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Art. 311A

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No Código Penal, em seu art. 311A temos a tipificação do crime de fraudes em certames de interesse público, assim expresso:
Art. 311-A.  Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:   
I - concurso público;   
II - avaliação ou exame públicos;   
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou   
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:   
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.   
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. 
Os concursos, exames e avaliações mencionados no caput pressupõem sigilo em relação às questões. Assim, o artigo em estudo, inserido no Código Penal pela Lei n. 12550/2011, pune quem diretamente divulga o conteúdo sigiloso da prova, e também quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas a referido conteúdo. A lei pune também o candidato que toma ciência das informações e as utiliza em benefício próprio. A objetividade jurídica é a fé pública. 
Por se tratar de crime comum, qualquer pessoa pode figurar sujeito ativo do delito em questão, como funcionários de gráficas, professores da banca de seleção, responsáveis pela distribuição das provas, etc. vale lembrar que o candidato que obtém as informações também responde pelo crime, desde que haja maliciosamente.
O sujeito passivo é o Estado, bem como outras pessoas prejudicadas.
A consumação se dá, por parte de quem divulga, no momento em que o conteúdo é transmitido. Por parte do candidato que recebe as informações, a consumação se dá no exato momento em que ele delas se utiliza, ainda que não venha a ser aprovado no exame. Trata-se de crime formal.
O crime admite forma tentada.
O artigo ainda prevê uma causa de aumento de pena, em que a pena será aumentada em um terço se o crime for cometido por funcionário público. Se ficar comprovado que ele agiu em razão de receber vantagem indevida, responderá também por corrupção passiva, em concurso material com o crime em estudo. 
A pena é consideravelmente maior, figura qualificada, se em razão da conduta houver dano à Administração Pública, qual seja dano econômico, no caso em que o certame seja anulado, gerando a necessidade de mais gastos para elaborar um novo concurso.

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