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Economia do Trabalho Aula 03

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Aula 03 
CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
AULA 03 
Elasticidades da demanda, custos não salariais. 
Oferta de trabalho: parte I 
Olá caros(as) amigos(as)!!! 
Hoje terminaremos o assunto demanda por trabalho (até que 
enfim!) e iniciaremos os estudos da oferta de trabalho. Vocês verão que a 
aula de hoje já é uma aula um pouco menos matemática que as 
anteriores. Há menos fórmulas ou gráficos e mais interpretação. Mesmo 
assim, julgo ainda não serem tão simples os assuntos, exigindo um 
estudo com afinco e concentração. 
Na bateria de exercícios desta aula, coloquei algumas questões de 
cálculos envolvendo os assuntos das aulas 01 e 02, para fixação do 
raciocínio e uso das diversas fórmulas apresentadas. 
Isto posto, ao papiro! 
ELASTICIDADES DA DEMANDA 
Nas últimas aulas, vimos que a demanda por mão-de-obra depende 
dos salários, preços do capital, demanda de produtos e da produtividade 
marginal da mão-de-obra. De modo semelhante, a oferta de trabalho 
depende dos salários, dos salários de outras profissões e inúmeros outros 
fatores. 
Por exemplo, se os salários dos trabalhadores da construção civil 
aumentam, a quantidade demandada cairá e a quantidade ofertada de 
trabalho aumentará. Contudo, muitas vezes desejamos saber quanto vai 
aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta. Até que ponto a 
demanda por trabalho poderá ser afetada? Muito ou pouco? Se os salários 
aumentarem 20%, em quantos % a quantidade demandada diminuirá? 
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Aula 03 
CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
Qual seria a variação da oferta de trabalho se os salários aumentassem 
10%? Utilizamos as elasticidades para responder a perguntas como essas. 
Elasticidade, em economês, significa sensibilidade. A elasticidade 
mede quanto uma variável pode ser afetada por outra. A exemplo do que 
ocorreu na aula demonstrativa, onde estudamos as linhas gerais da 
demanda e oferta de bens, e somente depois partimos para a demanda e 
oferta de mão-de-obra; será necessário estudarmos as elasticidades 
envolvendo o mercado de bens, antes de estudarmos as elasticidades 
envolvendo o mercado de trabalho. Isto porque estas depende daquelas. 
ELASTICIDADE NO MERCADO DE BENS 
Elasticidade preço da demanda (EPD) 
A elasticidade preço da demanda (EPD) indica a variação percentual 
da quantidade demandada de um produto em função da variação 
percentual de 1% nos preços. De modo menos técnico, é a variação 
percentual da demanda de um bem em função da variação percentual dos 
preços. Assim, temos: 
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Onde AQ significa variação (Q2-Q1), e %AQ significa esta variação 
dividida pelo seu valor original para obtermos o percentual desta variação 
(exemplo: se tínhamos 20 e agora temos 24 bens demandados, o AQ = 
24 - 20 = 4, já a %AQ = 4/20 = 0,2 ou 20%). Assim, o desenvolvimento 
da expressão da EPD será: 
A elasticidade preço da demanda é geralmente um número 
negativo. Quando o preço de uma mercadoria aumenta, a quantidade 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
demandada em geral cai, e, dessa forma, AQ/AP é negativa, e, portanto, 
EPD é um valor negativo. Por isso, a situação comum é nos referirmos à 
magnitude da elasticidade preço da demanda - isto é, a seu valor 
absoluto, seu módulo. Por exemplo, se EPD = -1, dizemos simplesmente 
que a elasticidade é 1. 
Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades 
demandadas dos bens A, B e C, quando aumentamos os seus respectivos 
preços: 
Tabela 1 
Demanda de A Demanda de B Demanda de C 
Tabela 1 
PA Q D A PB Q D B PC Q D C 
Momento 1 10 100 10 100 10 100 
Momento 2 11 80 11 95 11 90 
Veja que, em todos os casos, aumentamos os preços dos produtos 
em 10%, mas as variações nas quantidades demandadas foram 
diferentes. Isto significa que as elasticidades são diferentes para os três 
bens, afinal cada bem reage de um jeito diferente às variações nos 
preços. Segue abaixo o cálculo das elasticidades: 
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Veja que, dos três bens, o mais sensível à variação de preços é o 
bem A. O aumento de 10% nos preços reduziu as quantidades 
demandadas em 20%, ou seja, bastante sensibilidade. Quando a EPD é 
maior que 1, isto é, a queda nas quantidades demandadas é 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
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percentualmente superior ao aumento de preços, dizemos que a demanda 
é elástica aos preços. 
Já com relação ao bem B, o aumento de 10% nos preços provocou 
redução de 5% nas quantidades demandadas, ou seja, pouca 
sensibilidade. Quando EPD é menor que 1, isto é, a queda nas quantidades 
demandadas é percentualmente inferior ao aumento de preços, dizemos 
que a demanda é inelástica aos preços. 
Quando EPD é igual 1, isto é, a queda nas quantidades demandadas 
é percentualmente igual ao aumento de preços, dizemos que a 
elasticidade preço da demanda é unitária. É importante ressaltar que o 
mesmo raciocínio é válido para reduções nos preços, com a diferença, é 
claro, que tais reduções provocarão aumento nas quantidades 
demandadas ao invés de diminuição. 
As razões pelas quais as elasticidades preço demanda variam de um 
bem para outro são as mais variadas possíveis. Alfred Marshall, 
importante economista do século XIX, estabeleceu as seguintes relações 
existentes entre os bens e suas respectivas elasticidades: 
^ Quanto mais essencial o bem, mais inelástica (ou menos 
elástico) será a sua demanda: se o bem for essencial para o 
consumidor, aumentos de preço irão provocar pouca redução de 
demanda, ou seja, EPD será menor que 1. Imagine, por exemplo, 
a insulina - remédio para tratar o diabetes. É evidente que se o 
preço deste bem aumentar não haverá muita variação na 
demanda, pois é um bem essencial para aquelas pessoas que o 
consomem. 
^ Quanto mais bens substitutos houver, mais elástica será a sua 
demanda: se o bem tiver muitos substitutos, o aumento de seus 
preços fará com que os consumidores adquiram os bens 
substitutos, desta forma, a diminuição das quantidades 
demandadas será grande. Imagine, por exemplo, a margarina. 
Se o preço dela aumentar, naturalmente, as pessoas irão 
consumir mais manteiga, de modo que a diminuição das 
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quantidades demandadas de margarina será grande, ou seja, há 
alta elasticidade em caso da existência de bens substitutos. 
Quanto menor o peso do bem no orçamento, mais inelástico será 
a demanda do bem: uma caneta das mais simples custa R$ 1,00 
e pode durar bastante tempo (não para os concurseiros!). Se seu 
preço aumentar para R$ 1,30, seu consumo não diminuirá 
significativamente, pois o produto é muito barato, quase 
irrelevante no orçamento das famílias. Por outro lado, se o preço 
dos automóveis aumentar 30%, haverá grande redução das 
quantidades demandadas. 
No longo prazo, a elasticidade preço da demanda tende a ser 
mais elevada que no curto prazo: um aumento de preços de 
determinado produto pode não causar significativas mudanças 
nas quantidades demandadas, a curto prazo, pois os 
consumidores levam um tempo para se ajustar ou para 
encontrar produtos substitutos.Por exemplo, se o preço do feijão 
aumentar, é possível que no curto prazo não haja grandes 
variações na demanda; entretanto, no longo prazo, as donas de 
casa já terão desenvolvido novas receitas que não usem mais o 
feijão ou descoberto produtos substitutos (a lentilha, por 
exemplo). Desta forma, no longo prazo, o AQ será bem maior, 
indicando maiores elasticidades no longo prazo. 
A elasticidade preço e o gráfico da demanda 
Para fins didáticos, utilizamos curvas menos inclinadas (mais 
deitadas ou horizontais) para indicar alta elasticidade, e curvas mais 
inclinadas (mais verticais) para indicar pouca elasticidade. Veja abaixo: 
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CURVAS DE DEMANDA ELÁSTÍCA E ÍNELÁSTÍCA 
Figura 1 
Veja que, na curva a), uma pequena alteração nos preços (AP 
pequeno) causou uma grande alteração nas quantidades demandadas 
(AQ grande). Na curva b), esta mesma alteração de preço causou uma 
alteração nas quantidades demandadas bem menor (AQ pequeno). Isto é, 
na curva a), a elasticidade preço da demanda é alta, enquanto na curva 
b), a elasticidade é baixa. 
Assim, para fins didáticos, representamos curvas planas quando 
queremos mostrar alta elasticidade, e curvas mais verticais quando 
queremos representar baixa elasticidade. 
A elasticidade preço e a demanda linear 
Apesar do que falamos no item precedente sobre curvas planas e 
verticais representando alta e baixa elasticidade, respectivamente, isto 
não é correto do ponto de vista técnico, matemático. Nós usamos este 
artifício apenas para fins didáticos. 
A mesma curva de demanda geralmente apresenta várias 
elasticidades. Por exemplo, suponha a equação da demanda Q = 14 - 2P, 
representada na figura 2. Para esta demanda linear, uma variação 
unitária nos preços induz à mesma resposta em termos de quantidades 
demandadas. Um aumento/redução de R$ 1,00 causará uma 
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redução/aumento de 2 quantidades demandadas em qualquer lugar da 
curva. Veja: 
Entretanto, as mesmas respostas ao longo da curva em termos de 
variações unitárias não implicam variações percentuais iguais. Para 
clarificar, observe o ponto A da figura 2. Um declínio de R$ 1 nos preços, 
quando a base é R$ 6, representa uma redução de 17% nos preços 
(1/6=0,167), enquanto um acréscimo de 2 produtos demandados, 
quando a base é 2, representa um aumento de 100% na demanda. Ou 
seja, no ponto A, ao reduzirmos os preços em R$ 1,00, a elasticidade é 
alta (EPDA = %AQ/%AP = 100/17 == 6). 
No ponto B, um declínio de R$ 1 nos preços, quando a base é R$ 2, 
representa uma redução de 50% nos preços (1/2=0,5), enquanto um 
acréscimo de 2 produtos demandados, quando a base é 10, representa 
um aumento de 20% na demanda (2/10=0,2). Ou seja, no ponto B, a 
elasticidade é baixa (EPDB = %AQ/%AP = 20/50 == 0,4). 
Assim, a extremidade superior de uma curva de demanda em linha 
reta mostrará uma elasticidade maior do que a extremidade inferior. Além 
disto, uma curva de demanda linear será elástica em certas extensões e 
inelástica em outras, conforme é mostrado na figura 3: 
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Quantidades 
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A 
Quantidades 
B 
No ponto A da curva, temos a máxima elasticidade possível 
i , enquanto no ponto B da curva temos a menor elasticidade 
p o s s í v e l N o ponto C, ponto médio da curva, temos elasticidade 
unitária Estas relações são válidas para qualquer demanda 
linear. 
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não haverá demonstração matemática do porquê destas variações 
longo da curva de demanda, por tal demonstração fugir dos nossos objetivos didáticos. 
Casos especiais da elasticidade preço da demanda 
A figura 4 apresenta dois casos especiais da elasticidade preço da 
demanda, casos que fogem à regra. O gráfico 4.a apresenta uma curva 
de demanda infinitamente elástica Neste caso, os consumidores 
vão adquirir a quantidade que puderem (qualquer quantidade) a 
determinado preço, P*. No caso de um ínfimo aumento nos preços, a 
quantidade demandada cai a zero (grande diminuição da quantidade 
demandada da mesma maneira, para 
qualquer ínfima redução de preço, a quantidade demandada aumenta de 
forma ilimitada ( Nos dois casos, teremos um 
bastante alto dividido por um ínfimo, de forma que 
bastante alta, tendendo ao infinito. 
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O gráfico 4.b apresenta uma curva de demanda completamente 
inelástica, os consumidores adquirirão uma quantidade fixa Q*, qualquer 
que seja o preço (como as quantidades demandadas serão sempre Q*, 
AQ=0 ^ como AQ é 0, EPD será 0 também). 
Estes dois conceitos são bastante teóricos e é bastante difícil 
visualizar algum exemplo prático. No caso da demanda infinitamente 
elástica, podemos imaginar um produto com muitos substitutos e que 
seja transacionado em um mercado de concorrência perfeita, em que 
qualquer aumento de preço fará com que o produto perca toda sua 
demanda. (Veja que a curva de demanda infinitamente elástica é igual à 
curva de demanda de bens para a firma individual na concorrência 
perfeita, figura 1.b, aula 02, pág. 10). 
No caso da demanda completamente inelástica (também chamada 
de demanda anelástica), podemos exemplificar através da visualização de 
um remédio que não possui substitutos e que, caso os pacientes não o 
tomem, a morte será certa. Assim, o mercado consumidor deste remédio 
consumirá sempre a mesma quantidade, Q*, a qualquer nível de preços. 
Nota cuidado para não confundir demanda anelástica com demanda 
inelástica. Anelasticidade significa ausência de elasticidade (completamente 
inelástica), enquanto i nelasticidade significa pouca elasticidade. 
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CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA 
Figura 4 
a) DEMANDA 
INFINITAMENTE ELÁSTICA b) DEMANDA COMPLETAMENTE INELÁSTICA 
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Relação entre EPD e a Receita Total (RT) das firmas 
Conforme já sabemos, a Receita Total das firmas corresponde às 
quantidades vendidas multiplicadas pelos seus respectivos preços. Logo, 
RT = P x Q. Segue abaixo as relações entre a RT e a EPD: 
Demanda elástica: se a demanda do bem é elástica (sensível à 
variação dos preços), um aumento do preço reduzirá a receita 
total das firmas. Como EPD>1, qualquer aumento percentual de 
preços provocará uma redução percentual maior nas quantidades 
demandadas. Pegue como exemplo o bem A da tabela 1, cuja EPD 
é maior que 1, portanto, elástica. No momento 1, temos 
RT=100x10=1000. No momento 2, temos RT=11x80=880. Esta 
redução na RT aconteceu porque a redução percentual nas 
quantidades demandadas (-20%) foi maior que o aumento 
percentual no preço (+10%), devido ao fato da demanda ser 
elástica (EPD>1). O raciocínio inverso também é válido: uma 
diminuição do preço elevará a receita total das firmas, pois o 
aumento percentual das quantidades demandadas será maior 
que a redução percentual dos preços. 
Demanda inelástica: se a demanda do bem é inelástica (poucosensível à variação dos preços), um aumento do preço 
aumentará a receita total das firmas. Como E P D < 1 , qualquer 
aumento percentual de preços provocará uma redução 
percentual menor nas quantidades demandadas. Pegue como 
exemplo o bem B da tabela 1, cuja EPD é menor que 1, portanto, 
inelástica. No momento 1, temos RT=10x100=1000. No 
momento 2, temos RT=11x95 = 1045. Este aumento na RT 
aconteceu porque o aumento percentual dos preços (+10%) foi 
maior que a redução percentual das quantidades demandadas (-
5%), devido ao fato da demanda ser inelástica ( E P D < 1 ) . O 
raciocínio inverso funciona da mesma maneira: uma redução de 
preços diminuirá a receita total, pois a redução percentual dos 
preços será maior que o aumento percentual das quantidades 
demandadas. 
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Demanda com elasticidade unitária: se a elasticidade é unitária, 
a variação percentual do preço é igual à variação percentual das 
quantidades demandadas, de tal maneira que não há alteração 
na receita total quando variamos os preços. Pegue como 
exemplo o bem C da tabela 1. No momento 1, temos RT=1000. 
No momento 2, temos RT=11x90=990s1000 (o motivo das RTs 
não terem sido exatamente iguais deve-se ao fato de estarmos 
usando a maneira mais simples de calcularmos a EPD, e não a 
maneira mais precisa, que envolve o uso das derivadas. Este 
cálculo mais preciso não é necessário para o nosso estudo). 
Como conclusão, alterações de preços de bens com elasticidade 
unitária não provocam alterações na receita total dos produtores. 
ELASTICIDADES NO MERCADO DE TRABALHO 
Elasticidade salário da demanda 
A elasticidade salário da demanda para uma categoria de mão-de-
obra é definida como a variação percentual no emprego (E) induzida por 
um aumento de 1% em sua taxa salarial (W). De modo menos técnico, a 
elasticidade salário da demanda reflete a variação no emprego em virtude 
de variações nos salários. Veja que o princípio e a finalidade são os 
mesmos da elasticidade preço da demanda de bens, só que, agora, temos 
como foco a variação no emprego da mão-de-obra e a variação 
dos preços da mão-de-obra Segue a expressão da elasticidade 
salário da demanda, também chamada de elasticidade da demanda do 
próprio salário: 
A elasticidade salário da demanda segue as mesmas propriedades 
da elasticidade preço da demanda. Caso n>1, temos demanda elástica, se 
n<1, demanda inelástica, se n = 1, elasticidade unitária. 
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Vejamos agora a parte mais importante do estudo das elasticidades 
para a Economia do Trabalho, que são as leis da demanda derivada. 
As leis Hicks-Marshall da demanda derivada 
As leis Hicks-Marshall da demanda derivada são quatro leis que 
associam a elasticidade salário da demanda a outros quatro fatores. 
Levam esse nome em homenagem a dois importantes economistas 
britânicos responsáveis pelo seu desenvolvimento. 
Essas leis afirmam que, mantendo-se os outros fatores constantes, 
a elasticidade da demanda do próprio salário para uma categoria de mão-
de-obra é elevada sob as seguintes condições: 
1. Quando a elasticidade preço da demanda do produto que é 
produzido por esta categoria de mão-de-obra é elevada; 
2. Quando outros fatores de produção podem substituir facilmente a 
categoria da mão-de-obra; 
3. Quando a oferta de outros fatores de produção é altamente elástica 
(isto é, o emprego de outros fatores de produção pode ser 
aumentado sem aumentar substancialmente seus preços); e 
4. Quando o custo de empregar a categoria de mão-de-obra constitui 
uma grande parcela dos custos totais de produção. 
A partir de agora, explicaremos em detalhes cada uma das 4 leis ou 
fatores que fazem com que a elasticidade salário da demanda seja alta. 
Ao procurar explicá-las, será proveitoso dividirmos o processo pelo qual 
um aumento no salário afeta a demanda por mão-de-obra em duas 
etapas: 
primeiramente, um aumento nos salários aumenta o custo 
relativo da categoria de mão-de-obra e induz os empregadores a usar 
menos dela e mais de outros insumos disponíveis, como o capital, por 
exemplo. Aqui, temos o efeito substituição. 
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em segundo lugar, o aumento salarial faz com que os custos de 
produção aumentem, havendo, portanto, pressões para aumento dos 
preços dos produtos. O aumento dos preços destes produtos tende a 
reduzir a demanda dos mesmos (lei da demanda). Com a redução da 
demanda, haverá redução da produção, fazendo com que haja uma queda 
no emprego (efeito escala). 
As quatros leis da demanda derivada lidam cada qual com os efeitos 
substituição ou escala. Segue agora, em sua devida ordem, a explicação 
detalhada de cada lei. 
1. DEMANDA PARA O PRODUTO FINAL. Vimos acima que aumentos 
salariais fazem com que os custos de produção aumentem e, a partir daí, 
haja aumento nos preços dos produtos, diminuição das quantidades 
demandadas e, por fim, diminuição da produção e do emprego. 
Quanto maior a elasticidade preço da demanda do produto final, maior 
será o declínio na produção associado a um dado aumento de preços - e, 
quanto maior o declínio na produção, maior a perda no emprego. Assim, 
quanto maior a elasticidade preço da demanda pelo produto, maior a 
elasticidade salário da demanda pela mão-de-obra. 
Pequenos aumentos nos salários pequeno) provocarão pequenos 
aumentos nos preços dos produtos. No entanto, como a elasticidade 
preço da demanda dos produtos é alta, haverá grande redução nas 
quantidades demandadas, por conseguinte, grande redução na produção 
e no emprego 
Outra implicação deste resultado é o fato de que a demanda pela mão-de-
obra no nível da empresa individual será mais elástica do que a demanda 
por mão-de-obra no nível do setor ou do mercado. Por exemplo, as 
curvas da demanda de produtos que as empresas de fabricação de 
televisores enfrentam, em nível individual, são altamente elásticas porque 
os televisores da empresa X são substitutos muito próximos dos 
televisores da empresa Y (se os preços do televisor de X aumentarem, as 
pessoas comprarão os televisores de Y). Comparados com aumentos de 
preços no nível da empresa, porém, os aumentos de preços no nível do 
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setor não terão um efeito tão grande sobre a demanda porque os 
substitutos mais próximos da televisão são computadores (com placa de 
TV), celulares, projetores multimídia - nenhum dos quais é um substituto 
muito próximo da TV. A demanda pela mão-de-obra é assim muito mais 
elástica para uma empresa individual de TVs do que para o setor de TVs 
como um todo. (Pelas mesmas razões, a curva da demanda de mão-de-
obra de uma empresa individual é mais elástica do que a curva de 
demanda do setor/mercado.) 
2. POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE OUTROS FATORES. 
Quando os salários aumentam, as empresas têm incentivos para tentar 
substituir o insumo mão-de-obra por outro insumo. O raciocínio é 
simples: se a empresa tem a possibilidade de substituir a mão-de-obra 
por outros insumos, como por exemplo, máquinas (capital),é evidente 
que aumentos de salários incentivam esta substituição (efeito 
substituição). Logo, quanto maior a facilidade de substituir mão-de-obra 
por outros fatores de produção, maior a elasticidade salário da demanda. 
Em outras palavras, quanto maior for a sensibilidade ou elasticidade de 
substituição da mão-de-obra por outros fatores, maior será elasticidade 
salário da demanda. 
3. OFERTA DE OUTROS FATORES. Suponha que à medida que os 
salários da mão-de-obra aumentassem e as firmas tentassem substituir a 
mão-de-obra por capital, os preços do capital se elevassem 
substancialmente. Essa situação poderia ocorrer, por exemplo, se 
estivéssemos tentando substituir mão-de-obra por máquinas, e os 
produtores destas máquinas já estivessem operando usando a sua 
capacidade máxima, de forma que o recebimento de novos pedidos lhes 
causasse substanciais aumentos de custos. Assim, os produtores das 
máquinas cobrariam um preço mais alto por equipamento. Esse aumento 
de preços reduziria a vontade das empresas em substituir a mão-de-obra 
por capital. 
Assim, quando o aumento da oferta de outro fator de produção cresce 
acompanhado de aumentos em seu preço, isto tende a diminuir o apetite 
das firmas pela substituição da mão-de-obra pelo capital. 
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Quando o aumento da oferta de outro fator de produção cresce 
desacompanhado de aumentos em seu preço, as firmas têm maior 
tendência a substituir a mão-de-obra pelo capital, isto é, a elasticidade 
salário da demanda será alta. (neste caso, a oferta deste fator de 
produção que substituirá a mão-de-obra é elástica, pois será 
grande, maior que 1. Isso acontece porque haverá aumento da oferta, AQ 
grande, sem aumento de preços, pequeno, de tal maneira que a 
elasticidade da oferta será alta, é grande.) 
Podemos, então, concluir que quanto mais elástica for a oferta de outros 
fatores de produção, maior será a elasticidade salário da demanda. 
4. A PARTICIPAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA NOS CUSTOS TOTAIS. A 
porcentagem com que a mão-de-obra participa nos custos totais também 
é importante para a determinação da elasticidade salário da demanda. Se 
a participação inicial da categoria fosse de 10% sobre os custos da firma, 
uma aumento de 20% na taxa de salário, coeteris paribus, elevaria os 
custos totais em 2%. De modo contrário, se sua participação inicial fosse 
de 80%, este mesmo aumento de 20% nos salários aumentaria os custos 
totais em 16%. Neste último caso, o aumento de salários provocará um 
aumento maior nos preços dos produtos. Conseqüentemente, haverá 
maior queda na produção e, portanto, o emprego cairá mais neste caso. 
Assim, quanto maior a participação da categoria nos custos totais, maior 
será a elasticidade salário da demanda. 
Demanda por mão-de-obra: curto x longo prazo 
É doutrinariamente aceito que a demanda por mão-de-obra tende a 
ser mais elástica no longo prazo. Isto é, aumentos de salários causam 
maiores reduções no emprego no longo prazo do que no curto prazo. Isto 
acontece porque, no curto prazo, não há tempo de o empresário buscar 
imediatamente novas formas de reduzir os custos. 
Usando as leis Hicks-Marshall, nós temos que as elasticidades preço 
da demanda de bens serão maiores no longo prazo (página 5). Por este 
motivo, seguindo a lei 01 de Hicks-Marshall, a elasticidade salário da 
demanda também será maior no longo prazo. 
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Seguindo a lei 02, nós podemos inferir que no curto prazo é muito 
mais difícil substituir a mão-de-obra pelo capital, pois o empresário leva 
um tempo para descobrir meios ou de que maneira ele irá substituir os 
trabalhadores por capital. Já no longo prazo, os empresários já estudaram 
formas e meios de fazê-lo. Logo, devido à maior possibilidade/facilidade 
de substituição de capital por mão-de-obra no longo prazo, a elasticidade 
salário da demanda será maior no longo prazo. 
LONGO PRAZOx CURTO PRAZO 
Figura 5 
Salários 
ELASTICIDADE-SALÁRIO DA DEMANDA CRUZADA 
As empresas podem empregar várias categorias de mão-de-obra e 
de capital, e a demanda por qualquer uma delas é afetada por mudanças 
de preços em outras. Por exemplo, se os salários dos pedreiros se 
elevassem, muitas pessoas poderiam desistir de construir casas de tijolos 
para construir casas de madeira, fazendo com que a demanda por 
carpinteiros aumentasse. De outra forma, um aumento nos salários dos 
pedreiros poderia reduzir o nível geral da construção, o que faria declinar 
a demanda por eletricistas e encanadores. 
A intensidade e a direção dos efeitos acima podem ser resumidos 
examinando-se as elasticidades da demanda por insumos com relação aos 
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preços de outros insumos. A elasticidade da demanda pelo insumo x com 
relação ao preço do insumo y é a mudança percentual na demanda pelo 
insumo x induzida por uma mudança percentual no preço do insumo y. Se 
os dois insumos são categorias de mão-de-obra, chamamos a isto de 
elasticidade salário da demanda cruzada, conforme abaixo: 
Veja que o principio de montagem é o mesmo de todas as 
elasticidades. No numerador, colocamos a variação percentual das 
quantidades. No denominador, colocamos a variação percentual da 
variável que vai fazer com que haja variações na quantidade (toda 
elasticidade segue este mesmo raciocínio de montagem). Neste caso, 
queremos saber qual será a variação percentual no emprego da categoria 
de mão-de-obra x, depois de variações nos salários da categoria de mão-
de-obra y. 
O conhecimento da elasticidade salário da demanda cruzada é 
válido para sabermos se duas categorias de mão-de-obra são 
complementos ou substitutos brutos (aula 02, páginas 30 e 31). 
Considere duas categorias de mão-de-obra que sejam substitutas 
na produção (substitutos na produção * substitutos brutos), isto é, uma 
categoria tenha condições e pré-requisitos para substituir a outra. 
Adotemos como exemplo os adultos não qualificados e os adolescentes. 
Um declínio no salário adolescente terá dois efeitos opostos sobre o 
emprego dos adultos não qualificados. 
Haverá um efeito substituição que fará com os empregadores 
substituam adultos não qualificados por adolescentes. De outra forma, 
haverá um efeito escala: um salário adolescente mais baixo proporciona 
aos empregadores um incentivo para aumentar o emprego de todos os 
insumos, incluindo-se os adultos. A magnitude do efeito escala depende 
da elasticidade preço da demanda do produto; quanto maior a 
elasticidade, maior será o efeito escala. (após um declínio no salário dos 
adolescentes, os custos e os preços dos produtos tendem a baixar, de 
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forma que produtos com alta elasticidade preço da demanda serão agora 
muito mais demandados no mercado, indicando um efeito escala maior 
que aquele que ocorre em produtos com baixa elasticidade preço da 
demanda) 
Se o efeito substituição vencer, o declínio no salário dos 
adolescentes tende a reduzir o emprego de adultos, indicando que os dois 
insumos serão substitutos brutos. Nestecaso, a elasticidade salário da 
demanda cruzada será positiva, pois o emprego adulto se moverá na 
mesma direção que os salários adolescentes (os dois diminuem ou dois 
aumentam). 
Se o efeito escala vencer, o declínio no salário dos adolescentes 
tende a aumentar o emprego de adultos, indicando que os dois serão 
complementos brutos. Neste caso, a elasticidade salário da demanda 
cruzada será negativa, pois o emprego adulto e os salários adolescentes 
moverão em direções opostas. 
Veja que apenas o fato de sabermos que dois insumos são 
substitutos na produção não é suficiente para assinalarmos se os mesmos 
são substitutos ou complementos brutos. No exemplo acima, sabíamos 
que adultos não qualificados e adolescentes eram substitutos na 
produção, mas a verificação se eram substitutos ou complementos brutos 
só pode ser feita se soubermos as magnitudes dos efeitos escala e 
substituição. 
Então, ficamos assim com relação à elasticidade salário da demanda 
cruzada: 
aumenta o preço de outro insumo, e vice-versa. Neste caso, os dois 
insumos são substitutos brutos e o efeito substituição sobrepõe o 
efeito escala. 
Se nXY<0, significa que o emprego de um insumo diminui quando 
aumenta o preço de outro insumo, e vice-versa. Neste caso, os dois 
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significa que o emprego de um insumo aumenta quando 
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insumos são complementos brutos e o efeito escala sobrepõe o 
efeito substituição. 
Bem pessoal, chegamos ao fim do estudo das elasticidades da 
demanda. O tema foi cobrado em dois concursos para AFT (2003 e 2006), 
sempre na forma de conceitos. Assim, o mais importante é a 
memorização e entendimento dos conceitos e postulados básicos, 
principalmente aqueles oriundos das leis de Hicks-Marshall. 
CUSTOS DE TRABALHO NÃO SALARIAIS 
O estudo da demanda por mão-de-obra refere-se ao custo da mão-
de-obra como sendo a taxa do salário/hora (W) paga aos trabalhadores, 
no entanto, substanciais custos do trabalho são não salariais (ou extra-
salariais). Tais custos não salariais têm algumas implicações sobre o 
mercado de trabalho. Nós podemos dividi-los em duas categorias: custos 
de contratação/treinamento e benefícios do funcionário. 
Custos de contratação e treinamento 
Sempre quando há a necessidade de treinar e contratar novos 
funcionários, as empresas incorrem em vários custos. Os custos de 
contratação incluem os custos envolvidos com o anúncio das vagas 
(disponibilização em jornais, internet, etc), seleção dos melhores 
candidatos, e o processamento dos candidatos bem avaliados que 
receberam a oferta de emprego. 
Podemos incluir nessa categoria os custos administrativos de 
manter os empregados na folha de pagamentos, uma vez que foram 
contratados; esses custos incluem despesas com manutenção de 
registros, custos de computação e emissão de cheques para pagamentos, 
envio de formulários ao governo, etc. 
Os novos empregados geralmente passam por um treinamento 
formal ou informal e a programas de orientação. O novo funcionário 
também precisa conhecer as rotinas da empresa, o manuseio de 
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determinados equipamentos e as normas gerais de ação que devem ser 
seguidas. Esse treinamento, embora não mude o nível de habilitação do 
novo funcionário, aumenta a produtividade ao capacitá-lo a fazer um uso 
mais eficiente do tempo dentro da firma. 
Ao realizar este treinamento, as empresas incorrem em pelo menos 
três tipos de custos: 
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Os custos monetários explícitos de empregar indivíduos para servir 
como instrutores e os custos dos materiais empregados durante o 
processo de treinamento; 
Os custos implícitos ou de oportunidade (ver conceito de custo de 
oportunidade, página 24) de emprego do equipamento de capital e 
de funcionários experientes para efetuar o treinamento em 
situações menos formais (por exemplo, um funcionário experiente 
demonstrando a um novo funcionário como se realiza uma tarefa a 
um ritmo mais lento do que o normal). 
Os custos implícitos ou de oportunidade do tempo do indivíduo sob 
treinamento (que não produz tanto quanto produziria se seu tempo 
estivesse dedicado às atividades de produção). 
Devido ao custo de recrutar e treinar funcionários, as firmas devem 
decidir sobre qual estratégia de contratação devem adotar. 
As empresas que decidem pagar altos salários a seus funcionários 
geram muitos candidatos para cada vaga e podem ser seletivas, 
contratando apenas candidatos treinados e experientes. Pagando altos 
salários, estas firmas evitam os custos explícitos e implícitos de contratar 
empregados inexperientes, pois economizarão em treinamento. 
As empresas que escolhem pagar baixos salários podem atrair um 
grande número de candidatos inexperientes e devem estar preparadas 
para assumir períodos maiores de treinamento, além de suportarem 
maiores riscos de perder estes funcionários que treinaram para 
empregadores que oferecerem salários mais altos no futuro. 
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Podemos concluir, então, que as empresas que pagam baixos 
salários economizam em custos horários, mas incorrem em maiores 
custos de treinamento. 
Benefícios do empregado 
Do ponto de vista não salarial, além dos custos de contratação e 
treinamento, existem os benefícios do empregado. Estes benefícios 
incluem as contribuições requeridas legalmente para o seguro social e 
benefícios fornecidos não oficiais (pagamentos de feriados, licenças 
médicas, pausas para o "cafezinho", refeições do empregado, creche, 
etc). 
Natureza quase fixa de muitos custos extra-salariais 
A principal diferença entre custos salariais e custos não salariais no 
emprego é o fato de que os custos não salariais são custos por 
trabalhador, enquanto os custos salariais são custos por hora trabalhada. 
Muitas vezes, os custos não salariais são chamados de custos quase fixos, 
no sentido de que, uma vez que um empregado seja contratado, a 
empresa está comprometida com um custo que não varia com as horas 
trabalhadas, mas sim com o trabalhador. 
Por exemplo, os custos de contratação e treinamento são quase 
fixos, uma vez que eles estão associados a cada novo funcionário, e não 
às horas que ele trabalha depois do período de treinamento. Muitos 
custos de benefícios também são quase fixos (seguro saúde, intervalos, 
feriados, férias). Veja que todos estes custos extra-salariais (ou quase 
fixos) não são função das horas trabalhadas, mas sim do número de 
trabalhadores que a firma possui. 
Esta análise tem uma implicação para a demanda de mão-de-obra, 
pois, ao decidirem aumentar a produção, é mais interessante para as 
empresas simplesmente solicitarem aos trabalhadores já contratados que 
trabalhem mais horas do que contratar mais trabalhadores. 
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O raciocínio não é complicado. Se contratarem mais trabalhadores, 
as empresas incorrerão nos dois tipos de custos: custos salariais e custos 
não salariais (ou quase fixos). Se apenas solicitarem que seus 
trabalhadores já contratados trabalhem mais horas, haverá apenascustos 
salariais. Desta forma, a maneira menos custosa para a empresa 
aumentar a produção seria através do uso de horas extras, ao invés da 
contratação de mais trabalhadores. 
Economistas e políticos ainda tentam verificar se uma legislação que 
obrigue as empresas a pagarem remunerações bem maiores às horas 
extras seria eficaz, no sentido de diminuir o apetite das firmas em 
contratá-las. Desta forma, as empresas tenderiam a contratar mais mão-
de-obra ao invés de solicitar horas extras aos já empregados (já que a 
hora-extra estaria extremamente cara). 
Como se vê, o fiel objetivo de tal legislação é diminuir o 
desemprego, entretanto, a análise é complexa e deve levar em conta 
inúmeros fatores, de tal maneira que ainda não há uma conclusão 
dominante sobre a eficácia de tal legislação para diminuir o desemprego. 
INTRODUCAO À OFERTA DE MÃO-DE-OBRA 
A partir de agora, passaremos a estudar a oferta de mão-de-obra. 
No estudo da demanda por mão-de-obra foi importante o estudo de 
vários temas concernentes à teoria da produção/firma, já que são as 
empresas quem demandam mão-de-obra. 
No estudo da oferta de mão-de-obra, de modo oposto, será 
importante o estudo de vários temas relacionados à teoria do consumidor. 
Estes temas, é claro, serão adaptados para a Economia do Trabalho, com 
o foco sobre o trabalhador, já que é este quem oferta mão-de-obra. 
Nesta aula, será dada uma introdução sobre o assunto. 
Apresentaremos uma teoria básica sobre a decisão de trabalhar, 
envolvendo a opção trabalho x lazer. E na próxima aula, esta teoria será 
refinada graficamente, tendo em vista o nível de exigência do concurso 
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AFT 2006 (o curso visa preencher totalmente as lacunas teóricas1 que 
foram exigidas em todos os certames em que tivemos Economia do 
Trabalho). 
Teoria sobre a decisão de trabalhar 
A decisão de trabalhar, em último caso, constitui uma decisão sobre 
como passar o tempo. Aqui em nosso estudo, consideramos que os 
trabalhadores gastam seu tempo em somente duas atividades: trabalho 
ou lazer. 
Assim, se a pessoa está trabalhando, obrigatoriamente, não está no 
lazer. Se ela está no lazer, obrigatoriamente, não está trabalhando. Uma 
atividade é excludente da outra. Normalmente usa-se o tempo diário total 
disponível como sendo de 16 horas (24h menos 8h de sono). Dentro 
destas 16 horas, é verificado se estamos trabalhando, se não o 
estivermos, obrigatoriamente, estamos desfrutando do lazer. Assim, 
assistir à televisão, levar os filhos na escola, tomar café da manhã, cortar 
as unhas, escovar os dentes, por exemplo, são atividades consideradas 
lazer, pelo simples fato de não serem consideradas trabalho. Caso seja 
considerado o tempo diário disponível como sendo de 24 horas, as horas 
de sono também serão consideradas lazer. 
Como o tempo é dividido entre lazer e trabalho, a demanda pelo 
lazer pode ser considerada como o outro lado da moeda rotulada oferta 
de trabalho. Assim, se conseguirmos descobrir qual é a demanda pelo 
lazer, conseqüentemente, estaremos descobrindo também qual será a 
oferta de trabalho, pois basta subtrair as horas de lazer das horas totais 
disponíveis para obtermos a oferta de trabalho. 
De fato, o ponto de partida da nossa teoria será a análise da 
demanda pelo lazer e, a partir desta, tiraremos as conclusões sobre a 
oferta de trabalho, considerando sempre que maior demanda de lazer 
significa menor oferta de trabalho e vice-versa. 
1 A parte teórica que foi exigida no último concurso, em 2010, ainda será vista nas aulas finais de 
nosso curso. 
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Assim, nosso método será este: analisaremos a demanda pelo lazer 
como se o lazer fosse um bem qualquer (obedece à lei da demanda: 
quanto maior seu preço, menores as quantidades demandadas. Quanto 
maior a renda, maior a demanda por lazer, etc). Após a análise da 
demanda pelo lazer, deduziremos a oferta de trabalho (se a demanda 
pelo lazer sobe, a oferta de trabalho diminui e vice-versa, já que trabalho 
e lazer são excludentes). 
Análise da demanda por lazer 
Já que a nossa metodologia pressupõe, em primeiro lugar, a análise 
da demanda pelo lazer, é vantajoso apresentar os fatores que a afetam, 
levando-se em conta que o lazer que é um bem qualquer. Assim, a 
demanda por lazer depende: 
1. Custo de oportunidade do lazer (preço do lazer): o conceito de 
custo de oportunidade de determinado bem é o que você deixou de 
ganhar se houvesse optado em não adquirir este bem. Por exemplo, 
suponha este curso de Economia do Trabalho. Qual o custo de 
oportunidade deste curso? É o que você deixou de ganhar caso não o 
tivesse comprado, ou seja, neste caso, o custo de oportunidade é 
facilmente mensurável: R$ 225,00 (ou R$ 191,25 para os ANDACON!). 
Outro exemplo: qual o custo de oportunidade de colocar um funcionário 
experiente para ensinar tarefas simples a um funcionário recém-
contratado? É o que deixou de ser produzido, caso o funcionário 
experiente estivesse trabalhando em seu ritmo normal. 
Trazendo o assunto para o mercado de trabalho, podemos fazer a 
seguinte pergunta: Qual o custo de oportunidade do lazer? É o que você 
deixou de ganhar caso decidisse trabalhar, isto é, neste caso, o custo de 
oportunidade de 01 hora de lazer seria a taxa salarial W (salário/hora). 
Qual o custo de oportunidade do trabalho? É o que você deixou de ganhar 
em satisfação/utilidade se decidisse desfrutar do lazer ao invés de 
trabalhar (veja que, neste caso, a mensuração não é tão simples). 
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O custo de oportunidade também pode ser conceituado como sendo 
simplesmente o preço ou custo do bem. Assim, apenas para concluir, o 
preço ou o custo de oportunidade de 01 hora de lazer é a taxa 
salarial/hora W. 
Como estamos estudando a demanda por lazer, e ele deve ser encarado 
como um bem qualquer, inferimos o seguinte: o aumento de salários (W), 
causa diminuição da demanda por lazer. Esta sentença é uma mera 
afirmação da lei da demanda: o custo ou preço do lazer é W, logo, 
quando W aumenta, demanda por lazer diminui. 
A partir daí, também concluímos sobre a oferta de trabalho: como 
demanda por lazer e oferta de trabalho são excludentes, podemos afirmar 
que o aumento de W, aumenta a oferta de trabalho (em virtude da 
diminuição da demanda por lazer). 
2. Disponibilidade financeira: em primeiro lugar devemos fazer a 
distinção entre disponibilidade financeira, renda e salários. Salário(W) é a 
remuneração por hora de trabalho. Disponibilidade financeira são todos os 
ativos de um trabalhador (investimentos no banco, ações, imóveis para 
locação, sua mão-de-obra, dividendos, etc). A renda significa os retornos 
desta disponibilidade financeira. Assim, a soma de salários, aluguéis, 
juros recebidos, dividendos forma a renda do trabalhador. Veja que nem 
sempre renda é igual ao salário, de fato, podemos ter casos de alta renda 
e baixos salários. 
O conceito mais utilizado pelos economistas é a renda, pois os dados que 
a qualificam estão prontamente disponíveis a partir de fontes 
governamentais, o que nem sempre acontece com os dados da 
disponibilidade financeira. 
A teoria convencional da demanda nos sugereque, se a renda aumenta, 
tudo o mais permanecendo constante, a demanda por lazer também 
aumenta. Dito de outra maneira, se a renda aumenta, com os salários 
mantendo-se constantes, as horas desejadas de trabalho cairão. 
(inversamente, se a renda for reduzida enquanto a taxa salarial for 
mantida constante, as horas desejadas de trabalho se elevarão. Veja, 
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mais uma vez, que a demanda por lazer e a oferta de trabalho variam em 
direções opostas: quando uma diminui, a outra aumenta, e vice-versa). 
3. OUTROS FATORES: aqui nós podemos ter inúmeros fatores, como o 
conjunto de preferências, por exemplo. Trabalhadores que possuem filhos 
podem demandar mais lazer (passar mais tempo com os filhos), aqueles 
mais jovens podem demandar menos lazer (estão no início da vida, em 
fase de formação de patrimônio), etc. 
Os economistas normalmente assumem que estas preferências são 
inevitáveis e que não estão sujeitas a mudanças imediatas. Para fins de 
política e aplicação, os fatores relevantes que afetam a demanda são o 
custo de oportunidade do lazer (preço do lazer) e a renda. São com as 
mudanças nestes dois fatores que trabalharemos nossa análise. 
Análise da oferta de trabalho 
Conforme combinado, vamos começar o estudo da oferta de 
trabalho tomando como referência a análise da demanda pelo lazer. Qual 
o efeito do aumento de renda sobre a oferta de trabalho? 
A teoria econômica estatui que, à medida que a renda aumenta, 
coeteris paribus, a demanda por um bem aumenta. Assim, se a renda 
aumenta, mantidos os outros fatores constantes, a demanda por lazer 
aumenta (já que o lazer é um bem). Veja que quando falamos "mantidos 
os outros fatores constantes", estamos dizendo que todo o resto é 
constante, inclusive os salários (lembre que salários * renda). Logo, 
podemos reescrever a afirmação da seguinte maneira: se a renda 
aumenta, e os salários mantêm-se constantes, a oferta de trabalho cairá. 
Esta resposta das horas de lazer demandadas às mudanças 
na renda, com os salários mantidos constantes, é chamada de 
efeito renda. Ele é baseado no fato de que, à medida que as rendas se 
elevam, mantendo-se o custo de oportunidade do lazer constante 
(salários constantes), as pessoas desejarão consumir mais lazer (o que 
significa trabalhar menos). 
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Transformando este efeito em uma expressão algébrica, definimos o 
efeito renda como sendo a mudança nas horas de trabalho (AH) 
produzida por uma mudança na renda (AY), mantendo-se os salários 
constantes (W): 
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Efeito renda constante 
O efeito renda é negativo. Se a renda aumentar (com salários 
constantes), as horas de trabalho caem. Se a renda cai, as horas de 
trabalho aumentam. Observe que o numerador e o denominador movem-
se em direções opostas, dando um sinal negativo ao efeito renda. 
Imaginemos agora uma situação oposta: aumento de salários, 
mantendo-se a renda constante. A teoria sugere que se a renda for 
mantida constante, um aumento na taxa salarial reduzirá a demanda pelo 
lazer, aumentando assim os incentivos ao trabalho. O raciocínio é este: o 
aumento de salários (W) aumenta o custo do lazer, já que este é igual 
aos salários. A lei da demanda nos diz que aumento de preços/custos 
provocam reduções nas quantidades demandadas. Desta forma, o 
aumento do custo do lazer, diminui a demanda pelo mesmo, o que é o 
mesmo que dizer que a oferta de trabalho aumenta. (de maneira igual, 
um declínio na taxa salarial, com a renda constante, reduzirá o custo de 
oportunidade do lazer, aumentará a demanda por lazer, e diminuirá os 
incentivos ao trabalho.) 
A resposta das horas de lazer demandadas às mudanças nos 
salários, mantendo-se a renda constante, é chamada de efeito 
substituição. Traduzindo este efeito em uma expressão algébrica, 
definimos o efeito substituição como sendo a mudança nas horas de 
trabalho duzida por uma mudança no salário 
renda constante (Y): 
Efeito substituição constante 
De forma oposta ao efeito renda, o efeito substituição é positivo. Se 
o salário aumentar (com renda constante), as horas de trabalho 
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aumentam. Se o salário cai, as horas de trabalho também caem. Observe 
que o numerador e o denominador sempre se movimentam na mesma 
direção, indicando que o sinal da fração será positivo. 
Em alguns casos, é possível observar situações que criam efeitos 
renda ou substituição puros. Entretanto, o mais comum é a presença dos 
dois efeitos simultaneamente, um trabalhando contra o outro. 
EFEITO RENDA PURO. O recebimento de uma herança é um exemplo 
clássico do efeito renda puro. Tal acontecimento aumenta nossa 
disponibilidade financeira, independentemente das horas de trabalho. 
Logo, temos um aumento de renda mantendo-se o salário constante. 
Neste caso, o efeito renda induz a pessoa a consumir mais lazer, 
reduzindo assim a disposição para trabalhar. (o contrário, logicamente, 
também é válido. Se a mudança na renda fosse negativa, mantendo-se o 
salário constante, o efeito renda sugeriria maior oferta de trabalho.) 
Pesquisa realizada nos EUA com pessoas que receberam pequenas e 
grandes heranças parece comprovar a previsão teórica. De fato, o índice 
de participação na força de trabalho daquele grupo de pessoas que 
recebeu maiores legados era menor que a participação das pessoas que 
receberam legados menores. 
EFEITO SUBSTITUIÇÃO PURO. Imagine que o governo decida controlar 
o uso da gasolina como combustível. Seu plano consiste em aumentar o 
imposto sobre a gasolina, mas compensando esse aumento mediante 
uma redução no imposto de renda da pessoa física. A idéia é elevar o 
preço da gasolina sem reduzir a renda disponível das pessoas. 
Este tipo de ação do governo cria um efeito substituição puro, pois ao 
reduzir o IR sobre a pessoa física, o valor que os trabalhadores receberão 
no contracheque será maior. Isto é, haverá aumento de salário. Mas este 
mesmo aumento de salário será compensado pela gasolina mais cara, de 
forma que a renda disponível não se alterará. Portanto, os salários são 
aumentados enquanto a renda é mantida aproximadamente constante. 
Esse programa, assim, cria um efeito substituição que induz as pessoas a 
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ofertar mais trabalho. (aumento de salários W aumento do custo do 
lazer ^ redução na demanda por lazer aumento da oferta de trabalho.) 
OS DOIS EFEITOS SIMULTANEAMENTE. Embora os exemplos citados 
acima nos remetam a efeitos renda e substituição puros, a situação 
normal é os dois efeitos atuarem simultaneamente. Por exemplo, 
imaginemos o caso de uma pessoa que receba um aumento salarial. 
A resposta da oferta de trabalho a uma simples mudança salarial 
envolverá tanto o efeito renda como o efeito substituição. Isto acontece 
porque aumentos salariais, a priori, aumentam tanto o salário quanto a 
renda. 
O aumento de renda, conforme vimos, faz com que haja aumento da 
demanda por lazer e, conseqüentemente, redução da oferta de trabalho. 
O aumento de salários faz com que haja reduçãoda demanda por lazer e, 
conseqüentemente, aumento da oferta de trabalho. A resposta real da 
oferta de trabalho será a soma dos efeitos renda e substituição, de forma 
que não podemos prever a resposta antecipadamente. 
Se o efeito renda é dominante, a pessoa responderá a um aumento 
salarial reduzindo sua oferta de trabalho. Esse declínio será menor do que 
se alguma mudança na renda fosse devida a um aumento na riqueza não-
trabalhista (teríamos efeito renda puro). Lembre que quando duas 
variáveis variam em sentidos opostos, temos uma curva negativamente 
inclinada. Aqui, estas duas variáveis são os salários e a quantidade de 
trabalho. 
Se o efeito substituição é dominante, a pessoa responderá a um aumento 
salarial aumentando sua oferta de trabalho. Esse aumento será menor do 
que no caso do efeito substituição puro (aumenta salário sem alteração 
de renda). Lembre que quando duas variáveis variam no mesmo sentido, 
temos uma curva positivamente inclinada. 
É aceito doutrinariamente pela teoria econômica que, a níveis salariais 
baixos, o efeito substituição domina o efeito renda, de forma que a curva 
de oferta de trabalho será positivamente inclinada. A níveis salariais mais 
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altos, no entanto, maiores aumentos de salários resultam em horas 
reduzidas de trabalho (domina o efeito renda). Veja os efeitos na fig. 6: 
Salários 
(W)) 
Figura 6 
W* 
Efeito renda domina 
Efeito substituição domina 
Horas desejadas de trabalho 
Segundo a obra "Moderna Economia do Trabalho", esta curva é chamada 
de "pendente retrógrada". Já para Hal. R. VARIAN (Microeconomia: 
princípio básicos), a curva é denominada "curva de oferta de trabalho 
curvada para trás". Em outras obras, a nomenclatura comumente usada é 
"curva reversa". Não há uma definição sobre qual a nomenclatura mais 
correta, e todas, no fundo, querem apenas traduzir o termo original em 
inglês: backward bending supply labour curve. 
Mais importante que o nome, certamente, é saber qual efeito será 
dominante nos trechos negativa e positivamente inclinado. Tal 
conhecimento foi exigido n as provas de Economia do Trabalho para AFT 
em: 1998, 2003 e 2006. 
Bem pessoal, por é hoje é só! 
Segue ao final uma lista de exercícios para fixação dos temas. Dentre 
esta lista, há alguns que se referem aos assuntos das aulas 01 e 02, para 
você revisar, treinar o raciocínio e o correto uso das diversas fórmulas e 
conceitos apresentados. 
No mais... abraço a todos e bons estudos!!! 
Heber Carvalho 
hebercarvalho@pontodosconcursos.com.br 
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QUESTÕES COMENTADAS 
01 - (AFT/ESAF - 1998) - Considerando a curva de oferta 
neoclássica de trabalho derivada da escolha individual entre renda 
e lazer, podemos afirmar que: 
a) a curva de oferta de trabalho pode ser negativamente inclinada, caso o 
efeito renda supere o efeito substituição. 
b) a curva de oferta de trabalho é sempre positivamente inclinada, 
mudando apenas a declividade de acordo com o efeito substituição. 
c) a curva de oferta de trabalho é derivada do efeito substituição entre 
renda e lazer, ao passo que o efeito renda provoca apenas deslocamentos 
desta curva. 
d) o caso em que o aumento da taxa de salário leva a uma diminuição da 
oferta de trabalho não pode ser representado pela curva de oferta de 
trabalho. 
e) quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição induz a uma 
quantidade menor de trabalho. 
inclinada 
Desta forma, correta a letra A. Ademais, vamos à análise por 
alternativas: 
a) correta. 
b) caso o efeito renda supere o efeito substituição, a curva de oferta será 
negativamente inclinada. 
c) a curva de oferta de trabalho é derivada dos efeitos rendas e 
substituição entre trabalho e lazer. Ademais, o efeito renda tem o condão 
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Efeito renda dominante = curva de oferta negativamente inclinada 
Efeito substituição dominante = curva de oferta positivamente 
COMENTÁRIOS: 
Conforme vimos no final da aula (páginas 28 e 29): 
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de mudar a inclinação da curva, transformando a inclinação positiva em 
negativa, e não provocar deslocamentos da curva de oferta. 
d) o caso em que o aumento da taxa de salário leva a uma diminuição da 
oferta de trabalho PODE ser representado pela curva de oferta de 
trabalho, e ocorre quando o efeito renda supera o efeito substituição. 
e) quando a taxa de salário aumenta, o efeito substituição induz a uma 
quantidade MAIOR de trabalho (trecho positivamente inclinado da curva). 
GABARITO: A 
02 - (AFT/ESAF - 2003) - No longo prazo a demanda por trabalho 
é mais elástica em relação ao salário do que no curto prazo. Isso é 
verdade porque, em longo prazo, quando o salário sobe: 
a) a empresa contratará mais mão-de-obra. 
b) a empresa terá lucro zero. 
c) a empresa adquirirá mais capital. 
d) a empresa pode estabelecer o preço dos produtos. 
e) a empresa terá lucro maior do que zero. 
COMENTÁRIOS: 
Quando o salário sobe, um dos motivos da demanda por trabalho ser 
mais elástica no longo prazo deve-se ao fato de que os empresários têm 
tempo de trocar a mão-de-obra por capital. (maiores detalhes, páginas 15 
e 16). 
GABARITO: C 
03 - (AFT/ESAF - 2003) - A oferta de trabalho passa a ter 
inclinação negativa porque, quando o salário real fica 
suficientemente elevado, 
a) o custo de oportunidade do lazer passa a ser menor. 
b) o efeito substituição e o efeito renda atuam na mesma direção. 
c) o efeito substituição se torna maior que o efeito renda. 
d) o lazer passa a ser um bem "inferior". 
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e) o efeito renda se torna maior do que o efeito substituição. 
COMENTÁRIOS: 
Conforme visto várias vezes, a curva de oferta de trabalho tem inclinação 
decrescente quando o efeito renda se torna maior que o efeito 
substituição. Correta, portanto, a assertiva e). 
Apenas gostaria de fazer um comentário adicional acerca da assertiva d). 
Quando o lazer é considerado um bem inferior (bem inferior é o bem cuja 
demanda diminui com o aumento de renda - aula demo, páginas 10 e 
11), aumentos de renda provocarão reduções da demanda por lazer. 
Assim, teremos a seguinte sequência proveniente do efeito renda: 
aumento da renda redução da demanda por lazer aumento da oferta 
de trabalho. 
Neste caso específico de considerarmos o lazer como sendo um bem 
inferior, a curva de oferta de trabalho terá inclinação positiva em toda a 
sua extensão, pois o efeito renda, assim como o efeito substituição, terá o 
condão de aumentar a oferta de trabalho. 
GABARITO: E 
04 - (AFT/ESAF - 2006) - Suponha uma economia em que as 
firmas estão inseridas num contexto de competição perfeita tanto 
no mercado do bem final como no mercado de fatores de 
produção. Suponha também que, em uma determinada indústria, 
são empregados apenas capital e trabalho para produzir um bem 
final. Segundo o que é conhecido na literatura como regras de 
Marshall da demanda derivada, ligadas à demanda por trabalho, é 
correto afirmar que: 
a) a demanda por trabalhoda indústria será mais elástica quanto menor 
for a elasticidade-preço da demanda do bem final. 
b) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior 
for a elasticidade de substituição entre o trabalho e o capital. 
c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor 
for a participação do trabalho nos custos totais. 
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d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor 
for a elasticidade da oferta do capital. 
e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior 
for a elasticidade-renda da demanda do bem final. 
COMENTÁRIOS: 
Nesta questão foi cobrado, quase que de modo literal, o conhecimentos 
das 04 leis de Hicks-Marshall da demanda derivada. Vamos à análise por 
alternativas: 
a) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR 
for a elasticidade-preço da demanda do bem final. 
b) Correta (página 14). 
c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR 
for a participação do trabalho nos custos totais. 
d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR 
for a elasticidade da oferta do capital. 
e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior 
for a elasticidade PREÇO da demanda do bem final. 
GABARITO: B 
05 - (ICMS-RJ/FGV - 2009) - Um trabalhador escolhe livremente 
entre horas de lazer e de trabalho num mercado sem obrigações 
contratuais. Com relação à teoria clássica de oferta de trabalho, 
que relaciona horas trabalhadas com salário/hora pago, assinale a 
afirmativa correta quanto às suas hipóteses e conclusões. 
a) O trabalhador não escolhe livremente entre horas de trabalho e de 
lazer. 
b) Quanto maior o salário/hora, menor a oferta de trabalho. 
c) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário até um dado 
nível w*, reduzindo para níveis de salário superiores a w*. 
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d) Obrigações contratuais incentivam rápidos ajustes às variações de 
salários. 
e) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário. 
COMENTÁRIOS: 
A questão exige o conhecimento da curva de oferta de trabalho deduzida 
através da análise trabalho x lazer feita em nossa aula. A letra c) 
descreve exatamente a curva de oferta apresentada na figura 6. 
A letra b) descreve o comportamento da oferta de trabalho no trecho 
negativamente inclinado da curva de oferta. 
A letra e) descreve o comportamento da oferta de trabalho no trecho 
positivamente inclinado. 
GABARITO: C 
06 - Analise as afirmações que seguem, com relação às regras de 
Hicks-Marshall da demanda derivada e, a seguir, marque a 
alternativa correta: 
I. Quanto mais substitutos tiver o bem produzido por determinada 
categoria de mão-de-obra, maior será a elasticidade salário da 
demanda da mesma. 
II. Quanto menor for a elasticidade da oferta do capital, maior a 
elasticidade salário da demanda de mão-de-obra. 
III. Quanto maior for a possibilidade de substituição entre mão-
de-obra e capital, menor a elasticidade salário da demanda. 
a) I e II estão corretas e III está incorreta. 
b) I, II e III estão corretas. 
c) I está correta; II e III estão incorretas. 
d) I e III estão incorretas; II está correta. 
e) I, II e III estão incorretas. 
COMENTÁRIOS: 
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I. Correta. Quanto mais substitutos tiver o bem produzido, maior será a 
sua elasticidade preço da demanda. Isto implica maior elasticidade salário 
da demanda. 
II. Incorreta. Quanto MAIOR for a elasticidade da oferta do capital, maior 
a elasticidade salário da demanda de mão-de-obra (páginas 14 e 15). 
III. Incorreta. Quanto maior for a possibilidade de substituição entre mão-
de-obra e capital, MAIOR a elasticidade salário da demanda (página 14). 
GABARITO: C 
07 - Assinale a afirmativa incorreta acerca da elasticidade salário 
da demanda de mão-de-obra: 
a) um dos motivos que faz com que a demanda de mão-de-obra seja 
mais elástica no longo prazo é o fato da elasticidade preço da demanda 
dos produtos ser menos elástica no longo prazo. 
b) no curto prazo, é menos provável e mais difícil a substituição de mão-
de-obra por capital. 
c) quanto maior for a participação da mão-de-obra nos custos totais, 
maior será elasticidade salário da demanda. 
d) quando a elasticidade preço da oferta de outros insumos substitutos da 
mão-de-obra for alta, a elasticidade salário da demanda também o será. 
e) a demanda de mão-de-obra da firma é mais elástica que a demanda de 
mão-de-obra do setor ou mercado. Por este motivo, a demanda por mão-
de-obra da firma monopsonista no mercado de trabalho é menos elástica 
do que a demanda por mão-de-obra da firma competitiva. 
COMENTÁRIOS: 
a) Incorreta. Um dos motivos que faz com que a demanda de mão-de-
obra seja mais elástica no longo prazo é o fato da elasticidade preço da 
demanda dos produtos ser MAIS elástica no longo prazo. (página 5) 
b) Correta. (página 16) 
c) Correta. (página 15) 
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d) Correta. (página 12). Dizer que a elasticidade preço da oferta de 
outros insumos substitutos da mão-de-obra é alta, é o mesmo que dizer 
que a oferta de outros fatores de produção é altamente elástica. 
e) Correta. (páginas 13 e 14) 
GABARITO: A 
08 - Acerca da elasticidade salário da demanda cruzada, marque a 
alternativa incorreta: 
a) se elasticidade salário da demanda cruzada for positiva, os dois 
insumos são substitutos brutos. 
b) o fato de dois fatores de produção serem substitutos na produção não 
implica que eles sejam substitutos brutos. 
c) se elasticidade salário da demanda cruzada for positiva, o efeito escala 
suplanta o efeito substituição. 
d) se elasticidade salário da demanda cruzada for negativa, os dois 
insumos são complementos brutos. 
e) se elasticidade salário da demanda cruzada for negativa, o efeito 
escala suplanta o efeito substituição. 
COMENTÁRIOS: 
A questão exige o conhecimento das relações entre a elasticidade salário 
da demanda cruzada e os conceitos de complementos e substitutos brutos 
(página 18). Assim, a letra c) está incorreta, pois quando elasticidade 
salário da demanda cruzada é positiva, o efeito substituição suplanta o 
efeito escala. 
GABARITO: C 
09 - Sobre os custos do trabalho, assinale a alternativa incorreta: 
a) a taxa salarial/hora de trabalho corresponde a um custo salarial que 
varia de acordo com as horas trabalhadas. 
b) um seguro-saúde por trabalhador pode ser considerado um custo extra 
salarial ou quase fixo, e que varia com o trabalhador e não com as horas 
trabalhadas. 
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c) normalmente, pode ser mais vantajoso para a firma contratar mais 
horas extras ao invés de contratar um novo funcionário, se o seu objetivo 
é aumentar a produção. 
d) uma legislação que aumente o valor da bonificação da hora extra 
diminuiráo desemprego, pois desestimula a contratação de horas extras 
por parte das firmas. 
e) firmas que adotam estratégias de contratação pautadas no pagamento 
de baixos salários incorrem em maiores gastos com treinamento. 
COMENTÁRIOS: 
a) Correta (página 21). 
b) Correta (página 21). 
c) Correta (página 21). 
d) Incorreta. Embora seja o objetivo dos políticos, tal resultado ainda não 
pode ser comprovado de fato. (página 22) 
e) Correta. (página 20 e 21) 
GABARITO: D 
10 - Considere uma firma em um mercado competitivo cuja 
produtividade marginal da mão-de-obra seja PmgL=16 - 2L. 
Quanta mão-de-obra contratará a empresa se o salário for $2 por 
unidade de mão-de-obra e o produto for vendido a um preço $1: 
a) 5 trabalhadores 
b) 6 trabalhadores 
c) 7 trabalhadores 
d) 7,5 trabalhadores 
e) 14 trabalhadores 
COMENTÁRIOS: 
Questão de mera aplicação da condição definidora da demanda de mão-
de-obra nos mercados competitivos: 
PmgL = W/P (1) 
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Foram dados: PmgL = 16 - 2L, W = 2 e P = 1 
Basta substituir os dados na expressão (1): 
16 - 2L = 2/1 
-2L = -14 
L = 7 unidades de mão-de-obra. 
GABARITO: C 
11 - Considere uma firma em um mercado competitivo cujo valor 
do produto marginal da mão-de-obra seja VPmgL=15 - 5L. Quanta 
mão-de-obra contratará a empresa se o salário for $5: 
a) 2 trabalhadores 
b) 3 trabalhadores 
c) 4 trabalhadores 
d) 5 trabalhadores 
e) 6 trabalhadores 
COMENTÁRIOS: 
Questão de mera aplicação da condição definidora da demanda de mão-
de-obra nos mercados competitivos. A única diferença em relação à 
questão anterior é o fato de que foi dado o VPmgL ao invés do PmgL. 
Desta forma, não é necessário sabermos o preço do produto, pois VPmgL 
= P.PmgL 
VPmgL = W (1) 
Foram dados: VPmgL = 15 - 5L, W = 5 
Basta substituir os dados na expressão (1): 
15 - 5L = 5 
-5L = -10 
L = 2 unidades de mão-de-obra. 
GABARITO: A 
12 - Considere a função de produção de curto prazo Q = 2L3 - 96L 
+ 5, onde Q é a quantidade produzida e L a quantidade do fator 
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trabalho, sendo constante a dotação do fator capital. A quantidade 
de trabalhadores que garantirá a produção máxima é: 
a) 4 
b) 6 
c) 12 
d) 36 
e) 24 
COMENTÁRIOS: 
A questão nos pede a quantidade de trabalhadores que maximiza a 
produção. Ela não pede o nível de produção que maximiza os lucros. Para 
isto, basta derivarmos a função Q em relação a L (achar o PmgL) e 
igualar a 0. 
GABARITO: A 
13 - (AFT/ESAF/Adaptada - 2003) - Uma determinada empresa é 
monopolista para uma nova patente de produtos farmacêuticos. 
Se a demanda por esses produtos for P = 25 - 2Q, e a função de 
produção a curto prazo for Q=4L (Q representa a quantidade 
produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-obra), qual será 
a quantidade de trabalhadores contratados se o salário W for $36: 
a) 10 
b) 5 
c) 1 
d) 15 
e) 20 
COMENTÁRIOS: 
Foram dados pela questão: 
P=25 - 2Q (expressão da demanda em função do preço) 
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Agora igualamos a derivada a 0: 
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Q=4L (função de produção) 
W=36 
Empresa é monopolista e estamos no curto prazo (capital fixo) 
A condição de maximização de lucros da firma monopolista no curto prazo 
é dada por: 
RmgL = CmgL 
Sendo que: 
1) Rmg = dRT/dQ (derivada da receita total em relação a Q) 
A receita total é igual aos preços x quantidades. Assim: 
RT = P.Q = (25 - 2Q).Q = 25Q - 2Q2 
Rmg = dRT/dQ = 1.25Q1-1 - 2.2.Q2-1 = 25 - 4Q 
Rmg = 25 - 4Q 
2) PmgL = dQ/dL (derivada da produção em relação a L) 
Q=4L 
PmgL = dQ/dL = 1.4.L1-1 = 4 
PmgL = 4 
3) Basta substituir os dados encontrados na equação (1): 
(25 - 4Q).4 = 36 
(25 - 4.4L).4 = 36 100 - 64L = 36 
L = 1 
GABARITO: C 
14 - Uma determinada empresa faz parte de um mercado 
competitivo. Se a função de produção for Y = 100L - 5L2, o preço 
for $2 e a taxa salarial $20, qual será a quantidade ótima de 
trabalhadores demandados: 
a) 5 
b) 7 
c) 9 
d) 11 
e) 15 
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COMENTÁRIOS: 
A questão nos fornece a função de produção e nos solicita a quantidade 
de L que repercutirá lucros máximos. Segue abaixo a expressão da 
demanda de mão-de-obra que maximiza os lucros: 
PmgL = W/P (1) 
Necessitaremos derivar a função de produção em relação a L para achar o 
PmgL. Isto porque o produto marginal da mão-de-obra (PmgL), por 
definição, é a derivada de Y em relação a L. Assim: 
Y = 100L - 5L2 
PmgL = dY/dL = 1.100.L1-1 - 2.5.L2-1 = 100 - 10L 
Foram dados pela questão: W=20 e P=2 
Substituindo na equação (1): 
100 - 10L = 20/2 -10L = -90 
L = 9 trabalhadores 
GABARITO: C 
15 - Uma determinada empresa é monopolista em seu setor 
produtivo. Se a demanda por esses produtos for Q = 100 - 2P, e a 
função de produção a curto prazo for Q=2L (Q representa a 
quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-
obra), a demanda de trabalho dessa empresa poderá ser expressa 
pela seguinte equação (W representa o salário nominal): 
a) W = 100 - L 
b) W = 40 - 8L 
c) W = 25 - L 
d) W = 25 - 2L 
e) W = 100 - 4L 
COMENTÁRIOS: 
Foram dados pela questão: 
Q=100 - 2P (expressão da demanda em função do preço) 
Q=2L (função de produção) 
Empresa é monopolista e estamos no curto prazo (capital fixo) 
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A condição de maximização de lucros da firma monopolista no curto prazo 
é dada por: 
RmgL = CmgL Rmg.PmgL = W 
Sendo que: 
1) Rmg = dRT/dQ (derivada da receita total em relação a Q) 
A receita total é igual aos preços x quantidades. Para termos a 
possibilidade de conseguirmos derivar RT em relação a Q, a função de 
demanda deve estar em função das quantidades e não do preço. Logo 
devemos mudar a equação da demanda: 
Q = 100 - 2P P = 50 - Q/2 
RT = P.Q = (50 - Q/2).Q = 50Q - Q2/2 
Rmg = dRT/dQ = 1.50.Q1-1 - 2.Q2-1/2 = 50 - 2Q/2 = 50 - Q 
Rmg = 50 - Q 
2) PmgL = dQ/dL (derivada da produção em relação a L) 
Q=2L 
PmgL = dQ/dL = 1.2.L1-1 = 2 
PmgL = 2 
3) Veja que todas as alternativas apresentam a demanda de trabalho em 
função do salário nominal W. Assim devemos fazer também. Basta 
substituir os dados encontrados em 1) e 2) na expressão de maximização 
dos lucros do monopolista: 
Rmg.PmgL = W (50 - Q).2 = W W = 100 - 2Q (2) 
Todas as respostas estão com as variáveis W e L, como sabemos que 
Q=2L, basta substituirmos na equação (2): 
W = 100 - 2.2L W = 100 - 4L 
GABARITO: E 
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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS 
01 - (AFT/ESAF - 1998) - Considerando a curva de oferta 
neoclássica de trabalho derivada da escolha individual entre renda 
e lazer, podemos afirmar que:

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