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Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Otites em Cães e Gatos M.V. Esp. Jessica Cordeiro Duarte Introdução Introdução Orelha externa: pavilhão auticular, meato acústico externo e membrana timpânica Resistência relativa, porém suceptível a danos. Meato acústico externo (canal horizontal) = extensão da pele Ouvido Médio Orelha Interna (labirinto) Otites Ocorrência de 10 a 20% no cães e de 2 a 6% nos gatos (otite externa) Fatores predisponentes: Conformação anatômica do pavilhão auricular (estenose, pêlos) Excesso de produção de cerume (Hiperatividade glandular) Terapia prévia inadequada ou limpeza inadequada Obstrução Causas primárias das otites Ectoparasitas Dermatite alérgicas Disqueratoses Corpo estranho Hiperplasia ou Hiperatividade das glandulas ceruminosas Doenças auto-imunes Fatores Perpetuantes Impedem a cura das otites Mantêm inflamação continuamente Exigem tratamento contínuo e longo até resolução completa Casos irreversíveis: Cirurgia!! Obs: pólipos podem ser congênitos ou secundários à calicivirose ou à otite média crônica Sintomas da otite externa Prurido ótico Meneios de cabeça Otorréia Otohematoma Cirurgia otohematoma Sintomas da otite média/interna Sintomas presentes em apenas 10% dos casos Dor à palpação e a mastigação (ATM) Hipoacusia KCS unilateral Diminuição do reflexo palpebral Síndrome de horner (nervo facial, trigêmio, enoftalmia, ptose palpebral, labial e auricular, head tilt, miose) “fenilefrina 10%” Doença vestibular: nistagmo, andar em círculo, estrabismo, ataxia (otite interna) Meningoencefalite Otoscopia Observar lesões, CE, tipo de exsudato, observar lesões meatais Acesso a membrana timpânica Acompanhar eficácia da limpeza ótica Permitir lavagem ótica, biopsia, meringotomia e injeções-intralesionais Exames complementares para diagnóstico das otites Exame parasitológico do cerume: otodectes cynotis, demodex sp, notoedres cati. Citologia: identificação de células neoplásicas, bactérias, leveduras. Cultura e antibiograma Histopatológico de biopsia (caso haja neoformações). Diagnóstico por imagem Citologia ótica Objetivos: Identificação de microrganismos; Ajuda na escolha terapêutica; Monitorar a resposta à terapia; Citologia ótica Técnica: Uma amostra de cada meato – porção horizontal Guiar através do cone otoscópico Amostra da cavidade timpânica (otite média) Fixar, corar Microorganismos observados Malassezia sp. Cocos Citologia ótica: critérios de diferenciação Número de microorganismos; Sintomas Leucócitos ausentes em orelha hígida Diminuição dos leucócitos é o indicador da boa resposta a terapia Cultura e antibiograma quando terapia empírica não funcionar. Cultivo micológico para microsporum canis Diagnóstico por imagem da bula timpânica Radiografia simples ou contrastada (canalografia) Tomografia Ultrassom (presença de fluido ou gás) Acurácia: Ressonância > Tomografia > US > RX Tratamento Avanço quanto ao diagnóstico, porém pouco quanto a terapia. Cepas multiresistentes quanto a staphylo e pseudomonas. Tratamento Identificar e tratar fatores predisponentes Limpeza Terapia tópica Terapia sistêmica Terapia cirúrgica Terapia das otites externas Terapia tópica: Remover exsudatos para permitir a ação de medicamentos tópicos Remover enzimas líticas presentes no muco que destroem a orelha média Limpeza Ceruminolíticos: cerumin, steriderm, Epiotic, phisio- antiodor. Mucolíticos: n-acetilcisteína 10% Higienização: Epiotic, higinat, oto clean up, oto septic Lavagem ótica: Mediante a anestesia inalatória, utilizam-se soluções antisepticas à temperatura corpórea, iodo-povidine (1:3 de água), clorexidine 0,05% Enxague posterior com solução fisiológica. Antibióticos tópicos 1. cloranfenicol: bacteriostático, amplo espectro. 2. Ácido fusídico: bacteriostático curto espectro (excelente contra staphylococcus). 3. aminoglicosídeo: bactericida amplo espectro. Eficientes em pH alcalino, gentamicina + segura (21 dias) Eficácia: Neomicina < Gentamicina < Amicacina < Tobramicina. Neomicina pode causar dermatite de contato Ex: aurivet, natalene, otoderm, otogen, otomax, otoguard. Antibióticos Tópicos 4. Quinolonas: bactericidas amplo espectro, Ototóxicas. Enrofloxacina: 87,5% pseudomonas R. Ex: Zelotril oto, Otoneodex. 5. Polimixina B: Bactericida ototóxico (cóclea) Ex: Otosynalar, panotil, Otosporin, Otospan. 6. Sulfadiazina de Ag. 0,02-1%: Staphylo e pseudomonas R. Pouco ototóxica, segura, ativa a cicatrização. Ex: Zelotril oto. 7. TRIS EDTA: Aumenta a permeabilidade dos atb’s tópicos, alta ação contra pseudomonas. Ex: Otodine (clorexidine 0,15% + TRIS EDTA) Antifúngicos Tópicos 1. Nistadina: candida e malassézia Ex: Panolog, Previn, Solderm 2. Azóis Benzimidazol:thiabendazol Ex: Foldan, Dermotic, Otiser, Otodem plus Imidazol: Clortrimazol, miconazol, cetoconazol Ex: Otomas, otoguard, otogen, aurivet, otoneodex. Triazóis: Itraconazol e fluconazol Antifúngicos Tópicos Eficácia contra Malassézia sp. Thia < Clortrimazol < Miconazol < Cetoconazol < Itra Clortrimazol: Resistência malassézica, seguros em otites médias. Otites médias, uso de medicação oral é imprescindível 3. Alaninas: Terbinafina 1% Obs: Farmacodermia por itraconazol (felino) Anti-inflamatórios tópicos Glicocorticóide: benéficos em todos os tipos de otite. Ação: Anti-inflamatória, anti-exsudativa, anti- proliferativa, anti-pruriginosa. Glicocorticoide tópico intra-lesional Indicações: Ineficácia da terapia sistêmica por 2 a 4 semanas Proliferação tecidual/hiperplasia intensa Evitar cirurgia. Triancinolona: 0,05 – 0,1 ml 2 a 3 aplicações em cada seguimento, com 1 a 2 cm de distância entre os seguimentos. Guiar pelo cone do otoscópio. Lavagem ótica antes e depois (agulha 22 de 10 a 15cm de comprimento) Anti-inflamatórios tópicos DMSO: ação anti-inflamatória e anti-proliferativa Ex: DM gel otológico DMSO 60% + fluocinolona 0,01%: otites hiperplasicas Terapia para otites externas Agudas: 7 a 14 dias (tópico) Volume solução tópica: preencher o canal Crônicas e recidivantes: 30 a 360 dias Investigar causas primárias e perpetuantes. Avaliar membrana timpânica: corticoide oral se edema ou proliferação e reavaliar. ATB oral (citologia e antibiograma) Otite média Há 3 portas de entrada Membrana timpânica (otite externa): comum em cães Tuba faringo-timpânica: comum nos gatos Hematógena Etiologia: Primária Infecção respiratória viral (calicivirus, herpesvirus), predispõe a infecção bacteriana Secundária Ácaros e pólipos Tratamento da otite média Cultura e antibiograma (bula) Lavagem da bula timpânica (meringotomia) Atb tópico e sistemico (6 a 8 semanas) Glicocorticoide VO e tópico Pseudomonas MR: Sulfadiazina de Ag (1-2ml/BID) + limpeza com solução acidificante (epiotic, otoclean up) Staphylococcus MR: Cloranfenicol, eritromicina, azitromicina, claritromicina Alta clínica = citologia e sem sintomas Orelha Média Revestimento delicado e muito susceptível a reações irritativas. Não usar propilenoglicol como veículo em otites médias: colesteatoma Terapia cirúrgica das otites Ablação do canal vertical:Elimina maior parte do tecido inflamado Ablação total da orelha com osteotomia da bula Estágio da otite externa ou média. Implica em perda auditiva.
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