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Resenha - Gerenciamento de Stakeholders - Gestão de Projetos

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM GESTÃO DE PROJETOS 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Murilo Metzger Denny 
 
 
 
 
 
Trabalho da disciplina: Gerenciamento de Stakeholders e Comunicações 
 Tutor: Maria de Sant Anna Faria 
 
 
 
Indaiatuba/SP 
2021 
 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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UBER E STAKEHOLDERS: ADMINISTRANDO UMA NOVA FORMA DE ANDAR DE 
CARRO 
 
Referências: 
1. Kanter, Rosabeth Moss; Fox, Daniel – Harvard Business School – 9-315-139 – Rev. de 
16 de Fevereiro de 2017. Acessado em 27 de Abril de 2021. 
2. Site: https://pmkb.com.br/artigos/gerenciamento-dos-stakeholders-de-projeto/ - 
Acessado em 03 de Maio de 2021. 
3. Site: https://www.uber.com/br/pt-br/about/ - Acessado em 03 de Maio de 2021. 
 
Introdução 
 
O PMBOK do PMI (2013) define stakeholder como um indivíduo, grupo ou organização que 
pode afetar, ser afetado por ou perceber a si mesmo como afetado por uma decisão, atividade ou 
resultado de um projeto. Deste modo, o gerenciamento de stakeholders se atenta aos interesses e 
bem-estar daqueles que podem ajudar ou prejudicar o atingimento das metas de uma 
organização ou de um projeto. 
O artigo estudado relata a relação da empresa Uber, uma startup com cinco anos de idade na 
época (2015) e que já havia uma valoração de mercado de US$ 50 bilhões com atividades em 
diversas cidades e países, com uma variedade de stakeholders ao redor do mundo, desde clientes 
e parceiros até mesmo concorrentes e mostra como a empresa lidou com as controvérsias dos 
stakeholders insatisfeitos. 
Venho então, por meio desta resenha, resumir o histórico da indústria de serviços de carona, 
setor no qual a empresa Uber se enquadra, e comentar a relação entre a companhia e os 
stakeholders. 
 
Desenvolvimento 
 
Na época, a contratação de serviços de carona nos EUA se resumia a serviços de limusine e 
táxis, na qual cada um havia sua própria regulamentação, no entanto, com os avanços 
tecnológicos e com o uso cada vez mais crescente de smartphones, surgia uma nova categoria, 
as empresas de redes de transportes. Enquanto os motoristas de limusines e táxis precisam 
https://pmkb.com.br/artigos/gerenciamento-dos-stakeholders-de-projeto/
https://www.uber.com/br/pt-br/about/
 
 
 
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atender a certas exigências devido às suas rigorosas regulamentações dependendo da região em 
que operavam, os serviços de carona por aplicativos de celulares não tinham regras claras e bem 
definidas para a regulamentação. 
A disseminação dos smartphones e recursos de localização, e conexões de dados móveis criou 
oportunidades, as empresas aproveitaram a “economia do compartilhamento” para fazer 
negócios como o “compartilhamento de caronas”. As novas tecnologias possibilitaram a criação 
de serviços de carona que facilitava a solicitação do serviço e do pagamento. A Uber era a 
empresa de serviço de transporte mais visível no mercado e apesar de compartilhar algumas 
características de serviços como os de táxis e de carros pretos, não cumpriam ou atendiam aos 
mesmos requerimentos além disso classificavam seus motoristas como terceirizados. Isso gerou 
uma insatisfação nas autoridades reguladoras de limusines e táxis, que definiram as startups 
(como a Uber) como anticompetitivas. Em 2013, foi criada a categoria TNC, a fim de 
estabelecer uma estrutura legal para as corridas vinda dos aplicativos, e mesmo apesar dos 
serviços continuarem como ilegais em alguns estados dos EUA, a adesão e crescimento 
dispararam. 
Mesmo com a resistência de autoridades e concorrentes, a Uber rapidamente cresceu, 
previamente chamada UberCab, retirou o “Cab” do nome para evitar ser regulada como uma 
empresa de táxis, afinal, a empresa se via como uma empresa do mercado de compartilhamento 
de dados que conectava os passageiros aos motoristas. O serviço era conveniente e consistente, 
os clientes podiam avaliar os motoristas e vice-versa, o que agradou aos usuários. 
A empresa crescia cada vez mais, o que começou a gerar perguntas sobre qual era a melhor 
maneira de administrar os stakeholders, ela podia seguir regras já estabelecidas ou desafiar as 
autoridades e criar suas próprias regras. 
Ao mesmo tempo, os governos e as organizações regulatórias discutiam qual seria a melhor 
classificação para a Uber. A Uber ignorava ordens das agências e continuava a operar, os 
clientes estavam animados e ajudavam a empresa a derrubar a resistência regulatória, a empresa 
utilizava até mesmo as redes sociais para expor as agências, se necessário. Devido à essa 
política agressiva a empresa teve vários conflitos com alguns estados americanos. 
Além das discussões com grupos reguladores, a Uber enfrentava conflitos sobre questões de 
seguro e pressionava as cidades e estados para reconhecimento legal. A empresa então, ficou 
marcada por seu histórico em brigar com reguladores e por suas ações consideradas 
antiprofissionais. 
 
 
 
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Havia resistência regulatório fora os EUA também, e o artigo comenta sobre os casos das 
atividades na Itália, França, Alemanha, Coréia do Sul e Índia. Em algumas localidades, foi 
ordenado que a empresa encerrasse as atividades, porém, a empresa continuou operando. 
Devido ao seu modelo de trabalho, a Uber atraiu motoristas casuais, que queriam um extra, bem 
como motoristas de tempo integral. Porém, os motoristas eram classificados pela empresa como 
terceirizados independentes e precisavam arcar pelos seus carros, manutenção, gasolina, seguro 
e impostos. Essa classificação desagradou um grupo de motoristas que moveu uma ação por 
pedido de direitos. 
Os preços podiam variar de acordo com a demanda, inclusive em caso de desastres naturais. As 
proteções de privacidade eram aparentemente negligentes, e obviamente, geravam preocupações 
aos usuários. O aplicativo continha informações dos clientes e não somente dados dos cartões 
de crédito e endereço de cobrança, mas também dados informativos sobre para onde as pessoas 
iam e com que frequência. Os motoristas não tinham os mesmos licenciamento que os 
motoristas de táxis e limusines e, portanto, não passavam pelos mesmos treinamentos, e 
algumas situações sobre a falta de segurança pessoal foram relatadas durante as viagens, até 
mesmo casos de violência sexual contra passageiras foram reportados. Em todos esses casos, a 
Uber conseguia entrar em algum acordo legal de maneira a não ser muito prejudicada. 
A Uber então, passou a ser alvo constante de protesto das empresas de táxis e limusines, que 
acreditavam que a competição era injusta. 
Mesmo com todos as adversidades mencionadas acima, a alta valorização da empresa fez 
pressão para que a Uber achasse formas de superar a resistência e obteve êxitos em muitos 
mercados. No entanto, era evidente que alguns stakeholders não estavam satisfeitos com o 
posicionamento e visão da companhia, o que gerou diversos conflitos. 
 
Conclusão 
 
O artigo mostra como a Uber lidou com as mais diversas partes interessadas, e como diversas 
vezes precisou rever suas políticas para se firmar como uma grande empresa de mercado. A 
empresa ficou marcada por seu comportamento ousado e precisou reavaliar sua imagem para se 
estabelecer em diversos países e cidades. 
 
 
 
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Ficou evidente também que atender as expectativas e entender as necessidades de todos os 
stakeholders não é uma tarefa fácil, e é necessário muito trabalho e esforço para se atingir o 
sucesso.

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