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26/10/16 1 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS SOLICITAÇÃO DE EXAMES PELO NUTRICIONISTA ¥ Resolução do CFN-‐ nº 306/2003; ¢ Art. 1º: Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à evolução nutricional do cliente-‐paciente; ¢ Art. 2º: O nutricionista deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e cienGficos de sua conduta, estando ciente de s u a r e s p o n s a b i l i d a d e f r e n t e a o s quesKonamentos técnicos decorrentes. Visão HolísKca SOLICITAÇÃO DE EXAMES PELO NUTRICIONISTA O nutricionista que detém conhecimento sobre fisiologia humana, farmacologia, bioquímica e dietoterapia, poderá uKlizar os exames laboratoriais como mais um indicador de estado nutricional e/ou acompanhamento metabólico. PARÂMETROS BIOQUÍMICOS ¥ São auxiliares na avaliação do estado nutr ic ional , ev idenciando a lterações bioquímicas precocemente antes das lesões celulares e/ou orgânicas ¥ Seu uso é limitado pelo consumo de algumas drogas, condições ambientais, estado fisiológico, estresse, lesão e inflamação. ¥ São muito importantes, mas NÃO DEVEM SER USADOS ISOLADAMENTE NO DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DO PACIENTE. Plasma = Não contém fatores de coagulação (Tubos com anKcoagulantes) SORO ≠ PLASMA Soro= Contém fatores de coagulação ( Tubo sem anKcoagulantes PARÂMETROS BIOQUÍMICOS MAIS USADOS NA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ¥ Hemograma ¥ Anemia ¥ Proteínas PlasmáKcas ¥ Perfil Lipídico ¥ Acompanhamento do Diabetes ¥ Função Tireóide ¥ Função hepáKca ¥ Função Renal 26/10/16 2 O SANGUE HEMOGRAMA ¥ É um exame usado para avaliar os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas ¥ A análise deste exame compreende o conjunto de informações sobre anemias, infecções, inflamações leucemias e alguns distúrbios de coagulação ¥ Para 500 eritrócitos há 01 leucócito e cerca de 30 plaquetas ¥ Hemoglobina ¤ Responsável pelo transporte de Oxigênio no sangue (1L de sangue = 200mL de O2) ¤ A concentração de Hb no sangue varia entre gênero e idade e define a condição de anemia (ferropriva, talassêmica etc.) HEMOGRAMA HEMOGRAMA ¥ Hematócrito ¤ Corresponde a massa total de células sanguínea (ocupada por eritrócitos-‐ maioria) por unidade de volume ¤ Pode estar diminuído devido a redução da síntese (doenças, hemorragias) e/ou por pe rda s ( hemó l i s e , que imadu ra s , hemorragias) ¥ Volume corpuscular médio (VCM): ¤ Representa o tamanho das hemácias e é o melhor índice para classificar anemias HEMOGRAMA 26/10/16 3 HEMOGRAMA ¥ Leucograma: ¤ Contagem dos diferentes Kpos de leucócitos ¤ É i nd i c ado pa r a d i a gnó sKco ou acompanhamento de in fecções e inflamações, alérgicas ou leucêmicas. ¤ A contagem total de linfócitos (CTL) indica a defesa celular e reservas imunológicas, momentâneas do organismo. Fração Valores de referência Leucócitos totais 4.500 a 13.000mm³ Neutrófilos 40 a 69% Eosinófilos 0 a 5% Basófilos 0 a 1% Linfócitos 25 a 45% Monócitos 2 a 10% HEMOGRAMA CTL = %linfócitos x leucócitos 100 Interpretação: • Depleção Leve: de 1.200 a 2.000/mm³ • Depleção Moderada: de 800 a 1.200/mm³ • Depleção Grave: <800/mm³ HEMOGRAMA ¥ Plaquetas (Trombócitos): ¤ Associações do número de plaquetas estão associadas a diversas condições, como alterações medulares, aterosclerose, diabetes mell itus, hiperl ipidemias, tabagismo, etc. Valores de Referência: Adultos: 150.000 a 450.000/mm³ ANEMIA ¥ Ferro/ Transferrina/FerriKna ¤ Transferrina – deficiência de ferro 1ª etapa ¤ FerriKna – deficiência de ferro a longo prazo Ferro FerriKna Transferrina Transportado Armazenado ANEMIA ¥ Capacidade total de ligação do ferro (CTLF): ¤ Ferro não se liga só a transferrina e não é capaz de saturar 100% dela ¤ Anemia = queda na concentração do Ferro + aumento da CTLF + diminuição da saturação da transferrina ¤ HepaKte = morte dos hepatócitos, liberação de transferrina, aumento da capacidade de ligação Saturação de Transferrina (%) = ferro sérico x 100 + CTLF <15% -‐ Deficiência de Ferro ANEMIA ¥ FerriKna: ¤ Reserva de ferro ¤ Eleva-‐se nas anemias hemolíKcas e megaloblásKcas e lesões hepáKcas (álcool) 26/10/16 4 IMUNOLÓGICOS ¥ Teste cutâneo de hipersensibilidade tardia PROTEÍNAS PLASMÁTICAS ¥ A diminuição da concentração de proteínas de síntese hepáKca pode ser um bom índice de desnutrição energéKco-‐protéica. ¥ Vários fatores podem alterar as concentrações dessas proteínas, como: estado de hidratação, hepatopaKas, aumento do catabolismo, infecção ou inflamação, etc. ¥ As principais são: ¤ Albumina, Transferrina, Pré-‐Albumina, Proteína Transportadora de ReKnol na [ ] sérica dessas proteínas pode indicar desnutrição Proteínas plasmáticas sintetizadas nos hepatócitos: Falta de substrato energético e protéico para síntese Principais indicadores de proteína visceral Albumina Proteína transprt. de retinol Transferrina Pré-albumina Albumina 18-20 dias Prognóstico de gravidade Hidratação, Renal, Hepática, infecções/inflamação Pouco sensível a rápidas variações do E.N. repetirdosagem: 20 dias Transferrina 07-08 dias Prognóstico e monitoramento Aumenta na carência do Fe, gravidez e hepatite aguda, na inflamação/infecção e doença hepática crônica, neoplasias, sobrecarga de Fe. Repetir dosagem: 1 semana Pré-albumina 2 - 3 dias Monitoramento Elevada na doença Renal, reduzida na hepática e inflamação/infecção Bastante sensível para identificar restrição proteica ou energética Proteína carreadora do retinol 10 - 12 h Prognóstico de gravidade ê Hepática inflamação, deficiência de vitamina A e zinco, elevada na insuf. Renal. Muito sensível para identificar restrição proteica ou energética PROTEÍNAS VIDA MÉDIA USO CLÍNICO LIMITAÇÕES COMENTÁRIO Blackbum & Bistrian 1977; Grant et al 1981; Mora 1997; Bottoni et al 2000. PROTEÍNAS PLASMÁTICAS Função Manter a pressão coloidosmótica do plasma e carrear p e q u e n a s moléculas. Trasportar ferrro no plasma. T r a n s p o r t a r h o m ô n i o a s d a t i r e ó i d e , m a s geralmente satura c o m a s p r o t . Carreadora de de retinol e com a Vit. A. T r a n s p o r t a r Vitamina A na forma de retinol PERFIL LIPÍDICO ¥ Lipídios são moléculas insolúveis no sangue ¤ Colesterol ¥ O transporte dos lipídios ocorre por meio das lipoproteínas. ¤ HDL (alta densidade) J ¤ LDL (baixa densidade) L ¤ VLDL (muito baixa densidade) L 26/10/16 5 PERFIL LIPÍDICO ¥ Tipos de dislipidemias: ¤ Hipercolesterolemia isolada ¢ LDL-‐c = 160mg/dL ¤ Hipertrigliceridemia isolada ¢ TG = 150mg/dL ¤ Hiperlipidemia mista: ¢ Aumento do LDL-‐c + TG ¢ Aumento do Colesterol Total (CT): 200mg/dL ¤ Diminuição isolada do HDL-‐c: <50mg/dL PERFIL LIPÍDICO ¥ Triglicerídeo: ¤ Soma de todas as lipoproteínas circulantes, especialmente VLDL (Very low density lipoprotein) Valores de Referência: • Adultos maiores de 20 anos: • Desejável: <150mg/dL PERFIL LIPÍDICO ¥ Colesterol Total: ¤ Soma do colesterol de todas as lipoproteínas presentes no sangue Valores de Referência: • Adultos maiores de 20 anos: • Desejável: <200mg/dL PERFIL LIPÍDICO ¥ Lipoproteína de Alta Densidade (HDL): ¤ Faz transporte reverso do colesterol ¤ Relação inversa com doenças cardiovasculares Valores de Referência (Desejável) Homens > 20 anos Mulheres > 20 anos DiabéKcos > 20 anos ≥45mg/dL 50mg/dL 50mg/dL PERFIL LIPÍDICO ¥ Proteína de Baixa Densidade (LDL): ¤ Transporta o colesterol ¤ Está associada ao riso de doenças cardiovasculares Valores de Referência para adultos >20 anos: <100mg/dL O “Bom” e o “Mau” Colesterol 26/10/16 6 EXAMES DIABETES ¥ Diabetes (distúrbio endócrino): ¤ Diabetes Kpo 1: destruição das células beta do pâncreas ¤ Diabetes Kpo 2: resistência periférica à insulina ¤ Todos os indivíduos que apresentam diabetes e que não são tratados, apresentam hiperglicemia ¥ Glicemia de Jejum ¤ Jejum de 8-‐12 horas – adultos; 6h – 1 a 6 anos; 3h – menores de 1 ano ¥ Glicemia em Kra de papel: exame práKco, mesmos valores referência. EXAMES DIABETES Valores de Referência: • Indivíduos normais: 70-‐99mg/dL • Pré-‐Diabetes: 100 a 125mg/dL • Diabetes: ≥ 126 mg/dL ¥ Teste de tolerância oral a glicose: ¤ Jejum de 8-‐12h ¤ Administra-‐se 75g de glicose em 300mL de água (♂♀) e 100g de glicose (grávidas) ¤ Mede-‐se a glicose no sangue a cada hora passada EXAMES DIABETES TTOG DMNG (mg/ 100mL) DMG (mg/100mL) Jejum ≥ 126 ≥195 1h -‐ ≥180 2h ≥200 ≥155 3h -‐ ≥140 ¥ Hemoglobina Glicada: ¤ HbA1c liga-‐se em maior quanKdade à glicose ¤ Pode chegar a 12% em pacientes diabéKcos não controlados ¤ Parâmetro para avaliar o controle do nível de glicose em diabéKcos a longo prazo. EXAMES DIABETES Valores de Referência: • Hemoglobina glicada total: de 4,8 a 7,8% • Hemoglobina glicada HbA1c: até 7% CONTROLE DA TIREÓIDE ¥ Tiroxina – T4 (Total e Livre): ¤ Se converte em T3 nos tecidos periféricos, }gado e rins ¤ T4 total: de 4,5 a 12μg/dL ou de 58 a 154 nmol/L ¤ T4 livre: 0,7 a 1,5 ng/dL CONTROLE DA TIREÓIDE ¥ TriiodoKronina – T3: ¤ Valores aumentados – hiperKreoidismo ¤ Valores diminuídos – hipoKreoidismo ¤ Interferem nos valores de T3: ¢ Doenças graves, pós-‐operatório, jejum prolongado, alguns medicamentos Valores de Referência: • 20-‐50 anos: de 70 a 200 ng/dL ou de 1,13 a 3,14 nmol/L • >50 anos: de 40 a 180 ng/dL ou de 0,63 a 2,83 nmol/dL 26/10/16 7 CONTROLE DA TIREÓIDE ¥ Hormônio TireoesKmulante (TSH): ¤ Produzido pela hipófise e esKmula diretamente a Kreóide, aumentando a secreção de T3 e T4 ¤ Secretado entre 22h e 4h da madrugada ¤ Valores de Referência: ¢ Expresso em termos de inibição da ligação do TSH: • PosiKvo: a parKr de 1,5U/L • Normal: <1U/L • Indeterminado: entre 1 e 1,5U/L Hormônio estimulador da tireoide Tri-iodotironina Tiroxina Hormônio tireotrófico FUNÇÃO HEPÁTICA ¥ Testes de enzimas séricas ¤ Alanina Aminotransferase (ALT) ¤ Asparato Aminotransferase (AST) ¤ GamaglutamiltranspepKdase (GGT) ¤ Bilirrubina FUNÇÃO HEPÁTICA ¥ Aminotransferases: ¤ 4x mais AST que ALT ¤ Excelentes indicadoras de dano hepáKco quando ambas estão elevadas assim como são indicadoras de hepaKte ¤ ALT – hepatopaKas e hepaKtes, lesão dos hepatócitos ¤ AST– Liberada após lesão ou morte celular FUNÇÃO HEPÁTICA ¥ Aminotransferases: ¤ ALT (valores): ¢ Homens: 10 a 40U/L ¢ Mulheres: 1 a 35U/L ¤ AST: ¢ Grande elevação: IAM, Choque e PancreaKte aguda ¢ Elevação moderada: Arritmias e isquemias cardíacas, lesões musculares (infecções, inflamação, convulsões) • Homens: 14 a 20U/L • Mulheres: 10 a 36U/L FUNÇÃO HEPÁTICA ¥ Gamaglutamiltransferase: ¤ Apresenta níveis aumentados em: ¢ HepatopaKas (câncer, esteatose hepáKca...) ¢ PancreaKtes, etc. ¤ Níveis diminuídos: ¢ HipoKreoidismo Valores de Referência: • Homens: de 7 a 47U/L • Mulheres: de 5 a 25 U/L 26/10/16 8 FUNÇÃO HEPÁTICA ¥ Bilirrubina: ¤ Resultado do catabolismo do componente heme dos eritrócitos ¤ Removido do corpo pelo }gado na forma de bile pelas fezes ¤ Elevações são associadas a hemólise ou anormalidades hepáKcas que dificultam sua excreção FUNÇÃO RENAL ¥ Ureia: ¤ Pertence ao grupo dos compostos nitrogenados não protéicos (ureia, creaKnina, ácido úrico, amônia e aminoácidos). ¤ Compostos intermediários do metabolismo das proteínas. ¤ A ureia é uma molécula pequena que se difunde entre os espaços intra e extra-‐ celular. FUNÇÃO RENAL ¤ Excretada pela urina ¤ Seus níveis sanguíneos refletem o equilíbrio entre sua produção e sua excreção ¤ Em equilíbrio → excreção de 25g/dia ¤ Vem sido subsKtuído pela dosagem de creaKnina. FUNÇÃO RENAL ¤ Níveis baixos de ureia sérica: dieta pobre em proteína ou aumento do volume plasmáKco. ¤ Níveis extremamente baixos: hepatopaKas graves (}gado incapaz de formar ureia a parKr da amônia. Valores de Referência: • Soro: de 10 a 45mg/dL • Urina: de 10 a 45mg/dL FUNÇÃO RENAL ¥ CreaKnina: ¤ Produto final do metabolismo a creaKna. ¤ É proporcional à massa muscular ¤ Mantém-‐se relaKvamente constante, a não ser em lesões por esmagamento e doenças degeneraKvas com grande dano muscular Fosfato de CreaKna Músculo CreaKna ATP ADP CreaKnina Rins FUNÇÃO RENAL ¤ Está elevada na insuficiência renal. ¤ Índice mais fidedigno de função renal pela creaKnina é a quanKdade eliminada pela urina por dia. Valores de referência: • Homens: de 0,8 a 1,2mg/dL, no plasma • Mulheres: de 0,6 a 1mg/dL , no plasma Valor de Referência: • Adultos: de 0,8 a 1,8g/24h 26/10/16 9 FUNÇÃO RENAL ¤ Clearance ou depuração de creaKnina ou taxa de filtração glomerular (indicador da função renal e preditor da necessidade de hemodiálise): ¢ DEPURAÇÃO DA CREATININA PELA CREATININA SÉRICA Homens: Crs (mL/min) = [140-‐idade (anos) x peso (Kg)] /[Crs(mg/dL) x 72] Mulheres: Crs (mL/min) = [140-‐idade (anos) x peso (Kg)] /[Crs(mg/dL) x 72] x 0,85 BALANÇO NITROGENADO ¥ Diferença entre o nitrogênio ingerido na forma de proteína alimentar e o nitrogênio excretado pela urina. ¥ Quando: ¤ Ingestão = excreção = balanço neutro ¤ Ingestão > excreção = balanço posiKvo (anabolismo > catabolismo de proteínas) – gravidez, crescimento, após lesões... BALANÇO NITROGENADO ¤ Ingestão < excreção = balanço negaKvo (catabolismo> anabolismo de proteínas) – ingestão insuficiente às necessidades. ¤ Cálculo do balanço nitrogenado ¤ OBS: não deve ser medido em indivíduos com doenças renais ou perdas anormais de nitrogênio (diarreia, }stulas intesKnais, etc) BN = Ingestão proteica 24h (g) /6,25 – nitrogênio uréico urinário 24h (g) + 4g
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