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Materiais de Construção do Período Colonial

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Faculdade Ruy Barbosa Wyden. 
História da Arquitetura e do Urbanismo Clássico e Barroco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Materiais de Construção do Período Colonial. 
Lorena Cabral da Silva Veloso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, BA. 10.10.2018 
P á g i n a | 2 
 
Introdução 
A arquitetura colonial utilizou de materiais naturais das terras brasileiras e mão 
de obra escrava dos índios nativos então, e apesar da só ter iniciado a partir do 
estabelecimento das Capitanias Hereditárias, baseando-se nas construções locais já 
existentes feitas de madeira e cobertas de barro, os portugueses começaram a sua 
colonização, construindo fortes para proteger a sua “nova terra”. 
A mão de obra era toda feita pelos escravos, inicialmente índios e logo em 
seguida os negros trazidos da África. As condições de construção ainda eram precárias, 
não existiam os mesmos materiais de construção que em Portugal, então o forte que 
viria a ser construído deveria ser da melhor forma possível. 
Um exemplo de forte construído de pau a pique foi o Forte de São João em 
Bertioga que hoje se localiza em São Paulo, que após ter sido destruído pela resistência 
indígena, foi modificado e modernizado com o tempo. 
A primeira igreja construída pelo governador da América portuguesa Tomé de 
Souza, foi a Igreja Nossa Senhora da Ajuda, que foi feita de taipa coberta de folhas de 
palmeiras, que assim como outras ganhou o apelido de “igreja de palha”. 
O barro utilizado na taipa de pilão era retirado de localizações próximas às 
construções por dificuldade de locomoção, foi muito utilizada em São Paulo e Goiás. 
Em Minas é possível encontrar igrejas construídas com essa técnica. 
Por oferecer maior resistência, mesmo sendo pouco empregada em construções a 
pedra era geralmente utilizada para construção de muros e paredes de igrejas em sua 
forma bruta. A primeira igreja que foi totalmente construída de pedra e cal foi a nova 
igreja dos jesuítas. A técnica denominada cantaria agregou maior sofisticação e 
destaque ao uso da pedra, técnica que consistia na moldagem da pedra com a utilização 
de ferramentas para que uma se encaixasse perfeitamente sobre a outra sem o auxilio da 
cal. 
O adobe foi o primeiro material obtido através de outro, usado geralmente na 
construção de muros e paredes, com ele era possível realizar varias formas construtivas, 
tanto retas como curvas. O tijolo cerâmico é semelhante ao adobe, porém possui 
algumas diferenças, como por exemplo, o seu tamanho e é talvez o material mais 
durável criado pelo homem. 
O tabique era uma estrutura feita de madeira e revestida e argamassa de cal, 
utilizado como divisória interna das edificações coloniais. O exemplo que mais se 
destaca é o da Matriz de Nossa Senhora do Pilar. 
P á g i n a | 3 
 
 As telhas coloniais cerâmicas eram supostamente moldadas nas coxas pelos 
escravos e se tornaram uma marca do período colonial. Os materiais empregados nas 
construções foram sendo substituídos com o passar do tempo por outros exportados de 
Portugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 4 
 
No período colonial os materiais de construção utilizados eram inicialmente 
todos provenientes da natureza, usados para construção de fortes, muros, igrejas, 
colégios, casas de câmara e cadeia e moradia. Assim que chegaram á terra que viria a 
ser chamada Brasil, os portugueses perceberam a existência de uma população local 
bastante homogênea, mas também encontraram animais, uma flora muito extensa e 
exótica, além de solos férteis e produtivos, porém, 
Praticamente por três décadas, não houve interesse dos colonizadores 
portugueses no território brasileiro. Foi com o estabelecimento das 
Capitanias Hereditárias, justamente a partir da terceira década do século 
XVI, que teve início a atividade arquitetônica no Brasil
1
... 
Então com essa motivação, os colonizadores decidiram se apossar das terras e 
assim que perceberam a ingenuidade dos nativos, os colonizadores trataram 
rapidamente de escravizá-los. A partir do momento que se instalaram no Brasil, os 
portugueses inicialmente decidiram ocupar apenas a faixa litorânea da ilha e 
encontraram casas feitas de madeira coberta de barro, que eram as moradias dos índios. 
“Os equipamentos de precisão topográfica ainda eram desconhecidos e os 
traçados das ruas eram feitos por cordas e estacas
2”, as plantas das construções eram 
elaboradas pelos portugueses, os materiais eram feitos pelos pedreiros e carpinteiros 
com o que existia na natureza do local, mas a parte pesada do trabalho, a construção, era 
feita pelo trabalho escravo dos índios, entretanto, posteriormente “o trabalho 
compulsório africano foi, aos poucos substituindo o trabalho indígena
3”. A terra, “foi 
um dos primeiros materiais utilizados pelo homem, ao lado da madeira e da pedra 
(fragmentos de rocha), nas suas formas brutas
4”. 
Antes mesmo de chegar ao Brasil, a primeira providência tomada pelo primeiro 
governador geral da América portuguesa, Tomé de Souza, fora construir uma fortaleza 
para proteção do território, e também enviar 
alguns oficiais, assim pedreiros e carpinteiros, como outros que poderão 
servir de fazer cal, telha, tijolo; e para se poder começar a dita fortaleza, 
vão, nos navios desta Armada, algumas achegas, e não achando na terra 
aparelho para se a dita fortaleza fazer de pedra e cal, farseá de pedra e 
barro ou taipas ou madeira, como melhor puder ser, de maneira que seja 
forte
5
. 
 
1
 CUSTÓDIO, José. A arquitetura de defesa no Brasil Colonial. DOI. Londrina. 2011. Pág. 177. 
2
 ALCÂNTARA, Kenia. Arquitetura Colonial e Imperial no Brasil. UFP. Belém. 2011. Pág. 4. 
3
 ALMEIDA, João. História do Brasil. FUNAG. Brasília. 2013. Pág. 30. 
4
 NEVES, Célia. Técnicas de Construção com Terra. FEB-UNESP / PROTERRA. São Paulo. 2011. 
Pág. 12. 
5
 MARTINS, KOK, Alberto, Glória. Nos Caminhos do Barroco. Roteiros Visuais no Brasil. 
Claroenigma. São Paulo. 2015. Pág. 17. 
P á g i n a | 5 
 
 Para a construção do forte, os materiais não poderiam ser enviados ao Brasil, da 
mesma forma que os desenhos e plantas, e apesar de preferirem que fosse feita de pedra 
e cal, se não houvesse essa técnica, os portugueses desejavam que a fortaleza fosse 
construída da melhor forma possível. Apesar de ter sido destruído posteriormente pelos 
nativos, O Forte de São João em Bertioga SP, assim como o Forte de Santo Antônio a 
princípio foram construídos basicamente de madeira e barro assim como as casas dos 
nativos, com uma técnica chamada de pau a pique. 
Pau-a-pique, taipa de sabe, taipa de mão, barro armado ou taipa de 
sopapo são diversos nomes para um dos sistemas mais utilizados tanto 
nos tempo da colônia como ainda hoje em construções rurais, devido a 
suas qualidades – baixíssimo custo (todos os materiais são naturais), 
resistência e durabilidade
6
. 
A Igreja Nossa Senhora da Ajuda, foi a primeira a ser construída pelo 
governador da América portuguesa, “era de taipa e coberta de folhas de palmeira. Esta e 
outras igrejas ficaram conhecidas como “igrejas de palha”, devido ao material vegetal 
empregado nessas construções e coberturas toscas
7”. 
As primeiras edificações em solo brasileiro foram feitas na base do pau 
a pique e taipa de pilão — técnicas construtivas fundamentais, ainda 
hoje muito praticadas no país. 
No pau a pique constrói-se uma trama de madeira e bambu (em geral, as 
ripas verticais são feitas de madeira e fincadas no chão, e as horizontais,que as ligam, são de bambu) e preenche-se com barro, formando assim 
muros e paredes. 
Na taipa erguem-se dois tabuados laterais — os taipais — e entre eles 
soca-se o barro úmido com um pilão. Para dar mais resistência ao 
material depois de seco, costuma-se acrescentar pedras, galhos, capim, 
fibras vegetais e animais, além de substâncias que ajudam a dar liga 
entre os elementos, como o sangue de boi
8
. 
Taipa de pilão recebe esse nome por ser socado em um recipiente com o auxílio 
de uma mão de pilão e durante a sua secagem é sustentada por uma forma chamada de 
taipal feito de madeira. “A taipa encontrada no período colonial brasileiro é executada 
com terra retirada de local próximo à construção devido às dificuldades de transporte e 
ao volume grande de material
9”. 
“A taipa de pilão foi mais utilizada nas regiões de São Paulo e Goiás. 
Em Minas, a encontramos em igrejas mais antigas e em residências. Nas 
cadeias, quando não era possível sua execução com pedra e cal, a taipa 
era reforçada com engradamento de madeira, nas paredes e nos pisos
10.” 
Em alguns remanescentes, como, por exemplo, a Capela do Morumbi, 
na cidade de São Paulo, foram encontradas taipas com agregados 
 
6
 COLIN, Silvio. Técnicas Construtivas do Período Colonial. Imphic. Pág. 12. 
7
 SMITH, Robert. Arquitetura Colonial. Livraria Progresso Editora. Salvador. 1955. Pág. 264. 
8
 IDEM 5. Pág. 19. 
9
 PISANI, Maria. Taipas: A Arquitetura de Terra. CEFET. São Paulo. 2007. Pág. 2. 
10
 IDEM 6. Pág. 12. 
P á g i n a | 6 
 
naturais (seixos rolados) misturados na terra. Esses seixos eram 
retirados do leito de córregos e rios próximos ao local de construção e 
possuem granulometrias variadas. Esse tipo de técnica recebeu o nome 
de taipa formigão
11
. 
A pedra era usada geralmente em construções de muros que se constituíam de 
pedras irregulares empilhadas umas em cima das outras, assentadas com cal. “A 
primeira igreja construída inteiramente de pedra e cal foi a nova igreja dos jesuítas, 
iniciada por Mem de Sá em 1561, grande parte da qual ficou terminada em 1572
12”. 
Era o material que conferia maior resistência aos muros, razão porque 
era utilizada nas fortificações, igrejas monumentais e nas construções 
oficiais. No início da colonização, ainda no século XVI, já encontramos 
construções assim realizadas. É o caso da torre que Duarte Coelho 
ergueu em Olinda em 1535. Foi a técnica preferida das igrejas de Ouro 
Preto
13
. 
O uso da pedra ganhou um destaque maior a partir do momento que começaram 
a moldá-la manualmente com o auxilio de ferramentas para que encaixassem 
perfeitamente uma sobre a outra sem o auxílio da cal ou qualquer aglomerante para 
mantê-las firmes, técnica que ficou conhecida como cantaria. 
A rocha utilizada na cantaria, como era de se esperar, variou de região 
para região, sendo comum em grande parte do nordeste tanto o arenito 
dos arrecifes quanto o calcário. Em Minas Gerais, foi corrente o uso da 
pedra sabão e no Rio de Janeiro, o granito. Tais rochas se diferenciavam 
pela suas propriedades físico-mecânicas e de “trabalhabilidade” e, 
consequentemente, pelo seu emprego e possibilidades plásticas
14
. 
No Brasil colonial a cantaria teve seu uso limitado às pilastras, cunhais, colunas, 
escadarias, molduras de postas e obras decorativas em geral. “Na região de Ouro Preto 
existia (e existe) a técnica da Cantaria em pedra-sabão para a ornamentação de igrejas, 
casas e outros edifícios
15”, entretanto, 
devido à dificuldade de mão de obra qualificada e também devido ao 
custo, a cantaria não era utilizada na totalidade do edifício, mas apenas 
em suas partes mais importantes: nos frontispícios, nas soleiras, nas 
pilastras, nas cornijas, nos portais, nas janelas e nos cunhais, sendo, no 
restante das vedações, utilizada outra técnica mural. O aparelho das 
pedras não era muito elaborado, exceto no Rio de Janeiro, a partir da 
segunda metade do século XVIII
16
. 
 
O adobe foi o primeiro material de construção obtido pelo homem através de 
outro, uma mistura de barro e água que após secar naturalmente (na sombra ou ao sol) 
 
11
 IDEM 9. Pág. 5. 
12
 IDEM 7. Pág. 265. 
13
 IDEM 6. Pág. 8. 
14
 LUCENA, Jorge. Teoria e prática da conservação no uso de materiais e técnicas tradicionais. 
UFPE. Pernambuco. Pág. 99. 
15
 PEREIRA, Alessandro. Técnicas de Construção. UnB. Brasília. 2009. Pág. 29. 
16
 IDEM 6. Pág. 10. 
P á g i n a | 7 
 
se transformava em um bloco maciço usado geralmente na construção de muros e 
paredes. Com o adobe era possível realizar diversas formas construtivas, de retas a 
curvas. “Pertence ao grupo de técnicas construtivas que utilizam materiais naturais de 
maior antiguidade, e que, a nível global, permanece vigente, sendo em muitas regiões 
ainda a principal ou única opção para edificar
17.” 
Antes do emprego de moldes, o barro era conformado com as mãos, 
produzindo esferas, cones, cilindros e paralelepípedos. Foram 
encontradas de peças de terra de formato diversos em ruínas 
arqueológicas, igrejas e capelas, bem como em recintos residenciais 
antigos
18
. 
O tijolo cerâmico usa a mesma matéria prima do adobe, porém difere por ter um 
tamanho um pouco menor, ser cozido em um forno a altas temperaturas e ter uma 
durabilidade maior. É tão durável quanto a pedra e talvez tenha sido o material mais 
durável criado pelo home. “Desde o século XVII, o tijolo era comumente empregado na 
Bahia e em 1711 já existe registro de uma olaria em Ouro Preto
19”. 
Internamente era utilizado o tabique, uma divisória feita de madeira de fácil 
execução e grande simplicidade. As paredes de tabique eram obtidas pregando um 
sarrafeado sobre tábuas colocadas no sentido vertical na função de montantes, sendo o 
conjunto revestido em ambas as faces, com reboco de argamassa de cal. “O exemplo 
mais marcante é, sem dúvida, o da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, de Ouro Preto, 
cujas paredes externas são de alvenaria de pedra e a parede da nave, de madeira, 
conferindo-lhe a forma poligonal
20”. 
A marca da arquitetura colonial são as telhas, feitas de barro cozido que 
ganharam o nome de telha colonial. “Inicialmente eram moldadas artesanalmente por 
escravos. Eram naturalmente muito irregulares, o que gerou uma crença popular de que 
eram “feitas nas coxas”21.”. “À medida que avançava o século XVII22”, os materiais 
locais empregados nas construções foram sendo substituídos por outros já pré-
fabricados vindos de Portugal, como vergas e portadas de cantaria. 
 
 
 
17
 IDEM 4. Pág. 16. 
18
 IDEM 4. Pág. 17. 
19
 IDEM 6. Pág. 8. 
20
 IDEM 6. Pág. 15. 
21
 IDEM 6. Pág. 16. 
22
 IDEM 7. Pág. 265. 
P á g i n a | 8 
 
Conclusão 
A natureza foi a matéria prima da arquitetura colonial no Brasil, os portugueses 
exploraram e usufruíram da flora brasileira. A mão de obra escrava dos indígenas, o 
trabalho dos carpinteiros e pedreiros e as plantas que foram trazidas ao Brasil, foi o 
início da colonização portuguesa, através das edificações construídas. Existiram 
diversas formas de construção utilizadas pelos colonizadores, algumas que são 
empregadas até hoje. 
O pau a pique era usado pelos índios na construção de suas moradias, foi muito 
empregado na colônia portuguesa na construção dos primeiros fortes da época por não 
existir técnica mais avançada, e é utilizado até mesmo atualmente em casas rurais por 
ter baixo custo, resistência e durabilidade. 
A taipa de mão e a taipa de pilão se diferenciamapenas por um ser socado com a 
mão e o outro com o auxilio de um pilão, entretanto, o barro usado em ambos os 
métodos era retirado de rios e córregos que estivessem localizados próximos à 
construção, além de conterem folhas e fibras vegetais ou animais em sua mistura para 
dar melhor liga e durabilidade no material após seco. Existem ainda hoje, construções 
feitas de taipa em Minas e em São Paulo que total ou parcialmente de pé. 
 A pedra foi utilizada inicialmente de forma bruta, sendo empilhadas umas nas 
outras para a construção de muros com a ajuda de cal para mantê-las em pé, mas 
posteriormente foi empregada na técnica camada cantaria que exigia um pouco mais de 
“sofisticação” e detalhamento, onde as pedras eram entalhadas para encaixarem 
perfeitamente umas nas outras sem o auxilio da cal, porém esta técnica era mais cara e 
trabalhosa, então foi limitada a pequenas áreas das construções. 
O adobe foi a primeira criação do homem no quesito material de construção, e o 
impulso para a criação dos que viriam a seguir. Foi muito usado durante um bom tempo 
e é utilizado até hoje em algumas regiões do Brasil, porém logo em seguida o homem 
desenvolveu o tijolo cerâmico. Ambas as invenções foram empregadas em paredes de 
igrejas e muros, porém o tijolo cerâmico era cozido em um forno e possibilitava uma 
durabilidade maior à construção. 
Como estrutura interna tinha o tabique, técnica muito simples, porém muito 
utilizada nas edificações do período colonial, atualmente é possível encontrar 
edificações que utilizem desta por ser uma técnica de utiliza de materiais naturais além 
de possuir certa durabilidade e resistência, é capaz achar também em algumas das 
igrejas antigas ainda existentes. 
P á g i n a | 9 
 
A telha cerâmica foi e é uma característica muito marcante do período colonial, 
usada em todas as edificações da época, contudo, nos dias atuais é ainda bastante 
utilizada por possuir vários pontos positivos. As telhas de cerâmica possuem preços 
acessíveis devido a sua popularidade e, devido a sua matéria-prima são bem resistentes 
às variações climáticas e proporcionar um conforto térmico à edificação tanto para 
climas quentes quanto para climas frios. 
Com o tempo, o desenvolvimento das cidades foi crescendo e a exportação dos 
materiais foi se tornando mais frequente, tornando o ato de fazê-los um tanto inviável. 
Ainda assim, os materiais feitos em terras brasileiras permanecem muito característicos 
da colonização portuguesa. 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 10 
 
Referências: 
ALCÂNTARA, Kenia. Arquitetura Colonial e Imperial no Brasil. UFP. Belém. 
2011. 
 
ALMEIDA, João. História do Brasil. FUNAG. Brasília. 2013. 
 
BERTHILDE, Maria. Arquitetura e Arte Colonial – Uma miscigenação de formas e 
fazeres. UFRN. Caicó. 2008. 
 
BURY, John. Arquitetura e Arte no Brasil Colonial. IPHAN. Brasília. 2006. 
 
COLIN, Silvio. Técnicas Construtivas do Período Colonial. Imphic. 
 
CUSTÓDIO, José. A arquitetura de defesa no Brasil Colonial. DOI. Londrina. 2011. 
 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. Edusp. 1996. 
 
LUCENA, Jorge. Teoria e prática da conservação no uso de materiais e técnicas 
tradicionais. UFPE. Pernambuco. 
 
MARTINS, KOK, Alberto, Glória. Nos Caminhos do Barroco. Roteiros Visuais no 
Brasil. Claroenigma. São Paulo. 2015. 
 
NEVES, Célia. Técnicas de Construção com Terra. FEB-UNESP / PROTERRA. São 
Paulo. 2011. 
 
PISANI, Maria. Taipas: A Arquitetura de Terra. CEFET. São Paulo. 2007. 
 
PEREIRA, Alessandro. Técnicas de Construção. UnB. Brasília. 2009. 
 
SMITH, Robert. Arquitetura Colonial. Livraria Progresso Editora. Salvador. 1955.

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