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ALEGAÇÕES FINAIS DE DANO quebrou os orelhões

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DEFENSORIA PÚBLICA GERAL DO ESTADO
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CORDEIRO – RJ
Processo nº 0096054-40.2010.8.19.0001
 EDSON FRANCISCO DA CONCEIÇÃO, nos autos da AÇÃO PENAL em epígrafe, vem, por intermédio da Defensoria Pública, à presença de V. Exª apresentar ALEGAÇÕES FINAIS, na forma de memoriais, nos termos seguintes: 
		Narrou em síntese a peça acusatória, que no dia 17 de novembro de 2007, por volta das 14h30min, na rua Vidal Sete, cruzamento com a rua Padre André Boaventura em frente ao Sombra’s Bar, centro, Cordeiro-RJ, o denunciado, com vontade livre e consciente, destruiu aparelho telefônico público, de propriedade da concessionária de serviço público OI/TELEMAR.
 Finalizando suas alegações o Ministério Público pugnou pela condenação do acusado nos exatos termos de fls. 162 e 163.
 Não merece prosperar a pretensão Ministerial, uma vez que a prova produzida não demonstrou que o acusado agiu com o dolo de danificar o telefone, mas apenas de utilizar os serviços prestados pelo aparelho, oque também não foi possível devido o aparelho já possuir danos como consta em depoimento das testemunhas, tornando assim o crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
 A tese acusatória está alicerçada no depoimento das testemunhas GELBER DA SILVA SIQUEIRA e AYRES ARAUJO RIBEIRO, tendo o primeiro declarado que viu o acusado se aproximando do telefone não sabendo se o mesmo estava de fato funcionando, sendo dito pelo próprio Gelber que o acusado passou a depredar o patrimônio Público por não ter conseguido utilizar os serviços que o mesmo presta a população. Quanto ao segundo ficou confirmado que o acusado passou a danificar o bem público, pois não conseguiu utilizar os serviços que o mesmo presta a população não podendo na síntese da peça acusatória afirmar que o aparelho estava de fato funcionando tornando assim o crime impossível por absoluta impropriedade do objeto, uma vez que não se pode afirmar que o aparelho telefônico estava em perfeitas condições de funcionamento quando o acusado foi utilizar o mesmo. 
 De todo o acervo probatório foi verificado o desacordo das provas consonantes aos laudos periciais apresentados pelo autor dessa ação com a denúncia narrada pelo ministério Público, bem como, os argumentos alicerçados em depoimentos de testemunhas. 
 
 Não sendo demais lembrar que o núcleo destruir é empregado no texto legal no sentido de eliminar, aniquilar, extinguir, inutilizar significa tornar inútil, imprestável a coisa para os fins originais a que era destinada, mesmo que não destruída; deteriorar é estragar, arruinar a coisa. 
 Nesta direção, o acusado não tinha a vontade e a consciência de destruir, inutilizar ou deteriorar o bem público, mas de apenas utilizar os serviços do mesmo, o que não foi possível devido o bem já estar danificado, como consta em laudo de exame de local de fls. 53 afirmando que o local é desprovido de acautelamento oficial havendo assim a possibilidade de qualquer outra pessoa já haver danificado o aparelho telefônico quando o acusado fora utiliza-lo.
 Não sendo demais lembrar, para a configuração do crime de dano é indispensável o elemento subjetivo consistente na vontade de destruir. No caso em tela, de todo o acervo probatório, consistente nas declarações das duas testemunhas arroladas pela acusação, restou demonstrado que o acusado se encontrava apenas com a intenção de utilizar os serviços prestados pelo aparelho telefônico o que não foi possível devido ao estado de dano já encontrado no aparelho telefônico decorrente do descaso da Administração Pública.
 Por oportuno, pedimos venia para ilustrar com os seguintes arestos, que alicerçam a tese defensiva.
TRF 5ª Região: “ O crime de dano previsto no art. 163 do CP só é punido a título de dolo. Assim, não havendo prova nos autos de que o acusado tenha agido com o propósito de causar prejuízo, inocorre a infração penal, absolvendo-se o réu nos termos do artigo 386, III, do CPP”. ( RT 743/735)
 
 Ademais o pleito defensivo em assentada de fl.154 foi indeferido ressaltando que no caso dos autos o acusado possui extensa folha de antecedentes criminais o que fere o princípio do ‘bis in idem’  que estabelece que ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo fato (crime) que já veio a transitar em julgado. O bis in idem no direito penal seria a não observância desse princípio, apenando um indivíduo pelo mesmo crime mais de uma vez. 
	
Constitui princípio fundamental do processo penal, o de que o réu somente deve ser condenado, quando o Juízo, na forma legal, tenha estabelecido os fatos que fundamentam, a sua autoria e culpabilidade, com completa certeza. No caso em tela é visível a presença do ‘IN DUBIO PRO REO’ que se apresenta no fato do desacordo da denúncia com as provas apresentadas caracterizando uma situação de prova dúbia, pois a dúvida em relação à existência ou não de determinado fato deve ser resolvida em favor do imputado. 
	 Face ao exposto, é a presente para postular a absolvição, nos termos do que dispõe o art. 386, inciso V do C.P.P., como medida de J U S T I Ç A !
 Nestes termos,
 Pede deferimento.
	 Cordeiro, 22 de janeiro de 2014.
		 
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