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CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO Aula 02 TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO AULA 02 Demanda por trabalho: parte II Olá caros(as) amigos(as)!!! Depois da pesada aula que tivemos semana passada, segue agora outra aula sobre a demanda por trabalho. Continuaremos nosso estudo da demanda, primeiramente, em modelos não competitivos e, posteriormente, considerando o longo prazo (fatores de produção capital e mão-de-obra variáveis). Apesar dos assuntos não serem tão simples, fique tranquilo, o pior já passou. Digo isto porque na última aula foram ensinados vários temas novos e que, em um curso de Microeconomia, estariam em outra sequência de apresentação, mais didática, mais lógica, contextualizada. Entretanto, como o nosso foco é extrair somente o necessário para a Economia do Trabalho, não podemos nos dar ao luxo de ministrar um curso muito longo, contendo inúmeros aspectos da Microeconomia, sob pena de perdermos objetividade. Iniciarei a aula de hoje com um breve resumo dos principais pontos da aula 01 (lei dos rendimentos marginais decrescentes, os conceitos "marginais", derivadas e o modelo simplificado da demanda de mão-de- obra para mercados competitivos), por julgá-los essenciais para o prosseguimento do curso. Ao final da aula de hoje, há também uma bateria de exercícios com temas das duas aulas de demanda por trabalho (aulas 01 e 02). Isto posto, aos estudos!!! Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO REVISÃO AULA 01 ^Esta é somente uma revisão, um resumo. Caso haja dúvida em algum apontamento, sugiro utilizar o texto da aula passada como consulta. DERIVADAS Derivar uma função significar encontrar a variação de uma função em relação à variação de uma variável desta mesma função. Por exemplo, se temos a função y = x, a derivada de y em relação a x seria representada por: Primeiro, devemos descer o expoente da variável L (variável a ser derivada) de forma que ele passe a multiplicar todo o termo. É o que aconteceu com o expoente (b). Veja que, no 1° passo, descemos "b" e ele passou a multiplicar todo o termo. Segundo, subtraia 01 unidade deste mesmo expoente. Observe que ficamos no final com Lb-1. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 etc. Sempre quando temos um delta alguma coisa sobre um delta coisa, temos uma derivada. Assim, Ay/Ax=dy/dx, AQ/AL=d Q/dL, A regra geral de derivação é a seguinte: Veja como exemplo a derivada da seguinte função de produção (Q) em relação a (L), dQ/dL: CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Também devemos nos conscientizar que a derivada é de (Q) em relação a (L). Desta forma, as únicas mudanças a serem feitas são no(s) termo(s) que contém a variável a ser derivada, no caso (L). Assim, ao derivar (Q) em relação a (L), esqueça a variável (K), finja que ela não exista, simplesmente a repita. Apenas para treino, vamos derivar a mesma função de produção acima, só que, desta vez, derivaremos (Q) em relação a (K): Observe que o expoente que desceu foi o da variável derivada (K), no caso (a). O expoente que foi subtraído em 01 unidade também foi o expoente da variável derivada. No caso, tivemos Ka-1. "MARGINAIS" DA ECONOMIA Produto marginal do trabalho/mão-de-obra (PmgL): é o acréscimo na produção (Q) em virtude do acréscimo de um trabalhador (L). De forma matemática: Ou seja, dada uma função de produção qualquer, para acharmos o PmgL basta derivarmos a produção Q em relação a L. Produto marginal do capital (PmgK): este conceito não foi citado na aula passada, mas, a esta altura, já conhecemos como funciona a sistemática dos "marginais". Então, segue o conceito: é o acréscimo na produção (Q) em virtude do acréscimo de uma unidade de capital (K). De forma matemática: Ou seja, dada uma função de produção qualquer, para acharmos o PmgK basta derivarmos a produção Q em relação a K. É muito importante ressaltarmos que o PmgK também obedece à lei dos rendimentos marginais decrescentes. Assim, mantendo a mão-de-obra b Variável a ser DERIVADA PmgL = AQ/AL = dQ/dL PmgK = AQ/AK = dQ/dK Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO constante, aumentos sucessivos no estoque de capital causam acréscimos cada vez menores ou decrescentes na produção. Receita marginal (Rmg): é o acréscimo na RECEITA TOTAL em virtude do acréscimo de um produto produzido e vendido (note que o acréscimo é na RECEITA TOTAL e NÃO na produção). Matematicamente: Rmg = ART/AQ = dRT/dQ Dada a expressão da Receita total, basta derivá-la em relação a Q para acharmos a Rmg. ^ Por muitas vezes as questões não nos dão a expressão da RT, dão apenas a expressão do Preço. Quando isto acontece, devemos encontrar a expressão da RT multiplicando os preços pelas quantidades. Exemplo: Dada a expressão da demanda P=10-5Q, encontre a expressão da receita Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 Custo marginal (Cmg): é o acréscimo no CUSTO TOTAL em virtude do acréscimo de uma unidade produzida (note que o acréscimo é no CUSTO TOTAL). Algebricamente: Cmg = ACT/AQ = dCT/dQ Dada a expressão do custo total, basta derivá-la em relação a (Q) e estaremos diante do Cmg. Receita marginal do trabalho/mão-de-obra (RmgL): é o acréscimo na RECEITA TOTAL em virtude da contratação de uma unidade de mão- de-obra. Em outras palavras, é o valor da produção de um trabalhador adicional. Este valor da produção inclui as quantidades de produtos que este trabalhador adicional produz multiplicadas por suas respectivas receitas marginais (os acréscimos na receita proveniente destes produtos adicionais). Algebricamente: CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO RmgL = Rmg.PmgL Custo marginal do trabalho/mão-de-obra (CmgL): é o acréscimo no CUSTO TOTAL em virtude da contratação de uma unidade de mão-de- obra. O acréscimo no custo decorrente de um trabalhador adicional é pura e simplesmente o salário do trabalhador. Algebricamente: CmgL = W LEI DOS RENDIMENTOS MARGINAIS DECRESCENTES Também chamada de lei da produtividade marginal decrescente, estatui que, mantido um fator de produção constante, aumentos sucessivos em outro fator de produção tendem a apresentar acréscimos cada vez menores ou decrescentes na produção. USOS DA DERIVADA Conforme vimos acima no tópico dos "marginais", em quase todos os conceitos é utilizada a derivada como forma de se calculá-los. Para comprovar, veja as fórmulas do PmgL, PmgK, Rmg, Cmg, etc. Outro grande uso da derivada é a possibilidade de sabermos o valor máximo de qualquer função. Para isto, basta derivarmos a função e igualar a derivada a ZERO. Em Economia, as firmas querem maximizar os lucros, os consumidores querem maximizar o consumo, os trabalhadores a utilidade, etc. Enfim, todo mundo quer maximizar algo, de forma que as derivadas caem como uma luva para este propósito, basta derivar e igualar a 0, simples não? Um dos exemplos desta aplicação e que foi visto na aula passada foi o atingimento da produção máxima. Aprendemos que a produção máxima é atingida quando usamos uma quantidade de trabalhadores em que o PmgL=0. Por que? Porque PmgL é a derivada da função de produção emrelação a L. Quando dizemos que a produção máxima ocorre quando Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO PmgL=0, na verdade, estamos dizendo o óbvio (para quem conhece as derivadas). Estamos dizendo que a produção é máxima quando a derivamos e a igualamos a ZERO. Outro importante uso da derivada é sabermos o fato de que a inclinação das funções (sejam retas ou curvas), na verdade, é a própria derivada da função. Caso o gráfico de uma função seja uma reta, a inclinação será constante, a derivada também será constante e terá o mesmo valor. Caso o gráfico seja uma curva, a inclinação será variável ao longo daquela, de forma que a derivada também será. (maiores detalhes aula 01, páginas 17 a 19). Este uso da derivada será visto com mais clareza e profundidade mais à frente em nossa aula. MODELO SIMPLIFICADO DA DEMANDA POR TRABALHO No modelo simplificado da demanda de mão-de-obra é suposto que as firmas trabalham em mercados competitivos, tanto sob a ótica do mercado de produtos, quanto sob a ótica do mercado de trabalho. Supomos também que estamos no curto prazo (somente o insumo mão- de-obra varia). Por último, e mais importante, é feita a suposição de que as firmas buscam a maximização de lucros. A decisão de contratar ou não mão-de-obra passa pelo valor da produção de um trabalhador adicional. Assim, o raciocínio do empresário é o seguinte: eu só vou contratar este trabalhador se a receita que ele me trouxer for maior que a despesa. De forma oposta, ele vai demitir quando o custo do trabalhador demitido for maior que a receita que este trabalhador aufere para a empresa, de tal forma que, se ele demiti-lo, o seu lucro (receita - despesa) aumentará. De forma técnica, o empresário só estará em equilíbrio (não contrata, nem demite) quando a receita gerada por um trabalhador adicional for igual ao custo gerado por um trabalhador adicional, ou seja, quando: RmgL = CmgL (1) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO A RmgL, também chamada de Produto da Receita marginal da mão-de-obra (PRmgL), é o valor da produção de um trabalhador adicional. São os produtos adicionais produzidos pelo trabalhador contratado (PmgL) multiplicados pelos acréscimos na receita total em virtude das vendas destes produtos (Rmg). Como estamos em um mercado competitivo, a firma é tomadora de preços, e estes produtos adicionais serão vendidos no mercado exatamente ao preço de equilíbrio do mercado (P), que é constante e não varia. Desta forma, para mercados competitivos Rmg = P, de forma que a RmgL = P.PmgL. O CmgL é o custo adicional de cada trabalhador contratado. É o salário (W). Então, reescrevendo a expressão (1): P.PmgL = W A expressão do lado esquerdo, somente quando estamos em mercados competitivos, é também chamada de Valor do Produto marginal da mão-de-obra (VPmgL) e define a demanda de mão-de-obra em função dos salários nominais (W). Caso passemos o P para o outro lado da equação, temos: PmgL = W/P Se a demanda de mão-de-obra estiver em função dos salários reais (W/P), o PmgL será a própria expressão que define esta demanda. A curva de demanda da mão-de-obra é decrescente, indicando que, quanto maiores forem os salários, menor será o número de trabalhadores contratados. Isto acontece porque quando aumentamos a quantidade de trabalhadores (L), pela lei dos rendimentos marginais decrescentes, o PmgL decresce. Como o PmgL decresce com o aumento de trabalhadores, os salários (tanto os nominais W, quanto os reais W/P) também decrescem, já que PmgL = W/P. Quando uma variável do gráfico cresce e outra decresce, temos uma relação inversa, ocasionando inclinação decrescente da curva de demanda por trabalho. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Bem, terminado este breve resumo que nem foi tão breve assim (6 páginas!), vamos prosseguir no estudo da demanda de mão-de-obra em mercados não competitivos. Estudamos na aula passada que existem, basicamente, três tipos de mercados não competitivos: o monopólio, o oligopólio e o monopsônio. E que existem duas óticas de análise: o mercado de produtos e o mercado de trabalho. Assim, podemos ter um mercado competitivo no mercado de produtos e um mercado não competitivo no mercado de trabalho, e vice- versa. No estudo da demanda de mão-de-obra para mercados competitivos (modelo simplificado da demanda de mão-de-obra), foi especialmente importante o fato de que a firma, nestes mercados, é tomadora de preços. Assim, o preço do produto (P) e a taxa salarial (W) são fixos e determinados pelo mercado. A partir de agora, em um primeiro momento, afrouxaremos a hipótese do preço do produto (P) ser fixo ou dado pelo mercado. O relaxamento desta hipótese nos levará ao estudo da demanda de mão-de-obra em um monopólio no mercado de produtos, e este modelo servirá também para os outros mercados não competitivos no mercado de produtos. Em um segundo momento, afrouxaremos a hipótese da taxa salarial (W) ser fixa ou dada pelo mercado. Este relaxamento nos levará ao estudo da demanda por mão-de-obra em um monopsônio no mercado de trabalho. Em mercados de trabalho não competitivos, o monopsônio é o único relevante para nosso estudo, tendo em vista os outros serem bem menos factíveis ou, até mesmo, inimagináveis de acontecer na realidade (já imaginaram um monopólio no mercado de trabalho, apenas um trabalhador ou grupo de trabalhadores vendendo mão-de-obra e várias firmas querendo comprar? Difícil de acontecer, não?). Ou seja, será relevante para nós o estudo do monopólio no mercado de produtos e do monopsônio no mercado de trabalho, e são estes dois Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO modelos não competitivos que, na verdade, constam desenvolvidos em nossa principal obra de referência (A Moderna Economia do Trabalho). Por último, relaxaremos a hipótese do curto prazo, passando a analisar o longo prazo, quando há variações nos dois fatores de produção existentes (capital e mão-de-obra). DEMANDA POR MÃO-DE-OBRA EM MODELOS NÃO COMPETITIVOS MONOPÓLIO NO MERCADO DE PRODUTOS Na posição de único produtor de determinado produto, o monopolista está na situação onde toda empresa sonha estar, ele está em uma posição singular, única. Se decidir elevar o preço do produto, não precisa se preocupar com a concorrência, simplesmente porque ela não existe. Isto acontece porque o monopolista é o próprio mercado e controla a quantidade ofertada de produto que será posto à venda. No entanto, isso não significa que o monopolista possa, a seu bel- prazer, cobrar o preço que quiser caso seu objetivo seja a maximização de lucros. Este curso é um exemplo. O Ponto dos Concursos, proprietário, é o produtor monopolista deste curso de Economia do Trabalho. Então, por que motivo o Ponto não o vende por R$ 500,00? A resposta é óbvia: poucas pessoas iriam adquiri-lo, de forma que o lucro do Ponto seria menor, apesar de ele ser monopolista do produto. Desta forma, o monopolista, assim como uma firma em mercados competitivos, obedece a uma condição de maximização de lucros. Esta condição quemaximiza os lucros é IGUAL àquela que vimos em mercados competitivos. No monopólio no mercado de produtos, o lucro é maximizado quando RmgL = CmgL. No estudo da demanda de mão-de-obra em mercados competitivos, vimos que a RmgL, também chamada de VPmgL (valor do produto marginal da mão-de-obra), era igual à Rmg x PmgL; já o CmgL era igual Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO ao salário (W). Assim, para mercados competitivos e não competitivos, tanto faz, temos: Ainda em mercados competitivos vimos que a firma é tomadora de preços. Isto é, ela deve praticar exatamente o preço do mercado. Se praticar um preço acima do mercado, ninguém comprará o produto. De forma oposta, pela racionalidade econômica, ela não venderá o produto por um preço abaixo do preço de mercado, pois es tará sendo "burra" se o fizer. Veja as curvas de demanda de mercado e demanda individual da firma em mercados competitivos: Veja, através da figura 1.b, que o preço que a firma isolada deve praticar é aquele mesmo preço de equilíbrio do mercado (PE i). Se a firma praticar um preço acima de PE1, simplesmente não haverá interseção entre este preço (PE2) e a curva de demanda, pois só há qualquer demanda quando o preço é PE1. Qual o impacto disto em nosso modelo de demanda de mão-de- obra para mercados competitivos? Dada a expressão Rmg.PmgL = CmgL, podemos afirmar que, para mercados competitivos, Rmg (a receita marginal) é exatamente igual ao preço do produto. Veja o raciocínio: qual Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL (FIRMA ISOLADA) EM MERCADOS COMPETITIVOS a) MERCADO TOTAL b) FIRMA INDIVIDUAL CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO o acréscimo na receita total em virtude da venda de um produto adicional? Ou, em economês, qual a receita marginal? Resposta: como o preço é dado, constante, a receita marginal para mercados competitivos é o próprio preço do produto. Assim, a expressão adquire esta forma: P.PmgL = CmgL. Sendo que o termo P.PmgL, em mercados competitivos, tem a nomenclatura de valor do produto marginal da mão-de-obra. Entretanto, quando estamos em um monopólio, a situação é diferente. Isto ocorre porque a curva de demanda individual coincide com a curva de demanda de mercado, pois o monopolista é o próprio mercado, já que só ele é quem produz determinado produto. Veja os gráficos: DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL (FIRMA ISOLADA) NO MONOPÓLIO Figura 2 Observe, no gráfico 2.b, que se o monopolista aumentar a sua produção (de QE1 para QE2) e mantiver o mesmo preço inicial (PE1), simplesmente não haverá demanda para o produto. Veja que a interseção de Qe2 com PE1 é o ponto F, fora da curva de demanda. Ou seja, não haverá demanda para aquele nível de quantidades produzidas (QE2) ao preço PE1, de modo que a firma não aumentará sua receita se decidir aumentar a produção e manter os preços. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Para aumentar a produção e conseguir vendê-la, a firma monopolista deve reduzir os preços. Isto acontece porque a curva de demanda da firma é a própria curva de demanda do mercado, que é negativamente inclinada, indicando que quanto maiores forem as quantidades demandadas, menores devem ser os preços. É o que acontece no gráfico: para aumentar a produção de Qe1 para Qe2, e se manter na curva de demanda, a firma deve reduzir os preços de PE1 para Pe2 para que ainda haja demanda do produto. Desta forma, cada produto adicional que a firma queira produzir deve estar em um preço abaixo do que era praticado no nível de produção imediatamente anterior. A conclusão a que chegamos é a seguinte: a receita marginal no monopólio será sempre menor que o preço do produto. O raciocínio é este: a receita marginal é o acréscimo na receita total em virtude de um produto adicional vendido. Acontece que, no monopólio, para se vender um produto adicional, temos que vendê-lo a um preço menor que aquele praticado anteriormente. Desta forma, a receita, na margem, será sempre menor que o preço que era praticado no nível de produção imediatamente anterior. Em outras palavras, no monopólio: Rmg<P. Assim, a expressão da demanda por mão-de-obra em um ou, dividindo os dois lados por P: Rmg . PmgL= W (função dos salário reais) P P No monopólio temos o PRmgL (Produto da Receita marginal da mão-de-obra) igualando o salário nominal (W). Na concorrência perfeita temos o VPmgL (Valor do produto marginal da mão-de-obra) igualando o Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO salário nominal. Note que o PRmgL (Rmg.PmgL) será sempre menor que o VPmgL (P.PmgL), porque a Rmg sempre é menor que P. Temos, então, que, dada uma quantidade de trabalhadores, o valor marginal de uma unidade adicional será menor para o monopolista do que para a empresa competitiva. De início, essa afirmação é, no mínimo, estranha, pois sempre soubemos (nem precisa estudar Economia para saber isso!) que as firmas monopolistas auferem lucros maiores que as firmas em concorrência perfeita. A chave desta questão está em observar a diferença entre os valores total e marginal. Do ponto de vista total, uma determinada quantidade de trabalhadores que maximiza os lucros vai gerar lucros bem maiores ao monopolista. Mas, se decidirmos aumentar a quantidade de trabalhadores, na margem, o aumento do valor da produção é menor para o monopolista. Desta forma, pelo fato do PRmgL ser menor que o VPmgL, a curva do PRmgL estará à esquerda da curva do VPmgL. Veja o gráfico abaixo das demandas de mão-de-obra em mercados competitivos e no monopólio no mercado de produtos: Figura 03 W W é o CmgL - W L L Demanda de mão-de- obra na concorrência perfeita: VPmgL Demanda de mão-de- obra no monopólio de produtos: PRmgL L (Quantidade de trabalhadores) Observe que a curva da demanda de mão-de-obra no monopólio está um pouco à esquerda da curva para a concorrência perfeita. Isto acontece porque o PRmgL é menor que o VPmgL. Perceba também que o equilíbrio ou a maximização de lucros, nos dois casos, ocorre quando o PRmgL ou o VPmgL igualam o CmgL, que é W. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Diante do gráfico, vemos claramente que a firma no monopólio maximiza os lucros a um nível de emprego LM menor que o nível de emprego da concorrência perfeita LC. Assim, chegamos a uma conclusão importante: mantendo-se os outros fatores constantes, o nível de emprego e a produção são mais baixos no monopólio do que sob a competição. Aquele mais curioso já deve estar fazendo suposições no sentido de que os salários pagos no monopólio também são menores. Mas isto NÃO está correto. Os salários que os monopólios pagam não são necessariamente diferentes dos níveis competitivos, embora os níveis de emprego o sejam. Uma empresa que é monopolista no mercado de produtos (portanto, determinadora de preços) ainda pode ser uma parte muita pequena no mercado de trabalho e, neste caso,constituir uma tomadora de preços no mercado de trabalho. Em outras palavras, a firma é monopolista no mercado de produtos, mas faz parte de um mercado competitivo em se tratando do mercado de trabalho. Imagine, como exemplo, uma empresa de geração de energia elétrica e o mercado de secretários(as). No mercado de produtos, esta firma é monopolista, porém no mercado de trabalho ela é apenas mais uma dentro da competição, portanto, ela deve pagar o salário corrente (W) que o mercado paga, caso queira contratar secretários(as). Isto se deve ao fato de ele competir com inúmeras outras empresas no mercado de trabalho para contratar estes secretários(as). Dito tudo isto, chegamos a algumas importantes conclusões sobre o modelo de demanda por trabalho em um monopólio no mercado de produtos: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br A demanda por mão-de-obra é dada pelo Produto da Receita marginal da mão-de-obra: PRmgL; O PRmgL = Rmg.PmgL; A Rmg é sempre menor que o preço P; CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO O PRmgL é sempre menor que VPmgL, fazendo com que a curva da demanda de mão-de-obra no monopólio esteja à esquerda da curva de demanda em mercados competitivos (fig. 03); Os níveis de produção e emprego no monopólio são menores que em mercados competitivos e Não há qualquer conclusão que se possa fazer a respeito de diferenças entre os salários no monopólio e na concorrência perfeita. Quando apenas uma empresa é a compradora de mão-de-obra em um mercado de trabalho, tal empresa é denominada monopsonista. É o que acontece, por exemplo, em pequenas cidades onde há uma grande indústria instalada. Esta indústria, provavelmente, será monopsonista do mercado de operários. Também em pequenas cidades, caso semelhante ocorre quando o único hospital existente é monopsonista do mercado de enfermeiras. Quando estamos em mercados competitivos, a firma é tomadora de salários e enfrenta uma curva de oferta de mão-de-obra horizontal, a um único nível salarial, W, dado pelo mercado, veja abaixo: OFERTA DE MERCADO DE MÃO-DE-OBRA E OFERTA INDIVIDUAL (FIRMA ISOLADA) EM MERCADOS COMPETITIVOS Figura 4 Salário a) MERCADO TOTAL b) FIRMA INDIVIDUAL Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 MONOPSÔNIO NO MERCADO DE TRABALHO CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Entretanto, quando temos um monopsônio, a curva de oferta de mão-de-obra do mercado é a própria curva de oferta para a firma monopsonista. Isto porque a firma monopsonista é o próprio mercado, já que toda a oferta de mão-de-obra é ofertada para esta única firma. Veja a figura abaixo: OFERTA DE MERCADO DE MÃO-DE-OBRA E OFERTA INDIVIDUAL (FIRMA ISOLADA) NO MONOPSÔNIO Figura 5 a) MERCADO TOTAL b) FIRMA INDIVIDUAL Nós vimos que a firma, seja em mercados competitivos ou não, maximiza os lucros quando RmgL = CmgL. Vimos também que o CmgL (custo decorrente da contratação de um trabalhador adicional) é o próprio salário W. Entretanto, no monopsônio, esta última afirmação (CmgL=W) NÃO é verdade. O fato de uma empresa monopsonista enfrentar uma curva de oferta ascendente (igual à curva do mercado) faz com que o custo marginal da contratação da mão-de-obra (RmgL) supere o salário (W). Acompanhe o raciocínio: quando a firma decide aumentar a quantidade de trabalhadores (LEi para LE2), para que haja oferta de mão-de-obra disponível e ela ainda continue na curva de oferta, ela deve aumentar os salários (WEi para WE2); caso contrário, mantendo o mesmo nível de salários anterior (WE1), não haverá oferta disponível (ponto F, fora da curva de oferta). Assim, cada trabalhador adicional deve receber um salário que é maior que aquele que era pago a níveis de emprego imediatamente mais baixos. Em outras palavras, para contratar mais Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO mão-de-obra, o monopsonista deve pagar salários maiores. E não pára por aí, veja o exemplo: Exemplo: suponha que uma firma competitiva inicialmente com 9 funcionários deseje contratar o décimo funcionário. O custo deste trabalhador adicional é o salário W; mas, isto, para uma firma competitiva. De forma diferente, quando uma firma monopsonista contrata 10 em vez de 9, ela deve pagar um salário mais alto a todos os trabalhadores além de pagar a conta pelo funcionário adicional. Por exemplo, suponha que uma monopsonista pudesse conseguir 9 trabalhadores se pagasse $7 por hora mas que, se quisesse contratar 10 trabalhadores, tivesse de pagar um salário de $7,50. O custo de mão-de- obra associado aos 9 funcionários seria de $63 por hora (9 x $7), mas o custo do trabalho associado com 10 trabalhadores seria de $75 por hora (10 x $7,50). A contratação do funcionário adicional custaria $12 por hora - muito mais que a taxa salarial de $7,50. (exemplo retirado da obra "Moderna Economia do Trabalho") O fato de o CmgL estar acima da taxa salarial (W) afeta o mercado de trabalho no monopsônio. Sabemos que para maximizar os lucros, toda empresa, esteja em mercados competitivos ou não, deve contratar mão- de-obra até o ponto em que o PRmgL iguala o CmgL: Como para um monopsonista, CmgL > W e PRmgL = CmgL, ele irá parar de contratar funcionários quando o PRmgL também for maior que W. Esquematizando o raciocínio, conforme vemos na figura 6, ficamos assim: dadas as curvas de demanda e oferta em mercados competitivos a um salário de equilíbrio We e a um emprego de equilíbrio Ec; no monopsônio, a curva do CmgL ficará à esquerda da curva de oferta (indicando salários maiores para a mesma quantidade de trabalhadores, isto porque CmgL > W). O equilíbrio do monopsonista ocorre quando a curva do CmgL encontra a curva de demanda (que é dada pelo PRmgL). Ou seja, quando CmgL = PRmgL. O CmgL é MAIOR que W no monopsônio. PRmgL = CmgL Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO MERCADO DE TRABALHO NO MONOPSÔNO a) EQUILÍBRIO NO MERCADO b) EQUILÍBRIO NO COMPETITIVO MONOPSÔNIO Veja que, no ponto X, a curva do CmgL encontra a curva de demanda, que é dada pelo PRmgL. Ou seja, no ponto X, CmgL = PRmgL, condição que maximiza os lucros do monopsonista. Neste ponto, o monopsonista demanda/contrata Le1 trabalhadores. Note que, se estivéssemos em mercados competitivos, a firma contrataria LE2 trabalhadores. Daí, concluímos que no monopsônio os níveis de emprego são menores que em mercados competitivos. E quanto aos salários? O fato de o monopsonista maximizar os lucros no ponto X pode fazer alguns pensarem que os salários pagos aos trabalhadores serão maiores. Mas isto é completamente falso! Veja que ao nível de emprego LE1, emprego que maximiza os lucros, a firma consegue uma oferta de trabalhadores necessários pagando somente WM (ponto Y da curva de oferta de trabalho). É este salário WM que será pago aos trabalhadores no nível de emprego LE1. Assim, concluímos também que no monopsônio os salários são menores que aqueles pagos em mercados competitivos. Podemos resumir o seguinte sobre a demanda por trabalho no monopsônio sob a ótica do mercado de trabalho: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br A demanda por mão-de-obra continua sendo dada pelo PRmgL;CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO A condição de maximização de lucros, ou equilíbrio da firma, permanece a mesma: PRmgL = CmgL; O monopsonista enfrenta uma curva de oferta de trabalho ascendente, indicando que a firma deve aumentar salários caso queira contratar mais mão-de-obra; O CmgL não é igual ao salário W, ele será sempre maior que W; No monopsônio os níveis de emprego e salário são menores que em mercados competitivos. DEMANDA POR TRABALHO NO LONGO PRAZO Até o presente momento em nosso estudo da demanda por trabalho, trabalhamos com a hipótese do curto prazo (apenas o insumo mão-de-obra varia). A partir de agora, levaremos em conta também a variação do insumo capital. Assim, estudaremos a demanda por trabalho no longo prazo (dois insumos variam - maiores detalhes, aula 01, página 06). Conforme sabemos através dos conceitos apresentados na aula 01 (páginas 2 e 3), a produção da firma (Q) é função dos fatores de produção capital (K) e mão-de-obra (L). Neste tópico, analisaremos alguns importantes aspectos levando em conta mudanças nestes dois fatores de produção e, para isto, mais uma vez (e para tristeza de muitos!), teremos de recorrer a alguns conceitos da Microeconomia e à análise gráfica. Isoquantas Na figura 7, temos um diagrama que contém os dois fatores de produção que determinam a produção: capital e mão-de-obra. No eixo das abscissas (eixo horizontal) temos a quantidade de mão-de-obra expressa em horas de trabalho. No eixo das ordenadas, temos a quantidade de capital expressa em unidades físicas (número de máquinas). Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Considere a curva convexa Qi = 100. Ao longo desta curva, cada combinação de mão-de-obra (L) e capital (K) produz 100 unidades de produção. Em outras palavras, as combinações de capital e mão-de-obra nos pontos A (LA, KA), ponto B (LB, KB) e ponto C (LC, KC) geram as mesmas 100 unidades de produção. Como todos os pontos ao longo da curva Q1 = 100 geram a mesma produção, essa curva é chamada de isoquanta (iso=igual; quanta = quantidade). Além da isoquanta Q1 = 100, são mostradas na figura as isoquantas Q2=150 e Q3=200. Por estarem mais altas que a isoquanta Q1, estas isoquantas representam níveis mais altos de produção. Logo, isoquantas mais altas indicam níveis maiores de produção. Isto pode ser comprovado quando mantemos, por exemplo, a mão-de-obra constante em LC. Ao mesmo nível de mão-de-obra (LC), isoquantas mais altas estão relacionadas a maiores quantidades de capital, indicando assim maior produção à mesma quantidade de mão-de-obra. Vejamos agora o que determina a inclinação e a convexidade destas isoquantas. Observe a figura 8: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO No ponto A da isoquanta, onde a curva é bastante acentuada ou vertical, um declínio dado no capital pode ser acompanhado por um modesto aumento na mão-de-obra. No ponto E, a curva da isoquanta é relativamente plana. Essa inclinação mais plana significa que um mesmo declínio no capital requer um aumento bem maior na mão-de-obra para que a produção fique constante. O declínio no capital permitido por um aumento dado na mão-de-obra a fim de que a produção mantenha-se constante é chamado de taxa marginal de substituição técnica Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br Observe que quando nos movemos do ponto A para o ponto B, a foi compensada por um aumento na para que nos mantivéssemos no mesmo nível de produção (mesma isoquanta). Quando nos movemos do ponto B para o C, ocorre a mesma coisa, só que, desta vez, precisamos de mais mão- para compensar uma perda até menor de capital Do ponto C para o D, ocorre o mesmo fenômeno. Do ponto D para o ponto E, precisamos de um grande aumento de mão-de-obra para compensar uma pequena perda de capital, de forma que número bem pequeno (veja que do ponto CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO (TMgST) entre capital e mão-de-obra. Algebricamente, a TMgST pode ser definida como: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 Veja que a TMgST será sempre negativa. Isto porque o numerador é sempre negativo quando caminhamos da esquerda para a direita na curva. Se caminharmos da dire ita para a esquerda, o AL será sempre negativo. Assim, a TMgST é negativa. Perceba também que a TMgST é decrescente. Do ponto A ao B, temos uma TMgST certamente maior que 1 Isto acontece porque, quando o capital é intensivamente empregado (ponto A), os poucos trabalhadores remanescentes efetuam trabalhos mais difíceis e importantes. Neste ponto é necessário muito capital para substituir um trabalhador. Quando a mão-de-obra é intensiva, e o capital não é muito prevalecente (ponto E), qualquer capital adicional substituirá muita mão-de-obra. Outro ponto não menos importante é notarmos que a TMgST (AK/AL) é o termo que define a inclinação da isoquanta (veja o apontamento na figura 8). Assim, como TMgST é decrescente, a inclinação também será. Veja que, no ponto A, a inclinação da isoquanta é bastante alta (mais vertical), já no ponto E, a inclinação é bastante baixa (mais horizontal). Assim, por conseguinte, em A, a TMgST é alta, e, em B, a TMgST é baixa. Linhas de isocustos A linha de isocustos é uma reta sobre a qual os custos da firma são constantes para diversas combinações de capital e mão-de-obra. Suponha uma firma que pague aos seus funcionários $10 por hora e tenha unidades de capital no valor de $20. O custo do trabalhador é, portanto, W=10 e o custo do capital é C=20. Veja as linhas de isocustos abaixo, supondo custos de $1000, $1500 e $2000: entretanto, temos um TMgST certamente menor que 1 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO A linha AA' representa custos totais de $1000. Isto significa que qualquer combinação de capital e mão-de-obra que esteja sob esta linha representará custos totais de $1000 para a firma. No ponto A', a firma poderia contratar 100 horas de mão-de-obra ($1000/10) e incorrer em custos totais de $1000 se não utilizasse capital. No ponto A, a firma pode utilizar 50 unidades de capital ($1000/20) a custo total de $1000 se não utilizar mão-de-obra. Nos pontos X e Y temos outras combinações de mão-de-obra e capital que geram os mesmos $1000 de custos totais. Da mesma forma, a linha BB' representa todas as combinações de capital e mão-de-obra que geram custos totais de $1500. A linha CC', todas as combinações de capital e mão-de-obra que geram custos totais de $2000. Veja que quanto mais alta a linha de isocustos, mais altos serão os custos totais da firma. Bem, acredito que já tenha ficado claro o conceito de linhas de isocustos, certo?! Agora vamos nos ater à sua inclinação. Como ela é Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO determinada? Todas as linhas de isocustos possuem uma equação que as representa. Esta equação possui o seguinte formato: CT = W.L + C.K CT é o custo total. L é quantidade de trabalhadores. W é o salário por hora. C é o custoda unidade de capital. K é a quantidade de capital. Vejamos quais as equações das linhas de isocustos AA', BB', CC': Veja que a única diferença entre as equações são os termos 50, 75 e 100. Estes termos são chamados de interceptos da linha de isocustos. São nestes pontos que a linha de isocustos intercepta o gráfico no eixo Y (eixo onde está o capi tal), daí o nome "intercepto". Veja que as linhas AA', BB' e CC' interceptam o eixo do capital em 50, 75 e 100, respectivamente. Observe que, em todas as equações das linhas de isocustos, o termo que multiplica a variável L (variável do eixo X) é 1/2 ou 0,5. Este termo, /, significa a inclinação da linha de isocustos. Observe que todas as linhas de isocustos do nosso gráfico possuem a mesma inclinação. Desta forma, o termo que multiplica o L nas equações deve ser igual para todas elas. Assim, vem o mais importante: é este termo que determina a inclinação da linha de isocustos e ele é igual à divisão do custo da mão- de-obra (W) pelo custo do capital (C). Daí, podemos concluir que a inclinação da linha de isocustos é dada por W/C (é a razão entre os preços da mão-de-obra e capital). Como em nosso exemplo o preço da mão-de-obra é $10 e o preço do capital é $20, a inclinação será $10/$20 = /. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Ótimo da firma Supondo um nível de produção Qi da firma, ela maximizará seus lucros quando, a este nível de produção, minimizar os custos totais. Assim, a condição de maximização de lucros, a este nível de produção que está sendo suposto, acontecerá quando a isoquanta que contém este nível de produção Qi tocar a linha de isocustos mais baixa possível. Veja a figura 10: Linhas de isocustos (W=10por hora; preço do capital (C)=20) e isoquanta Q, Ao nível de produção Q1; a firma maximizará os lucros no ponto X, que é o ponto em que a isoquanta Q1 raspa, toca ou tangencia a linha de isocustos BB'. Veja que nos pontos Y e Z, ao mesmo nível de produção (mesma isoquanta), os custos totais são de $2000. Por outro lado, mantendo o nível de produção, não é possível produzir Q1 a custos totais de $1000, pois a isoquanta Q1 não toca a linha de isocustos de $1000, sendo impossível produzir Q1 a custos de $1000. Bem, já entendemos que o ponto X é o ponto onde a firma produz Q1 ao menor custo possível! Agora precisamos determinar esta condição de forma algébrica, matemática, pois é assim que é cobrada em provas. Prof. Heber Carvalho WWW.p0nt0d0SC0nCUrS0S.C0m.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO No ponto X, a inclinação da isoquanta é igual à inclinação da linha de isocustos. Assim, basta igualarmos os termos que determinam a inclinação de ambas. Esta igualdade nos dará o ótimo da firma supondo o nível de produção Qi e os preços da mão-de-obra e capital $10 e $20, respectivamente: Mas veja que podemos manipular o AK/AL, de forma que, ainda Ao invés de multiplicarmos, invertemos a fração e a operação (multiplicação por divisão). Concluímos então que TMgST (AK/AL) é a razão entre as produtividades marginais da mão-de-obra e do capital. Isto porque AQ/AL é o produto marginal da mão-de-obra (PmgL) e AQ/AK é o produto marginal do capital (PmgK). Para relembrar, veja os conceitos na página 03 desta aula. Podemos reescrever assim a condição de minimização de custos, dada uma produção Q1 e os preços do capital e mão-de-obra C e W: Custo marginal da mão-de-obra: CmgL Custo marginal do capital: CmgK W é o custo marginal da mão-de-obra (acréscimo no custo total decorrente da aquisição de mais uma unidade de mão-de-obra), enquanto C é o custo marginal do capital (acréscimo no custo total decorrente da aquisição de mais uma unidade de capital). Assim, temos que, dada uma Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br assim, manteremos a igualdade: CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO produção Q1 e os preços da mão-de-obra (W) e do capital (C), a firma minimizará o custo de produção quando ela utilizar capital e mão- de-obra até o ponto em que seus custos marginais relativos sejam apenas iguais às suas produtividades marginais. Fique atento, pois há muitas maneiras de dizermos o que significa a expressão acima. Em suma, há várias maneiras de dizer a mesma coisa, e devemos estar preparados para todas elas. Por exemplo, podemos dizer também que a empresa deve empregar mão-de-obra e capital até o ponto em que o custo marginal de produzir a última unidade de produção seja o mesmo para todos os insumos, qualquer que seja o capital ou a mão-de- obra empregada na geração desta última unidade. Isto representaria a equação abaixo: Considere agora o que acontece quando os salários aumentam e os custos do capital ficam estáveis. O aumento em W distorce a igualdade e o lado esquerdo da equação fica maior que o lado direito. Há duas formas de equilibrar novamente a equação: uma é através do aumento de PmgL, outra é através da diminuição de PmgK. Assim, caso haja um aumento no salário dos trabalhadores W, as firmas no intuito de manter seus lucros devem: ou aumentar o PmgL, ou diminuir o PmgK. Já que a produtividade marginal de um fator declina quando seu uso aumenta (lei dos rendimentos marginais decrescentes), a firma irá: ou reduzir a quantidade de mão-de-obra a fim de aumentar o PmgL, ou aumentar o estoque de capital a fim de diminuir o PmgK. Observe que a fórmula está de acordo com o que já sabemos intuitivamente. O aumento de salários tende a diminuir o número de Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO trabalhadores contratados e/ou estimular a substituição de trabalhadores por capital (máquinas). Imagine o que aconteceria caso o preço do capital (C) aumentasse. O aumento em C distorceria a igualdade da equação e o lado direito ficaria maior que o esquerdo. Para restabelecer o equilíbrio, a firma deve, ou aumentar o PmgK, ou diminuir o PmgL. Isto pode ser feito, ou reduzindo o estoque de capital, ou aumentando o número de trabalhadores, respectivamente. Importante: não confunda a teoria que estamos apresentando no longo prazo (dois insumos variáveis) com a teoria que apresentamos no curto prazo (apenas um insumo variável: a mão- de-obra). No curto prazo, a condição de maximização dos lucros é RmgL = CmgL. No longo prazo, esta equação que vimos acima (PmgL/PmgK = W/C) expressa a condição de minimização de custos para uma produção que é dada e para preços do capital e mão-de- obra também já pré-determinados. Ou seja, dada uma produção (a produção é um dado já conhecido, suposto, pré-determinado), dados também os preços do capital e mão-de-obra, a equação que aprendemos no longo prazo nos permite descobrir as quantidades de mão-de-obra e capital ideais, minimizadoras de custos. Apenas para lembrar, ressalto que no curto prazo o capital é constante, de modo que nos interessa somente a quantidade de mão-de-obra que maximiza os lucros. No longo prazo, temos que trabalhar com os dois fatores de produção (capital e mão-de-obra). Dada uma função de produção do tipo Q=A.Ka.Lb (tipo Cobb- Douglas), existe uma fórmula que determina as quantidades ótimas (a cesta ótima) de capital e mão-de-obra que minimizam os custos para um suposto nívelde produção. Segue abaixo: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 (melhor quantidade de capital - CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Expoente da variável L Preço da mão-de-obra Soma dos expoentes das variáveis K e L Veja um exemplo de aplicação desta fórmula na questão comentada 03. (as fórmulas acima não foram demonstradas matematicamente por eu julgar que tal demonstração não seria útil para a finalidade de nosso curso) MAIS DO QUE DOIS INSUMOS NA PRODUÇÃO Até agora, sempre presumimos que as empresas utilizam dois insumos na produção: capital e mão-de-obra. No entanto, a mão-de-obra pode ser subdividida em várias classes: trabalhadores qualificados e não qualificados, idosos e jovens, mulheres e homens, etc. Da mesma forma, o capital também pode ser subdividido em várias classes: máquinas, ferramentas, energia, instalações, espaço, terra, etc. Conforme vimos no item precedente, se uma empresa está procurando minimizar os custos, a longo prazo, ela deve empregar todos os insumos até o ponto em que o custo marginal de produzir uma unidade de produção seja o mesmo, para qualquer insumo que tenhamos, pois: (W/PmgL)/(C/PmgK). Esta equação nos leva à conclusão de que, no longo prazo, a demanda por qualquer categoria de mão-de-obra será uma função não somente de sua própria taxa salarial, mas também das taxas salariais de todas as outras categorias de mão-de-obra ou dos preços de outros insumos quaisquer. Na equação acima, por acaso, a demanda de mão-de- obra é função não somente de W (salários), mas também de C (custo do capital). Prof. Heber Carvalho WWW.p0nt0d0SC0nCUrS0S.C0m.br (melhor qtde de mão-de-obra CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Suponha uma indústria de roupas que possui duas categorias de trabalhadores: os trabalhadores qualificados (operam as máquinas, fazem projetos, etc) e os trabalhadores não qualificados (não sabem operar as máquinas e realizam trabalhos braçais). Suponha a curva de demanda dos trabalhadores qualificados. O que acontecerá se houver aumento de salários dos trabalhadores não qualificados? Haverá dois efeitos em rumos opostos. O aumento de salários dos trabalhadores não qualificados tende a ser repassado aos produtos na forma de preços mais elevados. Estes preços mais elevados tendem a diminuir a demanda dos produtos (lei da demanda). A redução da demanda de produtos irá reduzir a produção, o que reduz a demanda por todos trabalhadores, inclusive os qualificados, que nem tiveram os seus salários aumentados. É o efeito escala que, neste caso, deslocará a curva de demanda dos trabalhadores qualificados para a esquerda, ou seja, diminuirá a demanda de trabalhadores qualificados. Ao mesmo tempo, o aumento de salários dos trabalhadores não qualificados fará a firma substituir trabalhadores não qualificados por trabalhadores qualificados, agora mais baratos em relação aos não qualificados. É o efeito substituição que, neste caso, deslocará a curva de demanda dos trabalhadores qualificados para a direita, ou seja, aumentará a demanda de trabalhadores qualificados. Veja que os dois efeitos agem em sentidos opostos. Assim, se o efeito substituição domina, e o aumento dos salários dos trabalhadores não qualificados e a consequente redução da demanda destes últimos aumentam a demanda por trabalhadores qualificados, dizemos que estes dois insumos (trabalhadores qualificados e não qualificados) são substitutos brutos. Por outro lado, se o efeito escala domina, e o aumento dos salários dos trabalhadores não qualificados diminui a demanda por trabalhadores Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO qualificados, dizemos que estes dois insumos são complementos brutos. Assim, temos o seguinte: se a diminuição da demanda de um insumo provoca o aumento da demanda de outro insumo, estes insumos são substitutos brutos e o efeito substituição domina. Se a diminuição da demanda de um insumo provoca a diminuição da demanda de outro insumo, estes insumos são complementos brutos e o efeito escala domina. Há ainda um caso bastante específico que ocorre quando os dois insumos devem utilizados necessariamente juntos, um só funciona quando o outro está junto. É o caso, por exemplo, do insumo trator (capital) e do insumo motorista do trator (mão-de-obra). Neste caso, o uso reduzido de um insumo implica obrigatoriamente o uso reduzido do outro insumo. Logo, não há que se falar de efeito substituição, apenas de efeito escala. Quando esta situação específica ocorre, dizemos que estes insumos são complementos na produção. Esta nomenclatura, como se vê, é por razões auto-explicativas. ALTERANDO A CURVA DE DEMANDA POR TRABALHO Na aula 00, página 28, estatuímos que a demanda por trabalho dependia de cinco fatores, entre os quais estava o nosso PmgL. Relembremos estes fatores: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 Preço da mão-de-obra (salários): deslocamentos ao longo da curva Preço do capital: deslocamentos da curva Demanda de produtos: deslocamentos da curva Produto marginal da mão-de-obra: deslocamentos da curva Tecnologia de produção: deslocamentos da curva Assim, quando a produtividade marginal do trabalho aumenta, deslocamos a curva de demanda para a direita. A recíproca também é verdadeira: reduções do PmgL provocam deslocamentos da curva de demanda para a esquerda. CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Exemplo: Suponha que, através de cursos profissionalizantes e treinamentos, a produtividade marginal dos metalúrgicos tenha aumentado. Qual será o efeito deste aumento do PmgL sobre o mercado de metalúrgicos? O aumento do PmgL desloca a Figura 11 curva de demanda para a direita, indicando maior demanda Como a demanda por trabalho em função dos salários nominais é dada pelo Valor do Produto marginal da mão-de-obra (VPmgL), que é igual a P.PmgL, o aumento de PmgL aumenta a demanda provocando o deslocamento de toda a curva para a direita. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br Se PmgL aumenta, VPmgL também aumenta, e demanda também aumenta, provocando deslocamento de toda a curva de demanda para a direita. Demanda = VPmgL = P.PmgL Aquele mais curioso já deve estar fazendo alguma conclusão acerca dos preços, já que o VPmgL é PxPmgL. Como a demanda por trabalho = VPmgL = PxPmgL, podemos ser induzidos ao erro de pensar que, se aumentarmos os preços, também deslocaremos a curva de demanda para a direita. Não podemos afirmar isto, pois apesar do aumento de preços aumentar o VPmgL, este mesmo aumento de preços diminui a demanda de produtos, o que desloca a curva de demanda para a esquerda. Assim, não temos meios de descobrir qual será o efeito resultante. CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Bem pessoal, por hoje é só! Estavam previstos ainda para esta aula os custos não salariais e as elasticidades da demanda. Como a oferta de trabalho, que está prevista para ser ministrada nas próximas duas aulas, é um assunto menor que a demanda por trabalho, optei por transferir os custos não salariais e elasticidades para a próxima aula, ok?! Para você que odeia a matemática, gráficos,economia (rs!), saiba que o ápice de exigência nesta parte foi atingido nestas duas aulas de demanda por trabalho. Assim, acredito que a pior parte do curso já passou. Muito do que veremos na oferta de trabalho usará a mesma base de conhecimentos aprendidos, de forma que o aprendizado será mais fácil (ou menos difícil). Segue ao final da aula uma bateria de exercícios para fixar os temas da demanda por trabalho. Abraços, até a próxima! Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO EXERCÍCIOS COMENTADOS 01 - (AFT/ESAF - 2003) - Uma determinada empresa é monopolista para uma nova patente de produtos farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos for P = 25 - 2Q, e a função de produção a curto prazo for Q=4L (Q representa a quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-obra), a demanda de trabalho dessa empresa poderá ser expressa pela seguinte equação (W representa o salário nominal): a) W = 100 - 4L b) W = 100 - 64L c) W = 25 - 4L d) W = 25 - 8L e) W = 100 - 8L COMENTÁRIOS: Foram dados pela questão: P=25 - 2Q (expressão da demanda em função do preço) Q=4L (função de produção) Empresa é monopolista e estamos no curto prazo (capital fixo) A condição de maximização de lucros da firma monopolista no curto prazo é dada por: RmgL = CmgL Sendo que: 1) Rmg = dRT/dQ (derivada da receita total em relação a Q) A receita total é igual aos preços x quantidades. Assim: RT = P.Q = (25 - 2Q).Q = 25Q - 2Q2 Rmg = dRT/dQ = 1.25Q1-1 - 2.2.Q2-1 = 25 - 4Q Rmg = 25 - 4Q 2) PmgL = dQ/dL (derivada da produção em relação a L) Q=4L PmgL = dQ/dL = 1.4.L1-1 = 4 PmgL = 4 Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO 3) Veja que todas as alternativas apresentam a demanda de trabalho em função do salário nominal W. Assim devemos fazer também. Basta substituir os dados encontrados em 1) e 2) na expressão de maximização dos lucros do monopolista: Rmg.PmgL = W (25 - 4Q).4 = W ^ W = 100 - 16Q (2) Todas as respostas estão com as variáveis W e L, como sabemos que Q=4L, basta substituirmos na equação (2): W = 100 - 16.4L W = 100 - 64L GABARITO: B 02 - (AFT/ESAF - 2003) - A curva de oferta de trabalho que enfrenta um monopsonista tem inclinação positiva porque: a) os monopsonistas somente contratam mão-de-obra especializada. b) outras indústrias competem por esses trabalhadores e empurram para cima o salário. c) ele deverá aumentar o salário caso queira atrair mais mão-de-obra. d) políticas trabalhistas restringem a oferta de mão-de-obra para um monopsonista. e) ele tem poder monopólico no mercado de bens finais. COMENTÁRIOS: A curva de oferta de trabalho que enfrenta um monopsonista é igual à curva de oferta de trabalho do mercado como um todo, isto porque o monopsonista representa o mercado, afinal ele é o único empregador de mão-de-obra. Assim, devido à inclinação positiva da curva de oferta de trabalho, ele deve aumentar salários para contratar mais mão-de-obra. Maiores detalhes, páginas 16 e 17. GABARITO: C 03 - (AFC-STN/ESAF-2005-adaptada) Considere o seguinte problema de otimização condicionada em Teoria da Firma: Dada a produção Q = K.L Sujeita ao custo: 2.K + 4.L = 10 Onde Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Q = função de produção; K = quantidade de capital empregada; L = quantidade de mão-de-obra empregada. Com base nessas informações, as quantidades de K e L que maximizam os lucros dada a produção e a equação de custos acima são, respectivamente: a) 8 e 0,5 b) 1 e 2 c) 2 e 1 d) 1,25 e 2,0 e) 2,5 e 1,25 COMENTÁRIOS: Aqui, devemos utilizar as fórmulas apresentadas nas páginas 28 e 29. "a" é o expoente do capital (K) na função de produção. "b" é o expoente de (L) na função de produção. Observe que ambos os expoentes da nossa função de produção são 1, isto porque C é o custo do capital. W é o custo da mão-de-obra. A equação do custo é 2K + 4L = 10 Através desta equação podemos concluir que 2 é o preço do capital (C), 4 é o preço da mão-de-obra (W) e 10 é o custo total (CT). Para maiores detalhes veja o formato da equação do custo total, página 24. Agora que sabemos os valores de a, b, CT, C e W, basta substituirmos em (1) e (2): Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 Melhor K: = (1/(1 + 1)).(10/2) = 1/2.5 = 5/2 = 2,5 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO 04 - (AFC-STN/ESAF-2005-adaptada)- Seja a função de produção dada pela seguinte expressão: Q = A.La. K1-a Onde, Q = produção; A e a constantes positivas; K = capital; L = trabalho. Considerando esta função de produção, os produtos marginal e médio da mão-de-obra serão, respectivamente: a) a.(Q/L) e A.(L/K)-(1-a) b) a.K.L e A. (L/K)-1 c) a.(Q/L) e A.(L/K)-a d) a.Q e A e) a.(Q/L) e A.(L/K) COMENTÁRIOS: Nesta questão, foi exigido do candidato que ele soubesse fazer algumas simplificações matemáticas, principalmente em operações de potenciação. Antes da resolução, uma breve revisão de algumas regras de álgebra: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br = (1/(1 + 1)).(10/4) = 1/2 . 5/2 = 5/4 = 1,25 Vamos à resolução: GABARITO: E CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO GABARITO: A 05 - (AFTM-Recife/ESAF - 2003) - Considere o gráfico a seguir: onde: PT = produto total e N = quantidade de mão-de-obra utilizada. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) a produtividade marginal da mão-de-obra é maior do que a produtividade média da mão-de-obra para N > N*. b) quando N = N*, a produtividade média da mão-de-obra é máxima. c) quando PT é máximo, a produtividade marginal da mão-de-obra é igual a zero. d) quando N > N*, a produtividade média da mão-de-obra é negativa. e) quando PT é máximo, a produtividade marginal da mão-de-obra é igual à produtividade média da mão-de-obra. COMENTÁRIOS: A questão cobra conhecimentos acerca das relações entre produção total, produto marginal da mão-de-obra e produto médio da mão-de-obra. Tais relações estão apresentadas na aula 01, páginas 12 e 13. Antes de irmos à análise por alternativas é importante notar que em N* a produção total é máxima, ou seja, o PmgL=0. Veja os erros das alternativas: a) para N > N*, o produto marginal da mão-de-obra é negativo, de forma que é impossível que seja menor que a produtividade média. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO b) quando N = N*, a produção total é máxima. c) Correta. d) Quando N>N*, o produto marginal da mão-de-obra é negativo. A inclinação da curva de produção é dada pela sua derivada, que no caso é o PmgL (aula 01, página 19). De 0 até N*, o PmgL é positivo (inclinação ascendente da curva de produção). Quando N > N*, o PmgL é negativo (inclinação descendente da curva de produção). e) quando PT é máximo, PmgL = 0. Neste ponto (PmgL=0), este é bem menor que a produtividade média da mão-de-obra (PT/L). GABARITO: C 6 - (ECONOMISTA- PETROBRÁS) - Se em um mercado concorrencial o produto marginal do trabalho for igual a (800 - 2N), onde N é igual ao número de trabalhadores. O preço dos bens R$ 2,00 e o custo de mão-de-obra for R$ 4,00 por unidade vendida, a quantidade de mão-de-obra empregada seria: a) 20 b) 399 c) 800 d) 80 e) nda COMENTÁRIOS: Questão de mera aplicação da expressão que define a demanda por mão- de-obra em mercados competitivos. Foram dados: PmgL = 800 - 2N P = 2 W = 4 Basta substituir os dados na expressão da demanda em mercados competitivos: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO GABARITO: B 7 - (ESAF) - Se, em um mercado concorrencial, Pmg = 400 - 0,5N, onde N é o número de trabalhadores e a relação entre o preço do trabalho e do produto for 2, qual a quantidade utilizada de trabalhadores? a) 398 b) 796 c) 799 d) 221 e) nda COMENTÁRIOS: Mais uma vez devemos fazer uso da expressão que define a demanda por mão-de-obra em mercados competitivos. Foram dados: PmgL = 400 - 0,5N W/P = 2 Basta substituir os dados na expressão da demanda em mercados competitivos: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br N = 796 GABARITO: B 8 - (ESAF) - É uma decorrência do aumento da produtividade marginal do trabalho: a) Aumento do salário real, queda na demanda por trabalho e quedas no emprego e na produção global. b) Diminuição da demanda por trabalho, queda no salário real e aumentos do emprego e da produção global. c) Aumento da demanda por trabalho, aumento do salário monetário e aumentos do emprego e da produção global. d) Aumento da demanda por trabalho, queda do salário monetário e aumentos do emprego e da produção global. CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO e) Diminuição da demanda por trabalho, aumento do salário monetário, aumento do nível de preços e aumento do emprego e da produção global. COMENTÁRIOS: Conforme vimos no final da aula (página 31), o PmgL é um dos fatores que altera a curva de demanda. A questão pede as consequências de um aumento do PmgL. A demanda por trabalho é dada pelo VPmgL = P.PmgL Assim, o aumento de PmgL irá provocar o aumento da demanda por trabalho, de forma que toda a curva de demanda será deslocada para a direita. Após deslocarmos a curva de demanda para a direita, o novo equilíbrio acontecerá a salários maiores e nível de emprego maior (veja na figura 11). GABARITO: C 9 - Assinale a alternativa incorreta: a) as firmas competitivas enfrentam uma curva individual de oferta de mão-de-obra horizontal. b) as firmas competitivas enfrentam uma curva de demanda individual de bens decrescente. c) um monopsonista enfrenta uma curva de oferta de mão-de-obra positivamente inclinada, independentemente se estamos falando da curva do mercado ou da firma individual. d) o monopolista, caso queira vender mais produtos, deve reduzir os preços já que enfrenta uma curva de demanda individual de produtos descendente. e) para o monopolista, a receita marginal é sempre menor que o preço. COMENTÁRIOS: Aqui segue uma questão teórica, conceitual. Dentre as alternativas, aquela que possui erro é a letra b. As firmas competitivas enfrentam uma curva de demanda individual horizontal. Isto ocorre porque em mercados competitivos, as firmas são tomadoras de preços e salários. Desta forma, as curvas individuais de demanda de bens e oferta de mão-de-obra serão horizontais. (veja as figuras 1 e 4) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO GABARITO: B 10 - Analise as afirmações que seguem, com relação aos modelos competitivos e não competitivos e, a seguir, marque a alternativa correta: I. Os níveis de emprego no monopólio e no monopsônio, considerando, respectivamente, os mercados de produtos e de trabalho, são menores que aqueles encontrados em mercados competitivos. II. Os salários pagos pelos monopolistas no mercado de produtos são menores que aqueles pagos na concorrência perfeita. III. Caso queira aumentar a produção, o monopolista no mercado de produtos tem a liberdade de aumentar os preços, já que ele é o único produtor/vendedor do bem. a) I e II estão corretas e III está incorreta. b) I, II e III estão corretas. c) I está correta; II e III estão incorretas. d) I e III estão incorretas; II está correta. e) I, II e III estão incorretas. COMENTÁRIOS: I. Correta. II. Incorreta. Nada se pode afirmar sobre os salários pagos pelos monopolistas no mercado de produtos, pois eles podem enfrentar uma concorrência perfeita no mercado de trabalho e, assim, serem tomadores de salários. (maiores detalhes, páginas 13 e 14) III. Incorreta. Para aumentar a produção, o monopolista deve reduzir os preços, pois ele enfrenta uma curva individual de demanda de produtos decrescente. (maiores detalhes, páginas 11 e 12) GABARITO: C 11 - Analise as afirmações que seguem, com relação aos modelos competitivos e não competitivos e, a seguir, marque a alternativa correta: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO I. O monopsonista no mercado de trabalho, caso queira contratar mais mão-de-obra, deverá, obrigatoriamente aumentar salários, de forma que o custo marginal do insumo mão-de-obra será sempre maior que o salário corrente. II. Em monopólios, o Produto da Receita marginal da mão-de-obra é sempre menor que o Valor do Produto marginal da mão-de-obra, encontrado em mercados competitivos. III. No monopólio no mercado de produtos, o monopolista enfrenta um custo marginal da mão-de-obra inferior ao salário W. a) I e II estão corretas e III está incorreta. b) I, II e III estão corretas. c) I está correta; II e III estão incorretas. d) I e III estão incorretas; II está correta. e) I, II e III estão incorretas. COMENTÁRIOS: I. Correta. (página 16) II. Correta. Em monopólios, o PRmgL = Rmg.PmgL; já em mercados competitivos, o VPmgL = P.PmgL; como para o monopolista a Rmg<P, o PRmgL será sempre menor que VPmgL. (páginas 12 e 13) III. Incorreta. O custo marginal da mão-de-obra para o monopolista, a exemplo do que ocorre em mercados competitivos, é o próprio salário corrente, W. GABARITO: A 12 - Assinale a alternativa incorreta, considerando a demanda por trabalho no longo prazo, com mais de um insumo variável: a) a cesta ótima da firma com relação ao uso de capital e mão-de-obra é atingida quando ela utiliza estes dois insumos na medida em que seus custos marginais relativos sejam apenas iguais às suas produtividades marginais. b) a empresa deve empregar mão-de-obra e capital até o ponto em que os custos marginais para ambos os insumos sejam os mesmos. c) caso tenhamos dois insumos e o aumento na demanda de um dos insumos ocasione a redução da demanda do outro insumo, dizemos que Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO estes insumos são substitutos brutos e o efeito substituição é dominante sobre o efeito escala. d) caso tenhamos dois insumo e o aumento na demanda de um dos insumosprovoque o aumento da demanda do outro insumo, estes insumos são complementos brutos e o efeito escala é dominante sobre o efeito substituição. e) dois insumos são complementos na produção quando seus usos são associados, havendo, portanto, efeito substituição. COMENTÁRIOS: A letra "e" está incorreta, pois quando dois insumos são complementos na produção, não há efeito substituição, apenas efeito escala. (página 31). As letras a, b, c e d, contêm conceitos que foram retirados de forma quase que literal do livro "Moderna Economia do Trabalho", e que, de certa forma, resumem os postulados da demanda por trabalho no longo prazo. a) Correta. (páginas 26 e 27) b) Correta. (página 27) c) Correta. (página 30) d) Correta. (página 30) GABARITO: E 13 - Suponha um monopólio cuja demanda seja dada por Q = 50 - P e a função de produção seja dada por Q = 2L2 - 5, onde Q é a quantidade de produtos, P é o preço e L é a quantidade mão-de- obra. A expressão que define a mão-de-obra neste monopólio é: a) W = 200L - 16L2 b) W = 240L - 16L3 c) W = 100L - 8L d) W = 480L2 - 16L e) W = 120L - 8L2 COMENTÁRIOS: Foram dados pela questão: Q = 50 - P (expressão da demanda) Q=2L2 - 5 (função de produção) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO Empresa é monopolista A condição de maximização de lucros da firma monopolista no curto prazo é dada por: Sendo que: 1) Rmg = dRT/dQ (derivada da receita total em relação a Q) Veja que Rmg = dRT/dQ. Como a variável a ser derivada é a variável Q, nós devemos colocar a expressão da demanda em função de Q. Assim: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 (é essa expressão que usamos) A receita total é igual aos preços x quantidades. Assim: (derivada da produção em relação a L) PmgL = 4L (2) 3) Agora basta substituir os dados encontrados em 1) e 2) na expressão de maximização dos lucros do monopolista: Todas as respostas estão com as variáveis W e L, como sabemos que Rmg = 50 - 2Q (1) GABARITO: B CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS 01 - (AFT/ESAF - 2003) - Uma determinada empresa é monopolista para uma nova patente de produtos farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos for P = 25 - 2Q, e a função de produção a curto prazo for Q=4L (Q representa a quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-obra), a demanda de trabalho dessa empresa poderá ser expressa pela seguinte equação (W representa o salário nominal): a) W = 100 - 4L b) W = 100 - 64L c) W = 25 - 4L d) W = 25 - 8L e) W = 100 - 8L 02 - (AFT/ESAF - 2003) - A curva de oferta de trabalho que enfrenta um monopsonista tem inclinação positiva porque: a) os monopsonistas somente contratam mão-de-obra especializada. b) outras indústrias competem por esses trabalhadores e empurram para cima o salário. c) ele deverá aumentar o salário caso queira atrair mais mão-de-obra. d) políticas trabalhistas restringem a oferta de mão-de-obra para um monopsonista. e) ele tem poder monopólico no mercado de bens finais. 03 - (AFC-STN/ESAF-2005-adaptada) Considere o seguinte problema de otimização condicionada em Teoria da Firma: Dada a produção Q = K.L Sujeita ao custo: 2.K + 4.L = 10 Onde Q = função de produção; K = quantidade de capital empregada; L = quantidade de mão-de-obra empregada. Com base nessas informações, as quantidades de K e L que maximizam os lucros dada a produção e a equação de custos acima são, respectivamente: a) 8 e 0,5 Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO b) 1 e 2 c) 2 e 1 d) 1,25 e 2,0 e) 2,5 e 1,25 04 - (AFC-STN/ESAF-2005-adaptada)- Seja a função de produção dada pela seguinte expressão: Q = A.La. K1-a Onde, Q = produção; A e a constantes positivas; K = capital; L = trabalho. Considerando esta função de produção, os produtos marginal e médio da mão-de-obra serão, respectivamente: a) a.(Q/L) e A.(L/K)-(1-a) b) a.K.L e A. (L/K)-1 c) a.(Q/L) e A.(L/K)-a d) a.Q e A e) a.(Q/L) e A.(L/K) 05 - (AFTM-Recife/ESAF - 2003) - Considere o gráfico a seguir: N* N onde: PT = produto total e N = quantidade de mão-de-obra utilizada. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) a produtividade marginal da mão-de-obra é maior do que a produtividade média da mão-de-obra para N > N*. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO b) quando N = N*, a produtividade média da mão-de-obra é máxima. c) quando PT é máximo, a produtividade marginal da mão-de-obra é igual a zero. d) quando N > N*, a produtividade média da mão-de-obra é negativa. e) quando PT é máximo, a produtividade marginal da mão-de-obra é igual à produtividade média da mão-de-obra. 6 - (ECONOMISTA-PETROBRÁS) - Se em um mercado concorrencial o produto marginal do trabalho for igual a (800 - 2N), onde N é igual ao número de trabalhadores.O preço dos bens R$ 2,00 e o custo de mão-de-obra for R$ 4,00 por unidade vendida, a quantidade de mão-de-obra empregada seria: a) 20 b) 399 c) 800 d) 80 e) nda 7 - (ESAF) - Se, em um mercado concorrencial, Pmg = 400 - 0,5N, onde N é o número de trabalhadores e a relação entre o preço do trabalho e do produto for 2, qual a quantidade utilizada de trabalhadores? a) 398 b) 796 c) 799 d) 221 e) nda 8 - (ESAF) - É uma decorrência do aumento da produtividade marginal do trabalho: a) Aumento do salário real, queda na demanda por trabalho e quedas no emprego e na produção global. b) Diminuição da demanda por trabalho, queda no salário real e aumentos do emprego e da produção global. c) Aumento da demanda por trabalho, aumento do salário monetário e aumentos do emprego e da produção global. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 51 CURSO ON-LINE - ECONOMIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR HEBER CARVALHO d) Aumento da demanda por trabalho, queda do salário monetário e aumentos do emprego e da produção global. e) Diminuição da demanda por trabalho, aumento do salário monetário, aumento do nível de preços e aumento do emprego e da produção global. 9 - Assinale a alternativa incorreta: a) as firmas competitivas enfrentam uma curva individual de oferta de mão-de-obra horizontal. b) as firmas competitivas enfrentam uma curva de demanda individual de bens decrescente. c) um monopsonista enfrenta uma curva de oferta de mão-de-obra positivamente inclinada, independentemente se estamos falando da curva do mercado ou da firma individual. d) o monopolista, caso queira vender mais produtos, deve reduzir os preços já que enfrenta uma curva de demanda individual de produtos descendente. e) para o monopolista, a receita marginal é sempre menor que o preço. 10 - Analise as afirmações que seguem, com relação aos modelos competitivos e não competitivos e, a seguir, marque a alternativa correta: I. Os níveis de emprego no monopólio e no monopsônio, considerando, respectivamente, os mercados de produtos e de trabalho, são menores que aqueles encontrados em mercados competitivos.
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