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MANIPULAÇÃO DE SUPORTE NUTRICIONAL INTRODUÇÃO AO SUPORTE NUTRICIONAL E PACIENTE CRÍTICO Profa. Ariana Amaral NE • Egípcios e gregos → fornecimento de nutrientes; • Século XIX → extratos de carne, leite e uísque via retal; → tubos metálicos e/ou com peles de animais; → alimentos triturados em solução; • Fórmulas especializadas (1930) → avanço no isolamento de constituintes nutritivos. CONTEXTO HISTÓRICO Dieta equilibrada Dieta desequilibrada ALIMENTAÇÃO � Sobrevivência; � Convívio. AGRAVOS À SAÚDE ALIMENTAÇÃO: • sobrevivência e convívio; • Falta de apetite. SINTOMAS: • Náuseas; • Vômitos; • Diarreia (inespecífico). UTI Paciente Crítico Estresse catabólico Resposta Inflamatória Sistêmica Fonte: unidospelanutricaoclinica.com.br TERAPIA NUTRICIONAL? Conjunto de procedimentos terapêuticos para a manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral ou Enteral ou complementação oral. Portaria 337, de 14 de abril de 1999. SUPORTE NUTRICIONAL • Terapia Nutricional (TN): Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do usuário por meio da Nutrição Parenteral e/ou Enteral. TERAPIA NUTRICIONAL (RDC 63/2000) TERAPIA NUTRICIONAL •O objetivo da terapia nutricional é manter ou melhorar o estado nutricional e evitar as consequências adversas da desnutrição. •Matarese, L.E.,1998. VIA ORAL VIA PARENTERAL VIA ENTERAL TERAPIA NUTRICIONAL • A TN está indicada para pacientes graves, com risco nutricional identificado e/ou já com estado nutricional comprometido, que tenham dificuldade em obter as necessidades nutricionais por via oral convencional. PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL TERAPIA NUTRICIONAL ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIENTES EM FORMULAÇÕES ENTERAIS OU PARENTERAIS DE FORMA SEGURA PRESCRIÇÃO RACIONAL • A terapia nutricional baseada em evidência (TNBE) se apoia nos princípios da medicina baseada em evidência (MBE) TERAPIA NUTRICIONAL • Efetividade: tratamento que funciona em condições de aplicação real. Ex: dose de glutamina para função gastrointestinal • Eficiência: tratamento de baixo custo e acessível para que os pacientes possam usufruir. Ex. Dietas artesanais x dietas industrializadas • Segurança: quando uma intervenção possui características confiáveis que tornam improvável a ocorrência de algum efeito indesejável para o paciente. • A terapia nutricional tem como principais objetivos prevenir e tratar a desnutrição, preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico, melhorar a resposta imunológica e cicatricial, modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico, prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas... TERAPIA NUTRICIONAL ...decorrentes do tratamento e da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o tempo de internação hospitalar, reduzir a mortalidade e, consequentemente, reduzir custos hospitalares. (MCCLAVE et al., 2013; DROVER et al., 2011; WAITZBERG et al., 2006). TERAPIA NUTRICIONAL NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTAL • Estas duas terapias são regulamentadas, respectivamente, pela Resolução RCD No 63/2000 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Portaria VS/MS No 272/1998 do Ministério da Saúde, que fixam os requisitos mínimos, estabelecem as boas práticas e definem a obrigatoriedade de uma equipe multiprofissional de terapia nutricional (EMTN). NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTAL • “Terapia baseada nos guidelines consolidam a possibilidade de utilizar a abordagem nutricional como tratamento de pacientes criticamente enfermos, reafirmando que a nutrição não é mais apenas uma terapia de suporte, um elemento secundário. A terapia nutricional é uma possibilidade de tratar o paciente por meio da nutrição, capaz de interferir diretamente no tratamento da doença”. Como deve ser a equipe de TN? MÉDICO-ENFERMEIRO-FARMACÊUTICO- NUTRICIONISTA PACIENTE CRÍTICO • Paciente grave/crítico é aquele que apresenta instabilidade de um ou mais de seus sistemas orgânicos, devido às alterações agudas ou agudizadas, que ameaçam sua vida. Queimados Grandes cirurgias Sepse Insuficiências Complicações secundárias FALÊNCIA NUTRICIONAL NA UTI Desnutrição – 20 a 50% Aproximadamente 48,1% Aumento do tempo de internação, da morbidade e mortalidade, com consequente aumento do custo hospitalar. Ingestão oral inadequada Catabolismo exacerbado Suporte nutricional fundamental na UTI PACIENTE CRÍTICO PACIENTE CRÍTICO RESERVAS DE CARBOIDRATOS MÍNIMAS CONSUMO DE CARBOIDRATO DURANTE O JEJUM CONSUMO DAS RESERVAS DE LIPIDIOS E PROTEÍNAS PROTEINAS ESTRUTURAIS (MUSCULARES E VISCERAIS) PIOR EVOLUÇÃO CLÍNICA (ex: desmame ventilatório e infecções nosocomiais) PACIENTE CRÍTICO Grande parcela dos pacientes graves Oferta nutricional inadequada, sob justificativa de mitos vinculados às condutas na UTI. DESNUTRIÇÃO AGUDA E REMODELAGENS METABÓLICAS •As alterações no metabolismo podem estar instaladas em diferentes fases: INFLAMATÓRIA ANTI- INFLAMATÓRIA COMPENSATÓRIA INFLAMAÇÃO PERSISTENTE Ocupa atualmente muito espaço na UTI • A capacidade de responder a determinadas agressões, sejam elas de natureza cirúrgica, traumática ou infecciosa é um componente fundamental apresentado pelos seres vivos Aumentar a probabilidade de um indivíduo sobreviver ao trauma A resposta irá depender da ALTERAÇÕES METABÓLICAS AGUDAS DESNUTRIÇÃO NA UTI Pode ser preexistente Manifestar-se à internação Decorrente do hipercatabolismo associado ao insulto agudo Deficiência de nutrientes por má condução de TN Idade do paciente Gravidade da doença Estado inflamatório agudo e crônico COMPROMETIMENTO DO ESTADO NUTRICIONAL Agressão grave Alterações metabólicas Alterações hormonais Manutenção da homeostase e hemodinâmica Aumento da resistência à insulina e catabolismo protéico. TODO paciente crítico deveriam ser considerados sob RISCO NUTRICIONAL DE DESNUTRIÇÃO!! ALTERAÇÕES NO PACIENTE CRÍTICO •Reserva de proteína mobilizada para neoglicogênese; •Redução de celular corporal (proteína corporal total); •Aumento da excreção de nitrogênio urinário (BN negativo); •Aumento da água extracelular devido ao edema (mascara perda de peso). Acompanham ento do EN fundamental Ferramentas usadas em UTI, muitas vezes não são adequadas Necessidade de um suporte nutricional adequado GRANDE DESAFIO!!! OBJETIVOS DO SUPORTE NUTRICIONAL •Manter a síntese de proteínas de fase aguda; •Preservar funções imunológica, cardíaca, muscular, respiratória e intestinal; •Atenuar a resposta metabólica; •Restaurar a proteína tecidual; •Reparação de tecidos lesionados. Emprego de fórmulas enterais e parenterais hiperproteicas, respeitando-se a tolerância metabólica de cada paciente. FALÊNCIA NUTRICIONAL •Distúrbio metabólico é inerente à doença aguda e persistirá enquanto houver inflamação; • TN não corrigirá alterações nutricionais (perda de massa magra é progressiva e inevitável); •Manter oferta nutricional regular, adequada no momento certo e simultânea à recuperação do paciente. • Estima-se que 20 a 30% dos pacientes morrem na UTI; •Dos 70 a 80% sobreviventes, alguns permanecerão com sequelas importantes (fraqueza muscular, fragilidade, piora da musculatura respiratória, etc). Avaliação do estado inflamatório Decisão da estratégia nutricional mais adequada.PRINCIPAIS ALTERAÇÕES METABÓLICAS NA FALÊNCIA NUTRICIONAL •Aumento do catabolismo; •Redução da massa magra; •Aumento da oxidação de glicose; •Aumento da neoglicogênese e resistência à insulina; •Aumento da oxidação de ácidos graxos (elevação da produção de cetonas); •Diminuição da depuração de triglicerídeos. Lipídios: principal fonte de energia no paciente crítico. Carboidratos – 100 a 150g para órgãos dependentes completamente de glicose. Tecido muscular esquelético – fonte de aa’s para neoglicogenese e síntese de proteínas de fase aguda. SARCOPENIA SARCOPENIA • Caracteriza-se pela redução da massa magra e força da musculatura esquelética. SARCOPENIA SIRS Endócrina: Corticoesteroides, GH,IGF- 1, alterações tireoidianas, resistência à insulina. Relacionada com a idade: Hormônios sexuais, apoptose, disfunção mitocondrial. Doença neurodegenerativa: Perda da função do neurônio motor. Desuso: Imobilismo, inatividade física. Nutrição adequada Caquexia Causas gerais da sarcopenia Fonte: adaptada de Cruz-Jentoft et al., 2010 OBRIGADA!