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A REFORMA PREVIDENCIÁRIA PROPOSTA NA PEC 287

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A REFORMA PREVIDENCIÁRIA PROPOSTA NA PEC 287/2016
	A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016, da Reforma da Previdência, estabelece várias alterações nos dispositivos da Constituição, especialmente as que tratam da unificação da idade mínima para homens e mulheres aos 65 anos; contribuição mínima de 25 anos; vedação ao acúmulo de aposentadoria com pensão por morte; extinção das aposentadorias especiais para policiais, exceto militares; contribuição dos trabalhadores rurais; regra de transição para homens com 50 anos ou mais de idade e para mulheres com 45 ou mais, que ainda não tiverem condições de se aposentar no momento da aprovação das mudanças.
	Tal proposta foi articulada, como resposta à crise econômica. Em antecipação às medidas para prosperar a economia, o governo Temer emitiu em 7 de julho a Medida Provisória n. 739/2016, a qual dificultou o acesso ao auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.
	A justificativa para reforma vem em nome do ajuste fiscal, que necessitaria de medidas estruturais para reduzir os gastos do Estado. Nesse sentido, a previdência é destacada como o maior deles, a qual seria responsável por um rombo, que segundo previsões do governo, deve chegar a R$ 136 bilhões neste ano de 2016. Ocorre que tais números são questionados por especialistas.
	Resumo do conteúdo da PEC 287/2016
	1) Preservação do direito adquirido: quem já está aposentado ou que na data da promulgação da Emenda já tiver preenchido todos os requisitos para a aposentadoria, pelas regras atuais, tem todos os direitos assegurados. Tendo preenchido os requisitos, o servidor poderá aposentar-se a qualquer momento, até a aposentadoria compulsória (75 anos de idade).
	2) Proteção da expectativa de direito: homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 anos terão direito à regra de transição.
	3) Regra de transição a que se refere o item anterior:
I - sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, se mulher; 
II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público; 
IV - cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; e
V - período adicional de contribuição equivalente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na data de promulgação desta Emenda, faltaria para atingir os limites previstos no inciso II deste artigo.
Observação: todos esses itens deverão ser preenchidos, cumulativamente.
A COBERTURA PREVIDENCIÁRIA NOS CASOS DE ACIDENTE E DOENÇA NO TRABALHO
Caracterizado o acidente do trabalho e satisfeitos os requisitos específicos estabelecidos pela legislação previdenciária, o empregado passa a ter direito aos seguintes benefícios previdenciários, de acordo com o grau de incapacidade laborativa constatado pela perícia-médica do INSS: aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e auxílio-acidente.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
	A aposentadoria por invalidez está prevista nos arts. 42 e 47 da Lei 8.213/91. Não se confunde com a renda mensal vitalícia ou com o benefício assistencial de prestação continua previsto no inciso V do art. 203 da CF e Lei 8.742/93. Estes benefícios assistenciais são vinculados à Seguridade Social, independendo da comprovação da qualidade de segurado da Previdência Social.
	Para a concessão do benefício, a perícia-médica do INSS deve constatar a presença de incapacidade permanente para o desempenho de atividade laboral, em regra, de maneira irreversível. Porém, a incapacidade não pode resultar de doença ou lesão de que o segurado já era portador antes da filiação ao regime de previdência, salvo em caso de progressão ou agravamento da patologia.
	O termo inicial do benefício será o dia imediatamente seguinte ao da cessação do auxílio-doença, caso decorra de transformação, ou a partir do 16º dia do afastamento da atividade, pois os 15 primeiros dias são pagos pelo empregador.
	Em contrapartida, a aposentadoria por invalidez tem natureza precária, devendo ser mantida enquanto perdurar a condição de incapacidade laborativa; cessada essa condição, o segurado perde o direito ao benefício. Essa é a razão pela qual deve ser periodicamente reavaliado, através de exames médicos e de programas de reabilitação profissional. Porém, quando o benefício tiver sido concedido judicialmente, através de antecipação de tutela, a cessação depende de autorização judicial.
	Nos termos do art. 61, inciso III, do Decreto 3.048/99, o período em que for pago o benefício de aposentadoria por invalidez será considerado com tempo de contribuição, por se tratar de acidente de trabalho.
	O valor do benefício será de 100% do salário-de-benefício (art. 44 da Lei 8.213/91), mais 25% se o segurado necessitar da assistência permanente de outra pessoa. O salário-de-benefício será a média aritmética simples correspondente a oitenta por cento de todo o período contributivo, não se empregando o fator previdenciário.
AUXÍLIO-DOENÇA
	O auxílio-doença deverá ser concedido ao segurado da Previdência Social que restar incapacitado para o trabalho ou para suas atividades habituais por mais de quinze dias consecutivos. Ou seja, trata-se de uma incapacidade temporária, com prognóstico de que haverá recuperação para o trabalho ou reabilitação para outra atividade laborativa.
	O início do benefício para o segurado empregado começa no 16º dia do afastamento, sendo os primeiros 15 dias pagos pelo empregador. Já o termo final será o dia da recuperação da capacidade laborativa, da conversão para aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente, da habilitação para outra atividade, após a reabilitação profissional, da conversão em aposentadoria por idade ou do falecimento do segurado.
	O valor do benefício será de 91% do salário-de-benefício (art. 61 da Lei 8.213/91). O salário-de-benefício será a média aritmética simples correspondente a oitenta por cento de todo o período contributivo, não se empregando o fator previdenciário.
AUXÍLIO-ACIDENTE 
	O auxílio-acidente é devido ao segurado que, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, restar acometido de sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Em razão disso, tem natureza de indenização.
	A sequela definitiva deve implicar em alguma das situações previstas no anexo III do Decreto 3.048/99, quais sejam, redução da capacidade para suas atividades laborativas habituais, exigência de maior esforço para o desempenho da mesma atividade e impossibilidade de desempenho da atividade que exercia à época do acidente, sendo viável o exercício de outra após a reabilitação. 
	O evento que confere direito ao benefício é a perda ou redução na capacidade laborativa, sem que haja invalidez permanente. Nessa linha, deve ocorrer incapacidade parcial, aferida pela redução da capacidade laborativa para suas atividades habituais, e definitiva, pela impossibilidade de recuperação dessa minoração da capacidade. Igualmente aos benefícios anteriormente referidos, não exige o atendimento de carência, sendo, porém, imprescindível sua qualidade de segurado.
	O art. 104, §7º, do Decreto 3.048/99 vedada a concessão de auxílio-acidente quando o segurado está desempregado. Porém, o dispositivo é questionado pela doutrina, haja vista que se trata de limitação não prevista na Lei 8.213/91:
	O termo inicial do benefício é, regra geral, quando há a cessação do auxílio-doença, pela consolidação das lesões decorrentes do acidente do trabalho. Já o termo inicial ocorre quando há a concessão de qualquer modalidade de aposentadoria, com a integralização do salário-de-benefício da prestação no salário-de-contribuição para cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria.
	O valor da renda mensal inicial do benefício corresponde a 50% do salário-de-benefício, sendo esse apurado mediante a média aritmética simples dos oitenta por cento maiores salários-de-contribuição, sem aplicação do fator previdenciário. Registre-se que a renda inicial poderá ser inferior a umsalário-mínimo, haja vista que o objetivo desse benefício não é substituir o rendimento do segurado, mas complementá-lo, indenizando a redução da capacidade laborativa.
POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS COM A INDENIZAÇÃO EXTRACONTRATUAL 
	Conforme visto acima, configurado o acidente do trabalho de acordo com as regras previstas na legislação previdenciária, o segurado empregado fará jus ou seus dependentes a algum dos seguintes benefícios: auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez ou pensão por morte.
	Contudo, ao segurado é permitido demandar diretamente o empregador, entendendo que este laborou com dolo ou culpa, contribuindo para a ocorrência do acidente; porém, terá que discutir tal culpabilidade na esfera extracontratual. 
	Isto ocorre porque a responsabilidade civil do empregador independe da responsabilidade objetiva da previdência e pode ser pleiteada cumulativamente e sem prejuízo daquela. Neste sentido.
	Ainda que seja o entendimento dominante, a possibilidade de cumulação dos benefícios acidentários e a reparação extracontratual encontra alguma resistência entre os juristas. Sebastião Oliveira, no entanto, filiado à corrente majoritária, entende legal a possibilidade de cumulação e afirma que esta é a posição do STJ.
	Não se confundem, nem se compensam, as prestações previdenciárias pagas em virtude de acidente de trabalho, compensatórias, com a indenização civil baseada na responsabilidade subjetiva do empregador, de natureza indenizatória.
O SISTEMA DE CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – SÓ SISTEMA GERAL
	Os Institutos de Previdência estaduais, em quase sua maioria, não concedem aposentadoria, mas tão somente, a pensão por morte; reservam-se eles preponderantemente ao atendimento médico hospitalar. A lei 7.672/82 dispõe exatamente o começo das atividades exercidas pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul, dando suas disposições sobre o percentual referente à contribuição dos servidores e quais os entes públicos e particulares que deverão cooperar com o custeio da seguridade.
	Em outros Estados da Federação há exemplos de sistemas parecidos com o do Rio Grande do Sul. Em Minas Gerais, o Instituto Estadual de Previdência do Estado (IPSEMG), autarquia estadual criada pela lei nº 9.380, de 18/12/1986, e regulamentada pelo decreto nº 26.562 de 19/02/1987 (Estatuto), insere no seu art.º 2, parágrafo 2º, da referida lei, a condição de filiação do município, in verbis:
Art. 2º São beneficiários do IPSEMG, § 2º Mediante convênio autorizado por Lei municipal, obedecido o limite de idade constante no inciso I desde artigo, sob as condições fixadas pelo Conselho-Diretor, serão filiados ao IPSEM só prefeitos e os servidores investidos em função pública municipal. 	
	Depreende-se, pois, que os Institutos de Previdência dos Estados, em que pese possuírem a nomenclatura "previdência", não se enquadram no regime próprio da previdência, faltando-lhes a garantia mínima que é aposentadoria e pensão por morte, inseridas no art. 25, inciso I e II do Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999, que aprova o Regulamento da previdência social e das outras providências, sintonizado perfeitamente com o art. 40 da constituição federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 19984.
	Com a chegada da Lei nº 7.672/82 foi definido parâmetros muito além das funções de assistência a saúde, a legislação definiu a responsabilidade dos servidores e do Estado pelo pagamento de benefícios de auxílio-natalidade aos segurados e de pensão por morte, pecúlio pós-morte e auxílio-reclusão aos dependentes entre outros. Sendo assim, nunca houve restrição nas funções que a autarquia praticava, prestando diversos serviços além de suas competências simples.
	Para garantir os benefícios e serviços prestados pelo IPERGS o servidor contribuía com 9% da sua remuneração, sendo 5,4% para pensões e demais benefícios previdenciários e 3,6% para assistência médica. A contribuição do Estado e de suas autarquias prevista na lei era de 3,5% da folha de pagamento para assistência médica e a Quota Previdenciária, que deveria ser calculada anualmente, destinada à cobertura das despesas administrativas do Instituto. A cota Previdenciária nunca foi paga e faz parte da dívida histórica do Estado e suas Autarquias para com o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul, reconhecida pela Constituição Estadual, mas sem os devidos acertos até hoje.
	O valor da pensão paga é de 45% de cota familiar mais 5% por depende até o limite de 11%. O reajuste do valor da pensão era calculado conforme o acréscimo da receita previdenciária. Com esta metodologia o sistema era equilibrado, mas o valor se reduzia com o passar do tempo. O valor da pensão que era recebida por longo período se tornava irrisório.
	A lei 7.672 de 18 de junho de 1982 faz as primeiras considerações sobre os preceitos que vão reger a previdência do Estado do Rio Grande do Sul. Analisando a lei podemos notar que ela vem completa de princípios básicos sobre previdência, porém o mais importante é seu artigo 42, que dá a primeira ideia de como será mantido e custeado o regime:
A receita do Instituto será constituída de:
	a) contribuição mensal do segurado, sob a denominação de contribuição, equivalente a nove por cento do salário de contribuição, a ser descontada compulsoriamente na folha de pagamento, não podendo ser inferior a correspondente ao padrão inicial do Quadro Geral dos Funcionários Públicos Civis do Estado, destinada ao custeio dos benefícios e serviços;
	n) contribuição mensal dos pensionistas, correspondente a dois por cento da quota de pensão ou do auxílio-reclusão, para reajustamento das pensões e participação na Assistência Médica;
	Na alinha “a” do mencionado dispositivo acima, há referência ao valor de 9%, que será descontado diretamente dos servidores, porém na alinha “n” pode se notar que o desconto também incidirá nas pensões ou auxilia-reclusão, mas no percentual de 2%. Analisando mais a frente, sendo o percentual fixado na alinha “a”, 40% do valor destinado ao fundo de assistência médica, descrito no art. 43: O Fundo de Assistência Médica será constituído pelas seguintes fontes de receita:
	a) quarenta por cento da contribuição dos segurados, fixada na letra –ado artigo 42 desta Lei;
	A lei também deixa claro quais serão os benefícios e serviços prestados sobreo custeio do valor recolhido em seu Art. 20 - O Instituto prestará, na forma desta Lei e das regulamentações respectivas.
REFERÊNCIAS
ARRUDA, Maurílio Neris de Andrade. Previdência social dentro da autonomia municipal, 2ª Edição, Editora de direito, 1999.
ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios previdenciários. 4. Ed. São Paulo: Liv. e Ed. Universitária de Direito, 2009.
CASSEPP, Alexandre Azambuja. Os benefícios previdenciários decorrentes do acidente do trabalho e a possibilidade de cumulação com a indenização extracontratual. Disponível em <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,os-beneficios-previdenciarios-decorrentes-do-acidente-do-trabalho-e-a-possibilidade-de-cumulacao-com-a-indeniz,42757. > Acesso em 16 novembros 2017.
NASCIMENTO, Fernanda Sales. A reforma da previdência - PEC 287/2016. Disponível em: <https://bdjur.stj.jus.br/jspui/handle/2011/10856512/2016> Acesso em 16 novembros 2017.
CONCLUSÃO
	A previdência social faz parte do sistema de proteção social juntamente com a assistência social e a saúde, e é de caráter contributivo e visa a proteger o segurado e seus dependentes. Muito se tem falado sobre a reforma da previdência, com várias Emendas constitucionais, que apresentam aspectos positivos e negativos. Neste presente trabalho teve por objetivo destacar alguns fatores relevantes referentes à previdência e as reformas por ela sofridas. Não foi pretensão abranger profundamente a matéria, por ser esta ampla e complexa apenas destacar a influência das reformas principalmentepara a classe trabalhadora. Há uma tendência de que a reforma da previdência esteja incentivando a permanência do trabalhador por mais tempo em atividade no mercado de trabalho. Isso ocorre em virtude de critérios mais rígidos para a aposentadoria. Percebe-se que há uma falta de esclarecimento sobre o assunto. Muito não tem acesso a informação, e mesmo aqueles que o tem ficam em dúvida, devido à complexidade e constantes mudanças que ocorrem na previdência. Torna-se necessário uma maior clareza e transparência, para que o cidadão tenha o conhecimento necessário sobre os seus direitos e até que ponto estão sendo os mesmos respeitados.
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURIDICAS – ICJ
CURSO DE DIREITO
EVELEM LARISSA GARCIA PACHECO RA: C219EJ6. 
MARIANA DE SENNA BANDEIRA RA:C1144A2
NAYARA PRISCILA DA SILVA ARAUJO RA: C234150
TARCYARA AZAVEDO RIBEIRO RA: C10HAC0
DIREITO PREVIDENCIARIO
MANAUS-AM
2017

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