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1 UPFUNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL PROJETO DE DIMENSIONAMENTO Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Disciplina: Saneamento II Professora: Simone Fiori Acadêmicos: Hergya Aparecida Keller Sabrina Bolner Vanessa De Carli Zanotto Passo Fundo, Novembro de 2014 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 1. ESPECIFICAÇÕES E CONSIDERAÇÕES DO PROJETO .................................... 4 2. PARÂMETROS PARA O PROJETO ...................................................................... 4 3. FLUXOGRAMA DA ETE ......................................................................................... 4 4. TRATAMENTO DO EFLUENTE ............................................................................. 6 4.1. Tratamento preliminar ........................................................................................ 6 4.2. Tratamento primário........................................................................................... 6 4.3. Tratamento secundário ...................................................................................... 7 4.4. Tratamento/disposição final do lodo ................................................................ 8 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 9 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 10 MEMORIAL DE CÁLCULO ...................................................................................... 11 BALANÇO DE MASSAS - ETE ................................................................................ 18 3 INTRODUÇÃO A quantidade gerada de resíduos industriais tem aumentado consideravelmente, visto que tal fato está diretamente relacionado ao crescente desenvolvimento e expansão dos polos industriais das regiões. Portanto, exige-se assim a necessidade de uma Estação de Tratamento de Efluente (ETE), a qual trate o esgoto de forma adequada. Neste contexto, segundo definição da NBR 12209/92, uma Estação de Tratamento de Efluente (ETE) é o conjunto de unidades de tratamento, equipamentos, órgãos auxiliares, acessórios e sistemas de utilidades cuja finalidade é a redução das cargas poluidoras do efluente e condicionamento da matéria residual resultante do tratamento. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo dimensionar uma ETE para efluente industrial, de acordo com limites máximos estabelecidos, para posterior reuso deste efluente em irrigação de jardins paisagísticos. Este trabalho apresentará o dimensionamento de cada unidade de tratamento, dimensionamento de toda a ETE, balanço de massas unitário e global, equivalente populacional, eficiência do tratamento, bem como a disposição final do efluente e do lodo gerado no tratamento considerado. 4 1. ESPECIFICAÇÕES E CONSIDERAÇÕES DO PROJETO A Estação de Tratamento de Efluente (ETE) apresentada neste trabalho foi dimensionada considerando-se o seguinte tipo de tratamento secundário proposto: UASB + FILTRO BIOLÓGICO. Essa estação tratará exclusivamente o efluente de uma indústria. A constituição do efluente industrial é muito variada e diferente do esgoto doméstico. Sua composição depende, exclusivamente, do tipo de atividade da indústria e do uso ao qual a água foi submetida no processo produtivo. 2. PARÂMETROS PARA O PROJETO Para o efluente industrial foram considerados os seguintes parâmetros: Matéria orgânica (DBO) por unidade de produção: 420 mg/L; Carga específica de DBO (por unidade de produção): 270 Kg/dia; Relação DQO/DBO: 2,2; Sólidos suspensos (SS) por unidade de produção: 40 Kg/dia; Consumo específico de água (por unidade de produção): 110 m³/dia; Disposição final para o efluente tratado: reuso em irrigação de jardins paisagísticos. 3. FLUXOGRAMA DA ETE A ETE é composta pelas seguintes etapas: Afluente Gradeamento Desarenador Calha Parshall Reator UASB Filtro Biológico Decantador secundário Irrigação. 5 6 4. TRATAMENTO DO EFLUENTE A Estação de Tratamento de Efluente conta com os seguintes níveis de tratamento: 4.1. Tratamento preliminar O tratamento preliminar visa à remoção de sólidos em suspensão grosseiros (materiais de maiores dimensões e areia). Foi adotado um gradeamento médio, eficiente para remover os materiais maiores, um desarenador, e uma calha Parshall, ambos atendendo à vazão máxima da Estação de Tratamento. 4.2. Tratamento primário Nesta ETE não foi adotado nenhum tratamento primário, por não haver necessidade, já que a carga de DBO do efluente industrial é consideravelmente baixa. Além disso, conforme foi dimensionado, o tratamento secundário é suficientemente eficiente para remover a matéria orgânica. 7 4.3. Tratamento secundário O tratamento secundário visa, exclusivamente, à remoção da matéria orgânica (DBO). O tratamento considerado foi UASB seguido de filtro biológico. O reator UASB foi dimensionado para um tempo de detenção hidráulica de 8hs, considerado o tempo que apresenta maior relação eficiência/área. Como o volume ideal de um reator varia de 500 a 2000 m³ e o calculado deu abaixo dessa faixa, adotamos um volume mínimo, garantindo assim sua requerida eficiência de 70%. Sendo assim, o reator UASB dimensionado apresenta uma área de 100m² e, como foi adotado no formato circular, um diâmetro de 11,30 m, sendo essas dimensões as mínimas de projeto. O filtro biológico adotado foi o de baixa capacidade, pois mesmo apresentando uma área maior, este possui uma maior eficiência, sendo assim a relação eficiência/área é consideravelmente muito satisfatória. A eficiência do filtro biológico de baixa carga varia de 80 a 95%, adotamos assim 90% de eficiência. Para início de dimensionamento padronizamos que o recheio será de anéis plásticos, e sua altura de 6 m. Ao verificarmos a taxa de carga orgânica com a área calculada inicialmente percebemos que os padrões não foram atingidos, pois o FB deve apresentar taxa orgânica menor ou igual a 0,3 Kg/m³.dia, sendo assim, redimensionamos a área mínima. Novamente, ao verificar a taxa de aplicação hidráulica tivemos que redimensionar a área, pois o FB não atendia ao padrão, o qual diz que a taxa de aplicação hidráulica varia entre 0,8 e 5,0 m³/m².dia. Ao final de todas as verificações, a área mínima de projeto foi dimensionada em 127,87 m², sendo assim, o filtro biológico de baixa capacidade apresenta um diâmetro mínimo de 12,8 m. Para finalizar o tratamento secundário e assim finalizar o tratamento do efluente industrial, dimensionamos também um decantador secundário, a fim de atingir o valor de concentração de DBO mínimo para a disposição final do efluente, sendo tal valor, segundo o CONAMA 357, abaixo de 10 mg/L. O decantador foi dimensionado a partir de uma taxa de escoamento superficial de 36 m³/m².dia (segundo NBR 12209 – taxa <= 36 m³/m².dia para SDBOo < 30 mg/L). O decantador ficou então com uma área de 17,8 m², sendo ele circular, com um diâmetro de 4,8m, garantindo sua eficiência de 40%. 8UASB FILTRO BIOLÓGICO DECANTADOR 4.4. Tratamento/disposição final do lodo O tratamento final visa à estabilização do lodo recolhido através do uso do adensador por gravidade, fazendo a desinfecção deste com auxílio do digestor anaeróbio, e para minimizar o espaço ocupado e a intervenção do clima, e ainda acelerar a secagem do lodo resultante optamos pela utilização da centrífuga, proporcionando assim reaproveitamento do mesmo na produção de agregados e na fabricação de cimento e produtos cerâmicos. ADENSADOR DIGESTOR CENTRÍFUGA 9 CONCLUSÃO O dimensionamento de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) é basicamente simples, pois através das normas e resoluções apresentadas em aula, precisa-se apenas seguir a sequência pré-estabelecida, verificando os parâmetros já fixados pela NBR. Através dos cálculos e do dimensionamento de cada unidade, a ETE apresenta uma eficiência global de 98,20%, o que torna o efluente apto para reuso em irrigação de jardins paisagísticos, o qual era o objetivo inicial. Percebemos também, que o efluente industrial é mais simples de tratar, pois nesta ETE já não foi necessário o uso de tratamento primário, só o tratamento preliminar e o secundário foram necessários para reduzir suficientemente a concentração de matéria orgânica. E também o efluente industrial não possui nenhuma concentração de sólidos suspensos e coliformes totais, o que torna o tratamento mais rápido e eficiente. 10 REFERÊNCIAS PACHECO, Eduardo J. Tratamento de esgotos domésticos. 3 Ed. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 1995. VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3 Ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Minas Gerais, 2005. NBR 12209 – Projeto de Estações de Tratamento de Esgotos Sanitários – ABNT 1992. CONAMA. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 07 nov. 2014.
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