Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Arquitetura vernacular Acadêmica: Natália Rosa da Costa O que é Arquitetura Vernacular? Relação com o clima: Se adapta ao clima, com respeito e sensibilidade às condições locais do meio geográfico onde se situa. Relação com os materiais usados nas edificações: É utilizado recursos naturais, como: pedra, barro, madeira, gelo, etc., advindos da própria região em que as edificações são inseridas. É aquela produzida com materiais locais, técnicas construtivas tradicionais, tipologia regional e adequada ao ambiente onde está inserida. A Arquitetura Vernacular já foi definida como “primitiva”, quando os povos encontraram as maneiras mais práticas de erguer suas moradas e as passaram de geração em geração. Arquitetura Vernacular fora do Brasil: Harran,Turquia Chibotte, França Ab-anbar, Irã Penhasco de Bandiagara, Mali Casas Mugsum, Camarões Coberturas de Algas em Læsø, Dinamarca Arquitetura Vernacular no Brasil: Casa Antiga Enxaimel –Joinville,/SC Casa Luso Brasileira, Antonina – PR Aldeia Yawalapiti - Parque Indígena do Xingu - Mato Grosso Casa de Marechal Cândido Rondon Corumbá/MS Casa em Taipa, Redonda – RN Palafitas - Recife/PE Casa flutuante na região amazônica Arquitetura Vernacular contemporânea: Yurt da Mongólia. Estrutura de madeira empenada a vapor e revestimento de feltro de lã de ovelha. Slum dos arredores de Tóquio, Japão. Restaurante em Ebisu, Tóquio, Japão. Chapa ondulada no seu esplendor. Cabana junto a umallotment. Cais De Loods Westerdok, Amsterdão, Holanda. Cabana com coberturas em fibrocimento - Costa da Caparica Shotgun houses, Alabama, EUA. Clima quente e úmido: Presente em regiões marítimas tropicais e subtropicais; As temperaturas são médias/altas, sazonais, com pouca variação entre o dia e noite; A umidade constante elevada aumenta a sensação de calor no ambiente; Céu encoberto, chuvas frequentes, e ventos variáveis; Radiação sempre intensa, porém difusa devido a elevada nebulosidade. West Sumatra, Indonesia Clima quente e seco: Ilha de Santonini, Grécia Presente em regiões desérticas próximas ao equador; Médias de temperatura muito altas e grande amplitude térmica; Radiação solar é direta, quase sem a presença de nuvens e praticamente sem precipitação; Baixa umidade; Os ventos são quentes, secos e carregados de poeira. Inércia térmica: O que é? Inércia térmica se refere às transferências de calor e sua capacidade térmica volumétrica (ou capacidade calorífica volumétrica). A inércia térmica é modelada como uma função da densidade, calor específico e capacidade térmica de um material. A Inércia Térmica pode ser definida de um modo simples como a capacidade de um material armazenar o calor e de o restituir pouco a pouco. Permite garantir o conforto, de Verão evita o sobreaquecimento e de Inverno mantem o aquecimento no interior. Inércia térmica no clima quente e úmido: No clima úmido e quente, as variações da temperatura ao longo do dia são menores, portanto, se deve trabalhar com baixa inércia térmica. Estratégias: Paredes finas, sem inércia térmica; Uso da ventilação para dissipar calor e reduzir a umidade; Edifícios estreitos, em formas alongadas e com grandes aberturas; Não criar barreiras ao vento; Distribuir fluxo de ar no interior da edificação; Cobertura (sombrear e de proteger das chuvas); Pavimento alto, e piso suspenso para passagem de ar; Coberturas com pouco peso, que permitem respiração para evitar condensações e o aquecimento do ar. Inércia térmica no clima quente e seco: Em regiões de clima seco, o ideal é buscar uma alta inércia térmica para o edifício, pois as variações da temperatura ao longo do dia são maiores. Estratégias: Uso de materiais com grande inércia térmica; Paredes grossas, com inércia térmica; Redução das superfícies expostas à radiação solar; Aberturas para o exterior escassas e pequenas, situadas nas partes mais altas das paredes ; Pintura do exterior com cores claras; Reduzir atividades que geram calor no interior das edificações; Proteger os edifícios do sol - beirais, persianas e treliças; O uso de vegetação em todos os casos possíveis para sombrear fechamentos e umedecer o vento ; Cobrir provoados inteiros com barreiras à radiação, toldos e pérgolas; Gestão das aberturas dos edifícios de grande inércia térmica. Ventilação no clima quente e úmido: Estratégias como uso da ventilação natural para o resfriamento do ambiente e a integração do edifício com o clima e contexto local trarão um melhor conforto térmico e a redução no uso da refrigeração artificial. A ventilação natural pode ser usada com três finalidades complementares: manter a qualidade do ar nos ambientes internos; remover a carga térmica adquirida pela edificação, em decorrência dos ganhos de calor externos e internos; promover o resfriamento fisiológico dos usuários. A ventilação permite resfriar o edifício, retirando a carga térmica absorvida pelas construções em decorrência da exposição do edifício à radiação solar, assim como dos ganhos térmicos produzidos no interior das edificações. Nesses casos, altas taxas de ventilação podem propiciar temperaturas internas muito próximas das externas, removendo a carga térmica dos ambientes internos. O terceiro objetivo da ventilação é o resfriamento fisiológico. Refere-se ao efeito refrescante provocado pela evaporação do suor da pele e pelas trocas de calor por convecção, que ocorrem quando o fluxo de ar entra em contato com o corpo. O resfriamento fisiológico é importante em regiões com elevada umidade do ar, pois a pele úmida é frequentemente a principal causa de desconforto. Ventilação no clima quente e seco: A ventilação natural depende da circulação do ar para melhorar a sensação de conforto dos usuários. Deve haver tomadas e saídas de ar, por meio das janelas e venezianas, em lados opostos da edificação, sendo essencial que elas estejam abertas. Já que não há como prever a disponibilidade de velocidades de ventos suficientes para garantir o conforto, chaminés de ventilação e ventiladores são frequentemente usados, embora não seja uma técnica de projeto passivo, o uso de ventiladores consome menos energia que os condicionadores de ar. Porém, é importante ressaltar que sempre que a temperatura do ar ultrapassa 32,2 °C, a ventilação por si só não consegue criar uma sensação de conforto, o que exige a adoção de técnicas de condicionamento ativo. Os ventos são quentes e carregados de areia, o que torna a ventilação diurna indesejável. Já no período noturno, momento em que as temperaturas atingem números mais baixos, a temperatura interna é superior à externa. A NBR 15220 recomenda a ventilação seletiva, que abrange apenas um período do dia. Arquiteturas adequadas ao clima quente e úmido: Projetada pelo arquiteto Marcus Leão, a casa é construída para suportar o clima quente e úmido de Rondônia . O intuito do projeto era uma casa bem iluminada e ventilada, que vise o conforto e funcionalidade do ambiente. O edifício de uso comercial localizado no RJ tem o objetivo de garantir iluminação e ventilação á obra. Possui uso do vidro controlado e os brises e marquises são incorporados às fachadas mais insoladas, de forma a contribuir com a proteção solar. Os telhados cerâmicos inclinados com grande quantidade de águas são perfeitos, pois além de ter ótimo desempenho térmico, costumam resultar em edificações com amplo pé direito, o que melhora a ventilação e otimiza troca do ar quente pelo ar mais fresco. Condomínio localizado em Fortaleza/CE. Telhado com cores claras. Quebra sol de madeira na fachada: A fachada norte foi protegida com um brise de madeira, permitindo que a sala de estar se abra para o exterior e controle a entrada de luz no ambiente. Uma parede de cobogós ondulados favorece a ventilação: A parede sinuosa feita de tijolos de dois furos aparentes, que lembram cobogós, marca e conduz osvisitantes à entrada principal. Além disto, a parede funciona como divisória entre o espaço público e o espaço privado do pátio interno, garantindo a fluidez da ventilação. Pé-direito duplo faz a sala de estar parecer maior: Na área social, uma parede dupla e ventilada, que protege o poente, e o pé-direito duplo, que potencializa a ventilação natural, asseguram o conforto térmico necessário. Amplos beirais protegem a casa do sol: os espaços voltados para o lado leste e sul se abrem para o espaço externo, tirando proveito da luz e da ventilação naturais. Além disto, a casa é protegida por amplos beirais, que bloqueiam o sol evitando assim a transmissão do calor das superfícies para o interior. Arquiteturas adequadas ao clima quente e seco: Centro de Assistência e Desenvolvimento Infantil - Nicoya/Costa Rica Contém espaços semiabertos com fechamentos porosos de "estrutura pré-fabricada" que facilita a ventilação cruzada. Foram projetados beirais que garantem a sombra adequada, um segundo nível aberto que serve como colchão de amortecimento térmico nas horas de pico, e lonas sobre a cobertura que funcionam como guarda-sóis de teto devido ao forte impacto da radiação solar direta. Pavilhão - Elche, Espanha O pavilhão consta de uma laje de concreto, elemento horizontal de concreto branco a 2,40 m de altura, que além de sombrear o espaço gera uma escala humana mais adequada ao clima quente. A casa iria substituir a incompleta montanha que foi raspada, mas não como uma montanha, mas uma sombra ou negativo da rocha; o que foi encontrado uma vez que a pedra foi removida, um brilhando e duro pedaço de obsidiana. Conceito no lugar, começamos a dar corpo aos espaços e o movimento através da casa. Queríamos a experiência de navegar na casa para lembrar de atravessar o local por fora. Os quartos estão dispostos em uma seqüência linear da sala de estar para os quartos, com a cozinha e a sala de jantar no meio, todos dando a volta em torno de um pátio interno, que adiciona um espaço intermediário fundamental na sequência de entrada e um espaço exterior protegido no clima severo. Residência Booker – Universidade do Arizona A forma em 8 do complexo posiciona as duas massas de construção primárias em posições paralelas orientadas de leste a oeste, o que permite que o edifício se "auto sombreie" em pátios internos e fachadas. A fachada sul incorpora visores em forma de U e uma série de grades verticais perfuradas, que garantem controle da luz natural. A concentração também facilita o movimento do vento, que flui predominantemente do oeste, através dos pátios sombreados internos, e entre as massas do edifício. Os painéis metálicos perfurados nas pontes e corredores do edifício promovem fluxo de ar através desses espaços. Casa Preta do Deserto - Twentynine Palms, Estados Unidos Os quartos estão dispostos em uma sequência linear da sala de estar para os quartos, com a cozinha e a sala de jantar no meio, todos dando a volta em torno de um pátio interno, que adiciona um espaço intermediário fundamental na sequência de entrada e um espaço exterior protegido do clima severo do deserto. Casa Kualé- Torreón, Coahuila, México O desenho no corte geométrico do tijolo confere textura e movimento com o jogo do sol do deserto. Quando o pôr-do-sol recai por ela, gera-se um inconsciente de oásis. Uma sombra contínua permite aproveitar o clima local, quente e seco. Em sua sombra, os ventos diários isolam o calor opressivo. A sombra sobre a pequena explanada itinerante formada por um banco que a limita e que convida, mostra uma vegetação própria da região, presente de um espaço livre.
Compartilhar