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317-P01 N O V E M B E R 1 , 2 0 1 5 Caso LACC # 317-P01 é a versão traduzida para Português do caso # 316-101 da HBS. Os casos da HBS são desenvolvidos somente como base para discussões em classe. Casos não devem servir como aprovação, fonte primária de dados ou informação, ou como ilustração de um gerenciamento eficaz ou ineficaz. Copyright 2015 President and Fellows of Harvard College. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de dados, usada em uma tabela de dados, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio - eletrônico, mecânico, fotocopiada, gravada, ou qualquer outra - sem a permissão da Harvard Business School. Y O U N G M E M O O N Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam A Uber está transformando a maneira como as pessoas se movimentam. Ao conectar, de forma simples, motoristas e usuários através do nosso app, ajudamos a deixar as cidades mais acessíveis, oferecendo mais opções para usuários e mais oportunidades de negócios para motoristas. Desde a sua criação em 2009 até chegar a centenas de cidades atualmente, a Uber expandiu rapidamente a sua presença pelo mundo, com o objetivo de aproximar pessoas e revolucionar o modo de se movimentar nas cidades. — Do site da Uber, novembro de 2015 A Uber estava entre as novas empresas de maior destaque da sua geração ao final de 2015. Fundada há apenas seis anos, a empresa conectou passageiros a motoristas em escala nunca antes vista, usando um software de ponto a ponto baseado em tecnologia para smartphones. Os clientes aprovaram a confiabilidade e a conveniência oferecida pela Uber. A eficiência notável da sua proposta de valor motivou uma assombrosa expansão: atualmente, a empresa realiza 2 milhões1 de trajetos por dia e, embora não relate suas receitas como uma empresa privada, os analistas estimam que a Uber recebeu uma comissão dos motoristas entre 1,5 e 2 bilhões2 de dólares em 2015. Mas, se realmente existisse o ditado “movimente-se rápido e quebre padrões” para as empresas tecnológicas transformadoras, poucas delas incorporariam esse ditado tão bem quanto a Uber. Além de sofrer frequentes críticas de clientes sobre a sua política de preço dinâmico, a empresa envolveu-se em constantes brigas com governos e autoridades locais, empresas de táxi e críticos, que alegaram que a empresa estaria passando por cima do sistema jurídico. Barry Korengold, Presidente da San Francisco Cab Drivers Association, descreveu a Uber desta forma: “Na minha opinião, eles são os ‘barões do táxi’. Começaram operando ilegalmente, sem seguir as leis e competindo de forma injusta. E foi assim que cresceram, tinham dinheiro suficiente para ignorar as leis”.3 1 Chafkin, Max. What Makes Uber Run, Fast Company, outubro de 2015. 2 Kosoff, Maya. New Revenue Figures Show $50 billion Uber is Losing a Lot of Money. Business Insider, 5 de agosto de 2015. 3 Swisher, Kara. Man and Uber Man. Vanity Fair, dezembro de 2014. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 2 Mesmo assim, no fim de 2015 não havia como negar o fenômeno global que a Uber se tornou. Assim como o Google, sua marca já havia se tornado verbo. A empresa contava com mais de um milhão de motoristas ativos, presente em mais de 60 países e 330 cidades de todo o mundo. Foi avaliada pelos investidores em 51 bilhões de dólares, tornando esta jovem startup mais valiosa do que dois terços das empresas da Fortune 500. E, ao mesmo tempo, também foi atribuída à empresa a criação da chamada ‘economia sob demanda’ (e de várias outras startups), em que as pessoas usam seus smartphones para se conectar a uma força de trabalho distribuída, que entrega tudo quase imediatamente, de refeições a serviços domésticos e compras. Como surgiu a Uber A ideia de criar a Uber teve origem em 2008, quando Travis Kalanick e Garrett Camp, dois empresários que tinham vendido com sucesso suas startups mais recentes, estavam em Paris pensando no próximo negócio. Inspirados na dificuldade de encontrar um táxi na neve, os dois começaram a conceber um aplicativo (app) para smartphone que pudesse fornecer rapidamente um serviço de motorista. De volta a São Francisco, Camp comprou o domínio UberCab.com e convenceu Kalanick a participar da empresa. A UberCab foi fundada oficialmente em 2010 como um serviço de motorista particular de luxo, atendendo a executivos de São Francisco e Vale do Silício. No início da empresa os clientes que quisessem usar o serviço tinham que enviar um e-mail a Kalanick e só então recebiam um código para obter acesso ao app. Após inserir os dados do cartão de crédito no app, os clientes chamavam um carro preto particular apertando apenas um botão. O app permitia que os passageiros acompanhassem a localização do carro; assim que o motorista pegasse o passageiro, o GPS integrado guiava o motorista até ao destino do passageiro. O custo da viagem era cobrado automaticamente no cartão de crédito do cliente no fim do percurso, sem incluir a gorjeta. A Uber ficava com 20% do valor bruto da viagem como comissão e o motorista ficava com o restante. Para os executivos acostumados a ter que reservar um serviço de motorista particular caro com antecedência ou ir para a rua e chamar um táxi, a conveniência, a espontaneidade e a eficiência proporcionadas pela UberCab foi uma revelação. Logo depois de ter almoçado, o famoso investidor- anjo Chris Sacca postou no Twitter: “Andando de @ubercab. Engula essa, Robin Leach”.4 O post captou a típica afinidade imediata dos usuários ao usar esse serviço pela primeira vez. Em outubro de 2010, alguns meses após sua criação, a empresa recebeu da California Public Utilities Commission (comissão que regulamenta serviços públicos na Califórnia) e San Francisco Municipal Transportation Agency (agência que regulamenta o transporte municipal de São Francisco) uma notificação para cessar imediatamente “todas as operações e anúncios”, alegando que não tinha licença para fornecer serviços de táxi, ou então receberia uma multa de 1.000 dólares e 90 dias na cadeia para cada dia que insistisse com o negócio (veja o Anexo 1). Porém, como Kalanick acreditava que a Uber não fornecia serviços de táxi e sim uma plataforma de software para conectar os motoristas e passageiros, ele apenas mudou o nome para Uber e ignorou a notificação. Nos meses seguintes a empresa tornou-se mais popular, começando a atrair clientes e motoristas constantes, bem como investidores. Em fevereiro de 2011 a Uber levantou 11 milhões de dólares num ciclo de financiamento liderado pela Benchmark, que avaliou a empresa em 60 milhões de dólares. Outros investimentos vieram nos anos seguintes de empresas de grande destaque, como Menlo Ventures, Google Ventures, Fidelity e BlackRock. Em maio de 2013, a Uber foi avaliada em 330 milhões de dólares. No fim desse mesmo ano, sua avaliação ultrapassou 3 bilhões de dólares. Em 4 Swisher, Vanity Fair. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 3 meados de 2014, foi avaliada em mais de 18 bilhões de dólares. No fim de 2015, apresentava um total acumulado de 8 bilhões de dólares e foi avaliada em 51 bilhões de dólares.5 Com relaçãoao negócio em si, por ser uma empresa privada, seu desempenho financeiro ainda era incerto. Em 2013, a receita bruta anual da Uber, segundo dados revelados, foi de aproximadamente 500 milhões de dólares, com receita líquida acima de 100 milhões de dólares.6 Em 2014, a receita líquida ultrapassou 400 milhões de dólares7 e um ano depois a sua receita era mais do que o dobro disso. Quanto à rentabilidade, a Uber havia amplamente assumido uma perda. Mas acreditava-se também que a Uber era lucrativa em várias cidades desenvolvidas onde operava e que estaria gerenciando a sua renda geral, priorizando a expansão e o crescimento, e não a rentabilidade. A Uber confirmou isso em resposta sarcástica à imprensa: “Que choque, que horror, a Uber teve uma perda. É o caso da Business 101: você capta dinheiro, você investe dinheiro, você cresce (ainda bem), você lucra e isso gera um retorno para os investidores”.8 Como funcionava a Uber A Uber deve parecer uma mágica para o cliente. Basta ele apertar um botão e o carro chega. Mas tem muito mais por trás de tudo para tornar isso uma realidade. — CEO Travis Kalanick9 A Uber era um serviço muito fácil de usar. Para acessar o serviço, bastava fazer o download do app, criar uma conta e inserir os dados do cartão de crédito. Quando o cliente estava pronto para chamar um carro, bastava abrir o aplicativo e apertar um botão. O aplicativo exibia os motoristas disponíveis na região e respondia em questão de segundos, informando que um motorista estava a caminho. Enquanto o motorista seguia para pegar o cliente, o cliente podia acompanhar onde estava o motorista no mapa do aplicativo. O app permitia ver o nome e a avaliação do motorista, de 1 a 5 estrelas. O cliente podia recusar um motorista com baixa avaliação e também entrar em contato com o motorista por telefone ou mensagem de texto, se necessário (com o número do telefone do motorista oculto). O carro geralmente chegava em questão de minutos. Assim que pegasse o passageiro, o motorista usava o GPS integrado ao app da Uber para chegar ao destino. A viagem não era paga com dinheiro, o valor era automaticamente debitado da conta do cliente. Um recibo era enviado por e-mail ao cliente quando a viagem era concluída e nesse momento o cliente tinha a oportunidade de avaliar o motorista (veja as telas do aplicativo no Anexo 2). Os preços dos serviços da Uber eram determinados conforme o tempo e a distância da viagem, medidos pelo GPS. O serviço de carro preto da Uber (UberBlack) era geralmente mais barato que o valor de um serviço de limusine particular, mas 40% a 100% maior que um táxi comparável.10 5 Fonte: Crunchbase. 6 Kosoff. 7Eric Newcomer and Jing Cao, “Uber Bonds Term Sheet Reveals $470 Million in Operating Losses,” BloombergBusiness report, 29 de junho de 2015. (bloom.bg/1M9YtAj) 8 DeAmicis, Carmel. Yes, Uber Lost a Lot of Money. (And It Will Lose More.) Re/code, 5 de agosto de 2015. (on.recode.net/1kqAouv) 9 Wohlsen, Marcus. What Will Uber Do With All That Money From Google. Wired. 3 de janeiro de 2014. 10 We Did The Math: Uber vs. Taxi. Business Insider report. 6 de outubro de 2014. (read. bi/1Mb1H38) Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 4 Durante momentos de pico do serviço, incluindo hora do rush, tempo ruim ou ocasiões especiais, a Uber aplicava o “Preço Dinâmico”, que era um valor de 1,5 a 7 vezes o preço normal. Embora o algoritmo preciso por trás do preço dinâmico fosse um mistério, a Uber alegava que o valor era aplicado automaticamente sempre que a demanda ultrapassava a oferta numa área específica. Quando se aplicava o preço dinâmico, os clientes eram notificados imediatamente ao abrir o aplicativo. Antes de chamar um carro tinham que aceitar o preço dinâmico e digitar o valor preciso do aumento para garantir que estavam cientes da cobrança de um valor maior (veja as telas do preço dinâmico no Anexo). A comissão da empresa permanecia 20%, independente do tipo de valor aplicado. Conforme disse Kalanick: “O objetivo é o equilíbrio entre oferta e demanda. O ideal é quando você tem o registro geral das viagens por hora com nenhuma aplicação de preço dinâmico”.11 O sistema da Uber funcionava de maneira inversa para o motorista. Quando um cliente chamava um carro, os motoristas mais próximos do local tinham a opção de aceitar ou o direito de recusar um passageiro com avaliação baixa. Também tinham a possibilidade de entrar em contato com o passageiro por telefone ou mensagem de texto, se necessário (com o número do telefone do passageiro). O aplicativo apresentava recursos adicionais para o motorista, como os heat maps, mapas das áreas com maior probabilidade de encontrar passageiros, um ícone com o valor ganho acumulado ou dividido por cliente, e o valor líquido ao motorista, além de um ícone de feedback que exibia a avaliação dos passageiros, incluindo seus comentários (veja as telas do aplicativo para motoristas da Uber no Anexo 4). Enquanto isso, no escritório da Uber em São Francisco, uma ferramenta do software chamada God View oferecia aos administradores da Uber uma visualização em tempo real de todos os veículos Uber em circulação na cidade, representados como pequenos carros no mapa, e potenciais clientes procurando por um carro no aplicativo Uber em seus smartphones, representados por olhos no mapa. A Uber usava uma análise sofisticada de dados para determinar os melhores pontos para que seus motoristas encontrassem clientes. Este foi um esforço massiço da Uber e assim a empresa montou uma grande equipe de ciência de dados que incluía especialistas com PhD em várias áreas, de física nuclear a biologia computacional, para aprimorar os algoritmos que mantinham a Uber em atividade com eficiência máxima. Modelo para motoristas da Uber Os motoristas da Uber eram contratados independentes e não funcionários diretos da empresa. Como contratados, não recebiam benefícios como assistência médica, aposentadoria, férias remuneradas, ajuda no caso de deficiência, desemprego ou licença médica; eles eram pagos pelo serviço que geravam ao transportar passageiros.12 A Uber ficava com uma porcentagem fixa de todas as viagens e em 2015 essa comissão aumentou de 20% para 30% do valor bruto da viagem, dependendo da cidade e das circunstâncias. Os motoristas ficavam com o restante. 11 Malik, Om. Uber is the New Google. Fast Company, junho de 2014. 12 A Uber estava sendo processada por tratar seus motoristas como contratados independentes. E não era só ela nesse aspecto; várias outras empresas de destaque da “economia de compartilhamento” estavam sofrendo ações judiciais semelhantes pelo mesmo motivo. Como resposta, Uber argumentou que a classificação era apropriada, porque a empresa estava apenas conectando os contratados aos clientes por meio da plataforma de tecnologia. De fato, muitos motoristas de táxi também eram contratados independentes no setor de táxis. A Uber também observou que seus motoristas preferiam a flexibilidade proporcionada com essa classificação, porque assim eles poderiam trabalhar para vários empregadores e programar seus próprios turnos. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 5 A Uber não eraproprietária dos carros; apenas servia como um sistema que estabelecia o contato entre passageiros e motoristas que usavam seus próprios carros. Para o seu serviço UberBlack, a empresa contava com uma rede de motoristas de limusines licenciados que se cadastravam em seu sistema. Cada vez mais empresas de limusine dos Estados Unidos (estimativas de 20% a 40%) permitiam que seus motoristas participassem do sistema da Uber.13 Para se tornar um motorista UberBlack, eles tinham que ser motoristas profissionais, com licença comercial e seguro de carro comercial. Seus veículos tinham que atender aos critérios da Uber para o serviço de carro preto, ter ficha limpa como motoristas e passar por verificações de antecedentes nos níveis estadual e federal. Em 2013, a Uber começou a fornecer o serviço uberX, uma versão mais barata da Uber que permitia a inscrição na plataforma de motoristas não profissionais, usando seus próprios veículos. O serviço uberX oferecia, no geral, valores 10% a menos que um táxi comum. Os critérios para ser um motorista uberX eram menos rigorosos do que para motoristas UberBlack: os motoristas tinham que ter pelo menos 21 anos de idade, deveriam ter carteira de habilitação não comercial e seguro do carro pessoal que cobrisse o uso do veículo para fins comerciais. Tinham que ter ficha limpa como motoristas, passar por verificações de antecedentes e ter um carro de porte médio ou grande, de 4 portas e em boas condições. Também tinham que ter um iPhone, mas se não tivessem, a Uber poderia alugar um por 10 dólares por semana. Em 2015, a Uber oferecia mais opções de serviços: uberXL, uma versão mais barata do uberX para passageiros que precisavam de um veículo maior, para até seis passageiros; UberSUV, para passageiros que queriam o serviço UberBlack com veículo utilitário esportivo (SUV). (Veja no Anexo 5 uma comparação dos diferentes serviços da Uber e no Anexo 6 as despesas de um típico motorista uberX.) Seis semanas antes de começar a operar numa nova cidade, a Uber enviava duas equipes para lá: uma encarregada de desenvolver a conscientização do mercado sobre a nova operação da Uber e a outra encarregada de recrutar motoristas para o serviço.14 Esta segunda equipe enfatizava as vantagens de ser motorista da Uber aos possíveis candidatos: os motoristas podiam definir seus próprios turnos, podiam ter uma boa renda, tinham pagamento automático garantido ao concluir cada viagem e podiam participar de um sistema em que os passageiros de má conduta poderiam ser banidos do sistema. Além disso, a Uber geralmente garantia a esses motoristas incentivos em forma de bônus, principalmente no primeiro ano de participação. E para os motoristas sem carro próprio, a Uber oferecia empréstimo favorável para ajudá-los a adquirir o carro necessário para prestar esse serviço. (Veja nos Anexos 7 e 8 outras informações sobre os números e ganhos dos motoristas UberBlack versus uberX.). A concorrência A Uber concorria diretamente com os táxis, que operavam de forma diferente em cada país. Nos Estados Unidos, os taxistas precisavam de licença (ou “um medalhão”) para trabalhar. Algumas cidades controlavam o número de táxis disponíveis por meio dos medalhões. Por exemplo, o número de táxis em Nova York permanecia igual há décadas mesmo com o aumento significativo da população. São Francisco também controlava o número de táxis com medalhões, mesmo com o 13 Limousine, Charter & Tour Factbook, maio de 2014. 14 Lagorio-Chafkin, Christine. Resistance is Futile. Inc. Magazine, julho/agosto de 2013. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 6 aumento da população. Por outro lado, cidades como Washington DC permitiam que qualquer pessoa fosse taxista, contanto que tivesse a licença e trabalhasse conforme os regulamentos. A distinção entre táxi e serviços de motorista, como limusines e carros pretos, era significativa. Somente táxis poderiam ser parados na rua e somente táxis poderiam ser enviados imediatamente Depois da ligação feita para uma agência de táxi. Em alguns casos, uma viagem de táxi pré-marcada poderia ser solicitada antecipadamente, mas isso era no geral visto como não confiável pelos passageiros. Os táxis geralmente tinham que ter uma aparência diferente para mostrar se estavam ou não “em serviço”. O preço de uma viagem de táxi era definido com base na hora e distância da viagem e era controlado por um taxímetro oficial, embora existissem algumas exceções quanto a isso - o preço das viagens para/de certos lugares (por exemplo, aeroportos) era quase sempre um valor fixo. Havia reclamações quanto aos táxis em todos os lugares. Os passageiros reclamavam de carros em péssimas condições (cinto de segurança quebrado, assentos rasgados), sujos e malcheirosos. Alguns táxis aceitavam cartão de crédito, mas outros não. Muitas vezes, os taxistas falavam ao telefone ou até digitavam mensagens durante a viagem e muitas vezes os passageiros precisavam explicar o caminho até ao destino (pois nem todos tinham GPS). Alguns táxis tinham música alta e/ou anúncios durante a viagem. Para pegar um táxi, no geral, era necessário ficar na rua e tentar pegar um que passasse na rua. Era uma situação incerta, pois em algumas partes da cidade era fácil encontrar um táxi, mas em outras, não havia táxi algum. Além disso, os táxis evitavam áreas específicas de certas cidades e era mais difícil pegar um táxi à noite. Tornar-se um taxista era um processo complicado devido às restrições dos regulamentos. Como o número de medalhões era controlado em algumas cidades, seu preço tinha aumentado nos últimos anos. Em Nova York, por exemplo, o preço de um medalhão tinha disparado, atingindo o pico em 2013, quando um leilão de 200 medalhões rendeu à cidade o total de 200 milhões de dólares. Havia outros obstáculos também. Em Londres, os candidatos tinham que passar por “teste de conhecimento” sobre as ruas da cidade para obter a licença. Embora considerado obsoleto desde o surgimento do GPS, esse requisito continuou válido, levando até quatro anos para que o candidato fosse aprovado no teste. Alguns motoristas tinham seus próprios medalhões, mas, como custavam caro, muitos eram adquiridos por empresas que operavam frotas de táxis. Os donos dessas empresas compravam pelo seu valor de investimento e depois alugavam seus veículos a outros motoristas. Os proprietários de medalhões em Nova York costumavam cobrar dos motoristas o aluguel de um veículo licenciado diariamente ou semanalmente e, às vezes, alugavam o carro em dois turnos diferentes por dia, dobrando o lucro. Em cidades como Nova York, os taxistas, que geralmente trabalhavam como contratados independentes gastavam até 75.000 dólares por ano com o aluguel do medalhão. Depois de descontar o aluguel sobrava cerca de 130 dólares por turno para um típico motorista de táxi. No geral, a renda anual em média de um taxista trabalhando em período integral era de 27.000 a 41.000 dólares, com média de aproximadamente 33.000 dólares, mas esse número variava, dependendo da localidade e empresa.15 Como disse David S. Yasskey, da NYC Taxi Commission: “Como uma boa parte da economia, o setor de táxis tornou-se uma indústria onde o vencedor leva 15 Salary.com report: www1.salary.com/Taxi-Driver-Salary.html Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright.Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 7 tudo, os lucros elevados ficam pra quem está em cargos altos e salários baixos para os motoristas”.16 (Os Anexos 9 a 11 fornecem outras informações sobre as características e os ganhos dos motoristas da Uber versus taxistas e motoristas particulares). Neste contexto, talvez não fosse uma surpresa alguns taxistas migrarem para a Uber. Um artigo da revista BusinessWeek de 2014 mostrou um taxista de São Francisco que, cansado de pagar 400 dólares por semana para alugar seu táxi, tinha recentemente mudado para a Uber. Depois de uma hora de orientações, ele já tinha recebido da Uber um iPhone com seu aplicativo para motoristas e estava na rua trabalhando. “Ninguém com menos de 40 anos com um smartphone na mão vai sair e pegar um táxi”, disse o motorista. “Eu digo, se você não pode com eles, junte-se a eles”17 O artigo também descrevia como o motorista estava recebendo uma série de ofertas da Uber, como desconto na aquisição de um carro novo e outros benefícios. A Uber também encontrou concorrência nos serviços de motorista, que forneciam limusines e carros pretos. Nos Estados Unidos, esses serviços eram controlados por agências do estado. Na maioria das cidades, não era possível chamar esses veículos na rua, pois eles não respondiam a esses chamados na rua; tinham que ser agendados com pelo menos uma hora de antecedência. Geralmente não havia carro disponível de imediato. Esses serviços cobravam com base no tempo de uso, com um mínimo predefinido, e eram caros. Um típico motorista de limusine ganhava entre 11 e 12 dólares por hora, além das gorjetas. Em alguns casos, esses motoristas eram proprietários de seus próprios veículos e trabalhavam como contratados independentes para uma empresa de limusines; em outros casos, a empresa de limusine fornecia o veículo a um motorista contratado. Por fim, a Uber também encontrou concorrentes em outros serviços de compartilhamento de carona, como Lyft e Sidecar. Essas empresas permitiam que qualquer motorista não profissional com seu veículo pegasse passageiro usando seus aplicativos. Algumas dessas empresas chegaram a ter destaque, mas nenhuma obteve a popularidade e o crescimento da Uber. Uma batalha de palavras, regulamentos e relações públicas Embora sem concorrência à altura no mercado para a Uber, a empresa constantemente causava controvérsias. Uber versus setor de táxis Alguns meses após o início das operações da Uber, autoridades reguladoras, políticos e o setor de táxis começaram a reagir contra a Uber, e em 2015 a briga estava com força total. A resposta veio de várias formas: em alguns países, como Holanda e Coreia do Sul, a Uber foi banida ou considerada um serviço de táxi ilegal. Em outros países onde a Uber operava, os taxistas fizeram greve para protestar ao governo contra os serviços de compartilhamento de carona. Essas greves às vezes causavam violência, inflamando a opinião pública e virando notícia nos veículos da mídia global. Um taxista de longa data, que gerenciava uma frota de sete táxis em Houston, ficou enfurecido: “Há 30 anos eu passo por exames físicos e exames de uso de drogas, atendendo às condições exigidas 16 Flegenheimer, Matt. “$1 Million Medallions Stifling the Dreams of Cabdrivers,” New York Times, 14 de novembro de 2014, 2013. 17 Stone, Brad. Invasion of the Taxi Snatchers: Uber Leads an Industry’s Disruption. BloombergBusiness, 20 de fevereiro de 2014. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 8 para manter a minha licença. E agora essa empresa chega aqui, fica com 20% e coloca [os motoristas] pra trabalhar?” E recentemente disse ao seu filho mais velho, que às vezes trabalhava no serviço uberX: “Quando você está lá trabalhando por algumas horas, você está tirando comida da boca de um cara que trabalha oito ou nove horas e que é um profissional”.18 Na realidade, estava obscura a legalidade da operação da Uber. Embora existissem leis para regulamentar os setores de táxis e limusines, o serviço da Uber apresentava características únicas que dificultavam a comparação. O fato era que a tecnologia central da rede da Uber representava uma transformação inédita que a cidade e as autoridades reguladoras do país não estavam preparadas para lidar. A maioria das leis tinha sido elaborada antes da existência de um software que pudesse coordenar em tempo real o compartilhamento de caronas em grande escala. A maioria dos regulamentos tinha sido elaborada antes que as autoridades pudessem imaginar que um dia os passageiros fossem pegar caronas usando um dispositivo portátil que cabia no bolso. Porém, algumas das cobranças feitas por críticos à empresa pareciam fazer sentido. Por exemplo, uma das críticas era que a Uber estava colocando motoristas não profissionais na rua. Isso era em parte verdade, pois, se por um lado os motoristas UberBlack tinham licença comercial para operar, os motoristas uberX não tinham. O que não estava claro era se, conforme diziam os críticos, a empresa estava de fato arriscando vidas ao colocar esses motoristas uberX na rua. A Uber alegou que a sua verificação de antecedentes era mais completa do que aquela usada no setor de táxis, mas, devido à variação de como as diferentes empresas de táxi recrutavam seus motoristas, isso era impossível de verificar (veja no Anexo 12 os requisitos para se tornar motorista em vários setores). Os críticos também alegaram que os preços da Uber eram elaborados de forma injusta para eliminar a concorrência. Kalanick, que não era muito diplomático, respondeu dizendo que o setor de táxis era um “esquema protecionista” que “prefere não ter concorrência e que gosta das coisas como elas são”.19 Em texto postado em blog na internet, ele explicou isso melhor: “Nosso inimigo – o grande cartel dos táxis – usou décadas de contribuições e influências políticas para limitar a concorrência, reduzir as opções aos consumidores e impedir oportunidades econômicas aos motoristas”.20 Ao seu lado a Uber tinha defensores entre muitos ex-taxistas que agora eram motoristas da Uber. A revista Bloomberg BusinessWeek conversou com um ex-taxista que mostrava pouca simpatia pelas empresas de táxi que reclamavam da Uber: “Antes da Uber, ele se lembra amargamente que tinha que esperar durante horas na garagem de uma empresa de táxi local, pois os agendadores decidiam se tinham um carro sobrando para ele ou não. ‘É culpa deles’, ele diz. ‘Eles dificultaram a situação”.21 Além disso, a Uber tinha legiões de defensores na sua base de clientes. Um repórter descreveu da seguinte forma sua experiência ao mudar de táxi para a Uber: Há 10 anos tenho morado em bairros mais afastados do centro da cidade de Nova York, primeiro no Brooklyn e agora no Queens, e posso dizer que a Uber facilitou a vida de maneira significativa para aqueles que não podem ter um apartamento em Manhattan ou que moram perto de uma estação do metrô. Antigamente, se eu quisesse 18 Kim, E. Tammy. The Taxi Wars: Uber is ‘Destroying the Taxi Industry.’ Al Jazeera, 16 de setembro de 2015. (bit.ly/1iBHZoS). 19 Stone. 20 Swisher, Kara. Uber Hires Top Obama Advisor David Plouffe as New ‘Campaign Manager.’ Re/code, 19 de agosto de 2014. (on.recode.net/1iFFlhE) 21 Stone. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 9 pegar um táxi para casa... os icônicos táxis amarelos geralmente se recusavam a levar um passageiro para um bairro mais afastado. Se você conseguisse entrar num táxi, ele andava em círculos com o taxímetro correndo, até você sair do táxi, longe do seu destino. Além disso, com frequência escolhiam os passageiros com discriminação e se recusavam a levar alguém a bairros como o Harlem, pela sua predominância de afro- americanos.22 Outro jornalista, escrevendo para o site Business Insider, usou a seguinte manchete: “A Uber mudou a minha vida e, Deus é testemunha, nunca pegarei outro táxi novamente”.23 Modelo de preço dinâmico da Uber Além de travar batalhas com as autoridades reguladoras e o setor de táxis, a Uber também recebeu contínuas reclamações sobre o seu modelo de preço dinâmico. O modelo de preço dinâmico não é um conceito novo, pois foi usado com frequência por uma série de empresas, incluindo hotéis, linhas aéreas, cinemas e casas noturnas. Mas o preço dinâmico da Uber atraiu muita atenção negativa devido a vários incidentes específicos. Na véspera de Ano Novo de 2011, os preços da Uber aumentaram em até 7 vezes o valor normal, deixando os festejadores pasmos e enfurecidos. Depois, em 2013, quando as nevascas de inverno caíam na costa leste, o preço dinâmico causou de novo a ira dos clientes, quando Jessica Seinfeld, esposa do comediante Jerry Seinfeld, postou no Instagram uma foto da tela da conta do Uber no valor de 415 dólares, com a legenda “#OMG #neverforget #neveragain #real” (meu Deus; nunca esquecerei, nunca mais, é real). Outros também reclamaram, compartilhando experiências semelhantes e acusando a Uber de explorar os clientes. Por conta dessa controvérsia, a Uber prometeu não ultrapassar 2,8 vezes o valor normal durante qualquer estado de emergência no futuro. Mas houve reclamação novamente quando, durante a crise de reféns em Sydney em 2014, os algoritmos da Uber automaticamente aplicaram o preço dinâmico nos bairros próximos, resultando em viagens 4 vezes o valor normal. A empresa depois se desculpou e restituiu os valores cobrados inadequadamente. No entanto, a Uber recusou-se a deixar de lado a sua política de preço dinâmico em momentos de pico de demanda. O argumento da empresa era simples: o preço dinâmico era necessário para atrair motoristas para atender à demanda durante os momentos de grande procura. Conforme disse Kalanick: “as pessoas adorariam ter 100% de confiabilidade por um preço fixo o tempo todo. Eu entendo isso. Mas isso não é possível”.24 Em outro momento ele disse: “Como isso tudo é algo novo, vai levar um tempo para as pessoas aceitarem. Foram 70 anos de condicionamento ao preço fixo dos táxis”.25 Táticas agressivas de mercado da Uber Deixando de lado as reclamações específicas feitas por críticos contra a Uber, houve uma percepção mais generalizada de que a Uber usava táticas de mercado muito agressivas. Quando iniciava sua operação numa nova cidade, a Uber geralmente ignorava os regulamentos locais e começava a oferecer o seu serviço sem esperar pela autorização. Além disso, a empresa tinha 22 Chafkin, Max. Admit It, You Love Uber. Fast Company, outubro de 2015. 23Edwards, Jim. Uber Has Changed My Life And As God Is My Witness I Will Never Take a Taxi Again. Business Insider, 22 de janeiro de 2014. (read.bi/1H57FWl) 24 Stone. 25 Bilton, Nick. Taxi Supply and Demand, Priced by the Mile. New York Times, 8 de janeiro de 2012. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 10 reputação de usar táticas competitivas implacáveis. Certa vez a Uber foi pega tentando atrapalhar o serviço de um concorrente de compartilhamento de carona, pedindo e cancelando carros em massa (a Uber depois se desculpou pela ação).26 A empresa também era conhecida por tentar convencer motoristas de outros serviços de compartilhamento de carona a mudar para a Uber, por meio de seus representantes de vendas, que solicitavam o serviço e ofereciam bônus monetário e outros incentivos aos motoristas da concorrência. O próprio Kalanick foi acusado de ser agressivo demais em suas palavras e abordagens. Ele reconheceu essa crítica na festa de cinco anos da empresa ao dizer: “Eu sei que posso agir como um defensor acirrado da Uber. Eu também sei que algumas pessoas me chamaram de outras coisas”.27 De fato, no fim de 2015, falava-se que a empresa estava agindo de forma agressiva demais – com incursões rápidas em novos mercados, desdém em relação às questões reguladoras e desconsideração frente às reclamações dos clientes sobre o preço dinâmico – e consequentemente, atraía mais brigas com autoridades reguladoras, administradores do setor e um público cauteloso com suas táticas agressivas. Em 2014, a Uber contratou David Plouffe para a função de comunicação e políticas públicas da empresa. Plouffe era o estrategista político poderoso, conhecido por ser o gênio da campanha presidencial de Obama em 2008. Quando perguntado se havia sido contratado para corrigir o problema de imagem da Uber, Plouffe respondeu: “Eu não acho que a empresa tem problema de imagem. Eu acho que quando você é um transformador, você terá muitas pessoas atirando flechas”.28 Kalanick acrescentou: “O que talvez deveríamos ter percebido antes é que estamos fazendo uma campanha política e o candidato é a Uber. E essa corrida política está acontecendo em cada grande cidade do mundo. E como isso não se refere à democracia, mas sim a um produto, não é possível ganhar de 51 a 49. Você tem que ganhar de 98 a 2.29 Olhando para o futuro Enquanto a Uber se preparava para fechar o ano de 2015, a empresa tinha uma série de razões para manter o otimismo em relação ao futuro. Uma delas é que tinha acabado de ganhar uma briga com as autoridades de transporte na cidade de Nova York: no verão, o Prefeito Bill de Blasio ameaçou limitar o número de veículos da Uber na cidade. Em resposta, a Uber gastou altas somas com anúncios acusando o prefeito de ser manipulado pelo setor de táxis e inseriu um recurso no aplicativo chamado “visão de Bill de Blasio”, que mostrava aos passageiros de Nova York os longos tempos de espera que teriam que suportar caso a lei criada por Bill de Blasio fosse aprovada. Várias celebridades mostraram seu apoio à Uber nas redes sociais (Ashton Kutcher, Kate Upton, Neil Patrick Harris e outros) e até o Governador Cuomo de Nova York entrou no esquema, chamando a Uber de “uma das maiores invenções desta nova economia”.30 O Prefeito Bill de Blasio finalmente desistiu, concordando em postergar a decisão, alegando precisar de estudos adicionais sobre o assunto. Outras evidências do destaque da Uber eram mais sutis, porém intrigantes. Alguns especialistas em imóveis, por exemplo, disseram que, como a Uber contribuía para um transporte mais confiável e 26 Stone. 27 Uber: Driving Hard. The Economist, 13 de junho de 2015. 28 Swisher, Vanity Fair. 29 Ibid. 30 Flegenheimer, Matt. De Blasio Administration Dropping Plan for Uber Cap, For Now. New York Times, 23 de julho de 2015. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber:transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 11 barato em algumas cidades, certas áreas começavam a ressurgir nessas localidades densamente povoadas. Alguns estudos sobre a saúde pública relataram redução no número de motoristas alcoolizados por causa da Uber.31 E talvez o fato mais interessante, o preço do medalhão do táxi em Nova York havia caído vertiginosamente (em 40%) no último ano, uma indicação clara de que o mercado de licenças de táxi estava em baixa por causa da presença da Uber.32 Ao mesmo tempo, a empresa continuava em batalha com as autoridades reguladoras e tribunais de vários países espalhados pelo mundo todo, incluindo Alemanha, Espanha, Colômbia, França, Austrália, Itália, Dinamarca, China e Inglaterra. Além disso, protestos contra a Uber, às vezes violentos, continuavam intensos em várias cidades, como Paris e Madrid. Isso não parecia desencorajar a empresa, pois esta continuava aplicando a sua filosofia de entrar e operar descaradamente nesses mercados sempre que possível, apesar das ambiguidades jurídicas. A Uber estava dedicando um esforço especial à conquista de dois dos maiores mercados do mundo, China e Índia, além de estar testando ativamente novos serviços, incluindo os seguintes: A Uber tinha recentemente lançado um conceito chamado UberPOOL em cidades selecionadas. UberPOOL era um serviço compartilhado para passageiros que usavam o mesmo trajeto, cobrando um preço reduzido. Em São Francisco, o serviço UberPOOL representou até 50% de todas as viagens em determinados dias. Kalanick manifestou: “Queremos dizer que usar um carro Uber é mais barato do que ter um carro. Transporte tão confiável como a água da torneira”.33 Kalanick insinuou que a empresa pode um dia expandir o UberPOOL e incluir ônibus, ao que ele se refere como “a máquina de carona absoluta”.34 A Uber começou recentemente uma iniciativa com carro sem motorista; para isso, trouxe vários membros do departamento de robótica da Universidade Carnegie Mellon, oferecendo- lhes salários em dobro e bônus de seis dígitos.35 Em algumas cidades, a Uber testou um serviço de entrega de refeições chamado UberEATS; em outras, implementou um serviço de entrega de refeições chamado UberFRESH. Em Manhattan, testou um serviço de courier com bicicleta chamado UberRUSH. Kalanick explicou a abordagem da empresa da seguinte forma: “Consideramos a Uber uma ligação entre estilo de vida e logística, onde estilo de vida é o que você quer e logística se refere a como chegar lá.” E acrescentou: “Se podemos conseguir um carro para você em cinco minutos, podemos conseguir qualquer coisa para você em cinco minutos”. 36 31 Chafkin. 32 New York City’s Yellow Cab Crisis. CNN, 21 de julho de 2015. (cnnmon.ie/1l6OIcg) 33 Swisher, Vanity Fair. 34 Chafkin. 35 Ibid. 36 Video and Transcript: Uber’s Travis Kalanick. Fortune, 23 de julho de 2013. (for.tn/1H593Iv) Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 12 Anexo 1 Notificação para interromper as operações da Uber Fonte: website da Uber (newsroom.uber.com/2010/10/ubers-cease-desist/). Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 13 Anexo 2 Telas do aplicativo da Uber Fonte: Uber. Anexo 3 Telas que mostram a aplicação do preço dinâmico Fonte: Uber. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 14 Anexo 4 Telas do aplicativo do motorista da Uber Fonte: Uber. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 15 Anexo 5 Comparação dos diferentes serviços oferecidos pela Uber Serviço Descrição UberBlack e UberSUV Serviço de luxo da Uber. Veículos com registro e seguro comerciais para serviços de motorista, geralmente um SUV ou sedan preto de luxo. Os motoristas devem ser provedores de serviço profissionais, com licença comercial, seguro comercial e devem ser proprietários do veículo. uberX Serviço mais barato da Uber. Os motoristas não são profissionais e não é necessário ter licença comercial. Os motoristas devem ter pelo menos 21 anos de idade, a ficha limpa de antecedentes como motoristas e devem ter carro modelo 2000 (2005 em algumas cidades) ou mais novo, e passar por inspeção veicular independente. Os motoristas também devem ter um histórico sem registros negativos e serem aprovados na verificação de antecedentes. Típicos veículos: Honda Accord, Toyota Camry, Ford Escort. uberXL Serviço com preço um pouco maior que uberX. Os veículos são para pelo menos seis passageiros, são minivans e SUVs (Honda Pilot, Dodge Caravan, etc.). Os requisitos para o motorista são os menos que para uberX. UberSelect (também chamado UberPlus) Serviço de luxo intermediário da Uber, disponível apenas em algumas cidades. Preço menor que do UberBlack, mas maior que do uberX. Os motoristas não são profissionais, e não é necessário ter licença comercial, mas devem ter um sedan de luxo (Mercedes, BMW, Audi) com até quatro assentos. UberPOOL Disponível apenas em algumas cidades. Os passageiros compartilham a viagem com outros passageiros e dividem o custo. Por causa da natureza de compartilhamento de carona da viagem, o tempo de deslocamento pode ser um pouco maior. É uma opção ainda mais barata que o uberX. Fonte: Uber. Anexo 6 Estimativa em dólares das despesas do típico motorista do serviço uberX A cada 64.000 km Cidade de Nova York Toyota Camry, em 2014 São Francisco Toyota Prius, em 2014 Km por galão 40 76 Dólares/galão (3,8 litros) 3,72 4,18 Desvalorização (dólares) 5.774 7.763 Combustível (dólares) 5.952 3.483 Manutenção (dólares) 679 919 Seguro (dólares) 2.676 2.012 15.080 14.177 Fonte: dados fornecidos pela Uber a Salmon, Felix. The Economics of Everyone’s Private Driver. Medium, June 1, 2014. (bit.ly/1MfTNsQ). Obs.: considerando que o motorista trabalha 40 horas por semana e que percorre 64.000 km por ano. Na maioria dos casos, o serviço de receita do governo dos Estados Unidos (IRS) permite que as pessoas façam a dedução das despesas relacionadas aos negócios. As deduções geralmente incluem: combustível, seguro, taxas, reparos, cargas de telefone celular, desvalorização, etc. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 16 Anexo 7 Motoristas ativos da Uber nos Estados Unidos por tipo de serviço (UberBlack versusuberX) Fonte: website da Uber (ubr.to/1GPVxZt). De um estudo realizado pela Uber: Hall, Jonathan and Alan Krueger. An Analysis of the Labor Market for Uber’s Driver-Partners in the United States. Publicado em 22 de janeiro de 2015. Obs.: a amostra consiste de todos os motoristas UberBlack e uberX dos Estados Unidos com pelo menos quatro viagens em qualquer mês. Anexo 8 Distribuição e ganhos por hora (em dólares) em média de motoristas uberX Drivers versus motoristas UberBlack, por horas trabalhadas (outubro de 2014) 1 a 15 horas/semana 16 a 34 35 a 49 Mais de 50 % de motoristas Dólares por hora % de motoristas Dólares por hora % de motoristas Dólares por hora % de motoristas Dólares por hora UberBlack 29% 20,87 32% 20,85 19% 21,67 20% 20,76 uberX 55% 16,89 30% 18,08 10% 18,31 5% 17,13 Fonte: website da Uber (ubr.to/1GPVxZt). De um estudo realizado pela Uber: Hall, Jonathan and Alan Krueger. An Analysis of the Labor Market for Uber’s Driver-Partners in the United States. Publicado em 22 de janeiro de 2015. Obs.: dados agregados por semana. Os números excluem incentivos oferecidos a novos motoristas em alguns mercados. Os ganhos são líquidos, descontada a comissão da Uber, mas sem ajustes referentes às despesas dos motoristas. uberX somente N ú m er o d e m o to ri st as a ti v o s n o s E U A Mês e ano Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 17 Anexo 9 Características dos motoristas Uber versus motoristas de táxi/motoristas particulares e todos os trabalhadores Motoristas Uber Motoristas de táxi e motoristas particulares Todos os trabalhadores Idade 18-29 19,1% 8,5% 21,8% 30-39 30,1% 19,9% 22,5% 40-49 26,3% 27,2% 23,4% 50-64 21,8% 36,6% 26,9% 65+ 2,7% 7,7% 4,6% Mulheres 13,8% 8,0% 47,4% Menos que ensino médio 3,0% 16,3% 9,3% Ensino médio 9,2% 36,2% 21,3% Ensino superior não concluído 40,0% 28,8% 28,4% Ensino superior concluído 36,9% 14,9% 25,1% Pós-graduação 10,8% 3,9% 16,0% Experiência prévia como motorista 49% NA NA Fonte: website da Uber (ubr.to/1GPVxZt). De um estudo realizado pela Uber: Hall, Jonathan and Alan Krueger. An Analysis of the Labor Market for Uber’s Driver-Partners in the United States. Publicado em 22 de janeiro de 2015. Obs.: dados Uber de uma pesquisa realizada em dezembro de 2014 pelo Benenson Strategy Group (BSG) com os motoristas da Uber de 20 mercados, que representam 85% dos motoristas da Uber nos Estados Unidos. Todos os outros dados são da American Community Survey (ACS), baseada em dados de representação nacional. Os dados ACS são dos mesmos 20 mercados da Uber que do estudo BSG, referentes a 2012 e 2013. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 317-P01 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 18 Anexo 10 Comparação das horas trabalhadas pelos motoristas Uber versus motoristas de táxi/motoristas particulares Motoristas Uber Motoristas de táxi e motoristas particulares 1-15 horas/semana 51% 4% 16-34 30% 15% 35-49 12% 46% Mais de 50 horas/semana 7% 35% Fonte: website da Uber (ubr.to/1GPVxZt). De um estudo realizado pela Uber: Hall, Jonathan and Alan Krueger. An Analysis of the Labor Market for Uber’s Driver-Partners in the United States. Publicado em 22 de janeiro de 2015. Dados sobre motoristas de táxi/motoristas particulares da American Community Survey de 2012-2013. Obs.: os dados dos motoristas da Uber referem-se a cada semana em que trabalharam pelo menos uma hora em outubro de 2014. As horas dos dados ACS foram baseadas em “horas normais trabalhadas por semana nos últimos 12 meses.” Anexo 11 Comparação dos ganhos (dólares) por hora em média dos motoristas Uber versus motoristas de táxi/motoristas particulares Motoristas Uber Motoristas de táxi e motoristas particulares OES Boston 20,29 12,92 Chicago 16,20 11,87 Washington DC 17,79 13,10 Los Angeles 17,11 13,12 Nova York 30,35 15,17 São Francisco 25,77 13,72 Média em todos os 20 mercados da pesquisa BSG 19,19 12,90 Fonte: website da Uber (ubr.to/1GPVxZt). De um estudo realizado pela Uber: Hall, Jonathan and Alan Krueger. An Analysis of the Labor Market for Uber’s Driver-Partners in the United States. Publicado em 22 de janeiro de 2015. Dados OES (Occupational Employment Statistics) do Bureau of Labor Statistics. Obs.: dados agregados por mês e médias de ganhos por hora relatados referentes aos motoristas da Uber que trabalharam pelo menos uma hora por semana durante o mês de outubro de 2014. Os ganhos por hora são líquidos, descontada a comissão da Uber, mas sem ajustes referentes às despesas dos motoristas. Os dados de motoristas de táxi e motoristas particulares OES são do mês de maio de 2013. As médias OES de todas as áreas da última linha são calculadas pelo número de motoristas de táxi e motoristas particulares nos 20 mercados da pesquisa BSG. Os números relatados referentes à Uber na última linha é a média ponderada dos ganhos médios por hora nos 20 mercados analisados, onde os pesos são o número de motoristas de táxi e motoristas particulares nos 20 mercados. Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860 Uber: transformando a maneira como as pessoas se movimentam 317-P01 19 Anexo 12 Requisitos para tornar-se motorista em vários setores Fonte: Uber (www.uber.com/driver-jobs). Idade mínima: 21anos Carro ano 2000 ou mais recente (2005 em algumas cidades) Verificação de antecedentes TÁXI Idade mínima: 21anos Pagar taxa de inscrição Verificação de antecedentes Fornecer impressão digital ÔNIBUS Idade mínima: 22anos Verificação de antecedentes Treinamento de 3 semanas CAMINHÃO PESADO Idade mínima: 21anos Licença comercial Verificação de antecedentes Ter frequentado escola particular para motorista de caminhão ou curso para motorista de caminhão de 3 a 6 meses CAMINHÃO DE ENTREGA Passar em exame físico Saber operar sistema de transmissão manual Licença comercial COURIER, ENTREGADOR (15) Conseguir levantar 34 kg Diploma de ensino médio Do N ot Co py or Po st This document is authorized for educator review use only by P?s Acad?mico Est?cio, HE OTHER until February 2018. Copying or posting is an infringement of copyright. Permissions@hbsp.harvard.edu or 617.783.7860
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