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DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO DIREITO TRIBUTÁRIO: Ramo do direito público que se ocupa das relações entre o fisco (Fazenda Pública) e o contribuinte, protegendo o cidadão contra os abusos. Relação conflituosa entre contribuinte e o fisco. DIREITO FINANCEIRO: Regula toda a atividade financeira do Estado, menos a que se refere à tributação, e pela importância se destacou desta. Cuida de todos os recursos que entram nos cofres da Fazenda Pública, e como se gasta (de acordo com o orçamento). Receitas Públicas NÃO tributárias: - Tarifas / Preços Públicos; Ex.: serviço de terraplanagem. - Recursos Monetários; Ex.: juros. - Recursos Gratuitos; Ex.: doações. - Recursos Patrimoniais; Ex.: venda, ou aluguel de imóveis públicos. Conceito de Tributo: Art. 3º CTN: TRIBUTO é toda prestação pecuniária1 compulsória2, em moeda3 ou cujo valor nela se possa exprimir4, que não constitua sanção de ato ilícito5, instituída em lei6 e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada7. 1 Ideia em relação a valores; 2 Obrigatório; 3 Moeda corrente (dinheiro); 4 Em situações excepcionais, pode ser por intermédio de bens (imóveis); dação em pagamento; 5 Não pode incidir sobre um ato ilícito; Porém aquilo que provier do ato ilícito (renda) incide; 6 Não pode ser por Decreto, IN...; 7 Não depende do administrador para cobrar; estão vinculados; DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO TRIBUTOS: - Impostos (municipal; estadual; federal); - Taxas (municipal; estadual; federal); - Contribuição de Melhoria; - Empréstimo Compulsório (federal) - Contribuições Especiais / Sociais; Ex.: CIDE. TRIBUTOS VINCULADOS: Fato gerador consiste numa atuação estatal especifica ao contribuinte. Quando pagar Estado se movimenta em teu favor; - Taxas (Ex.: Taxa de Lixo); - Contribuição de Melhoria; TRIBUTOS NÃO VINCULADOS: Fato gerador consiste num fato qualquer. - Impostos em geral (IPTU; ISS; IPI; IR; ISS...); FUNÇÃO DOS TRIBUTOS: I. FUNÇÃO FISCAL: Quando seu principal objeto é a arrecadação. Ex.: Imposto de Renda, e a maioria dos tributos. II. FUNÇÃO EXTRAFISCAL: Quando seu principal objetivo é não é a arrecadação, mas sim intervir no domínio econômico. Ex.: Impostos sobre o comércio exterior (exportação / importação); DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO III. FUNÇÃO PARAFISCAL: Quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades desenvolvidas por entidades específicas. Como sujeito ativo não figura nem a União, nem os Estados, nem o D.F., e nem os Municípios. Ex.: Contribuição Sindical; Pedágio; DNR; etc. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS: I. Princípio da Isonomia – Artigo 150, II, CF: É o principio que prega que os iguais devem ser tratados de forma igual. E os desiguais devem ser tratados de forma desigual, na medida de suas desigualdades. Trata-se de igualdade proporcional. Ex.: IR: aplicando-se percentuais diferentes; II. Princípio da Capacidade Contributiva – Artigo 145, §1 º CF: “Quem pode mais paga mais, quem pode menos paga menos, e quem não pode pagar nada não paga”. Tributos maiores para coisas menos necessárias; Ex.: cerveja alemã. Aplicam-se nos tributos pessoais (IR). Ex.: quem ganha até R$ ~1.800,00: não paga imposto de renda. III. Princípio da Legalidade – Artigo 150, I CF: Artigo 5º, II CF: “em virtude de lei” = lei no sentido lato: qualquer disposição normativa. Direito Tributário: Artigo 150, I CF: é proibido aos entes federativos exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça = Lei stricto sensu – Lei Ordinária / Lei Complementar (Medida Provisória, que tem força de lei). Exceções: Ex.: Impostos Importação e Exportação. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO Artigo 62 CF: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submete‑las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no artigo 167, § 3º; II – que vise à detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III – reservada a lei complementar; IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos artigos 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirão efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. § 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo‑se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta se manterá integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO IV. Princípio do não confisco – Artigo 150, V CF: É aquele que por ser excessivamente oneroso, seja sentido penalidade. Que retira a capacidade do contribuinte de se sustentar e se desenvolver. É aplicável às multas. Duas correntes:∟ Analisado tributo por tributo: Grande maioria da doutrina e tribunais. ∟ Analisado pela pessoa: Não muito aceito. - Multas: De 20% até 150%; V. Princípio da Anterioridade e da Irretroatividade – Artigos 150, III, “b”, e 150, III, “a” CF: - Noventena Artigo 150, III, “c”; e Artigo 195, §6º CF. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos: - Irretroatividade: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; - Anterioridade: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; Não pode ser cobrado no mesmo ano! (regra); Exceção: - Noventena ou Anterioridade Mitigada: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; Devem ser aumentados até 30/09 para poder valer a partir do próximo ano; DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no artigo 150, III, b. Contribuições podem ser exigidas no mesmo exercício financeiro. Ex.: CPMF; CIDE; VI. Princípio da Uniformidade Geográfica – Artigos 151, I CF: Art. 151. É vedado à União: I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o Território Nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País; A União não pode instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional. Exceção: Zonas Francas (Manaus). VII. Princípio da Liberdade de Tráfego – Artigos 150, V CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; Proíbe a instituição de tributo aonde o fato gerador seja a transposição de fronteiras entre estados ou entre municípios. Proíbe que seja cobrado para entrar em estados ou municípios. Exceção = Pedágio; porém não se cobra pela entrada em um município ou estado, e sim pela utilização das vias conservadas. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO: Lei ≠ Legislação Tributária; O CTN utiliza a palavra lei em seu sentido estrito. E a expressão legislação tributária em seu sentido amplo, designando qualquer norma. Ex. Legislação Tributária: Termo amplo que designa: lei, decretos, MP,...; Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Tratados e Convenções Internacionais – artigo 98, CTN; Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Na verdade não são os tratados e convenções internacionais que revogam ou modificam a legislação interna, mas sim os decretos legislativos que os ratificam. Incorporando-os à ordem jurídica brasileira. Um tratado ou convenção internacional revoga ou modifica a legislação interna? R.: NÃO. Apenas se for aprovado pelo Congresso e ratificado. Se o tratado for aprovado no Brasil, a lei posterior tem que obedecer ao tratado? R.: SIM. Pois senão será inconstitucional. Decretos e Regulamentos – artigo 99, CTN; O Decreto (ato do chefe do Poder Executivo) e o Regulamento (ato do Ministro de Estado) devem ser apenas explicitadores (esclarecedores) do disposto na Lei. Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. É parte da legislação tributária, mas não são leis. Não podem criar obrigação que não está na lei. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO Os Decretos e os Regulamentos podem criar direitos, que o contribuinte poderá utilizá- lo, porém até ser julgado inconstitucional. Pois não é prejudicial ao contribuinte. Normas Complementares – artigo 100, CTN; Servem também para esclarecer o texto legal. Ex.: Portarias; Ordens de Serviço; Instruções Normativas; etc. Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Não pode criar direito. Serve exclusivamente para esclarecer o que está na lei. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: Fato Gerador Obrigação Tributária Lançamento Crédito Tributário. - Fato Gerador = Acontecimento que gera a obrigação de pagar algum tributo; Ex.: Obter renda pagar Imposto de Renda / Comprar apartamento pagar IPTU. Sempre que ocorrer o fato gerador, obrigatoriamente nasce: - Obrigação Tributária; - Lançamento = Providencia da Fazenda para cobrar o tributo. Ex.: chamar para pegar o carnê do IPTU. NEM TODO FATO GERADOR GERA O CRÉDITO TRIBUTARIO. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO Lei aplica-se a fatos geradores presentes e futuros – artigo 105, CTN; Quando é criada uma lei, vigorará para frente. Art. 105. A legislação tributária aplica‑se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. Aplicação Tributária Retroativa – artigo 106 CTN: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; Somente para esclarecer a lei. Se paga a diferença e não se aplica multa. II – tratando-se de ato não definitivamente julgado: Ato definitivamente julgado = não pode. Auto de infração (1997) defesa administrativa julgamento recurso julgamento indeferimento trânsito em julgado administrativo. ∟ Ato não definitivamente julgado (pois há a via judicial) Ação judicial [...] TRF durante tramitação entra em vigor uma lei mudando o entendimento (2008). – Retroage a lei até 1997 – extinguindo toda a dívida.a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de trata-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO – ARTIGO 5º C.F.: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: “Garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País” = Direito para TODOS. Interpretação: retirar o sentido da norma. Aplica-se quando a norma existe. Interpretação Literal – artigo 111, CTN; Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I – suspensão ou exclusão do crédito tributário; II – outorga de isenção; III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Pois se tratam de situações excepcionais. E por isso a interpretação deve ser gramatical. Ex.: lei sobre isenção não pode fazer uma interpretação ampliativa somente aquilo que a lei disse que é isento. Interpretação Benigna – artigo 112, CTN; Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: [...] Quando há dúvida Indubio pro reu. Integração: Aplica-se quando existe uma lacuna na lei. NÃO HÁ LEI APLICÁVEL AO CASO! Se houver lei interpreta-se. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO Meios de Integração – artigo 108, CTN; Aplica-se somente quando NÃO há lei!! Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada: I – a analogia; II – os princípios gerais de direito tributário; III – os princípios gerais de direito público; IV – a equidade. 1º Analogia: Meio de integração pelo qual o aplicador da lei, diante de lacuna desta, busca solução para o caso em norma pertinente a casos semelhantes. 2º Princípios Gerais de Direito Tributário: Ex.: principio do não confisco; da capacidade contributiva; etc. 3º Princípios Gerais de Direito Público: Ex.: ampla defesa; liberdade profissional; etc. 4º Equidade: Está utilizada no CTN com significado de HUMANIZAÇÃO, benevolência na aplicação do direito. Significa JUSTIÇA no caso concreto. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: Obrigação Tributária Principal – artigo 113, §1º CTN: Obrigação de DAR – efetuar o pagamento; Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO Obrigação Tributária Acessória – artigo 113, §2º CTN: Obrigação de FAZER; NÃO FAZER ou TOLERAR; Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Ex.: Fazer = emitir uma nota fiscal / inscrever-se no cadastro de contribuintes; etc. Não fazer = não receber mercadoria desacompanhada de documento fiscal; etc. Tolerar = aceitar respeitosamente uma fiscalização tributária; FATO GERADOR (ou Hipótese de Incidência): Ocorrência de um fato que gera um tributo. Artigo 114 e 115 CTN: Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Não cai na prova 1. Situação de Fato – artigo 116, I, CTN: Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I – tratando‑se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; Ex.: ISS – fato gerador ocorre no momento em que prestado o serviço; 2. Situação Jurídica – artigo 116, II, CTN: Art. 116. II – tratando‑se da situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Ex.: ITBI – fato gerador ocorre no momento em que se realiza o registro da escritura no cartório; DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO SUJEITO PASSIVO: Quem é obrigado a pagar o tributo; 1. Contribuinte – artigo 121, I, CTN: - Aquele que pratica o fato gerador. IPVA = dono do carro; IPTU = dono do imóvel; IR = aquele que obtém a renda; Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz‑se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; 2. Responsável – artigo 121, II, CTN: - Possui uma relação indireta com o fato gerador. Art. 121. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz‑se: II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. O contribuinte do IR retido na fonte é aquele que aufere a renda, a lei, no entanto, pode atribuir à fonte pagadora dessa renda, a condição de responsável; Art. 45 CTN. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. NORMAR PARTICULARES: - Podem estabelecer quem será responsável pelo pagamento do tributo, mas esta convenção não vale perante a Fazenda Pública. Art. 123 CTN. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Locador (proprietário) paga o IPTU; mas pode ser ajustado para o Locatário pagar. DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO CAPACIDADE TRIBUTÁRIA: Art. 126 CTN. A capacidade tributária passiva INDEPENDE: I – da capacidade civil das pessoas naturais; II – de achar‑se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. SUJEITO ATIVO: Pessoa Jurídica de direito publico titular da competência para exigir o seu cumprimento. Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. Ex.: IPTU = Município;IR = União Federal; EXCEÇÃO: - Parafiscalidade; Sujeito ativo não é a Fazenda Pública, é um terceiro. Ex.: pedágios; INSS; RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA: - Artigo 129 e seguintes CTN. Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam‑se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Certidão Negativa = escudo protetor de quem adquire algum bem; DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO RESPONSABILIDADE PESSOAL: - Artigo 131 e 132 CTN. Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I – o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; Remição = ato de o devedor pagar a dívida; Remissão = perdão da dívida; II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação; III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. - Antes da partilha quem paga é o espólio; Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. - A pessoa jurídica de direito privado resultante de fusão, transformação ou incorporação é responsável pelos tributos devidos pelas empresas originárias; Fusão = união de duas ou mais empresas formando sociedade nova; Transformação = mudança da forma societária (Ex.: LTDA S.A); Incorporação = quando uma ou mais sociedades são absorvidas por outra; Cisão =divisão da sociedade = responsabilidade tributária = Solidária! EXTINÇÃO DA EMPRESA: - Artigo 133, CTN. Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato: DIREITO TRIBUTÁRIO I 7º PERÍODO NOTURNO - SUCESSÃO DE EMPRESA= ocorre quando o lugar, o ramo, os funcionários forem os mesmos, mas houver a troca dos donos; - O adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial que continuar com a mesma atividade sob a mesma ou outra denominação, responde pelos tributos: Integralmente se o alienante cessar a exploração da atividade; e Artigo 133 CTN. I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; Subsidiariamente se o alienante continuar com a empresa; mesmo que altere o ramo de atividades. Artigo 133 CTN. II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Empresa B comprar empresa A: Dissolve empresa A; Responsabilidade integral da empresa B no pagamento de todos os tributos devidos pela empresa A; Empresa A continua existindo; fazendo alguma coisa; Empresa B não fica responsável pelos tributos de forma direta; Primeiro cobram da empresa A; somente será cobrado da empresa B se a empresa A não conseguir pagar integralmente a dívida. A B A B
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