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DIFERENÇA ENTRE VICIO E DEFEITO O vício, em si, não causa dano ao consumidor, e não é algo que possa ser previsto. Assim como o produto pode ter sua total funcionalidade, ele pode ter um vício oculto, do qual só se terá conhecimento, a partir do momento em que este vício vier a apresentar alguma disfuncionalidade. Ex: comprar 1L de suco de uva. Resolve medir quantos ml possui, e vê que tem 900ml. Houve perda de dinheiro, pois o valor pago, foi por 1L de suco, porém, não houve dano ao consumidor. Não causou nada grave. Já o defeito, pode causar algum dano ao consumidor. Como por exemplo, a compra de um veículo 0 km. No segundo dia de uso, o veículo apresenta um vício oculto no sistema de frenagem, e por razão deste vício oculto, acaba causando um abalroamento. O vício que era oculto, causou danos ao consumidor, tornando-se então um defeito. JURISPRUDENCIAS VICIO REDIBITORIO 1 - Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RELAÇÃO DE CONSUMO. DESTINATÁRIO FINAL. CONCEITO. CAMINHÃO ZERO QUILÔMETRO. NECESSIDADE DE DUAS RETÍFICAS DE MOTOR EM CURTO ESPAÇO TEMPORAL. VÍCIO DO PRODUTO. DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. A expressão destinatário final, de que trata o art. 2º, caput, do Código de Defesa do Consumidor abrange quem adquire mercadorias para fins não econômicos, e também aqueles que, destinando-os a fins econômicos, enfrentam o mercado de consumo em condições de vulnerabilidade; espécie em que caminhoneiro reclama a proteção do Código de Defesa do Consumidor porque o veículo adquirido, utilizado para prestar serviços que lhe possibilitariam sua mantença e a da família, apresentou defeitos (...). - Precedente do STJ, Ministro ARI PARGENDLER. Caso em que o autor adquiriu um caminhão zero quilômetro. Bem material de alta durabilidade. Retífica completa do motor em período de dois anos. Ausência de comprovação do mau uso pelo autor. Inversão do ônus da prova. Revisões e diversos consertos em concessionárias autorizadas. Danos materiais restritos às retíficas do motor, visto que não demonstrado nos autos que os outros consertos/atendimentos são diferentes do normal uso e desgaste natural das peças. Lucros cessantes adstritos aos dias que efetivamente ficou parado para as retíficas do motor. Valores a serem apurados em liquidação de sentença. Danos morais presentes na situação em comento. A compra de veículo de grande porte da marca das requeridas automaticamente gera expectativa de segurança e credibilidade ao consumidor. A opção por comprar um caminhão zero quilômetro visava o menor número de problemas possível, ainda mais em vista do faturamento diário de tal profissão. Quebra das expectativas pela parte ré que, além de não solucionar os problemas extrajudicialmente, descumpriu acordo firmado nestes autos. Transtornos que ultrapassaram os meros dissabores. Montante indenizatório que não deve ser ínfimo, nem tão elevado que torne desinteressante a inexistência do fato. Atendimento às particularidades do caso e aos precedentes da jurisprudência. Quantum fixado em R$ 15.000,00 (quinze mil reais). DERAM PARCIAL PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70061599031, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 27/08/2015) Assunto: 1-INDENIZAÇÃO, VEÍCULO, VICIO REDIBITÓRIO, DANOS MORAIS E MATERIAIS, EFEITOS. Referências Legislativas: LF-8078 DE 1990 ART-2 CAPUT CPC-20 PAR-3 PAR-4 LF-8078 DE 1990 ART-18 CPC-333 INC-II CPC-219 Jurisprudência: SÚMULA STJ-362 Data de Julgamento: 27/08/2015 Publicação: Diário da Justiça do dia 18/09/2015 3. Número: 70079248100 Órgão Julgador: Décima Oitava Câmara Cível Tipo de Processo: Agravo de Instrumento Comarca de Origem: Comarca de Pelotas Tribunal: Tribunal de Justiça do RS Seção: CIVEL Classe CNJ: Agravo de Instrumento Assunto CNJ: Promessa de Compra e Venda Relator: João Moreno Pomar Decisão: Monocrática Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO MONITÓRIA. EMBARGOS À MONITÓRIA. VÍCIO REDIBITÓRIO. DECADÊNCIA. REGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL. O direito de reclamar tendo como causa de pedir o vício redibitório em relação jurídica não regida pelo CDC decai no prazo de 30 dias quando o objeto é coisa móvel e de 1 (um) ano se imóvel, a contar da entrega do bem, ou quando oculto, respectivamente, 180 dias ou um ano por incidência do art. 445 do CC/02. - Circunstância dos autos em que se operou a decadência; e se impõe manter a decisão recorrida. RECURSO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70079248100, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Moreno Pomar, Julgado em 31/10/2018) Data de Julgamento: 31/10/2018 Publicação: Diário da Justiça do dia 05/11/2018 JURISPRUDÊNCIA VICIO OCULTO 1 - Número: 70003689742 Órgão Julgador: Décima Nona Câmara Cível Tipo de Processo: Apelação Cível Comarca de Origem: COMARCA DE CAXIAS DO SUL Tribunal: Tribunal de Justiça do RS Seção: CIVEL Classe CNJ: Apelação Relator: Guinther Spode Decisão: Acórdão Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DEFEITUOSA DE SERVIÇO POR CONCESSIONÁRIA FIAT. VÍCIO OCULTO. PRAZO DECADENCIAL. Por se tratar de peça interna do motor, por isto oculto e de difícil constatação, o prazo para reclamar começa a fluir a partir do momento da constatação. (parágrafo terceiro do art. 26 do CDC) Possível a discussão da causa debendi de cheque que não circulou. Falta com a boa-fé objetiva, inerente às relações de consumo, o fornecedor de produtos e serviços que, a despeito de o serviço estar coberto por garantia, aceita pagamento pelos mesmos. Apelação improvida. (Apelação Cível Nº 70003689742, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Guinther Spode, Julgado em 17/12/2002) Assunto: 1- Vício oculto. Prazo. Reclamação. Termo inicial. Referências Legislativas: lf-8078 de 1990 art-26. Data de Julgamento: 17/12/2002 2- Número: 70079145108 Órgão Julgador: Vigésima Câmara Cível Tipo de Processo: Apelação Cível Comarca de Origem: Comarca de Soledade Tribunal: Tribunal de Justiça do RS Seção: CIVEL Classe CNJ: Apelação Assunto CNJ: Rescisão do contrato e devolução do dinheiro Relator: Dilso Domingos Pereira Decisão: Acórdão Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. VÍCIO (OCULTO) DO PRODUTO. MÁQUINA DE LAVAR COM DEFEITO. RETENÇÃO DO PRODUTO PELA ASSISTÊNCIA TÉCNICA. DANO EXTRAPATRIMONIAL CONFIGURADO. I. O fato de o produto ter apresentado problemas com apenas três meses de uso, sendo, posteriormente, retido pela assistência técnica, que não o consertou, tampouco o devolveu ao comprador, já basta à caracterização do dano extrapatrimonial, eis que desbordam o mero dissabor. Privar o consumidor, que honrou com o pagamento acordado, da utilização do produto recém adquirido, é conduta que merece severa repreensão, porquanto viola os princípios insculpidos na legislação consumerista. Ademais, a máquina de lavar é bem essencial à atual sociedade, não se tratando de produto doméstico supérfluo, cuja ausência não causaria maiores transtornos. II. Redução do quantum compensatório para R$ 4.000,00, por se mostrar esta quantia suficiente à compensação pelo ilícito, bem como proporcional à gravidade da conduta e à situação econômico-financeira do ofensor. Deram parcial provimento ao apelo. Unânime. (Apelação Cível Nº 70079145108, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 31/10/2018) Data de Julgamento: 31/10/2018 Publicação: Diário da Justiça do dia 08/11/2018
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