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Barroco no Brasil: Arquitetura colonial nos principais estados.

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Faculdade Ruy Barbosa Wyden.
História da Arquitetura e do Urbanismo Clássico e Barroco.
Barroco no Brasil:
Arquitetura colonial nos principais estados.
Lorena Cabral da Silva Veloso
Salvador, BA. 10.10.2018
Introdução
O barroco se instala no Brasil com chegada dos primeiro padres Jesuítas juntamente com Tomé de Souza. Catequizar os nativos e adquirir mais “almas” para a igreja católica é a missão inicial dos padres, que para isso fundam colégios, igrejas e núcleos de povoamento para ensinar os preceitos cristãos aos nativos. Frei Francisco Dias, surge com o intuito de melhorar a técnica e a estética das igrejas da colônia.
O estilo começou a predominar, de fato, depois que os holandeses foram expulsos da colônia. A Igreja de São Francisco, localizada em Cairú foi projetada pelo frei Daniel de São Francisco e é considerada a primeira a apresentar características do barroco, com uma fachada escandalosa e diversos ornamentos por ela, transpassando o que a igreja pretendia através de suas construções.
Além da arquitetura, o estilo barroco atuou em outras áreas, como na literatura, na escultura e na pintura. Aleijadinho foi o representante mais notável do estilo na arquitetura e na escultura, na pintura o representante foi Mestre Ataíde, responsável por pintar o teto e as paredes de muitas das igrejas coloniais.
A arquitetura barroca teve influência principalmente de Francesco Barromini, artista suíço que foi um gênio da sua época, trazendo a ideia da verticalidade e movimento às fachadas, com adições de ornamentos, e formas nunca antes usadas nas plantas das edificações.
Por ter sido o primeiro a ser colonizado, o Estado da Bahia possui um acervo de arquitetura barroca extenso, destacando-se a Igreja e Convento de São Francisco em Salvador, a mais chamativa e característica do estilo barroco, toda entalhada e revestida de outro por dentro. Cachoeira e Santo Amaro são também dois contribuintes para a riqueza da arquitetura barroca na Bahia.
Recife é a cidade que possui as construções mais bem cuidadas do Estado de Pernambuco. A Catedral de São Pedro dos Clérigos e a Basílica de Nossa Senhora do Carmo fazem parte deste arsenal, ambas com muitos detalhes e características marcantes do barroco.
Em Minas Gerais, o estilo barroco ganha características próprias e ganha o nome de Barroco Mineiro, que se formou através de referências artísticas de outras regiões da colônia e até mesmo de Portugal. O Estado tinha um ambiente que fornecia melhor condições de trabalho aos marceneiros, devido a isso, seus trabalhos eram exibidos pelas igrejas da colônia, tanto internamente quanto externamente. Aleijadinho, nascido em Ouro Preto, MG, deixou uma enorme herança arquitetônica para a posterioridade, tal como a Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, projeto realizado juntamente com Mestre Ataíde. Em Mariana, município de Minas, também possui um repertório de obras barrocas, como a Capela de Santana, que foi sede da Ordem de são Francisco por um tempo. 
A arquitetura barroca foi ganhando personalidade com o passar do tempo e apesar de ter seu inicio marcado pelas construções das igrejas que os padres usaram para catequizar os nativos, ela se desenvolve e se aprimora aos poucos. Aleijadinho se tornou uma referência no estilo barroco. Os Estados da Bahia, Pernambuco e Minas são os que mais se destacam quando o assunto é arquitetura barroca, todos com suas obras que mais se destacam e suas particularidades em cada uma delas.
	Barroco
 	O barroco foi um importante fator no desenvolvimento do Brasil, e não se pode falar sobre barroco no Brasil, sem antes explicar rapidamente um pouco da colonização dos portugueses, quando Pedro Álvares Cabral, com a sua caravela veleja rumo às Índias, mas acaba se perdendo no Atlântico e ancora na terra que hoje é chamada de Brasil, mais especificamente em Porto Seguro, na Bahia. Inicialmente os portugueses se limitaram a ocupar apenas a faixa litorânea, então, junto com Tomé de Souza chegam os primeiros padres da Companhia de Jesus, que, com o intuito de catequizar os nativos e adquirir mais “almas” para a igreja católica, fundam colégios, capelas e formam núcleos de povoamento para os indígenas, onde tentam lhes ensinar os preceitos cristãos. 
 	Então, chega a Salvador o frei e arquiteto Francisco Dias, com a missão de introduzir melhoramentos técnicos e um refinamento estético nas igrejas da colônia, mas apesar das melhorias, os edifícios jesuítas se mantiveram extremamente em um contorno de grande simplicidade. Devido à dominação holandesa no Nordeste, muitas edificações foram demolidas, então, após a expulsão dos invasores, as atenções foram voltaras para a restauração e reforma das edificações pré-existentes. A partir daí o barroco já predominava em todos os aspectos. A Igreja de São Francisco, em Cairú é considerada a primeira exibir um barroco puro, já despido da influência maneirista, o responsável por ela foi frei Daniel de São Francisco, que criou uma fachada escandalosa, com esquema triangular, e volutas (ornato em forma de espiral que aparece nos capitéis de colunas clássicas, especialmente nas jônicas) fantasiosas no frontão e nas laterais.
 	A intenção da igreja era utilizar a arte barroca como instrumento para mostrar a soberania e exaltação da igreja, através de características específicas:
na arquitetura: com altares dourados e paredes entalhadas; nas pinturas, com dramaticidade, “quase sempre de martírios e vidas de santos, o que transformava a tela em um palco e criava uma empatia entre o espectador e a cena retratada” (SILVA; SILVA, 2005, p.31); na literatura, como formalismo, rebuscamento e ambiguidade temática, numa mistura do religioso com o profano, de poemas místicos com sátiras sociais, de individualismo com humanismo.. [1: FAGUNDES, Erivaldo. O Barroco: Substrato Cultural da Colonização. Politeia: História e Sociedade. Vitória da Conquista. V. 7. 2007. Pág. 74.]
 	Um dos marcos iniciais do barroco no Brasil foi o poema Prosopopeia, de Bento Teixeira, porém o seu destaque na literatura se deu com o poeta Gregório de Matos e o orador sacro Padre Antônio Vieira. Na escultura seu representante foi Aleijadinho cujo primeiro projeto foi a capela-mor da Igreja de São José em Ouro Preto, entretanto só se tem documentação relativa ao projeto de duas fachadas de igrejas: Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto e São Francisco de Assis em São João Del-Rei, que tiveram seus riscos alterados posteriormente. Na pintura Mestre Ataíde foi notável, destacam-se, as pinturas na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Ouro Preto; também as do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Santo Antônio em Santa Bárbara, o painel A Última Ceia, no Colégio do Caraça, além de muitas outras. Na arquitetura o campo floresceu notavelmente no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, como Minas Gerais, e tem novamente como seu maior representante o Aleijadinho. 
 	Arquitetura Barroca
 	Com influência de Barromini, um gênio rebelde que em sua época levava a arquitetura a outro nível, combinando formas nunca antes articuladas, de uma maneira extraordinária, onde a justaposição de superfícies côncavas e convexas fazia suas paredes parecerem vivas, o estilo barroco ganha movimento nas fachadas, com adição de volutas no frontão, aberturas em arco, gradis, relevo e óculos (abertura circular nas paredes, que serve para clarear e arejar), nos interiores a decoração era rica, porém os esquemas eram mais estáticos, organizados em áreas compartimentalizadas, com retábulos providos de colunas torcidas revestidas de folhagens, aves e anjos, interligadas no mesmo padrão. As fachadas adquiriram mais verticalidade e movimento, com formas inusitadas nas aberturas, tais como pera, losango, estrela, oval ou círculo; frontões mais curvos, e as plantas começaram a aparecer em formas poligonais e elípticas.
A partir a segunda metade do século XVII a arquitetura das cidades mais ricasdo Nordeste Brasileiro começou a se modificar, ganhando formas mais elegantes e decorações mais requintadas. Daí então surgiu às primeiras Igrejas barrocas. Mas somente no século XVIII houve total predominância desse estilo na arquitetura brasileira..[2: PATROCÍNO, José. O Barroco no Brasil. Web Artigos. Paraíba. 2012. Pág. 1.]
 	Bahia
 	A Bahia foi o primeiro estado colonizado pelos portugueses e a sua capital, a cidade de Salvador, possui o maior conjunto arquitetônico barroco do Brasil. Com mais de cinquenta igrejas de estilo barroco, também contém vários solares e casarões. A Igreja e Convento de São Francisco talvez sejam a que possui mais característica barroca em sua composição, projetadas pelo Padre Vicente das Chagas, onde hoje é uma praça entre o Largo do Cruzeiro e o Terreiro de Jesus.
a Igreja e Convento de São Francisco da Bahia, em Salvador, que sustenta os 37 painéis figurados de azulejaria em seu claustro. O convento era construído ao redor do claustro, rodeado de arcadas; geralmente, a igreja era posicionada ao longo de um dos lados do claustro, e aos outros lados se voltavam as celas e a portaria. Os arquitetos franciscanos produziram os claustros até o século XVIII, mantendo o estilo renascentista..[3: DUGNANI, Patricio. A herança simbólica na azulejaria barroca: os painéis do claustro da igreja de São Francisco da Bahia. Editora Mackenzie. São Paulo. 2012. Pág. 51.]
 	A igreja possui sua fachada bastante sóbria em relação ao interior, com a simplicidade dos seus campanários quadrangulares, erguidos com pirâmides azulejadas, contrastando com o bloco central mais ornamentado, com aberturas em arco na base e um frontão no topo decorado com grandes volutas, enquanto o interior é todo entalhado e revestido de ouro; “Todas as superfícies do interior - paredes, colunas, teto, capelas - são revestidas de intrincados entalhes e douraduras, com florões, frisos, arcos, volutas e inúmeras figuras de anjos e pássaros espalhadas em diversos pontos.” Tem-se a ideia de que foi usada uma tonelada de ouro no douramento do interior da igreja.[4: CAMPELLO, Glauco de Oliveira. O brilho da simplicidade: dois estudos sobre arquitetura religiosa no Brasil colonial. Casa da Palavra. 2001. Pág. 41.]
 	Além da capital, as cidades do recôncavo baiano como Cachoeira e Santo Amaro da Purificação abrigam também pontos e espaços que contribuem muito para a arte barroca do estado. Destacando-se a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em Cachoeira que tem seu interior todo revestido de ouro e azulejos portugueses; e a Matriz de Nossa Senhora da Purificação em Santo Amaro que apesar de possuir uma pequena característica do estilo neoclássico em seus altares, a sua estrutura arquitetônica, bem como os entalhes, azulejos e a pintura do forro permanece barroca.
 	Pernambuco
 	As construções barrocas mais cuidadas do Estado de Pernambuco estão em Recife. Essas construções são do período chamado época de riqueza, quando a cidade teve um crescimento econômico que alavancou seu desenvolvimento. 
É importante salientar que as igrejas levavam décadas para serem construídas, como foram os casos da Basílica de Nossa Senhora do Carmo (1687-1767) e da Catedral de São Pedro dos Clérigos (1728-1782), incorporando modificações sucessivas de estilo, partindo de um Barroco mais “primitivo” e alcançando resultados mais rebuscados dentro do Barroco-Rococó..[5: LEMOINE, André. A arquitetura religiosa barroca em Pernambuco – séculos XVII a XIX. Livraria online Vitruvius. Pernambuco. 2005. Pág.03.]
 	A Catedral de São Pedro dos Clérigos foi projetada pelo arquiteto Manuel Ferreira Jacomé, possui uma estrutura totalmente verticalizada, com seu pórtico totalmente trabalhado em cantaria (arte de talhar blocos de rocha bruta de forma a constituir sólidos geométricos, para utilização na construção de edifícios ou de muros.), no centro da sua fachada, a cima do pórtico, tem uma janela em meio arco rebaixado, com balaústres e adornos em cantaria que se unem ao pórtico, e, acima desta janela, um frontispício ornamentado com volutas, pináculos (ponto mais alto de um determinado lugar, um edifício ou uma torre) e uma cruz, além da imagem de São Pedro no nicho do tímpano (espaço geralmente triangular ou em arco, limitado pelos três lados do frontão, que assenta sobre o portal de entrada de uma igreja, catedral ou templo.). O interior guarda um trabalho de talha, com elementos rococó nos balcões e sanefas nas tribunas, capela-mor, nave e na base do altar-mor. Atualmente o talhado do interior da catedral não é original, ouve uma reforma anos depois que substituiu o trabalho em talha para o estilo neoclássico e substituiu a cobertura da catedral, sem que interferisse no forro. 
 	A Basílica de Nossa Senhora do Carmo foi projetada pelo Capitão Diogo Cavalcanti Vasconcelos. Na fachada possui apenas uma torre do lado direito, um oratório centralizado em homenagem a Nossa Senhora do Carmo e logo abaixo, dois nichos com imagens de Santo Elias e Santo Eliseu. Na capela-mor, o retábulo conta com uma imagem em tamanho natural de Nossa Senhora do Carmo, cercada de anjos e santos, numa moldura de talha dourada. O altar principal abriga valiosas coroas de ouro e pedras preciosas, e além da capela-mor, a basílica possui doze altares secundários, todos decorados em talha dourada. 
 	Minas Gerais
 	“O descobrimento do ouro em Minas Gerais na ultima década do século XVII e primeira metade do século XVIII”, com a descoberta do ouro, o Estado de Minas Gerais foi introduzido a uma intensa atividade de ocupação territorial que determinou à região características de um estilo próprio, o chamado Barroco Mineiro, que se constituiu de referências artísticas de outras regiões da colônia, como o Rio de Janeiro, Salvador e até mesmo de Portugal sem deixar de manter a originalidade. “O Barroco Mineiro tem ampla relação com o desenvolvimento do Brasil caracterizando o ciclo do ouro, além de responsável por passagens que se destaca em nossa história, por exemplo, a Inconfidência Mineira.”. [6: FIALHO, Edson. Barroco Mineiro: nação civilizada, patrimônio protegido. Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto. 2011. Pág. 19.][7: ALMEIDA, Moacir. O Barroco Mineiro: Edificações Religiosas. Revista Historiador. Porto Alegre. 2014. Pág. 21.]
 	A região de Minas oferecia condições favoráveis ao trabalho de marceneiros e carpinteiros, que faziam parte do maior grupo de artistas. Os trabalhos em madeira destes artistas se destacavam nos templos religiosos, tanto externamente, quanto internamente. Aleijadinho foi o maior artista brasileiro do período colonial, nascido em Ouro Preto, deixou um enorme legado arquitetônico ao país, dentre muitas obras realizadas pelo artista e escultor destaca-se a Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis que teve seu projeto realizado em parceria com Mestre Ataíde, porém seu plano original foi alterado pelo mestre-escultor Francisco de Lima Cerqueira. 
“A edificação da Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, é considerada uma das obras-primas de Aleijadinho, que foi incumbido do projeto arquitetônico, do risco da portada, dos elementos ornamentais e da execução das peças esculturais da igreja. A parceria com Mestre Ataíde, cujas pinturas estão no interior do monumento, tornou essa Capela um exemplo completo do barroco mineiro. O teto da igreja representa a Assunção de Nossa Senhora, circundada de anjinhos músicos, todos mestiços substituindo os rosados querubins dos modelos tradicionais europeus.”.[8: Idem 6. Pág. 23.]
 	De acordo com o formato especial da abóbada da igreja, a pintura sobressai em suas características barrocas de composição assimétrica, monumental, com acentuado contraste de claro-escuro, expressão que visavam intensificar a sensação de profundidade.
“As obras-primas de Aleijadinho, Mestre Ataíde e seus contemporâneos estão espalhadas em Minas Gerais pelas cidades de Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João DelRei, Prados, Congonhas, Sabará e regiões adjacentes. Diamantina, Conceição do Mato Dentro e Serro Frio conheceram o barroco tardio, fora da influência do Aleijadinho; aí foi dada maior ênfase à pintura do que a talha.”.[9: Idem 6. Pág. 25.]
 	Em Mariana, município de Minas Gerais, destaca-se a Capela de Santana por ser uma das mais antigas, que ainda em condições simples e primitiva, sediou a Ordem de São Francisco até ela ser transferida para o Largo do Pelourinho, em Salvador. A fachada principal passou por reformas, realizadas por João de Caldas Bacelar que a reconstruiu em pedra, e seu interior é revestido de talha. Porém, “Para a apreciação do barroco, o visitante conta com quatro igrejas importantes em Ouro Preto: a Capela do Padre Faria, as duas matrizes e Santa Efigênia, e duas em Mariana: a Catedral e a Capela de Santana.”[10: RIBEIRO, ARANTES, Myriam, Adalgisa. Barroco e Rococó nas Igrejas de Ouro Preto e Mariana. Brasília. 2010. Pág. 17.]
 	Considerações finais
 	A arquitetura barroca no Brasil percorreu um grande caminho até se transformar na arquitetura que é vista hoje nas igrejas coloniais. Com o passar do tempo, a arquitetura barroca brasileira foi ganhando personalidade própria mesmo tendo sido influenciada inicialmente pelo barroco português, e, apesar de ter tido seu inicio através das igrejas e capelas construídas pelos padres, o princípio do seu aprimoramento se dá com a iniciativa do frei arquiteto Francisco Dias de melhorar a estética dessas igrejas que tinham como objetivo enaltecer o clero e mostrar soberania através dos seus altares dourados, tetos pintados e paredes entalhadas nos mínimos detalhes. 
O exagero e a extravagância são os pontos fortes do barroco, e, apesar das igrejas serem as edificações onde suas características melhor se destacam, nos casarões da época também era possível essa percepção, através da grande quantidade de janelas simetricamente espalhadas pelas fachadas. 
 	Aleijadinho, com suas diversas esculturas perfeitamente entalhadas nas fachadas e interiores das igrejas e Mestre Ataíde com suas pinturas deslumbrantes nos tetos foram o ápice da melhor forma que o barroco atingiu até hoje no Brasil, porém existiram outros escultores, pintores e arquitetos tão bons quanto. Apesar do barroco de ter atingido vários estados do país, teve mais força em estados específicos como a Bahia, Pernambuco e em Minas Gerais. 
 	A Bahia foi o primeiro e o que possui a maior e mais rica coleção de obras barrocas, somando as obras da cidade de Salvador, Cachoeira, Santo Amaro, Valença, Rio das Contas, e de outras. A Igreja de São Francisco, em Salvador é com certeza a mais bela do estado, com seu interior todo entalhado e revestido em ouro de uma forma tão extravagante e tão maravilhosa ao mesmo tempo.
 	Apesar de existir obras muito interessantes em outras cidades como Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Tamandaré e Itamaracá, Recife é o destaque principal quando se fala de arquitetura barroca em Pernambuco por possuir as obras mais bem conservadas do estilo, com o exemplo da Catedral de São Pedro dos Clérigos, que apesar de ter passado por reformas, continua tendo características muito específicas do barroco.
 	Dos três estados citados, Minas Gerais foi o único a receber um estilo próprio do barroco, o Barroco Mineiro que foi característico do chamado Ciclo de Ouro. O estado também é a “casa” do maior artista brasileiro do período colonial, Aleijadinho, nascido em Ouro Preto. O Estado de Minas Gerais abriga obras barrocas em várias cidades como Congonhas do Campo, São João Del Rey, Ouro Branco entre outras, porém Mariana e Ouro Preto são as cidades com maior destaque entre os turistas que querem apreciar a arquitetura barroca.
 
Referências
ALMEIDA, Moacir. O Barroco Mineiro: Edificações Religiosas. Revista Historiador. Porto Alegre. 2014. 
AUGUSTO, Carlos. O Barroco Mineiro. Patrimônio Histórico, Identidade Cultural e Turismo. Universidade de Brasília. Brasília. 2006.
BEDIN, Andrea. Barroco: um estado de espírito. Último Andar (PUCSP. Online). São Paulo. 2014.
CAMPELLO, Glauco de Oliveira. O brilho da simplicidade: dois estudos sobre arquitetura religiosa no Brasil colonial. Casa da Palavra. Rio de Janeiro. 2001.
DUGNANI, Patricio. A herança simbólica na azulejaria barroca: os painéis do claustro da igreja de São Francisco da Bahia. Editora Mackenzie. São Paulo. 2012. 
FAGUNDES, Erivaldo. O Barroco: Substrato Cultural da Colonização. Politeia: História e Sociedade. Vitória da Conquista. V. 7. 2007. 
FIALHO, Edson. Barroco Mineiro: nação civilizada, patrimônio protegido. Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto. 2011. 
LEMOINE, André. A arquitetura religiosa barroca em Pernambuco – séculos XVII a XIX. Livraria online Vitruvius. Pernambuco. 2005.
MARTINS, KOK, Alberto, Glória. Nos Caminhos do Barroco. Roteiros Visuais no Brasil. Claroenigma. São Paulo. 2015
PATROCÍNO, José. O Barroco no Brasil. Web Artigos. Paraíba. 2012.
RIBEIRO, ARANTES, Myriam, Adalgisa. Barroco e Rococó nas Igrejas de Ouro Preto e Mariana. Brasília. 2010
SMITH, Robert. Arquitetura Colonial Baiana. Alguns Aspectos de sua História. EDUFBA. Salvador. 2010
TEIXEIRA, Roberto. A Cidade no Brasil – período colonial. Uberlândia. 2011.
QUINTAS, Georgia. Barroco Pernambucano. Jornal do Comércio. Recife. 2003.

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