Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Nutrição Aula 10: Aditivos Alimentares Disciplina: Bromatologia Professora: MSc. Leilanne Márcia Nogueira Oliveira Fortaleza-Ce Out/2018 Definição • Substância não nutritiva, adicionada intencionalmente ao alimento, geralmente em quantidades pequenas para melhorar a aparência, sabor, textura e propriedades de armazenamento. Fonte: FAO. • Qualquer substância, adicionada intencionalmente ao alimento para atingir um objetivo direto ou indireto, tornando- se um componente do alimento e afetando sua característica. Fonte: FDA. Definição • Qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997. Conceito variável: uma substancia poderá ser utilizada por um país e ter seu uso proibido no pais vizinho. Aditivos As substâncias químicas adicionadas com a finalidade de aumentar o valor nutritivo, tais como vitaminas e minerais, não são consideradas como aditivos. • ↑Conservação ou estabilidade → redução de perdas; • Manter ou melhorar o seu valor nutritivo; • Alimento mais atrativo x sem leva-lo a engano ou confusão; • Fornecer condições essenciais ao processamento do alimento. Propósitos do uso dos aditivos O uso não é permitido quando: • Houver evidência ou suspeita que o mesmo possui toxicidade real; • Interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento; • Servir para encobrir falhas no processamento e nas técnicas de manipulação do alimento; • Encobrir alteração na matéria-prima do produto já elaborado; • Induzir o consumidor a erro, engano ou confusão; • Não satisfazer a legislação de aditivos em alimentos. - Obedece regras internacionais - Testados em animais - Transformadas para consumos humano através de tabelas (seguras) Testes toxicológicos Interação entre o aditivo e outras substâncias ingeridas, sejam outros aditivos, substâncias presentes no ar poluído, ou mesmo medicamentos. Aditivos X GRAS (geralmente reconhecidos como seguros) IDA não estabelecida Não GRAS Testes toxicológicos IDA (Kg) – sem risco - segura X Segundo BPF ↓ Quantum satis ↓ Quantidade necessária para obter o efeito desejado Classificação dos aditivos: De acordo com sua ORIGEM, os aditivos pertencem a três classes: Naturais: obtidos por processos extrativos, como óleo de cravo da Índia; Semissintéticos: obtidos por substâncias naturais, por fracionamento ou síntese, como: eugenol de cravo, vanilina de safrol, etc.; Sintéticos: obtidos em laboratórios, por processos de síntese. Conservantes Antioxidantes Aromatizantes Corantes Edulcorantes Acidulantes Estabilizantes Umectantes Antiumectantes Antiespumante Clarificante Espessante Categoria ou classe funcional dos aditivos Conservantes Aprovados pela legislação brasileira: Ácido benzóico e seus sais de Na, K e Ca; Ácido sórbico e seus sais de Na, K e Ca; Dióxido de enxofre e derivados; Nitratos e nitritos de Na e K; Ácido propiônico e seus sais; Ésteres do ácido para-hidroxibenzóico; nisina; natamicina. Eliminam total ou parcialmente os microrganismos ou criam condições que desfavoreçam o seu crescimento. Substância que impede ou retarda a alteração dos alimentos provocada por microrganismos ou enzimas. (Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997) Exemplos de antioxidantes: Ácido cítrico; Polifosfatos; Ácido fosfórico; Sais de EDTA,; Ácido ascórbico; Tocoferol; BHA; BHT. Retardam o aparecimento de alteração oxidativa no alimento, principalmente em óleos e gorduras, evitando a formação de “ranço”. Antioxidantes Valores da IDA de alguns antioxidantes (JECFA, 2006). Antioxidante IDA (mg/kg p.c.) Ácido ascórbico Não especificada Ácido cítrico Não limitada Ácido fosfórico 70 Ácido eritórbico Não especificada Butil-hidroxianisol (BHA) 0-0,5 Butil-hidroxitolueno (BHT) 0,03 Antioxidantes Implicações na saúde do uso de antioxidantes: BHT e BHA afetam as enzimas responsáveis por metabolizar drogas, podem modificar a toxicidade de outros químicos; Polifenóis seguros e não tóxicos em níveis dietéticos médios. Antioxidantes Podem ser naturais, sintéticos, mistura de aromatizantes, aromatizantes de reação/transformação e aromatizantes de fumaça. Substâncias ou misturas de substâncias, com propriedades odoríferas e/ou sápidas, capazes de conferir ou intensificar o aroma e/ou sabor dos alimentos. Aromatizantes Podem ser: Natural: Urucum, carmim de cochonilha, curcumina, clorofila, antocianinas, betanina e xantofilas. Sintético: Amarelo crepúsculo, tartrazina, azul brilhante, vermelho 40, etc. Conferem, intensificam ou restauram a cor de um alimento. Corantes É a substância, diferente dos açúcares, que confere gosto doce aos alimentos. Podem ser: Natural: Sorbitol, manitol, esteviosídeo, maltitol, lactitol, xilitol. Sintético: Acessulfame de potássio, aspartame, ciclamato, sacarina, sucralose. Edulcorantes Implicações na saúde do uso de edulcorantes: Sorbitol pode causar diarreia quando ingerido em excesso; Aspartame contra-indicado a portadores de fenilcetonúria. Edulcorantes Acidulantes Aumentam a acidez e conferem sabor ácido aos alimentos. Exemplos de acidulantes: Ácido cítrico, tartárico, lático, adípico, málico, fosfórico. Função sensorial, ajudam na conservação e na parte nutricional. Não existe limite para uso em alimentos na legislação brasileira (IDA). A substância que torna possível a formação ou manutenção de uma mistura uniforme de duas ou mais fases imiscíveis no alimento. Hidrocolóides (alginatos, pectinas, gomas arábica, caraia e xantana), fosfatos e polifosfatos (utilizados em carnes e produtos cárneos). Estabilizantes IDA (mg/kg p.c.) Amidos quimicamente modificados Não especificada Goma arábica Não especificada Goma éster 0-25 Polifosfatos 70 Estabilizantes Protegem os alimentos da perda de umidade em ambiente de baixa umidade relativa ou que facilitam a dissolução de uma substância em um meio aquoso. Permitidos pela legislação brasileira: Dioctil sulfossucinato de sódio; Glicerol; Lactato de sódio; Propileno glicol; Sorbitol. Umectantes Retardam a absorção de umidade do alimento, permitindo um melhor fluxo do pó e evitando o empedramento do produto. Permitidos pela legislação brasileira: alumínio silicato de sódio, carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, citrato de ferro amoniacal, dióxico de silício, ferrocianeto de sódio, fosfato tricálcico, hidróxido de magnésio, óxido de magnésio, silicato de cálcio, silicato de alumínio, sais de alumínio, cálcio, magnésio, potássio, sódio e amônio. Antiumectantes Antiespumantes Previne ou reduz a formação de espuma pela redução da tensão superficial. Permitidos pela legislação brasileira: dimetilpolisiloxana (IDA 0- 1,5 mg/kg pc) Agar-agar; Alginato de cálcio; Carboximeltilcelulose sódica; Goma adragante; Goma arábica; Goma caraia; Goma guar; Goma jataí; Mono e diglicerídios; Musgo irlandês ou caragena; Celulose microcristalina Goma xantana. Elevam a viscosidade de soluções, emulsões e suspensões.Espessantes Aditivos e rotulagem • Parte da lista de ingredientes – final da lista; • Descritos: função principal ou n° INS (sistema internacional de numeração) seguido ou não de seu nome Ex.: Estabilizante: tartarato de sódio; Conservante: sorbato de potássio; Acidulante: INS 338, Antioxidante:INS 316, Estabilizante: INS 405 Nesse exemplo você pôde perceber que no rótulo observa-se a categoria do aditivo seguido do seu nome ou mesmo vir apenas o seu INS como declaração e controle, ou ambos ainda. Aditivos e rotulagem •Um mesmo aditivo – diversas funções/categorias • Rótulo: aplicação mais importante naquele alimento; Referências - Fellows, P.J. Tecnologia do Processamento de Alimentos. Princípios e prática. 2a Edição, Ed, Artmed, 2006. 602p. - GAVA, A. J.; SILVA, C. A. B.; FRIAS, J. R. F. G. Tecnologia de alimentos: Princípios e aplicações. São Paulo: Nobel, 2008. - BRASIL. Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997. Regulamento Técnico: Aditivos Alimentares - definições, classificação e emprego. Diário Oficial União, Brasília, DF, 28 out. 1997. Seção 1. - AUN, M. V. et al. Aditivos em alimentos. Rev. bras. alerg. imunopatol., v.34, n. 5, p. 177-186, 2011. Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-01.pdf. “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina
Compartilhar