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civilização bantu

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UNESA – JACAREPAGUÁ
História Antiga Oriental
Civilização Bantu
Civilização Bantu
Introdução
A maior parte da população de Angola tem origem bantu. A minoria não-bantu é descendente dos bosquímanos. Bantu é o plural de Muntu, significando o homem. Foi um dos primeiros grupos africanos a ser estudado por pesquisadores estrangeiros.
Há cerca de quatro mil anos, os Bantus migraram do noroeste da selva equatorial (região atualmente ocupada por países como Camarões e Nigéria) seguindo por dois caminhos: sul e leste. Esta é reconhecida como a maior migração já realizada na África. Os Bantus que migraram para o sul, enfrentaram e escravizaram pigmeus e bosquímanos, conquistando seus territórios. Espalharam-se de modo a ocupar a África Central, oriental e austral.
O termo ‘Bantu’ não designa uma unidade racial, já que sua formação e migração deram origem a uma variedade de cruzamentos, sendo enumerados cerca de 500 povos considerados Bantu. Portanto, não nos referimos a uma raça Bantu, mas a povos Bantu, que possuem características que os identificam como tais – línguas aparentadas e civilização comum, expressa na similaridade dos ritos e costumes, das crenças, dos traços de cultura, que os tornam semelhantes e vão muito além da identidade racial. Os grupos Bantu mantém preservadas suas raízes, apesar das extremas interferências e influências sofridas nas guerras, nos deslocamentos cruzamentos.
Acredita-se que os bantus, por volta do ano 300 a. C. já habitavam a costa oriental do continente africano, e ali desenvolviam práticas agrícolas, pesca e metalurgia, sendo estas a base de sua economia.
Quiloa era, no século XII, a principal cidade africana da costa oriental, estabelecendo-se como maior centro comercial de ouro, cobre, estanho e ferro. Conforme relatos de escritores chineses, nesta cidade havia edificações de até cinco andares. O fato de terem construído uma economia forte, possuindo inclusive uma moeda, também desenvolveu avançada arquitetura urbana. Os aspectos das cidades, muito impressionaram os portugueses quando aportaram na região. Havia suntuosidade nas casas e o povo se vestia com tecidos coloridos e finos, muitos adornos em ouro, prata e pedras preciosas.
Há ruínas que ainda hoje podem ser vistas às margens do rio Limpopo, na África do Sul, de uma cidade antiga e semelhante: Mapubungubuê, que remonta ao século IX. 
Civilização Bantu – século XV
Na região do Zimbábue século XV, os xonas – grupo de bantus – construíram o império de Monomotapa. Neste período, os xonas cresceram em termos de território, promovendo expansão através de empreitadas militares, ampliando seus domínios do Kalarári até o Oceano índico, perpassando os atuais Moçambique, Angola e Congo. Um poderoso e próspero império, mas que devido a sua extensão, era difícil de governar. Antes disso, havia apenas um reino pequeno, que desde o século XIII, era conhecido pelo mesmo nome: Monomotapa, que quer dizer “senhor das minas”
Para entendermos a religião, a política e a economia do período, seguem alguns esclarecimentos. Dzimbabwe, significa casa de pedra. Havia mais que um Dzimbabwe. Madzimbabwe (plural de Dzimbabwe) eram lugares onde os velhos discutiam os problemas sérios do estado com os espíritos dos mortos. Cada clã tinha o seu Dzimbabwe. O grande Dzimbabwe era a sede política e espiritual do Império de Mwanamutapa entre os séculos XII e XVIII. Nesta cidade fortificada vivia o imperador do Mwanamutapa. Hoje em dia esta cidade encontra-se em ruínas, mas durante os séculos XIV, XV, XVI, XVII foi centro da vida política, militar, económica e administrativa do Império.
Mutota, o primeiro imperador, após vencer conflitos entre as tribos do reino, por volta do ano de 1420, sagrou-se como grande guerreiro e iniciou uma série de guerras que resultaram em conquistas de outros reinos, que incorporados, traziam consigo riquezas e fontes de oportunidades comerciais, inclusive com os árabes. Mutota instituiu um governo teocêntrico, pois o monomotapa era visto pelo povo como um deus. Ao se pronunciar, ficava por detrás de uma cortina, pois o povo temia ver sua divindade. Em seu Dzimbabwe havia figuras de pássaros esculpidos que eram símbolo da realeza divina.
A sociedade de seu tempo apresentava características de um estado feudal. Reinos vassalos pagavam tributos anualmente em gêneros a um rei central. A sociedade era organizada e havia, abaixo do rei de cada reino, uma camada de funcionários públicos que controlavam o trabalho do povo. 
Todas as minas eram de propriedade do rei e os trabalhadores destas minas recebiam pagamentos em pequenas porções de minerais como ouro, ferro, cobre ou estanho, que trocavam por produtos da agricultura ou da prática pastoril, bem como por produtos de importação como adornos e tecidos. Assim, os comerciantes que buscavam na costa estes produtos com os árabes, iam enriquecendo. Os árabes, além dos minerais, também vinham em busca de marfim e madeiras raras. Mais tarde, também adquiriram escravos que eram levados para a península arábica ou para a Índia. Os povos do Monomotapa vivenciaram no século XV, um período de avanço técnico tão grande, especialmente na extração mineral, que não deixavam a desejar em nada a povos de outros continentes.
Com a morte de Mutota, em 1450, seu filho Matope assume o império e consegue expandir ainda mais suas fronteiras. Muitos reinos tentam enfrenta-lo, mas ele os subjuga derrotando-os com grande poderio militar e, assim, consolida sua autoridade. Foi este o período de maior prosperidade do império. 
Matope divide o reino em províncias administradas por seus parentes. Mas, com o tempo, mesmo estes se corromperam e o império começou a ruir. Com sua morte, em 1480, seu filho e sucessor Nhahuma sucumbe às rebeliões e ataques, vindo a morrer dez anos depois do pai. A partir de então, o império se divide e entra em declínio.
Os Bantu e Documentos primários
A fonte que mais me despertou atenção seja pela descrição detalhada ou pela representação iconográfica produzida com visível esmero, foi a imagem do Rei Monomotapa. Produzida por europeus, como notamos na escrita em língua francesa abaixo da ilustração, o museu britânico indica datação do desenho, tendo sido criado nos anos que compreendem 1655-1680, por Nicolas de Larmessin I e Pierre Bertrand, século XVII. 
Nota-se um toque ocidental na imagem, onde o rei é retratado com cetro em punho, coroa, manto e adereços. Os traços do rosto afinados, olhar doce e leve sorriso. A arte de acabamento traz uma moldura ovalada, característica de retratos dos reis e nobres. Não encontrei relatos de pesquisa e de como esta imagem se popularizou, chegando até nós. 
Sobre a elaboração deste trabalho
A pesquisa demandou muita busca e persistência. Mesmo com fontes escritas variadas, a seleção destas precisa ser bastante apurada para que encontremos aquilo que de fato se relaciona ao recorte proposto. 
Apesar de exaustivo (confesso!), foi muito prazeroso mergulhar em busca de novos conhecimentos e perceber que havia pontes entre o desconhecido e experiencias já vivenciadas, como por exemplo associar os povos bantus ao império monomotapa. Como aprecio muito a arte africana e sou uma apaixonada por história, o encantamento com a historiografia encontrada foi imediato.
Sou grata pela oportunidade, mas numa semana de provas, lamentei muitíssimo a falta de tempo hábil para me aprofundar num tema, apresentando um trabalho que certamente seria de maior qualidade.
Fontes e Referências bibliográficas
BEN-JOCHANNAN, Yosef. África – Mãe da Civilização Ocidental. Nova Iorque, 1971. Disponivel em: https://estahorareall.wordpress.com/2015/05/22/africa-mae-da-civilizacao-ocidental-dr-yosef-a-a-ben-jochannan/ Acessado em: 14/06/2018 
CARDOSO, Marcos Antonio. Introdução a História da África Projeto Brasil Afroempreendedor Introdução a História da África Disponível em: http://www.institutoiab.org.br/wp-content/uploads/2014/08/BRASIL-AFRO-EMPREENDEDOR-HISTORIA-DA-AFRICA-OS-BANTUS-2.pdf Acessado em: 14/06/2018DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DA FRELIMO, História de Moçambique. Edições Afrontamento, Porto, 1971. Disponível em: http://www.macua.org/livros/histmocfrel.html. Acessado em:14/06/2018.
MUSEU BRITÂNICO. Le grand Roy Mono-Motapa. Disponível em: http://www.britishmuseum.org/research/collection_online/collection _object_ details.aspx?assetId=516184001&objectId=1480455&partId=1 Acessado em:14/06/2018

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