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DOCÊNCIA E GESTÃO DO ENSINO SUPERIOR TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR RENATA GOMES VASCONCELLOS TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 2 Tecnologia e rec. educ. digitais no Ensino Superior - Apostila Aula 8: TICs e atuação docente nas IES Introdução Como vimos no decorrer desta disciplina, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) causaram transformações profundas nos modos de viver, de pensar, de agir e de se relacionar das pessoas. Em outras palavras, o surgimento das novas tecnologias gerou uma revolução social e cultural. Como parte desse cenário, a universidade não fica ausente de tal processo. Afinal, se essa instituição é responsável pela formação do cidadão, é necessário que se mantenha atualizada com relação às tendências do mercado de trabalho. Mas como é possível instruir o educador a formar sujeitos? Nesta aula, destacaremos, justamente, o uso das TICs nas Instituições de Ensino Superior (IES) como ferramentas de apoio à formação de professores e pedagogos – futuros agentes da educação. Você saberá, então, se tais instrumentos modificam as etapas do processo de ensino e aprendizagem – o planejamento, os objetivos educacionais e as metodologias utilizadas nas modalidades online, presencial ou híbrida. Objetivo: 1. Classificar as TICs como recursos didático-pedagógicos na formação de novos pedagogos e professores; 2. Identificar a necessidade de mudanças na formação inicial ou específica do educador para o novo cenário do século XXI, dentro de uma perspectiva de formação continuada. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 3 Conteúdo Impacto da tecnologia no ensino Você já percebeu que todas as atividades que realizamos hoje envolvem tecnologias? Inclusive, esse foi o tema do enredo da escola de samba Portela no Carnaval de 2010, no Rio de Janeiro. A letra do enredo da Portela nos prova que as TICs invadiram a vida das pessoas, a cultura, o trabalho, o lazer e a educação na sociedade contemporânea. Não se trata mais de discutir, então, sobre a necessidade de utilizar ou não esses recursos, mas sobre como sua existência pode trazer mudanças estruturais para as instituições de ensino. São essas transformações que geram certa insegurança na aplicabilidade da tecnologia como instrumento de apoio à aprendizagem.Vejamos por que isso acontece... TICs como ferramentas didático-pedagógicas As épocas são marcadas por necessidades socioculturais e, atualmente, tais necessidades estão voltadas para o uso da tecnologia. Afinal, não é preciso ser nenhum especialista no assunto para saber que, hoje, é praticamente impossível viver sem esse recurso, não é verdade? Até as comunidades escolar e universitária já entendem a necessidade do uso das TICs como ferramentas didático-pedagógicas e como objetos de mudanças no processo de ensino e aprendizagem. O fato é que tais instrumentos possibilitam a troca de ideias e experiências, bem como estimulam a curiosidade e a busca de informação e de conhecimento – tanto na modalidade de ensino presencial quanto na Educação a Distância (EAD). Por isso, o contexto da educação neste século apela por uma qualidade elevada de ensino, bem como pela adequação às metodologias e aos recursos vigentes. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 4 Mas como é possível investir na educação na era digital? Vamos descobrir? Devido à evolução tecnológica e sua crescente aplicação nas diferentes áreas do conhecimento, as entidades educativas têm encontrado dificuldades para atender os anseios de docentes e discentes no processo de ensino e aprendizagem. Além disso, dentro do âmbito educacional, há uma carência de atividades didáticas voltadas para a utilização dos recursos tecnológicos. Conforme estudamos em aulas anteriores, isso ocorre porque muitos professores não recebem uma formação adequada e direcionada para esse trabalho pedagógico. Mas, se as novas tecnologias perpassam o processo educacional como ferramentas eficazes que auxiliam a realidade social, a sociedade pode, dentro desse contexto, discutir sobre suas experiências com relação a tais recursos, a fim de garantir e facilitar a interatividade em um mundo cada vez mais informatizado. Para obter sucesso nesse sentido, o educador precisa planejar suas aulas e estabelecer os objetivos pretendidos com o uso das novas tecnologias em sala de aula, refletindo sobre suas ações para além das atividades comumente realizadas. Junto aos alunos, esse profissional tem de identificar os pontos positivos e negativos dessas ferramentas, adaptar situações, avaliar processos e resultados, valendo-se de diversas metodologias que lhes permita integrar-se com a turma por meio das novas tecnologias. Vamos entender melhor a questão? Docente em formação Muitas são as estratégias para a utilização das TICs em sala de aula. Mas, antes de se valer de qualquer uma, o professor precisa internalizar, com clareza: • O papel da internet na aprendizagem; • Os efeitos das redes na educação; TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 5 • As possibilidades de integração e inserção social das comunidades escolar e universitária através da transformação pedagógica. Para auxiliar nessa conscientização, alguns questionamentos podem ser realizados junto aos docentes formadores. Vejamos alguns deles: A formação em serviço do educador é de extrema importância para que essa nova metodologia aumente o interesse dos alunos em todas as disciplinas, proporcionando um aprendizado de qualidade? Que estratégias devemos usar e que cuidados devemos tomar para que as novas TICs funcionem, de fato, na educação? As instituições de ensino estão preparadas para a atual realidade tecnológica? Quais os possíveis efeitos positivos e negativos das TICs na educação? De que forma as redes colaborativas influenciam o trabalho pedagógico? Reflita sobre essas questões e realize, a seguir, uma atividade quetrata da importância do desenvolvimento de atividades colaborativas em rede. Atividade proposta Durante o curso da área educacional, dentre os educadores que conhecemos, Vygotsky teve papel fundamental na disseminação da aprendizagem sociointeracionista, a partir da qual entendemos que o desenvolvimento do indivíduo tem origem social e é possibilitado pelas interações mantidas com o outro. Por outro lado, atualmente, as redes colaborativas surgem como fortes aliadas na contribuição da formação em serviço do sujeito aprendiz, pois estimulam cadeias de relações entre indivíduos ou grupos através de processos colaborativos mediados pelas TICs. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 6 Diante do que estudamos ao longo desta disciplina, podemos afirmar que a linha teórica de Vygotsky e a prática do trabalho de redes colaborativas são similares? Justifique sua resposta. Chave de resposta Sim, pois ambas as propostas trabalham com o coletivo e com a aprendizagem através da construção do conhecimento entre pares. Através das redes colaborativas – ou seja, da aprendizagem sistêmica –, muitos alunos atingem sua Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), pois o trabalho flui em grupos heterogêneos. Nesse caso, a ideia é que todos aprendam pela motivação do outro. Normalmente, os alunos adaptam o nível de ajuda à necessidade de seu grupo. A tutoria entre colegas ocorre nessa zona. Ao trocar experiências dentro do grupo, há um movimento de ensinar para o outro em particular, isto é, de ajustar a explicação à necessidade do outro. Por meio desse trabalho, os docentes podem se conscientizar de que vivemos na era tecnológica e de que essa realidade exige um novo olhar e uma nova postura com relação à prática pedagógica. Mas é preciso preparar esses profissionais, motivando-os, oferecendo-lhes formação adequada, capacitando-os para utilizar as ferramentas tecnológicas como recursos que estimulam a aprendizagem. A partir do processo de AÇÃO-REFLEXÃO-AÇÃO, os educadores poderão detectar suas possíveis falhas e repensar suas ações, tendo em vista os objetivos propostos para determinada atividade. Tanto a vertente sociointeracionista quanto àquela voltada para a aprendizagem por redes colaborativas são concebidas como meios para ajudar o docente em seu processo de crescimento profissional e podem auxiliá-lo a usar as novas tecnologias em sala de aula, acompanhando os avanços dos últimos anos. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 7 Aprendizagem da geração atual Vamos entender, agora, por que é tão difícil reconhecer o poder que a tecnologia exerce sobre a educação atual. De acordo com Moran (2009, p. 73), o paradigma antigo de ensino: “[...] era baseado na transmissão [do conteúdo] pelo professor, na memorização dos alunos e em uma aprendizagem competitiva e individualizada”. E essa parece ser, ainda hoje, a realidade de muitas instituições de ensino. Encontrar o professor de pé à frente de um grupo de estudantes é muito comum nas universidades, o que caracteriza um modelo de mão única focado, única e exclusivamente, no docente. Nesse caso, o aluno torna-se desconectado do processo de aprendizagem ou aparentemente desconexo. Tal situação demonstra que os professores ainda não perceberam que seus alunos cresceram no mundo digital e interativo e que, por isso, aprendem de maneira diferente. Sentar-se mudo diante da TV ou de um professor não funciona para a geração atual, a que chamamos de nativos digitais. Afinal, eles já nasceram com o controle remoto nas mãos. O resultado de uma pesquisa recente sinalizou que a maioria das crianças de hoje sabe mexer, já aos cinco anos de idade, em um mouse, mas não sabem amarrar os sapatos. Com o acesso facilitado e o uso mais frequente do computador ou dos dispositivos móveis pelas pessoas que a cercam, a criança começa a interagir muito cedo com tais ferramentas – seja para conversar com os colegas ou para jogar. As pesquisas indicam que tanto as crianças quanto os jovens aprendem de modo interativo, multitarefa e colaborativo. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 8 De acordo com Mamede-Neves e Duarte (2008), esse grupo, que chegou ao mundo após a popularização dos computadores pessoais e a criação da internet, compõe um segmento de usuário de TICs. Certamente, esses jovens esperam outros modelos de aprendizagem – de preferência, aqueles que façam uso das TICs. Estamos nos referindo a uma educação interativa que vai de encontro ao ensino baseado na transmissão da informação. Nesse cenário, os alunos se comportam não de forma passiva, enfileirados e em silêncio, à espera da informação advinda do professor, e sim de forma colaborativa. O fato é que, atualmente, o mercado de trabalho e o mundo exigem que professores e alunos aproveitem os recursos tecnológicos disponíveis para uma aprendizagem em outras linguagens. Mas a verdade é que os educadores sentem dificuldades em aceitar essa nova conjuntura. Você saberia dizer por quê? Vamos retomar essa questão, dando sequência a nosso estudo... Docentes como estrangeiros digitais Precisamos nos lembrar de que muitos dos professores que estão na ativa fazem parte de uma geração em transição com relação às tecnologias digitais – especialmente o computador e a internet. Para Freitas (2009, p. 8): TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 9 “[...] eles podem ser considerados ‘estrangeiros digitais’ diante de seus alunos ‘nativos digitais’. Essa diferença de culturas precisa ser enfrentada para que o diálogo entre elas aconteça”. Nesse contexto, observamos uma situação antiquada entre as práticas docentes e as expectativas sobre a função da instituição de ensino na atualidade. Devido a isso, surge insatisfação e a ideia de que a universidade e, mais particularmente, os professores falham na tentativa de cumprir seu papel. Essa percepção de não corresponder ao esperado traz a esses profissionais o sentimento de mal-estar, que tem sido estudado, ultimamente, por pesquisadores do campo da educação. Mas eles não podem se esquecer de que são figuras fundamentais no processo de ensino e aprendizagem. Como argumentam Libâneo e Suanno (2011): “[...] não há reforma educacional, não há proposta pedagógica sem professores, já que [eles] são os profissionais mais diretamente envolvidos com os processos e resultados da aprendizagem escolar”. A verdade é que o processo de formação docente é um dos vários fatores que afetam a integração entre educador e tecnologias. Uso limitado da tecnologia Se você observar os referenciais teóricos desta aula, perceberá que alguns pesquisadores entendem a tecnologia sob uma perspectiva cultural e histórica. Mas muitos não fazem essa relação e apenas pontuam a função utilitária de ferramentas tecnológicas ou de recursos auxiliares, que estaria distante das possibilidades apontadas pelos estudiosos da área. De acordo com essa visão, o uso da tecnologia em sala de aula está limitado a apenas alguns recursos – tais como Data Show, TV/DVD e TV/vídeo. A internet, por sua vez, é utilizada para fins específicos: • Estudo e pesquisas em sites de busca; • Envio e recebimento de e-mail; • Interação professor-aluno. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 10 Nesse caso, as redes sociais são pouco exploradas ou até desconhecidas, o que, para Moran (2009), é um retrocesso. O estudioso chega a afirmar que as escolas não conectadas são incompletas. Mesmo que essas instituiçõesestejam didaticamente avançadas, diante da falta de acesso contínuo às redes digitais, seus alunos são excluídos de uma parte importante da aprendizagem atual, que inclui: O acesso à informação diversificada e disponível online. A pesquisa rápida em bases de dados, em bibliotecas virtuais e em portais educacionais. A participação em comunidades virtuais de interesse. Ainda que todos reconheçam a importância das novas TICs na sociedade atual, é inegável que ainda estamos iniciando, de forma vagarosa, a trajetória da educação PELAS e PARA TICs na formação dos pedagogos e dos professores. Esse fato é evidenciado por vários indicadores. Vejamos alguns: Resistências dos profissionais docentes de incluir no currículo as aprendizagens necessárias à utilização das mídias em sala de aula. Aprendizagens significativas a partir da produção do novo conhecimento, tendo como referência aulas de diferentes áreas do conhecimento. Preocupação, no âmbito legal, quanto à formação dos professores no que diz respeito à utilização dos recursos tecnológicos. O que é preciso fazer, então, para minimizar essas questões e ingressar nessa nova realidade? Descubra-o a seguir! TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 11 Atenção Na prática, notamos um distanciamento entre o discurso governamental/legislativo e a efetiva capacitação do profissional que atuará em sala de aula, pois, nem sempre, o professor consegue utilizar a tecnologia e integrá-la a sua ação pedagógica. Educação PELAS e PARA as TICs Acompanhando o crescimento acelerado da tecnologia nas últimas décadas, que modifica a vida em sociedade, Castells (2009) afirma que: “[...] as redes interativas de computadores estão crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por elas”. Contudo, constatamos: • A pouca utilização das TICs como recursos didático-pedagógicos. • A inquietação e a angústia quanto às justificativas de sua não utilização, mesmo diante de sua presença massiva na sociedade e de seu uso cada vez mais precoce pelas crianças e pelos jovens. • A necessidade de repensar a formação de educadores da atualidade, capazes de exercer suas funções, criando e promovendo condições de aprendizagem. Para auxiliar nesse impasse, a formação PELAS e PARA TICs é de grande valia! De acordo com a Resolução CNE/CP nº 1/06: “Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 12 Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não escolares; III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não escolares”. A formação de pedagogos aptos a exercer tais funções é de suma importância, até porque é apenas pela educação que podemos formar novas gerações capazes de construir e transformar o mundo no qual estão inseridas. Frente a essa constatação, ficam os questionamentos: Como os formadores de pedagogos concebem e utilizam as TICs em suas práticas pedagógicas? Que tendências tecnológicas podem auxiliar nessa formação? Vamos discutir mais sobre o assunto adiante... Conheça alguns dos recursos tecnológicos mais utilizados, hoje, no âmbito educacional. Disponível em: http://www.sead.ufscar.br/outros/tendenciastec.JPG". Acesso em: 27 out. 2014. Curso de capacitação docente Ao fazer uma análise sobre o discurso do Ministério da Educação (MEC) a respeito da formação de professores para o uso dos recursos tecnológicos, Barreto (2003, p. 283) afirma: TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 13 “As tecnologias são incorporadas como presença que remete à ausência dos sujeitos, à multiplicação de seu número, à redução do tempo e ao aligeiramento dos processos”. O estudioso sinaliza, ainda, que os docentes devem dominar competências para se apropriar criticamente dos recursos tecnológicos, o que trará um avanço qualitativo à prática pedagógica. A ideia é que os professores possam: “[...] ultrapassar o gesto mecânico de ligar os aparelhos nas tomadas, recusar analogias possíveis com a imagem do monitor [...] e redimensionar as práticas de ensino, inventando novos usos para as tecnologias disponíveis [...]. Entre suas competências, não podem estar apenas novos formatos para os velhos conteúdos, mas novas formalizações [...]. O que está em jogo é a apropriação das tecnologias para muito além do acesso limitado à condição de consumidor”. (BARRETO, 2003, p. 284) Não basta que os professores sejam alfabetizados para uso das tecnologias, é preciso que haja um letramento digital dos docentes. Atenção Pelas reflexões de Barreto (2003), percebemos, então, que os cursos de capacitação e formação de professores para o uso das tecnologias foram organizados com base em teorias e no ensino de técnicas. Por isso, na maioria das vezes, eles não têm efeito positivo, pois não conseguem demonstrar ao educador que tais recursos servem como ferramentas pedagógicas. Diante desse cenário, fica a seguinte reflexão: Os cursos de Pedagogia do Brasil contemplam a oferta de disciplinas ou indicam no currículo, por meio de suas TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 14 ementas, a utilização de recursos tecnológicos de maneira inovadora? Formação do professor pedagogo no século XXI Sabemos que, hoje, a profissão docente exige uma formação atualizada e direcionada a atender as mudanças sociais e científicas que refletem, diretamente, na educação e na prática pedagógica do professor. Sendo assim, a necessidade de formação inicial e continuada do futuro professor e, principalmente, do pedagogo deve estar alinhada às novas exigências que a sociedade impõe a essas profissões e às atividades relativas a elas. Mas esses profissionais precisam entender que a entrada da sociedade na era da informação exige habilidades que não têm sido desenvolvidas na universidade. Tanto os docentes e pedagogos quanto seus formadores devem estabelecer O QUÊ, COMO, ONDE, POR QUÊ, PARA QUÊ, A QUEM E PARA QUEM servem as tecnologias, de modo que possam usá-las de forma consciente e responsável, como aliadas de sua atividade. Atenção Em outras palavras, professores de todos os níveis de ensino precisam se aproximar da nova cultura tecnológica e aprender com os que dela participam. O objetivo é conhecer e compreender o letramento digital de seus alunos, bem como construir com eles novas relações de aprendizagem permitidas pela utilização das TICs. Observe, agora, o perfil desejável do atual professor e até pedagogo do século XXI: TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 15 Disponível em: http://goo.gl/NVpO49. Acesso em: 27 out. 2014. As características 1 a 5 não são novidades para quem escolhea profissão docente, embora continuem sendo significativamente importantes para os profissionais modernos. As demais estão associadas às novas tecnologias e contribuem para que o professor possa atender às necessidades do contexto atual. Desafio no âmbito da educação Diante de todas as mudanças sociais a que nos referimos, chegamos à conclusão de que as instituições de ensino não podem se ausentar desse processo de inovação educacional possibilitado pelo avanço da tecnologia. Afinal, esses são os espaços de formação do sujeito – aqueles que devem dar sentido à aprendizagem através de práticas pedagógicas e metodologias que atendam as demandas deste tempo. Por isso, a formação para a utilização das TICs passa a ser necessária. Entretanto, carecemos de políticas públicas que incentivem a aquisição de aparelhos eletrônicos por parte das entidades educativas e o desenvolvimento de projetos de ensino para seu uso, que envolvam, inclusive, os futuros pedagogos. Sabemos que sua instrução sob a perspectiva de uma educação PELAS e PARA TICs ainda está dando os primeiros passos. Na verdade, essa discussão deveria estar na pauta dos debates curriculares e nas propostas de formação. Aprenda Mais Para saber mais sobre a formação em Pedagogia, leia a legislação que rege esse curso de Graduação: Parecer CNE/CP nº 5/05; Parecer CNE/CP nº 3/06; TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 16 Resolução CNE/CP nº 1/06; Parecer CNE/CP nº 3/07; Parecer CNE/CP nº 9/09. Referências ALONSO, K. M. Tecnologias da Informação e Comunicação e formação de professores: sobre rede e escolas. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 29, n. 104 (Especial), p. 747-768, out. 2008. AMARAL, S. F. Internet: novos valores e novos comportamentos. In: SILVA, E. T. et al. (Coord.). A leitura nos oceanos da internet. São Paulo: Cortez, 2003. BARANAUSKAS, M. C. C. Design para aprendizado no contexto de trabalho. In: VALENTE, J. A.; MAZZONE, J.; BARANAUSKAS, M. C. (Orgs.). Aprendizagem na era das tecnologias digitais. São Paulo: Cortez/FAPESP, 2007. BARRETO, R. G. Formação de professores, tecnologias e linguagens – mapeando velhos e novos (des)encontros. São Paulo: Loyola, 2002. ______. Tecnologias na formação de professores: o discurso do MEC. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 271-286, 2003. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 27 out. 2014. ______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP nº 9, de 8 de maio de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília: MEC, CNE, 2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/009.pdf>. Acesso em: 27 out. 2014. ______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP nº 5, de 13 de dezembro de 2005. Diretrizes Curriculares TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 17 Nacionais para o Curso de Pedagogia. Brasília: MEC, CNE, 2005. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pcp05_05.pdf>. Acesso em: 27 out. 2014. ______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, SEF, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 27 out. 2014. CASTELLS, M. A sociedade em rede. 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2001. FREITAS, M. T. de A. (Org.). Cibercultura e formação de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 8. ed. Campinas: Papirus, 2010. LIBÂNEO, J. C.; SUANNO, M. V. R. Didática e escola em uma sociedade complexa. Goiânia: CEPED, 2011. MAMEDE-NEVES, M. A. C.; DUARTE, R. O contexto dos novos recursos tecnológicos de informação e comunicação e a escola. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 29, n. 104, out. 2008. MONTEIRO, E. Nativos digitais já estão dominando o mundo e transformando a forma como o ser humano se comunica. Jornal Extra online. Publicação: 18 maio 2009. Disponível em: <http://goo.gl/YOhaAZ>. Acesso em: 29 out. 2014. MORAN, J. M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: MORAN, J. M.; BEHRENS, M. A.; MASETTO, M. T. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 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Entre os benefícios da utilização dos recursos tecnológicos em sala de aula, podemos citar: a) O estímulo à busca do conhecimento e a menor probabilidade de reprovação do aluno. b) O estímulo à busca do conhecimento e a maior possibilidade de troca de ideias e experiências. c) O estímulo à busca do conhecimento e a redução de custos por parte das instituições de ensino. d) A diminuição da carga horária docente e a maior possibilidade de troca de ideias e experiências. e) A conexão do aluno com o processo de ensino e aprendizagem e a negação da responsabilidade do professor quanto a esse processo. Questão 2 Analise a charge a seguir: TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 20 Disponível em: http://goo.gl/V3kQcI. Acesso em: 25 nov. 2014. De acordo com a leitura dessa charge e com o que estudamos nesta aula, podemos afirmar que, muitas vezes, os docentes se escondem das tecnologias e as ignoram em sala de aula, porque: a) Recebem formação para trabalhar com tais ferramentas e as utilizam, mas de forma inadequada. b) Não consideram esse uso importante, apesar de receberem formação para trabalhar com tais ferramentas. c) Não recebem formação para trabalhar com tais ferramentas, o que aumenta sua resistência em usá-las por insegurança. d) Não recebem formação para trabalhar com tais ferramentas e, por isso, não conseguem usá-las, apesar de não haver resistência nesse sentido. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 21 e) Apresentam certa resistência em usar essas ferramentas por medo de serem substituídos por elas, apesar de receberem formação para trabalhar com tais recursos. Questão 3 Analise, a seguir, os dados de uma pesquisa sobre os maiores desafios encontrados pelos docentes quando da tentativa de utilização das TICs em sala de aula: Fonte INSTITUTO CLARO – Novas tecnologias, novas formas de aprender. Uso das TICS em sala de aula: desafiopara os professores. Publicação: 11 mar. 2011. Disponível em: http://goo.gl/nCOJkD. Acesso em: 25 nov. 2014 Relacionando a enquete dessa pesquisa com o conteúdo desta aula, podemos afirmar que: a) A segunda maior dificuldade dos docentes – dominar a tecnologia existente e conseguir dialogar com os alunos – advém da resistência em usar essa ferramenta em sala de aula. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 22 b) Todas as questões levantadas pelos professores poderiam ser resolvidas se o processo de formação docente fosse voltado para o uso da tecnologia como ferramenta de aprendizagem. c) Os professores usam como desculpa o fato de que outros colegas não demonstram interesse em trabalhar com as TICs em sala de aula, quando, na verdade, poderiam fazer isso sozinhos. d) O segundo maior problema indicado pelos professores – encontrar laboratórios e equipamentos disponíveis nas escolas – é uma desculpa para não usar as TICs como ferramentas de aprendizagem. e) A maior dificuldade dos docentes é envolver outros professores nos projetos que utilizam as TICs em sala de aula, porque a maioria encontra resistência nesse sentido, devido à falta de formação para lidar com tais ferramentas. Questão 4 Observe, na charge a seguir, a evolução das gerações com base no surgimento das tecnologias: Disponível em: http://goo.gl/kVVqtG. Acesso em: 25 nov. 2014. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 23 Diante do que estudamos nesta aula e da leitura da charge, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas: ( ) A escola não tem de se adaptar aos novos perfis de estudantes, e sim fazer com que eles se adaptem ao modelo da escola. ( ) O modelo de escola em que o professor é o detentor do conhecimento não atinge os alunos das gerações Y e Z. ( ) Assim como as gerações evoluem e mudam seus perfis de comunicação e aprendizagem, a escola precisa evoluir e acompanhá- las. ( ) Independente dos perfis dos alunos – sejam da geração X, Y ou Z –, o modelo de ensino adotado pela escola sempre funcionou e continuará funcionando. ( ) Os alunos da geração Z não têm interesse em aprender. Portanto, de nada adianta a escola se preparar para recebê-los. Questão 5 Um grande problema encontrado nas salas de aula é o conflito de gerações: os professores, em sua maioria, fazem parte da geração X, enquanto os alunos são compostos, principalmente, pelas gerações Y e Z. Sobre essa barreira no ensino, podemos afirmar que: a) Os alunos precisam se adaptar ao docente da geração X, já que o professor é sempre autoridade em sala de aula. b) O problema só será resolvido quando houver professores da mesma geração que os alunos atuando em sala de aula. c) Os alunos não estão preparados para lidar com o professor da geração X – portanto, é preciso ensiná-los a aprender com esse docente. d) Apesar de serem estrangeiros digitais, os professores precisam vencer esse obstáculo através do diálogo com seus alunos – os nativos digitais. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 24 e) Os professores da geração X se sentem desestimulados a trabalhar com os alunos das gerações Y e Z, o que justifica o fato de não usarem a tecnologia em sala de aula. Questão 6 Analise a charge a seguir: Disponível em: http://goo.gl/MkWbkM. Acesso em: 25 nov. 2014 Nesse caso, o professor usa a tecnologia em sala de aula, mas: a) Apenas informatiza a educação e não proporciona a construção do conhecimento. b) Por dispor de apenas um recurso tecnológico, não obtém sucesso no processo de ensino e aprendizagem. c) O recurso de que dispõe não apresenta conteúdo interessante – logo, de nada adianta aplicá-lo nesse ambiente. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 25 d) Não traz inovação alguma ao processo de ensino e aprendizagem, apesar de proporcionar a construção do conhecimento. e) Por se tratar de um Datashow – um recurso tecnológico já ultrapassado –, sua implementação não desperta o interesse dos alunos. Questão 7 Apesar de ainda haver resistência e falta de formação docente adequada para a utilização das tecnologias em sala de aula, existem algumas políticas no âmbito legal que priorizam essa questão.<p style="border:3px solid black">Vamos relembrar um trecho da Resolução CNE/CP nº 1/06: "Art. 4° [...] Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não escolares; III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não escolares [...]".</p>Assinale, entre as frases listadas a seguir – proferidas por pedagogos que atuam em sala de aula –, aquela que está de acordo com esse trecho da legislação: a) "Não faz parte do meu escopo de trabalho responder as dúvidas de meus alunos no Facebook, fora do ambiente escolar. Portanto, não usarei as tecnologias em sala de aula." b) "É meu dever, enquanto docente, fazer com que meu aluno utilize as tecnologias de maneira adequada e guiá-lo nesse processo, dando assistência a ele exclusivamente dentro de sala de aula." TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 26 c) "É meu dever, enquanto docente, fazer com que meu aluno utilize as tecnologias de maneira adequada e guiá-lo nesse processo, dando assistência a ele sempre que preciso, dentro ou fora da sala de aula." d) "Se quero trabalhar com as tecnologias em sala de aula, não usarei as redes sociais, pois elas demandarão de mim um trabalho fora do ambiente escolar, o que não é minha obrigação." e) "Se não recebo formação para trabalhar com as tecnologias em sala de aula, irei ignorá-las e farei meu trabalho como sempre fiz. Afinal, não é meu dever usá-las no universo de ensino." Questão 8 Hoje em dia, é difícil encontrar alguém que não saiba, ao menos, ligar um computador. A maioria dos docentes utiliza as tecnologias fora de sala de aula: possuem e-mails, smartphones, redes sociais etc. No entanto, quando chegam ao ambiente acadêmico, não conseguem se apropriar dessas ferramentas para a construção da aprendizagem. Assim como o analfabeto funcional conhece as letras, mas não consegue dominá-las para redigir um texto coeso, o professor conhece os recursos tecnológicos, mas não sabe utilizá-los de maneira proveitosa. Para vencer essa dificuldade, os docentes precisam: a) Escolher uma única tecnologia e implementá-la em sala de aula, facilitando seu domínio sobre ela. b) Conhecer todas as ferramentas tecnológicas disponíveis e identificar a mais adequada para cada situação. c) Pedir auxílio ao aluno – nativo digital – para usar as tecnologias em sala de aula, a fim de evitar gafes nesse momento. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 27 d) Conhecer melhor as ferramentas tecnológicas antes de utilizá-las em sala de aula. Não basta apenas saber ligar um computador, mas dominar as formas de uso de tais recursos. e) Reinventar suas práticas pedagógicas através das tecnologias. Não basta apenas ligar um computador em sala de aula e acreditar que a construção do conhecimento acontecerá através dele. Questão 9 Sabemos que, para atender aos novos perfis de alunos, precisamos, também, formar um novo perfil de professor. De acordo com o que estudamos nestaaula, o pedagogo do século XXI deve ser: I. Inovador, social e jovem. II. Entusiasta das novas tecnologias, conectado e social. III. Social, inovador e rigoroso. Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): a) Somente I b) Somente II c) Somente III d) I e II e) I e III Questão 10 Analise a tirinha a seguir: TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 28 Disponível em: http://goo.gl/OefekT. Acesso em: 25 nov. 2014. A sociedade está se reorganizando e as relações sendo modificadas pelo uso das TICS em todos os âmbitos. Com base na leitura da tirinha, assinale a opção que apresenta os desafios do governo e das instituições de ensino para que essa realidade faça parte, também, das salas de aula: a) A formação docente voltada para o uso das tecnologias e a criação de mais escolas para atender a toda a população. b) A formação docente voltada para o uso das tecnologias e a conscientização dos alunos sobre a importância do ensino formal. c) A criação de políticas públicas que incentivem a compra de aparelhos tecnológicos para as escolas e a seleção de corpo docente mais jovem. d) A criação de políticas públicas que incentivem a compra de aparelhos tecnológicos para as escolas e o maior preparo dos alunos nas séries iniciais. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 29 e) A criação de políticas públicas que incentivem a compra de aparelhos tecnológicos para as escolas e a formação docente voltada para o uso das tecnologias. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 30 Notas Nativos digitais: De acordo com Monteiro (2009), trata-se de uma expressão: “[...] cunhada, em 2007, por Marc Prensky – pensador e desenvolvedor de games. [...] Hoje, essa geração representa 50% da população ativa (pessoas de até 25 anos), mas, em 2020, com o crescimento demográfico, eles serão 80% da população”. Além disso, para a autora, esses jovens são: “[...] capazes de ver TV, ouvir música, teclar no celular e usar o notebook – tudo ao mesmo tempo. [...] [Eles] adoram experimentar novos aplicativos, têm facilidade com blogs e [sabem] lidar com múltiplos links, pulando de site em site sem se perder”. Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP): Distância entre as práticas que uma criança já domina e as atividades nas quais ela ainda depende de ajuda. Para Vygotsky, é no caminho entre esses dois pontos que ela pode se desenvolver mentalmente por meio da interação e da troca de experiências. Não basta, portanto, determinar o que um aluno já aprendeu para avaliar seu desempenho. Disponível em: href="http://goo.gl/ULVhaa" http://goo.gl/ULVhaa. Acesso em: 28 out. 2014. Chaves de resposta Aula 8 Exercícios de fixação Questão 1 - B Justificativa: O uso das tecnologias em sala de aula permite uma maior integração entre alunos e professores, bem como uma maior troca de ideias e de experiências. No entanto, por mais que sejam utilizadas no universo de TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 31 ensino, essas ferramentas jamais substituirão o papel do docente – apenas sugerirão que esse profissional assuma uma postura distinta da tradicional (transmissor do conhecimento). O fato é que esse uso não tem nenhuma relação com a diminuição de custos do processo de ensino e aprendizagem. Por disponibilizarem a todos uma gama enorme de informações, as novas tecnologias propiciam, também, de forma autônoma, a busca do conhecimento por parte dos alunos. Questão 2 - C Justificativa: Os professores não são formados para lidar com as tecnologias em sala de aula. O despreparo, o desconhecimento dessas ferramentas e, principalmente, a ignorância quanto a sua forma de utilização aumentam a resistência desses profissionais nesse sentido. Questão 3 - E Justificativa: Ao longo desta disciplina, identificamos que o uso das TICs em sala de aula pressupõe, também, uma equipe multidisciplinar que auxilie os docentes em suas atividades e que trate os conteúdos de forma transdisciplinar. A falta de formação docente para a utilização dessas ferramentas dificulta tal processo, o que é retratado na pesquisa do Instituto Claro. Questão 4 - F, V, V, F, F Justificativa: As gerações estão mudando. O jovem de hoje não consegue se concentrar nem mesmo diante da TV por mais de uma hora somente como ouvinte. Portanto, se mantiver o modelo de educação em que o aluno é somente receptor de informações, a escola não conseguirá atingir esses jovens das gerações Y e Z. Precisamos tornar esse ambiente mais interessante e fazer com que os educandos sejam construtores de seu conhecimento. Questão 5 - D TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 32 Justificativa: Há uma grande barreira entre os nativos e os estrangeiros digitais. No entanto, cabe aos professores – com o apoio das instituições de ensino – vencer esses obstáculos e se incluir no contexto das novas tecnologias. Questão 6 - A Justificativa: Na tentativa de utilizar as tecnologias em sala de aula, muitos professores acabam apenas informatizando a educação com ferramentas que não auxiliam o processo de ensino e aprendizagem. Na charge em questão, o Datashow exerce a mesma função que o quadro-negro e não promove nenhuma interação entre aluno e professor. Questão 7 - C Justificativa: Por mais que, muitas vezes, o professor não receba formação docente adequada para trabalhar com as tecnologias em sala de aula, as legislações já se mostram exigentes em relação à postura do educador nesse sentido. Na Resolução CNE/CP nº 1/06, por exemplo, é cobrada a difusão do conhecimento científico e tecnológico, dentro e fora do ambiente escolar. Questão 8 - E Justificativa: Não basta que o professor seja alfabetizado para utilizar as ferramentas tecnológicas. É necessário que haja um letramento digital do docente. O educador precisa identificar nesses recursos uma possibilidade de criação, de produção do conhecimento, e não só de reprodução do saber. Questão 9 - B Justificativa: O pedagogo do século XXI precisa ser entusiasta das novas tecnologias, conectado e social, mas isso nada tem a ver com a idade do docente tampouco com o rigor aplicado ao ensino. Questão 10 - E Justificativa: Para que usem as tecnologias em sala de aula, os professores precisam, primeiramente, das ferramentas necessárias e, essencialmente, de TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 33 uma formação que os prepare para essa nova realidade digital. Esse é o grande desafio que temos de enfrentar para implementar as TICs nas IES. TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 34 Conteudista Renata Vasconcellos é Especialista em Administração Escolar e em Reengenharia e Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), Especialista em Mídias em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Graduada em Pedagogia, com ênfase em Administração Escolar e Orientação Educacional, e em Treinamento e Desenvolvimento Empresarial pela Universidade Gama Filho (UGF). Atua, há mais de seis anos, na modalidade de Ensino a Distância (EAD), tendo trabalhado com desenvolvimento de material didático, gravação de videoaulas, tutoria, supervisão e coordenação de área pela Faculdade Signorelli e pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Atualmente, é Coordenadora de Projetos Educacionais II em Educação pela Estácio, estando à frente de uma equipe responsável pela produção de aplicativos e de conteúdo interativo para disciplinasdos cursos de Pós-Graduação, dos projetos Universidade Corporativa e Educação Continuada, e do Programa de Incentivo à Qualificação Docente (PIQ). Currículo Lattes.
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