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Escola de atualização profissional e capacitação jurídica 
www.mestrejuridico.com.br Prof. Paulo Sérgio Pereira da Silva 
 
Rua João de Abreu, 192 Sl. B-96 Ed. Aton – S. Oeste – Goiânia – GO – CEP 74.120-110 
(62) 3215-5444 contato@mestrejuridico.com.br 
 
Disciplina: Prática Jurídica III Período: 9º Professor: Paulo Sérgio Pereira da Silva 
Universidade Salgado de Oliveira 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 6ª VARA CRIMINAL 
ESPECIALIZADA EM CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO E EM 
LAVAGEM DE VALORES DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ANDRÉ MARQUES DA SILVA, já identificado nos 
autos, por seu defensor, vem respeitosamente à presença deste juízo apresentar 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
nos termos do que lhe confere o artigo 396-A do Código de Processo Penal, pelo 
seguinte: 
 
 
I. DOS FATOS 
 
2. Trata-se de ação penal deflagrada pelo Ministério 
Público Federal em desfavor de André Marques da Silva, Mauricio Martinez 
Paneque e Bruno Prada, dando-lhes como incursos nos artigos 4º, caput, 6º, 9º, 
10 e 11, todos da Lei nº 7.492/86. 
 
3. Narra-se na peça acusatória que os denunciados, em 
unidade de desígnios, geriram a Sociedade INTERBRAZIL SEGUROS S/A 
mediante fraude, praticando diversas manobras fraudatórias em detrimento da 
probidade inerente à administração de uma instituição financeira. 
 
4. Lastreia-se a opinio deliciti nas conclusões do 
Relatório de Encerramento da Comissão de Inquérito instaurada pela 
 
 
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Superintendência de Seguros Privados do Ministério da Fazenda, que aponta a 
ocorrência de irregularidades gerenciais praticadas pelos denunciados, 
especialmente uma “sistemática e continua inobservância a inúmeras normas às 
quais a Sociedade está adstrita, destacando-se a reiterada aceitação de riscos 
superiores aos seus limites técnicos, a constituição a menor e a insuficiência de 
cobertura de suas provisões técnicas, o passivo operacional superior ao seu 
patrimônio líquido, irregularidades contábeis diversas, omissão e/ou falsificação 
de informações e outras [...]”1. 
 
5. Aponta ainda, que o Denunciado André Marques da 
Silva, notificado a apresentar uma série de documentos, deixou de cumprir a 
determinação, tendo ainda levado os documentos para Goiânia, Goiás. Para 
demonstrar a autoria dos fatos aponta a Denúncia, mais uma vez subsidiada no 
Relatório de Encerramento da Comissão de Inquérito da SUSEP, que o 
Denunciado André Marques da Silva praticou atos de gestão da INTERBRAZIL 
SEGUROS S/A nos cinco anos que antecederam sua liquidação extrajudicial, 
indicando uma série de documentos por ele firmados. 
 
6. Quanto a materialidade, anota o Parquet a conclusão 
da multicitada Comissão de Inquérito, que aponta o cometimento de mais de 25 
(vinte e cinco) infrações por parte dos administradores da INTERBRAZIL 
SEGUROS S/A, dentre as quais destaca-se: i) aceitação de riscos superiores aos 
limites técnicos; ii) superfaturamento de ativos; iii) adiantamento de ativos; iv) 
falsidade na integralização de capital; v) desorganização administrativa; e vi) 
omissão de informação ou prestação de informação falsa, o que caracterizaria o 
crime de gestão fraudulenta (art. 4o da Lei de Crimes contra o Sistema 
Financeiro), “transbordando” ainda para as conduta para as infrações descritas 
nos artigos 6º, 9º, 10 e 11 do mesmo texto legal (fl. 452, denúncia) 
 
7. Por fim, imputa-se aos denunciados a prática de 
falsificação de documentos, de maneira habitual, tencionando “driblar” a 
fiscalização da SUSEP. 
 
 
II. DA INÉPCIA DA DENÚNCIA. DA IMPOSSIBILIDADE DE 
EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA AMPLA. 
 
8. Conforme se apercebe no tópico supra a peça 
acusatória cinge-se a reproduzir conclusões da Comissão de Inquérito da 
 
1 1 Fls 449/450 (Denúncia) e 1117 do apenso I (Processo Administrativo SUSEP). 
 
 
 
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SUSEP, deixando de descrever com a precisão necessária as condutas imputadas 
aos denunciados. 
 
9. É flagrante a simplificação das imputações perpetradas 
aos denunciados, restringindo-se a peça acusatória a referência genérica e 
lacônica de folhas, sem a necessária subsunção das imputações aos tipos penais 
capitulados. 
 
10. A titulo de exemplificação, anota-se a imputação de 
que o Denunciado André Marques da Silva teria deixado de apresentar “uma 
série de documentos”, “imprescindíveis a fiscalização”, tendo ainda, os levado 
para Goiânia, Goiás, fato que ensejou a comunicação do ocorrido à Policia 
Federal. 
 
11. O fato é que não se faz qualquer referência a quais 
documentos não teriam sido apresentados e quando isto ocorreu. A singeleza da 
genérica imputação inviabiliza o exercício da defesa, mesmo porque há notícia 
nos autos de que este denunciado teria comunicado a mudança de endereço à 
SUSEP. 
 
12. Esta comunicação ocorreu antes ou depois do 
requerimento da SUSEP? As notificações para prestação de informação foram 
indicadas ao endereço correto? Pela omissão da informação, é impossível 
precisar se de fato o denunciado se omitiu dolosamente em prestar as 
informações. Assim sendo, inviável o exercício do direito de defesa. 
 
13. Consta ainda a imputação de “sistemática e continua i) 
inobservância a inúmeras normas às quais a Sociedade está adstrita, destacando-
se a ii) reiterada aceitação de riscos superiores aos seus limites técnicos, iii) a 
constituição a menor e a insuficiência de cobertura de suas provisões técnicas, 
iv) o 
passivo operacional superior ao seu patrimônio líquido, v) irregularidades 
contábeis 
diversas, vi) omissão e/ou falsificação de informações e outras [...]” 
 
14. No que pertine a estes fatos, impossível o exercício 
pleno do direito de defesa, quando não se indica, ao menos, i) uma norma 
técnica desobedecida pelo Denunciado; ii) um caso específico de insuficiência 
de cobertura; iii) qual o valor do passivo operacional em comparação com o 
patrimônio líquido; iv) qual a irregularidade contábil; v) qual informação foi 
omitida e ainda, qual a prova material ou indício de falsidade documental. 
 
 
 
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15. Ainda, narra-se que os denunciados teriam praticado 
gestão fraudulenta em razão de i) aceitação de riscos superiores aos limites 
técnicos; ii) superfaturamento de ativos; iii) adiantamento de ativos; iv) falsidade 
na integralização de capital; v) desorganização administrativa; e vi) omissão de 
informação ou prestação de informação falsa. 
 
16. Da mesma forma questiona-se: i) quais os riscos 
assumidos e quais limites técnicos? ii) qual a forma como foram superfaturados 
os ativos financeiros da INTERBRAZIL SEGUROS S/A? iii) Quais e quantos 
ativos foram adiantados e a quem o foram? iv) em que consiste a falsidade na 
integralização de capital? De que forma isto ocorreu? v) o que poderiase 
qualificar como desorganização administrativa? vi) quais informações não foram 
prestadas ou 
prestadas falsamente? 
 
17. Vê-se, portanto, que a denúncia nem de longe responde 
a estes questionamentos, não se desincumbindo do encargo descrito no artigo 41 
do Código de Processo Penal, que de forma imperativa e cogente aponta que “A 
denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias”. 
 
18. Não se olvida que a jurisprudência admite que nos 
crimes societários a denúncia não necessita, obrigatoriamente, individualizar a 
conduta de cada um dos co-denunciados, mesmo porque seria ônus 
intransponível nesta fase da marcha processual obrigar o sujeito acusação a 
conhecer e apontar os pormenores da realidade administrativa daquela 
Sociedade. 
 
19. Ocorre que no caso em questão, não se trata de 
ausência de individualização da conduta de cada um dos co-denunciados dentre 
todas as imputações. O que a peça acusatória não traz é a indicação, ao menos 
indiciária, de quais condutas foram praticadas, limitando-se, repisa-se, a 
lacônica e genericamente apontar condutas imprecisas, sem o suporte probatório 
mínimo. 
 
20. As kafkianas acusações não viabilizam as denunciados 
o mínimo direito ao exercício da defesa. Se não se aponta com precisão mínima, 
a conduta típica, não se oportuniza o exercício do contraditório. 
 
 
III. DA RECUSA GENÉRICA AOS FATOS NARRADOS NA 
DENÚNCIA 
 
 
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21. Pelas razões acima delineadas, ante a ausência de 
indicação precisa dos fatos a si imputados, o Denunciado André Marques da 
Silva vê-se impossibilitado de rebater os fatos descritos na denúncia, refutando 
sua ocorrência de forma genérica, tal qual a estirpe da acusação. 
 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 
 Assim exposto, requer: 
 
a) considerando que, não obstante a inépcia supra exposta a demonstrada, 
a denúncia já fora recebida, ultrapassada a hipótese de rejeição descrita 
no artigo 395, I do Código de Processo Penal, Vossa Excelência, de 
ofício, conceda habeas corpus, com fundamento no artigo 648, VI do 
mesmo texto legal; 
 
b) seja deferido ao Denunciado o amplo direito a produção de provas, em 
especial a documental e a inquirição de testemunhas cujo rol abaixo se 
aponta: 
 
b.1. GUILHERME BALDAN CABRAL DOS SANTOS, Procurador Federal 
com atuação na SUSPEP, com endereço na Avenida Presidente 
Vargas, 730, Centro, Rio de Janeiro, CEP 20071-900; 
 
b.2. HELVIO SANTOS, Consultor Tributário e Contábil, com endereço 
na Avenida Brasil, 3264, Centro, Uberlândia, Minas Gerais; 
 
b.3. ALAOR MENDES RIBEIRO, com endereço na Pedreira Bocaina, 
s/n, – Arcos, Minas Gerais, CEP: 35.588-000; 
 
b.4. LUCIANO ESPER, que foi Funcionário da INTERBRAZIL 
SEGUROS S/A, com endereços na Rua Fortunato Grilenzone, 
417, Carapicuíba, São Paulo, CEP: 06333-230 e Avenida 
Paulista, 726, Conjunto 1707, São Paulo, CEP:01310-910; 
 
b.5. ADIEL DIAS BORGES, que foi Diretor Comercial da 
INTERBRAZIL SEGUROS S/A, residente em Goiânia e cujo 
endereço completo roga-se prazo razoável para apresentação a 
este juízo; 
 
 
 
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b.6. JOSÉ RODOLPHO DE MOURA BUSCH, que foi Diretor Corporativo 
da INTERBRAZIL SEGUROS S/A e cujo endereço roga-se 
prazo razoável para indicá-lo a este juízo; 
 
b.7. NEUZA SANTANA MITSUNAGA, que foi Funcionária da 
INTERBRAZIL SEGUROS S/A, residente em São Paulo e cujo 
endereço roga-se prazo razoável para indicá-lo a este juízo; 
 
b.8. MARCOS GARCIA, que foi Funcionário da INTERBRAZIL 
SEGUROS S/A e cujo endereço roga-se prazo razoável para 
indicá-lo a este juízo. 
 
 Pede deferimento. 
 
 Goiânia, ... 
 
 
 
NOME DO ADVOGADO 
OAB/... n. ...

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