caso. Assim, quanto maior a participação da categoria nos custos totais, maior será a elasticidade salário da demanda. Demanda por mão-de-obra: curto x longo prazo É doutrinariamente aceito que a demanda por mão-de-obra tende a ser mais elástica no longo prazo. Isto é, aumentos de salários causam maiores reduções no emprego no longo prazo do que no curto prazo. Isto acontece porque, no curto prazo, não há tempo de o empresário buscar imediatamente novas formas de reduzir os custos. Usando as leis Hicks-Marshall, nós temos que as elasticidades preço da demanda de bens serão maiores no longo prazo (página 5). Por este motivo, seguindo a lei 01 de Hicks-Marshall, a elasticidade salário da demanda também será maior no longo prazo. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 15 de 49 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 Seguindo a lei 02, nós podemos inferir que no curto prazo é muito mais difícil substituir a mão-de-obra pelo capital, pois o empresário leva um tempo para descobrir meios ou de que maneira ele irá substituir os trabalhadores por capital. Já no longo prazo, os empresários já estudaram formas e meios de fazê-lo. Logo, devido à maior possibilidade/facilidade de substituição de capital por mão-de-obra no longo prazo, a elasticidade salário da demanda será maior no longo prazo. LONGO PRAZOx CURTO PRAZO Figura 5 Salários ELASTICIDADE-SALÁRIO DA DEMANDA CRUZADA As empresas podem empregar várias categorias de mão-de-obra e de capital, e a demanda por qualquer uma delas é afetada por mudanças de preços em outras. Por exemplo, se os salários dos pedreiros se elevassem, muitas pessoas poderiam desistir de construir casas de tijolos para construir casas de madeira, fazendo com que a demanda por carpinteiros aumentasse. De outra forma, um aumento nos salários dos pedreiros poderia reduzir o nível geral da construção, o que faria declinar a demanda por eletricistas e encanadores. A intensidade e a direção dos efeitos acima podem ser resumidos examinando-se as elasticidades da demanda por insumos com relação aos Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 16 de 49 Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 17 de 49 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 preços de outros insumos. A elasticidade da demanda pelo insumo x com relação ao preço do insumo y é a mudança percentual na demanda pelo insumo x induzida por uma mudança percentual no preço do insumo y. Se os dois insumos são categorias de mão-de-obra, chamamos a isto de elasticidade salário da demanda cruzada, conforme abaixo: Veja que o principio de montagem é o mesmo de todas as elasticidades. No numerador, colocamos a variação percentual das quantidades. No denominador, colocamos a variação percentual da variável que vai fazer com que haja variações na quantidade (toda elasticidade segue este mesmo raciocínio de montagem). Neste caso, queremos saber qual será a variação percentual no emprego da categoria de mão-de-obra x, depois de variações nos salários da categoria de mão- de-obra y. O conhecimento da elasticidade salário da demanda cruzada é válido para sabermos se duas categorias de mão-de-obra são complementos ou substitutos brutos (aula 02, páginas 30 e 31). Considere duas categorias de mão-de-obra que sejam substitutas na produção (substitutos na produção * substitutos brutos), isto é, uma categoria tenha condições e pré-requisitos para substituir a outra. Adotemos como exemplo os adultos não qualificados e os adolescentes. Um declínio no salário adolescente terá dois efeitos opostos sobre o emprego dos adultos não qualificados. Haverá um efeito substituição que fará com os empregadores substituam adultos não qualificados por adolescentes. De outra forma, haverá um efeito escala: um salário adolescente mais baixo proporciona aos empregadores um incentivo para aumentar o emprego de todos os insumos, incluindo-se os adultos. A magnitude do efeito escala depende da elasticidade preço da demanda do produto; quanto maior a elasticidade, maior será o efeito escala. (após um declínio no salário dos adolescentes, os custos e os preços dos produtos tendem a baixar, de Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO forma que produtos com alta elasticidade preço da demanda serão agora muito mais demandados no mercado, indicando um efeito escala maior que aquele que ocorre em produtos com baixa elasticidade preço da demanda) Se o efeito substituição vencer, o declínio no salário dos adolescentes tende a reduzir o emprego de adultos, indicando que os dois insumos serão substitutos brutos. Nestecaso, a elasticidade salário da demanda cruzada será positiva, pois o emprego adulto se moverá na mesma direção que os salários adolescentes (os dois diminuem ou dois aumentam). Se o efeito escala vencer, o declínio no salário dos adolescentes tende a aumentar o emprego de adultos, indicando que os dois serão complementos brutos. Neste caso, a elasticidade salário da demanda cruzada será negativa, pois o emprego adulto e os salários adolescentes moverão em direções opostas. Veja que apenas o fato de sabermos que dois insumos são substitutos na produção não é suficiente para assinalarmos se os mesmos são substitutos ou complementos brutos. No exemplo acima, sabíamos que adultos não qualificados e adolescentes eram substitutos na produção, mas a verificação se eram substitutos ou complementos brutos só pode ser feita se soubermos as magnitudes dos efeitos escala e substituição. Então, ficamos assim com relação à elasticidade salário da demanda cruzada: aumenta o preço de outro insumo, e vice-versa. Neste caso, os dois insumos são substitutos brutos e o efeito substituição sobrepõe o efeito escala. Se nXY<0, significa que o emprego de um insumo diminui quando aumenta o preço de outro insumo, e vice-versa. Neste caso, os dois Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 18 de 49 significa que o emprego de um insumo aumenta quando Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO insumos são complementos brutos e o efeito escala sobrepõe o efeito substituição. Bem pessoal, chegamos ao fim do estudo das elasticidades da demanda. O tema foi cobrado em dois concursos para AFT (2003 e 2006), sempre na forma de conceitos. Assim, o mais importante é a memorização e entendimento dos conceitos e postulados básicos, principalmente aqueles oriundos das leis de Hicks-Marshall. CUSTOS DE TRABALHO NÃO SALARIAIS O estudo da demanda por mão-de-obra refere-se ao custo da mão- de-obra como sendo a taxa do salário/hora (W) paga aos trabalhadores, no entanto, substanciais custos do trabalho são não salariais (ou extra- salariais). Tais custos não salariais têm algumas implicações sobre o mercado de trabalho. Nós podemos dividi-los em duas categorias: custos de contratação/treinamento e benefícios do funcionário. Custos de contratação e treinamento Sempre quando há a necessidade de treinar e contratar novos funcionários, as empresas incorrem em vários custos. Os custos de contratação incluem os custos envolvidos com o anúncio das vagas (disponibilização em jornais, internet, etc), seleção dos melhores candidatos, e o processamento dos candidatos bem avaliados que receberam a oferta de emprego. Podemos incluir nessa categoria os custos administrativos de manter os empregados na folha de pagamentos, uma vez que foram contratados; esses custos incluem despesas com manutenção de registros, custos de computação e emissão de cheques para pagamentos, envio de formulários ao governo, etc. Os novos empregados geralmente passam por um treinamento formal ou informal e a programas de orientação. O novo funcionário também precisa conhecer as rotinas da empresa, o manuseio de Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 19 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO determinados equipamentos e as normas gerais de ação que devem ser seguidas. Esse treinamento, embora não mude o nível de habilitação do novo funcionário, aumenta a produtividade ao capacitá-lo a fazer um uso mais eficiente do tempo dentro da firma. Ao realizar este treinamento, as empresas incorrem em pelo menos três tipos de custos: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 20 de 49 Os custos monetários explícitos de empregar indivíduos para servir como instrutores e os custos dos materiais empregados durante o processo de treinamento; Os custos implícitos ou de oportunidade (ver conceito de custo de oportunidade, página 24) de emprego do equipamento de capital e de funcionários experientes para efetuar o treinamento em situações menos formais (por exemplo, um funcionário experiente demonstrando a um novo funcionário como se realiza uma tarefa a um ritmo mais lento do que o normal). Os custos implícitos ou de oportunidade do tempo do indivíduo sob treinamento (que não produz tanto quanto produziria se seu tempo estivesse dedicado às atividades de produção). Devido ao custo de recrutar e treinar funcionários, as firmas devem decidir sobre qual estratégia de contratação devem adotar. As empresas que decidem pagar altos salários a seus funcionários geram muitos candidatos para cada vaga e podem ser seletivas, contratando apenas candidatos treinados e experientes. Pagando altos salários, estas firmas evitam os custos explícitos e implícitos de contratar empregados inexperientes, pois economizarão em treinamento. As empresas que escolhem pagar baixos salários podem atrair um grande número de candidatos inexperientes e devem estar preparadas para assumir períodos maiores de treinamento, além de suportarem maiores riscos de perder estes funcionários que treinaram para empregadores que oferecerem salários mais altos no futuro. CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 Podemos concluir, então, que as empresas que pagam baixos salários economizam em custos horários, mas incorrem em maiores custos de treinamento. Benefícios do empregado Do ponto de vista não salarial, além dos custos de contratação e treinamento, existem os benefícios do empregado. Estes benefícios incluem as contribuições requeridas legalmente para o seguro social e benefícios fornecidos não oficiais (pagamentos de feriados, licenças médicas, pausas para o "cafezinho", refeições do empregado, creche, etc). Natureza quase fixa de muitos custos extra-salariais A principal diferença entre custos salariais e custos não salariais no emprego é o fato de que os custos não salariais são custos por trabalhador, enquanto os custos salariais são custos por hora trabalhada. Muitas vezes, os custos não salariais são chamados de custos quase fixos, no sentido de que, uma vez que um empregado seja contratado, a empresa está comprometida com um custo que não varia com as horas trabalhadas, mas sim com o trabalhador. Por exemplo, os custos de contratação e treinamento são quase fixos, uma vez que eles estão associados a cada novo funcionário, e não às horas que ele trabalha depois do período de treinamento. Muitos custos de benefícios também são quase fixos (seguro saúde, intervalos, feriados, férias). Veja que todos estes custos extra-salariais (ou quase fixos) não são função das horas trabalhadas, mas sim do número de trabalhadores que a firma possui. Esta análise tem uma implicação para a demanda de mão-de-obra, pois, ao decidirem aumentar a produção, é mais interessante para as empresas simplesmente solicitarem aos trabalhadores já contratados que trabalhem mais horas do que contratar mais trabalhadores. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 21 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO O raciocínio não é complicado. Se contratarem mais trabalhadores, as empresas incorrerão nos dois tipos de custos: custos salariais e custos não salariais (ou quase fixos). Se apenas solicitarem que seus trabalhadores já contratados trabalhem mais horas, haverá apenascustos salariais. Desta forma, a maneira menos custosa para a empresa aumentar a produção seria através do uso de horas extras, ao invés da contratação de mais trabalhadores. Economistas e políticos ainda tentam verificar se uma legislação que obrigue as empresas a pagarem remunerações bem maiores às horas extras seria eficaz, no sentido de diminuir o apetite das firmas em contratá-las. Desta forma, as empresas tenderiam a contratar mais mão- de-obra ao invés de solicitar horas extras aos já empregados (já que a hora-extra estaria extremamente cara). Como se vê, o fiel objetivo de tal legislação é diminuir o desemprego, entretanto, a análise é complexa e deve levar em conta inúmeros fatores, de tal maneira que ainda não há uma conclusão dominante sobre a eficácia de tal legislação para diminuir o desemprego. INTRODUCAO À OFERTA DE MÃO-DE-OBRA A partir de agora, passaremos a estudar a oferta de mão-de-obra. No estudo da demanda por mão-de-obra foi importante o estudo de vários temas concernentes à teoria da produção/firma, já que são as empresas quem demandam mão-de-obra. No estudo da oferta de mão-de-obra, de modo oposto, será importante o estudo de vários temas relacionados à teoria do consumidor. Estes temas, é claro, serão adaptados para a Economia do Trabalho, com o foco sobre o trabalhador, já que é este quem oferta mão-de-obra. Nesta aula, será dada uma introdução sobre o assunto. Apresentaremos uma teoria básica sobre a decisão de trabalhar, envolvendo a opção trabalho x lazer. E na próxima aula, esta teoria será refinada graficamente, tendo em vista o nível de exigência do concurso Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 22 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO AFT 2006 (o curso visa preencher totalmente as lacunas teóricas1 que foram exigidas em todos os certames em que tivemos Economia do Trabalho). Teoria sobre a decisão de trabalhar A decisão de trabalhar, em último caso, constitui uma decisão sobre como passar o tempo. Aqui em nosso estudo, consideramos que os trabalhadores gastam seu tempo em somente duas atividades: trabalho ou lazer. Assim, se a pessoa está trabalhando, obrigatoriamente, não está no lazer. Se ela está no lazer, obrigatoriamente, não está trabalhando. Uma atividade é excludente da outra. Normalmente usa-se o tempo diário total disponível como sendo de 16 horas (24h menos 8h de sono). Dentro destas 16 horas, é verificado se estamos trabalhando, se não o estivermos, obrigatoriamente, estamos desfrutando do lazer. Assim, assistir à televisão, levar os filhos na escola, tomar café da manhã, cortar as unhas, escovar os dentes, por exemplo, são atividades consideradas lazer, pelo simples fato de não serem consideradas trabalho. Caso seja considerado o tempo diário disponível como sendo de 24 horas, as horas de sono também serão consideradas lazer. Como o tempo é dividido entre lazer e trabalho, a demanda pelo lazer pode ser considerada como o outro lado da moeda rotulada oferta de trabalho. Assim, se conseguirmos descobrir qual é a demanda pelo lazer, conseqüentemente, estaremos descobrindo também qual será a oferta de trabalho, pois basta subtrair as horas de lazer das horas totais disponíveis para obtermos a oferta de trabalho. De fato, o ponto de partida da nossa teoria será a análise da demanda pelo lazer e, a partir desta, tiraremos as conclusões sobre a oferta de trabalho, considerando sempre que maior demanda de lazer significa menor oferta de trabalho e vice-versa. 1 A parte teórica que foi exigida no último concurso, em 2010, ainda será vista nas aulas finais de nosso curso. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 23 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Assim, nosso método será este: analisaremos a demanda pelo lazer como se o lazer fosse um bem qualquer (obedece à lei da demanda: quanto maior seu preço, menores as quantidades demandadas. Quanto maior a renda, maior a demanda por lazer, etc). Após a análise da demanda pelo lazer, deduziremos a oferta de trabalho (se a demanda pelo lazer sobe, a oferta de trabalho diminui e vice-versa, já que trabalho e lazer são excludentes). Análise da demanda por lazer Já que a nossa metodologia pressupõe, em primeiro lugar, a análise da demanda pelo lazer, é vantajoso apresentar os fatores que a afetam, levando-se em conta que o lazer que é um bem qualquer. Assim, a demanda por lazer depende: 1. Custo de oportunidade do lazer (preço do lazer): o conceito de custo de oportunidade de determinado bem é o que você deixou de ganhar se houvesse optado em não adquirir este bem. Por exemplo, suponha este curso de Economia do Trabalho. Qual o custo de oportunidade deste curso? É o que você deixou de ganhar caso não o tivesse comprado, ou seja, neste caso, o custo de oportunidade é facilmente mensurável: R$ 225,00 (ou R$ 191,25 para os ANDACON!). Outro exemplo: qual o custo de oportunidade de colocar um funcionário experiente para ensinar tarefas simples a um funcionário recém- contratado? É o que deixou de ser produzido, caso o funcionário experiente estivesse trabalhando em seu ritmo normal. Trazendo o assunto para o mercado de trabalho, podemos fazer a seguinte pergunta: Qual o custo de oportunidade do lazer? É o que você deixou de ganhar caso decidisse trabalhar, isto é, neste caso, o custo de oportunidade de 01 hora de lazer seria a taxa salarial W (salário/hora). Qual o custo de oportunidade do trabalho? É o que você deixou de ganhar em satisfação/utilidade se decidisse desfrutar do lazer ao invés de trabalhar (veja que, neste caso, a mensuração não é tão simples). Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 24 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO O custo de oportunidade também pode ser conceituado como sendo simplesmente o preço ou custo do bem. Assim, apenas para concluir, o preço ou o custo de oportunidade de 01 hora de lazer é a taxa salarial/hora W. Como estamos estudando a demanda por lazer, e ele deve ser encarado como um bem qualquer, inferimos o seguinte: o aumento de salários (W), causa diminuição da demanda por lazer. Esta sentença é uma mera afirmação da lei da demanda: o custo ou preço do lazer é W, logo, quando W aumenta, demanda por lazer diminui. A partir daí, também concluímos sobre a oferta de trabalho: como demanda por lazer e oferta de trabalho são excludentes, podemos afirmar que o aumento de W, aumenta a oferta de trabalho (em virtude da diminuição da demanda por lazer). 2. Disponibilidade financeira: em primeiro lugar devemos fazer a distinção entre disponibilidade financeira, renda e salários. Salário(W) é a remuneração por hora de trabalho. Disponibilidade financeira são todos os ativos de um trabalhador (investimentos no banco, ações, imóveis para locação, sua mão-de-obra, dividendos, etc). A renda significa os retornos desta disponibilidade financeira. Assim, a soma de salários, aluguéis, juros recebidos, dividendos forma a renda do trabalhador. Veja que nem sempre renda é igual ao salário, de fato, podemos ter casos de alta renda e baixos salários. O conceito mais utilizado pelos economistas é a renda, pois os dados que a qualificam estão prontamente disponíveis a partir de fontes governamentais, o que nem sempre acontece com os dados da disponibilidade financeira. A teoria convencional da demanda nos sugereque, se a renda aumenta, tudo o mais permanecendo constante, a demanda por lazer também aumenta. Dito de outra maneira, se a renda aumenta, com os salários mantendo-se constantes, as horas desejadas de trabalho cairão. (inversamente, se a renda for reduzida enquanto a taxa salarial for mantida constante, as horas desejadas de trabalho se elevarão. Veja, Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 25 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO mais uma vez, que a demanda por lazer e a oferta de trabalho variam em direções opostas: quando uma diminui, a outra aumenta, e vice-versa). 3. OUTROS FATORES: aqui nós podemos ter inúmeros fatores, como o conjunto de preferências, por exemplo. Trabalhadores que possuem filhos podem demandar mais lazer (passar mais tempo com os filhos), aqueles mais jovens podem demandar menos lazer (estão no início da vida, em fase de formação de patrimônio), etc. Os economistas normalmente assumem que estas preferências são inevitáveis e que não estão sujeitas a mudanças imediatas. Para fins de política e aplicação, os fatores relevantes que afetam a demanda são o custo de oportunidade do lazer (preço do lazer) e a renda. São com as mudanças nestes dois fatores que trabalharemos nossa análise. Análise da oferta de trabalho Conforme combinado, vamos começar o estudo da oferta de trabalho tomando como referência a análise da demanda pelo lazer. Qual o efeito do aumento de renda sobre a oferta de trabalho? A teoria econômica estatui que, à medida que a renda aumenta, coeteris paribus, a demanda por um bem aumenta. Assim, se a renda aumenta, mantidos os outros fatores constantes, a demanda por lazer aumenta (já que o lazer é um bem). Veja que quando falamos "mantidos os outros fatores constantes", estamos dizendo que todo o resto é constante, inclusive os salários (lembre que salários * renda). Logo, podemos reescrever a afirmação da seguinte maneira: se a renda aumenta, e os salários mantêm-se constantes, a oferta de trabalho cairá. Esta resposta das horas de lazer demandadas às mudanças na renda, com os salários mantidos constantes, é chamada de efeito renda. Ele é baseado no fato de que, à medida que as rendas se elevam, mantendo-se o custo de oportunidade do lazer constante (salários constantes), as pessoas desejarão consumir mais lazer (o que significa trabalhar menos). Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 26 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Transformando este efeito em uma expressão algébrica, definimos o efeito renda como sendo a mudança nas horas de trabalho (AH) produzida por uma mudança na renda (AY), mantendo-se os salários constantes (W): Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 27 de 49 Efeito renda constante O efeito renda é negativo. Se a renda aumentar (com salários constantes), as horas de trabalho caem. Se a renda cai, as horas de trabalho aumentam. Observe que o numerador e o denominador movem- se em direções opostas, dando um sinal negativo ao efeito renda. Imaginemos agora uma situação oposta: aumento de salários, mantendo-se a renda constante. A teoria sugere que se a renda for mantida constante, um aumento na taxa salarial reduzirá a demanda pelo lazer, aumentando assim os incentivos ao trabalho. O raciocínio é este: o aumento de salários (W) aumenta o custo do lazer, já que este é igual aos salários. A lei da demanda nos diz que aumento de preços/custos provocam reduções nas quantidades demandadas. Desta forma, o aumento do custo do lazer, diminui a demanda pelo mesmo, o que é o mesmo que dizer que a oferta de trabalho aumenta. (de maneira igual, um declínio na taxa salarial, com a renda constante, reduzirá o custo de oportunidade do lazer, aumentará a demanda por lazer, e diminuirá os incentivos ao trabalho.) A resposta das horas de lazer demandadas às mudanças nos salários, mantendo-se a renda constante, é chamada de efeito substituição. Traduzindo este efeito em uma expressão algébrica, definimos o efeito substituição como sendo a mudança nas horas de trabalho duzida por uma mudança no salário renda constante (Y): Efeito substituição constante De forma oposta ao efeito renda, o efeito substituição é positivo. Se o salário aumentar (com renda constante), as horas de trabalho Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO aumentam. Se o salário cai, as horas de trabalho também caem. Observe que o numerador e o denominador sempre se movimentam na mesma direção, indicando que o sinal da fração será positivo. Em alguns casos, é possível observar situações que criam efeitos renda ou substituição puros. Entretanto, o mais comum é a presença dos dois efeitos simultaneamente, um trabalhando contra o outro. EFEITO RENDA PURO. O recebimento de uma herança é um exemplo clássico do efeito renda puro. Tal acontecimento aumenta nossa disponibilidade financeira, independentemente das horas de trabalho. Logo, temos um aumento de renda mantendo-se o salário constante. Neste caso, o efeito renda induz a pessoa a consumir mais lazer, reduzindo assim a disposição para trabalhar. (o contrário, logicamente, também é válido. Se a mudança na renda fosse negativa, mantendo-se o salário constante, o efeito renda sugeriria maior oferta de trabalho.) Pesquisa realizada nos EUA com pessoas que receberam pequenas e grandes heranças parece comprovar a previsão teórica. De fato, o índice de participação na força de trabalho daquele grupo de pessoas que recebeu maiores legados era menor que a participação das pessoas que receberam legados menores. EFEITO SUBSTITUIÇÃO PURO. Imagine que o governo decida controlar o uso da gasolina como combustível. Seu plano consiste em aumentar o imposto sobre a gasolina, mas compensando esse aumento mediante uma redução no imposto de renda da pessoa física. A idéia é elevar o preço da gasolina sem reduzir a renda disponível das pessoas. Este tipo de ação do governo cria um efeito substituição puro, pois ao reduzir o IR sobre a pessoa física, o valor que os trabalhadores receberão no contracheque será maior. Isto é, haverá aumento de salário. Mas este mesmo aumento de salário será compensado pela gasolina mais cara, de forma que a renda disponível não se alterará. Portanto, os salários são aumentados enquanto a renda é mantida aproximadamente constante. Esse programa, assim, cria um efeito substituição que induz as pessoas a Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 28 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO ofertar mais trabalho. (aumento de salários W aumento do custo do lazer ^ redução na demanda por lazer aumento da oferta de trabalho.) OS DOIS EFEITOS SIMULTANEAMENTE. Embora os exemplos citados acima nos remetam a efeitos renda e substituição puros, a situação normal é os dois efeitos atuarem simultaneamente. Por exemplo, imaginemos o caso de uma pessoa que receba um aumento salarial. A resposta da oferta de trabalho a uma simples mudança salarial envolverá tanto o efeito renda como o efeito substituição. Isto acontece porque aumentos salariais, a priori, aumentam tanto o salário quanto a renda. O aumento de renda, conforme vimos, faz com que haja aumento da demanda por lazer e, conseqüentemente, redução da oferta de trabalho. O aumento de salários faz com que haja reduçãoda demanda por lazer e, conseqüentemente, aumento da oferta de trabalho. A resposta real da oferta de trabalho será a soma dos efeitos renda e substituição, de forma que não podemos prever a resposta antecipadamente. Se o efeito renda é dominante, a pessoa responderá a um aumento salarial reduzindo sua oferta de trabalho. Esse declínio será menor do que se alguma mudança na renda fosse devida a um aumento na riqueza não- trabalhista (teríamos efeito renda puro). Lembre que quando duas variáveis variam em sentidos opostos, temos uma curva negativamente inclinada. Aqui, estas duas variáveis são os salários e a quantidade de trabalho. Se o efeito substituição é dominante, a pessoa responderá a um aumento salarial aumentando sua oferta de trabalho. Esse aumento será menor do que no caso do efeito substituição puro (aumenta salário sem alteração de renda). Lembre que quando duas variáveis variam no mesmo sentido, temos uma curva positivamente inclinada. É aceito doutrinariamente pela teoria econômica que, a níveis salariais baixos, o efeito substituição domina o efeito renda, de forma que a curva de oferta de trabalho será positivamente inclinada. A níveis salariais mais Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 29 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO altos, no entanto, maiores aumentos de salários resultam em horas reduzidas de trabalho (domina o efeito renda). Veja os efeitos na fig. 6: Salários (W)) Figura 6 W* Efeito renda domina Efeito substituição domina Horas desejadas de trabalho Segundo a obra "Moderna Economia do Trabalho", esta curva é chamada de "pendente retrógrada". Já para Hal. R. VARIAN (Microeconomia: princípio básicos), a curva é denominada "curva de oferta de trabalho curvada para trás". Em outras obras, a nomenclatura comumente usada é "curva reversa". Não há uma definição sobre qual a nomenclatura mais correta, e todas, no fundo, querem apenas traduzir o termo original em inglês: backward bending supply labour curve. Mais importante que o nome, certamente, é saber qual efeito será dominante nos trechos negativa e positivamente inclinado. Tal conhecimento foi exigido n as provas de Economia do Trabalho para AFT em: 1998, 2003 e 2006. Bem pessoal, por é hoje é só! Segue ao final uma lista de exercícios para fixação dos temas. Dentre esta lista, há alguns que se referem aos assuntos das aulas 01 e 02, para você revisar, treinar o raciocínio e o correto uso das diversas fórmulas e conceitos apresentados. No mais... abraço a todos e bons estudos!!! Heber Carvalho hebercarvalho@pontodosconcursos.com.br Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 30 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO QUESTÕES COMENTADAS 01 - (AFT/ESAF - 1998) - Considerando a curva de oferta neoclássica de trabalho derivada da escolha individual entre renda e lazer, podemos afirmar que: a) a curva de oferta de trabalho pode ser negativamente inclinada, caso o efeito renda supere o efeito substituição. b) a curva de oferta de trabalho é sempre positivamente inclinada, mudando apenas a declividade de acordo com o efeito substituição. c) a curva de oferta de trabalho é derivada do efeito substituição entre renda e lazer, ao passo que o efeito renda provoca apenas deslocamentos desta curva. d) o caso em que o aumento da taxa de salário leva a uma diminuição da oferta de trabalho não pode ser representado pela curva de oferta de trabalho. e) quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição induz a uma quantidade menor de trabalho. inclinada Desta forma, correta a letra A. Ademais, vamos à análise por alternativas: a) correta. b) caso o efeito renda supere o efeito substituição, a curva de oferta será negativamente inclinada. c) a curva de oferta de trabalho é derivada dos efeitos rendas e substituição entre trabalho e lazer. Ademais, o efeito renda tem o condão Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 31 de 49 Efeito renda dominante = curva de oferta negativamente inclinada Efeito substituição dominante = curva de oferta positivamente COMENTÁRIOS: Conforme vimos no final da aula (páginas 28 e 29): Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO de mudar a inclinação da curva, transformando a inclinação positiva em negativa, e não provocar deslocamentos da curva de oferta. d) o caso em que o aumento da taxa de salário leva a uma diminuição da oferta de trabalho PODE ser representado pela curva de oferta de trabalho, e ocorre quando o efeito renda supera o efeito substituição. e) quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição induz a uma quantidade MAIOR de trabalho (trecho positivamente inclinado da curva). GABARITO: A 02 - (AFT/ESAF - 2003) - No longo prazo a demanda por trabalho é mais elástica em relação ao salário do que no curto prazo. Isso é verdade porque, em longo prazo, quando o salário sobe: a) a empresa contratará mais mão-de-obra. b) a empresa terá lucro zero. c) a empresa adquirirá mais capital. d) a empresa pode estabelecer o preço dos produtos. e) a empresa terá lucro maior do que zero. COMENTÁRIOS: Quando o salário sobe, um dos motivos da demanda por trabalho ser mais elástica no longo prazo deve-se ao fato de que os empresários têm tempo de trocar a mão-de-obra por capital. (maiores detalhes, páginas 15 e 16). GABARITO: C 03 - (AFT/ESAF - 2003) - A oferta de trabalho passa a ter inclinação negativa porque, quando o salário real fica suficientemente elevado, a) o custo de oportunidade do lazer passa a ser menor. b) o efeito substituição e o efeito renda atuam na mesma direção. c) o efeito substituição se torna maior que o efeito renda. d) o lazer passa a ser um bem "inferior". Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 32 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO e) o efeito renda se torna maior do que o efeito substituição. COMENTÁRIOS: Conforme visto várias vezes, a curva de oferta de trabalho tem inclinação decrescente quando o efeito renda se torna maior que o efeito substituição. Correta, portanto, a assertiva e). Apenas gostaria de fazer um comentário adicional acerca da assertiva d). Quando o lazer é considerado um bem inferior (bem inferior é o bem cuja demanda diminui com o aumento de renda - aula demo, páginas 10 e 11), aumentos de renda provocarão reduções da demanda por lazer. Assim, teremos a seguinte sequência proveniente do efeito renda: aumento da renda redução da demanda por lazer aumento da oferta de trabalho. Neste caso específico de considerarmos o lazer como sendo um bem inferior, a curva de oferta de trabalho terá inclinação positiva em toda a sua extensão, pois o efeito renda, assim como o efeito substituição, terá o condão de aumentar a oferta de trabalho. GABARITO: E 04 - (AFT/ESAF - 2006) - Suponha uma economia em que as firmas estão inseridas num contexto de competição perfeita tanto no mercado do bem final como no mercado de fatores de produção. Suponha também que, em uma determinada indústria, são empregados apenas capital e trabalho para produzir um bem final. Segundo o que é conhecido na literatura como regras de Marshall da demanda derivada, ligadas à demanda por trabalho, é correto afirmar que: a) a demanda por trabalhoda indústria será mais elástica quanto menor for a elasticidade-preço da demanda do bem final. b) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a elasticidade de substituição entre o trabalho e o capital. c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a participação do trabalho nos custos totais. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 33 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a elasticidade da oferta do capital. e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a elasticidade-renda da demanda do bem final. COMENTÁRIOS: Nesta questão foi cobrado, quase que de modo literal, o conhecimentos das 04 leis de Hicks-Marshall da demanda derivada. Vamos à análise por alternativas: a) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR for a elasticidade-preço da demanda do bem final. b) Correta (página 14). c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR for a participação do trabalho nos custos totais. d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR for a elasticidade da oferta do capital. e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a elasticidade PREÇO da demanda do bem final. GABARITO: B 05 - (ICMS-RJ/FGV - 2009) - Um trabalhador escolhe livremente entre horas de lazer e de trabalho num mercado sem obrigações contratuais. Com relação à teoria clássica de oferta de trabalho, que relaciona horas trabalhadas com salário/hora pago, assinale a afirmativa correta quanto às suas hipóteses e conclusões. a) O trabalhador não escolhe livremente entre horas de trabalho e de lazer. b) Quanto maior o salário/hora, menor a oferta de trabalho. c) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário até um dado nível w*, reduzindo para níveis de salário superiores a w*. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 34 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO d) Obrigações contratuais incentivam rápidos ajustes às variações de salários. e) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário. COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento da curva de oferta de trabalho deduzida através da análise trabalho x lazer feita em nossa aula. A letra c) descreve exatamente a curva de oferta apresentada na figura 6. A letra b) descreve o comportamento da oferta de trabalho no trecho negativamente inclinado da curva de oferta. A letra e) descreve o comportamento da oferta de trabalho no trecho positivamente inclinado. GABARITO: C 06 - Analise as afirmações que seguem, com relação às regras de Hicks-Marshall da demanda derivada e, a seguir, marque a alternativa correta: I. Quanto mais substitutos tiver o bem produzido por determinada categoria de mão-de-obra, maior será a elasticidade salário da demanda da mesma. II. Quanto menor for a elasticidade da oferta do capital, maior a elasticidade salário da demanda de mão-de-obra. III. Quanto maior for a possibilidade de substituição entre mão- de-obra e capital, menor a elasticidade salário da demanda. a) I e II estão corretas e III está incorreta. b) I, II e III estão corretas. c) I está correta; II e III estão incorretas. d) I e III estão incorretas; II está correta. e) I, II e III estão incorretas. COMENTÁRIOS: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 35 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO I. Correta. Quanto mais substitutos tiver o bem produzido, maior será a sua elasticidade preço da demanda. Isto implica maior elasticidade salário da demanda. II. Incorreta. Quanto MAIOR for a elasticidade da oferta do capital, maior a elasticidade salário da demanda de mão-de-obra (páginas 14 e 15). III. Incorreta. Quanto maior for a possibilidade de substituição entre mão- de-obra e capital, MAIOR a elasticidade salário da demanda (página 14). GABARITO: C 07 - Assinale a afirmativa incorreta acerca da elasticidade salário da demanda de mão-de-obra: a) um dos motivos que faz com que a demanda de mão-de-obra seja mais elástica no longo prazo é o fato da elasticidade preço da demanda dos produtos ser menos elástica no longo prazo. b) no curto prazo, é menos provável e mais difícil a substituição de mão- de-obra por capital. c) quanto maior for a participação da mão-de-obra nos custos totais, maior será elasticidade salário da demanda. d) quando a elasticidade preço da oferta de outros insumos substitutos da mão-de-obra for alta, a elasticidade salário da demanda também o será. e) a demanda de mão-de-obra da firma é mais elástica que a demanda de mão-de-obra do setor ou mercado. Por este motivo, a demanda por mão- de-obra da firma monopsonista no mercado de trabalho é menos elástica do que a demanda por mão-de-obra da firma competitiva. COMENTÁRIOS: a) Incorreta. Um dos motivos que faz com que a demanda de mão-de- obra seja mais elástica no longo prazo é o fato da elasticidade preço da demanda dos produtos ser MAIS elástica no longo prazo. (página 5) b) Correta. (página 16) c) Correta. (página 15) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 36 de 49 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 d) Correta. (página 12). Dizer que a elasticidade preço da oferta de outros insumos substitutos da mão-de-obra é alta, é o mesmo que dizer que a oferta de outros fatores de produção é altamente elástica. e) Correta. (páginas 13 e 14) GABARITO: A 08 - Acerca da elasticidade salário da demanda cruzada, marque a alternativa incorreta: a) se elasticidade salário da demanda cruzada for positiva, os dois insumos são substitutos brutos. b) o fato de dois fatores de produção serem substitutos na produção não implica que eles sejam substitutos brutos. c) se elasticidade salário da demanda cruzada for positiva, o efeito escala suplanta o efeito substituição. d) se elasticidade salário da demanda cruzada for negativa, os dois insumos são complementos brutos. e) se elasticidade salário da demanda cruzada for negativa, o efeito escala suplanta o efeito substituição. COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento das relações entre a elasticidade salário da demanda cruzada e os conceitos de complementos e substitutos brutos (página 18). Assim, a letra c) está incorreta, pois quando elasticidade salário da demanda cruzada é positiva, o efeito substituição suplanta o efeito escala. GABARITO: C 09 - Sobre os custos do trabalho, assinale a alternativa incorreta: a) a taxa salarial/hora de trabalho corresponde a um custo salarial que varia de acordo com as horas trabalhadas. b) um seguro-saúde por trabalhador pode ser considerado um custo extra salarial ou quase fixo, e que varia com o trabalhador e não com as horas trabalhadas. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 37 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO c) normalmente, pode ser mais vantajoso para a firma contratar mais horas extras ao invés de contratar um novo funcionário, se o seu objetivo é aumentar a produção. d) uma legislação que aumente o valor da bonificação da hora extra diminuiráo desemprego, pois desestimula a contratação de horas extras por parte das firmas. e) firmas que adotam estratégias de contratação pautadas no pagamento de baixos salários incorrem em maiores gastos com treinamento. COMENTÁRIOS: a) Correta (página 21). b) Correta (página 21). c) Correta (página 21). d) Incorreta. Embora seja o objetivo dos políticos, tal resultado ainda não pode ser comprovado de fato. (página 22) e) Correta. (página 20 e 21) GABARITO: D 10 - Considere uma firma em um mercado competitivo cuja produtividade marginal da mão-de-obra seja PmgL=16 - 2L. Quanta mão-de-obra contratará a empresa se o salário for $2 por unidade de mão-de-obra e o produto for vendido a um preço $1: a) 5 trabalhadores b) 6 trabalhadores c) 7 trabalhadores d) 7,5 trabalhadores e) 14 trabalhadores COMENTÁRIOS: Questão de mera aplicação da condição definidora da demanda de mão- de-obra nos mercados competitivos: PmgL = W/P (1) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 38 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Foram dados: PmgL = 16 - 2L, W = 2 e P = 1 Basta substituir os dados na expressão (1): 16 - 2L = 2/1 -2L = -14 L = 7 unidades de mão-de-obra. GABARITO: C 11 - Considere uma firma em um mercado competitivo cujo valor do produto marginal da mão-de-obra seja VPmgL=15 - 5L. Quanta mão-de-obra contratará a empresa se o salário for $5: a) 2 trabalhadores b) 3 trabalhadores c) 4 trabalhadores d) 5 trabalhadores e) 6 trabalhadores COMENTÁRIOS: Questão de mera aplicação da condição definidora da demanda de mão- de-obra nos mercados competitivos. A única diferença em relação à questão anterior é o fato de que foi dado o VPmgL ao invés do PmgL. Desta forma, não é necessário sabermos o preço do produto, pois VPmgL = P.PmgL VPmgL = W (1) Foram dados: VPmgL = 15 - 5L, W = 5 Basta substituir os dados na expressão (1): 15 - 5L = 5 -5L = -10 L = 2 unidades de mão-de-obra. GABARITO: A 12 - Considere a função de produção de curto prazo Q = 2L3 - 96L + 5, onde Q é a quantidade produzida e L a quantidade do fator Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 39 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO trabalho, sendo constante a dotação do fator capital. A quantidade de trabalhadores que garantirá a produção máxima é: a) 4 b) 6 c) 12 d) 36 e) 24 COMENTÁRIOS: A questão nos pede a quantidade de trabalhadores que maximiza a produção. Ela não pede o nível de produção que maximiza os lucros. Para isto, basta derivarmos a função Q em relação a L (achar o PmgL) e igualar a 0. GABARITO: A 13 - (AFT/ESAF/Adaptada - 2003) - Uma determinada empresa é monopolista para uma nova patente de produtos farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos for P = 25 - 2Q, e a função de produção a curto prazo for Q=4L (Q representa a quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-obra), qual será a quantidade de trabalhadores contratados se o salário W for $36: a) 10 b) 5 c) 1 d) 15 e) 20 COMENTÁRIOS: Foram dados pela questão: P=25 - 2Q (expressão da demanda em função do preço) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 40 de 49 Agora igualamos a derivada a 0: Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Q=4L (função de produção) W=36 Empresa é monopolista e estamos no curto prazo (capital fixo) A condição de maximização de lucros da firma monopolista no curto prazo é dada por: RmgL = CmgL Sendo que: 1) Rmg = dRT/dQ (derivada da receita total em relação a Q) A receita total é igual aos preços x quantidades. Assim: RT = P.Q = (25 - 2Q).Q = 25Q - 2Q2 Rmg = dRT/dQ = 1.25Q1-1 - 2.2.Q2-1 = 25 - 4Q Rmg = 25 - 4Q 2) PmgL = dQ/dL (derivada da produção em relação a L) Q=4L PmgL = dQ/dL = 1.4.L1-1 = 4 PmgL = 4 3) Basta substituir os dados encontrados na equação (1): (25 - 4Q).4 = 36 (25 - 4.4L).4 = 36 100 - 64L = 36 L = 1 GABARITO: C 14 - Uma determinada empresa faz parte de um mercado competitivo. Se a função de produção for Y = 100L - 5L2, o preço for $2 e a taxa salarial $20, qual será a quantidade ótima de trabalhadores demandados: a) 5 b) 7 c) 9 d) 11 e) 15 Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 41 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO COMENTÁRIOS: A questão nos fornece a função de produção e nos solicita a quantidade de L que repercutirá lucros máximos. Segue abaixo a expressão da demanda de mão-de-obra que maximiza os lucros: PmgL = W/P (1) Necessitaremos derivar a função de produção em relação a L para achar o PmgL. Isto porque o produto marginal da mão-de-obra (PmgL), por definição, é a derivada de Y em relação a L. Assim: Y = 100L - 5L2 PmgL = dY/dL = 1.100.L1-1 - 2.5.L2-1 = 100 - 10L Foram dados pela questão: W=20 e P=2 Substituindo na equação (1): 100 - 10L = 20/2 -10L = -90 L = 9 trabalhadores GABARITO: C 15 - Uma determinada empresa é monopolista em seu setor produtivo. Se a demanda por esses produtos for Q = 100 - 2P, e a função de produção a curto prazo for Q=2L (Q representa a quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de- obra), a demanda de trabalho dessa empresa poderá ser expressa pela seguinte equação (W representa o salário nominal): a) W = 100 - L b) W = 40 - 8L c) W = 25 - L d) W = 25 - 2L e) W = 100 - 4L COMENTÁRIOS: Foram dados pela questão: Q=100 - 2P (expressão da demanda em função do preço) Q=2L (função de produção) Empresa é monopolista e estamos no curto prazo (capital fixo) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 42 de 49 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 03 A condição de maximização de lucros da firma monopolista no curto prazo é dada por: RmgL = CmgL Rmg.PmgL = W Sendo que: 1) Rmg = dRT/dQ (derivada da receita total em relação a Q) A receita total é igual aos preços x quantidades. Para termos a possibilidade de conseguirmos derivar RT em relação a Q, a função de demanda deve estar em função das quantidades e não do preço. Logo devemos mudar a equação da demanda: Q = 100 - 2P P = 50 - Q/2 RT = P.Q = (50 - Q/2).Q = 50Q - Q2/2 Rmg = dRT/dQ = 1.50.Q1-1 - 2.Q2-1/2 = 50 - 2Q/2 = 50 - Q Rmg = 50 - Q 2) PmgL = dQ/dL (derivada da produção em relação a L) Q=2L PmgL = dQ/dL = 1.2.L1-1 = 2 PmgL = 2 3) Veja que todas as alternativas apresentam a demanda de trabalho em função do salário nominal W. Assim devemos fazer também. Basta substituir os dados encontrados em 1) e 2) na expressão de maximização dos lucros do monopolista: Rmg.PmgL = W (50 - Q).2 = W W = 100 - 2Q (2) Todas as respostas estão com as variáveis W e L, como sabemos que Q=2L, basta substituirmos na equação (2): W = 100 - 2.2L W = 100 - 4L GABARITO: E Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 43 de 49 Aula 03 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS 01 - (AFT/ESAF - 1998) - Considerando a curva de oferta neoclássica de trabalho derivada da escolha individual entre renda e lazer, podemos afirmar que:
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