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1 DIREITO FINANCEIRO Competência Legislativa (arts. 24 e 30 da CF/88): Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Art. 30. Compete aos Municípios: II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; Cabe à Lei Complementar (art. 165, § 9º da CF/88): I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; Compete privativamente ao Presidente da República (art. 84 da CF/88): 2 XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão (art. 165 da CF/88): I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. Crime de Responsabilidade: Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: VI - a lei orçamentária; Plano Plurianual – PPA Art. 165, § 1º da CF/88: A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma REGIONALIZADA, as DIRETRIZES, OBJETIVOS e METAS da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. o Diretrizes: Apontam ou traçam as direções, regulam os planos de governo, estabelecem critérios para o planejamento. o Objetivos: Indicam os resultados pretendidos pela Administração. o Metas: poderão ser direcionadas a públicos específicos. Prazos do PPA: o Art. 35, § 2º do ADCT: Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; 3 Art. 167, § 1º da CF/88: Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Art. 166 da CF/88: Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. Art. 165, § 4º da CF/88: Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO Art. 165 § 2º da CF/88: A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Prazos da LDO: o Art. 35, § 2º do ADCT: Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; Art. 169 da CF/88: A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. o § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 4 Lei Orçamentária Anual – LOA Art. 167 da CF/88: São vedados: o I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; o II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; o VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; Art. 165, § 5º da CF/88: A lei orçamentária anual compreenderá: o I - o ORÇAMENTO FISCAL referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; o II - o ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; o III - o ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Prazos da LOA: o Art. 35, § 2º do ADCT: Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. Princípios Orçamentários: Princípio da Universalidade: Segundo este princípio, a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Este princípio é mencionado no caput do art. 2º da Lei no 4.320, de 1964, recepcionado e normatizado pelo § 5º do art. 165 da CF. Princípio da Anualidade / Periodicidade: o orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. Esse princípio está consagrado no art. 165, III da CF/88 e nos arts. 2º e 34 da Lei 4.320/64. Princípio da Unidade / Totalidade: o orçamento deve ser uno, ou seja, deve haver somente um orçamento para um exercício financeiro, com todas as receitas e despesas. Esse princípio está previsto no art. 165, § 5º da CF/88 e no art. 2º da Lei 4.320/64. 5 Princípio da Exclusividade / Pureza: a lei orçamentária não poderá conter matérias estranha à previsão das receitas e à fixação das despesas. Esse princípio está previsto no art. 165, § 8º da CF/88 e no art. 7º da Lei 4.320/64. Princípio da Especificação / Especialização / Discriminação: veda as autorizaçõesde despesas globais. As receitas e as despesas devem ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos. O § 4º do art. 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal –LRF estabelece a vedação de consignação de crédito orçamentário com finalidade imprecisa, exigindo a especificação da despesa. As exceções a esse princípio são os programas especiais de trabalho e a reserva de contingência (art. 5º, III da LRF). Princípio da Publicidade: esse princípio zela pela garantia da transparência e total acesso a qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes. Deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação para conhecimento público e para gerar eficácia de sua validade enquanto ato oficial de autorização de arrecadação de receitas e execução de despesas. Princípio do Equilíbrio: visa assegurar que as despesas não serão superiores à previsão das receitas. Contabilmente o orçamento está sempre equilibrado, pois se as receitas esperadas forem inferiores às despesas fixadas, e o governo decidir por não cortar gastos, a diferença deve ser coberta por operações de crédito que, por lei, devem também constar do orçamento. Princípio do Orçamento Bruto: estabelece que todas as receitas e despesas devem contar do orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução, de forma a permitir efetivo controle financeiro do orçamento. Está previsto no art. 6º da Lei 4.320/64. Princípio da não afetacão (não vinculação) das receitas: nenhuma receita poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos e determinados gastos (art. 167, IV e IX da CF/88). Pretende-se, com isso, evitar que as vinculações reduzam o grau de liberdade do planejamento. Exceções: arts. 158, 159 e 212 da CF/88. Quando as receitas de impostos são vinculadas a despesas específicas, diz-se, em geral, que essas despesas são obrigatórias. Orçamento: É o instrumento de que dispõe o poder público (em qualquer das esferas) para expressar, em determinado período de tempo, o seu programa de atuação, discriminados a origem e o montante dos recursos a serem obtidos, bem como os dispêndios a serem efetuados. 6 Despesa Pública Conforme a Lei 4.320/64, as despesas públicas podem ser correntes e de capital. Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: o Despesas Correntes: Despesas de Custeio Transferências Correntes o Despesas de Capital Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital Despesas Correntes: são aquelas que não enriquem o patrimônio público, mas são necessárias à execução dos serviços públicos e à vida do Estado. Despesas de Custeio: são as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. Transferências Correntes: são as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado. Despesas de Capital: são as que se determinam uma modificação no patrimônio público por meio de seu crescimento. Investimentos: são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. Inversões Financeiras: são as dotações destinadas a: o I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; o II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; o III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. 7 Transferências de Capital: são as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública. A despesa é realizada em 4 etapas: o O empenho pelo qual é autorizada; o A liquidação que é o ato de controle prévio da conclusão da despesa; o A ordem de pagamento; o O pagamento. Empenho: é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. o No ato do empenho fica deduzido do orçamento o valor da transação. Tem-se um bloqueio formal da parcela envolvida que reduz o saldo até disponível. o Para cada empenho é extraída a nota de empenho. o É proibida a realização de despesa sem prévio empenho, ressalvados casos especiais (art. 60 da Lei 4.320) Liquidação: consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. o Torna líquida e certa a obrigação preexistente. É a verificação do direito adquirido pelo credor. o O processo de liquidação procura verificar: A origem e o objeto do que se deve pagar; A importância exata a pagar; A quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. o Terá por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo, a nota de empenho e os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço. Ordem de pagamento: é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. o A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade. o O processamento contábil é providencial para manter o acompanhamento e preservar a estabilidade financeira. 8 Pagamento: o pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento. o Adiantamento para os casos de serviços extraordinários e urgentes, que não permitam delongas na satisfação de despesas, quando se tratar de despesa a ser paga em lugar distante de qualquer estacão pagadora ou no exterior, quando se tratar de despesas miúdas e de pronto pagamento, nas diversas repartições públicas. Créditos Adicionais: são as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Classificam-se em: o Suplementares: destinados a reforço da dotação orçamentária; o Especiais: destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; o Extraordinários: destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. Art. 167, § 2º da CF/88: Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro mesesdaquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. Receita Pública É produzida pela renda de seus bens ou pela sua atividade ou arrecadada do povo coercitivamente, em caráter definitivo ou tomando por empréstimo. Nem todo ingresso é receita. Ingresso é qualquer dinheiro recebido pelos cofres públicos. A receita é classificada nas seguintes categorias econômicas: o Receitas Correntes o Receitas de Capital 9 Receitas Correntes: abarcam as decorrentes do poder impositivo do Estado, bem como aquelas decorrentes da exploração de seu patrimônio e as resultante de exploração de atividade econômica. Os tributos em geral são classificados como receita corrente. São receitas correntes: o Receita Tributária: impostos, taxas e contribuições de melhoria. o Receita de Contribuições; o Receita Patrimonial; o Receita Agropecuária; o Receita Industrial; o Receita de Serviços; o Transferências Correntes; Receitas de Capital: são todas as outras receitas que compreendem as provenientes de realização de recursos financeiros oriundos e constituição de dívidas, as oriundas das conversões em espécie de bens e direitos, os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado para atender as despesas de capital e o superávit do orçamento corrente. São receitas de capital: o Operações de crédito; o Alienação de bens móveis e imóveis; o Amortização de empréstimos concedidos; o Transferências de capital; o Outras receitas de capital. Receitas ordinárias: são as que possuem ocorrência rotineira. Receitas extraordinárias: são as esporádicas, de caráter temporário ou irregular. Receita Originária: é auferida pelo Estado em decorrência da exploração de seu próprio patrimônio e sem o exercício de seu poder soberano. Receita Derivada: são as provenientes de patrimônio de particulares, impostas coercitivamente aos cidadãos, em decorrência do poder soberano do Estado. Renúncia de Receita: a concessão de anistia, remissão, subsidio, crédito presumido, isenção de caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciados, são considerados como renúncia de receita pela LRF (art. 14). Requisitos: o Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes; o Demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais; 10 o Estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. Crédito Público O crédito público é o ato pelo qual o Estado se beneficia de uma transferência de recursos face à liquidez existente no mercado e fica com a obrigação de restituí-los no futuro, geralmente com pagamento de juros. É um meio de obtenção de recursos para o Estado, fonte de receita adicional. O crédito público resulta de uma relação bilateral voluntária, em que o particular, por sua espontânea vontade, empresta dinheiro ao Estado. Não se confunde com empréstimo compulsório. Art. 38 da LRF: A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes: o I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício; o II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; o IV - estará proibida: a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada; b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal. o § 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil. Dívida Pública: É uma decorrência das operações creditícias levadas a cabo pelo Estado, quando tomador de empréstimos. A dívida pública pode ser classificada em: o Dívida Pública Flutuante: é a dívida decorrente de empréstimo a curto prazo, oscilando muito rapidamente. Fica dentro do exercício financeiro e é lastreada na previsão da arrecadação. 11 o Dívida Pública Fundada / Consolidada: é aquela contraída a longo prazo, ou até sem prazo determinado. Financiamento de bens e contratação de serviços cuja dívida superar a um exercício financeiro. DIREITO TRIBUTÁRIO Conceito: o Direito Tributário é PÚBLICO, OBRIGACIONAL E COMUM. Atenção Não se encaixam no conceito de tributo: Royalties; Foro e Laudêmio; Tarifa Portuária cobrada pela Infraero; Seguro Apagão. Conforme entendimento do STF, instrumento municipal denominado pelo STF de OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CRIAR O SOLO, TAMBÉM DENOMINADO SOLO CRIADO, previsto no Estatuto das Cidades. Natureza Jurídica: Nos moldes do art. 4º CTN, a natureza jurídica de cada tributo é verificada de acordo com seu fato gerador, não importando: O nome dado a esta; Suas características formais; A destinação estabelecida para a sua arrecadação. Cuidado: Você deve prestar atenção ao que a prova te induz. Se questionar apenas a natureza jurídica do tributo nos termos do artigo 4º do CTN, utilize a interpretação literal. Entretanto, se a prova induzir que quer saber o entendimento doutrinário, saiba que para a doutrina mais moderna do Direito Tributário, a base de cálculo é relevante para definir e a natureza jurídica do tributo. Ademais, caso a questão induza a análise da natureza jurídica conforme a Constituição Federal de 1988, saiba que a destinação é relevante para definição da natureza jurídica das Contribuições Sociais. Assim, fique atento(a) ao comanda da questão. 12 Legislação Tributária: nos moldes do art. 96 do CTN, a expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. São normas complementares: a) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas: são normas editadas pelos servidores da administração tributária e visam a detalhar a aplicação das normas que complementam. b) As decisões dos órgãos coletivos e singulares de jurisdição administrativa a que a lei atribua eficácia normativa. c) As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas. d) Os convênios que entre si venham a celebrar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Atenção ao disposto no artigo 103, CTN (PRESTE ATENÇÃO NOS PRAZOS): Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. Integração e interpretação da legislação tributária: Nesse tema, basta a leitura atenta do Código Tributário Nacional: Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I - a analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a eqüidade. § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. No que tange à interpretação da legislação tributária, leia o artigo 111 do CTN: 13 Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Já no que se refere à interpretação nos casos de infrações, tem-se o artigo 112 do CTN: Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Obrigação Tributária: o OBRIGAÇÃO PRINCIPAL - A classificação depende do conteúdo pecuniário. o Assim, tanto o crédito quanto os juros e multas são considerados obrigação tributária principal. o Atenção: Multa tributária. A multa é sanção por ato ilícito e, por isso, não é tributo. Contudo, a obrigação de pagar a multa tributária foi tratada pelo CTN como obrigação tributária principal. Em outra s palavras, multa tributária não é tributo, mas a obrigação de pagá-la tem natureza tributária. o OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - Segundo o § 2.º do art. 113 do CTN, a obrigação acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Importante! As obrigações acessórias existe m também para as entidades imunes, no interesse da fiscalização e arrecadação de tributos, até mesmo para que a Administração Tributária tenha como fiscalizá-las e verificar se as condições para a fruição da imunidade permanecem presentes. o Estudo jurisprudencial: A entidade que goza de imunidade tributária tem o dever de cumprir as obrigações acessórias , dentre elas a de manter os livros fiscais. STF. 1ª Turma. RE 250844/ SP, rel. Min. Marco Aurélio, 29/5/2012. 14 Fato Gerador e Situações Jurídicas Condicionadas: o De acordo com o Código Civil, “considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a e vento futuro e incerto”. Diante da incerteza do cumprimento da condição, há influência da mesma sobre a incidência tributária. o A Condição Suspensiva está descrita no art. 117, I, CTN, que, salvo disposição d e lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados, sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento. Dessa forma, há incidência tributária quando do implemento da condição. o Por sua vez, a Condição Resolutiva está prevista no art. 117, II, do CTN, que aduz, salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se per feitos e acabados, sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. Dessa feita, há incidência desde a prática do negócio. Aspecto pessoal da relação jurídico-tributária: o Nos moldes do art. 119 do CTN, sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. Atenção: Não se pode confundir a atribuição constitucional para instit uir o tributo (competência tributária) com a possibilidade de figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária (capacidade ativa). A primeira é indelegável, a segunda é passível de dele gação de uma pessoa jurídica d e direito público a outra. Atenção: A delegação da capacidade tributária ativa muda o sujeito ativo do tributo. o Por sua vez, o Sujeito Passivo será a pessoa obrigada a pagar o tributo ou penalidade pecuniária (CTN, art. 121); na obrigação acessória, o sujeito passivo é a pessoa obrigada às prestações – de fazer ou deixar de fazer – que constituem seu objeto (CTN, art. 122). Atenção.: salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa bilidade pe lo paga mento de tributos, não podem se r opo stas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal d o sujeito passiv o das obrigações tributárias correspondente s. Elisão, Elusão e Evasão Fiscal: 15 o Elisão Lícita (planejamento tributário) - Em regra, antes do fato gerador (exemplo de exceção: declaração de IR) o Evasão Ilícita (evita o conhecimento da ocorrência do fato gerador p ela autoridade) - Em regra, após o fato gerador (exemplo de exceção: notas fiscais fraudulentas) o Elusão (ou elisão ineficaz) - Formalmente lícita, mas com abuso de forma jurídica. Antes ou após o fato gerador Responsabilidade Tributaria (obs.: leitura dos artigos 128 até o 138 do CTN – ver nossa revisão de véspera e ler as seguintes súmulas/jurisprudência): o Súmula 554, STJ - Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. (Súmula 554, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJ 15/12/2015) o SÚMULA N. 430 O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. o Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. (Súmula 435, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/04/2010, DJe 13/05/2010) o SÚMULA N. 360, STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. o Súmula 585-STJ: A responsabilidade solidária do ex -proprietário, prevista no art. 134 d o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se refere ao período posterior à sua alienação. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 14/12/2016. 16 o É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais, no regime de substituição tributária para a frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida. STF. Plenário. ADI 2675/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski e ADI 2777/SP, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgados em 19/10/2016 (Info 844). STF. Plenário. RE 593849/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844) Lançamento Tributário: o Nos moldesdo conceito do CTN, o lançamento como “procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível”. Atenção.: parte da doutrina entende que o lançamento é o ato administrativo concretizado ao final do procedimento. Na prova objetiva, posicione-se atento ao comando da questão, se cobrar o conceito do CTN é procedimento, se questionar acerca da aplicação da teoria dos atos administrativos, manifeste-se sobre o posicionamento doutrinário. o Sobre a natureza jurídica do lançamento, a doutrina mais aceita entende que o lançamento possui natureza jurídica declaratória, no sentido que declara a existência da obrigação tributária, bem como constitutiva, pois constitui o crédito tributário. o A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. o Nos moldes do artigo 144, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. (ATENÇÃO: OLHE A DATA DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOS QUE A PROVA te oferece para definir a legislação aplicável para cálculo de alíquota e base de cálculo. o O artigo 144 deve ser lido em conjunto com o 106, na medida em que o art 144 se aplica para cálculo de alíquota e base de cálculo e o artigo 106 deve ser usado para penalidades, senão vejamos: Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração 17 dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá- lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. o Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. o Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação (normalmente em operações de importação). o O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. o A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. o a) Lançamento de Ofício: a autoridade fiscal, valendo -se do poder-dever imposto por seu ofício, diretamente procede ao lançamento do tributo, não havendo colaboração relevante do devedor. o b) Lançamento por declaração: o sujeito passivo oferece declaração acessória à autoridade fiscal , que, com base nela, constituirá o crédito tributário. o c) Lançamento por homologação: “Art. 150 (CT N). O lançamento por homologação, que ocorre quanto a os tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento se m prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato e m que a referida autoridade , tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa” . Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário: 18 o Nos termos do art. 151 do CTN suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral (STJ - e em dinheiro); III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento. o O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes. Extinção do Crédito Tributário: o Nos moldes do artigo 156 do CTN, extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. o A prescrição é o prazo para efetivar a cobrança administrativa do tributo, já a decadência é o prazo para constituir o crédito. o O prazo para constituição do crédito é de cinco anos, a partir: 1) Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado. 2) Caso a lei atribua ao sujeito passivo a obrigação de recolher antecipadamente o tributo (lançamento por homologação), a contagem do prazo inicia-se a partir do próprio dia da ocorrência do fato gerador. 19 o CONTAGEM DO PRAZO DE DECADÊNCIA PARA OS TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO o Havendo antecipação total ou parcial do valor do tributo devido - Regra mais benéfica (CTN, art. 150, §4º); - Decadência contada a partir da ocorrência do fato gerador da obrigação. o Não havendo antecipação de nenhuma quantia a título de recolhimento ou na existência de dolo, fraude ou simulação. - Regra geral (CTN, art. 173, I ); - Decadência contada a partir do primeiro dia d o exercício seguinte àquele e m que o lançamento poder ia ter sido efetuado. o O CTN (art. 174) estabelece o prazo de cinco anos para a Fazenda Pública cobrar o crédito tributário. Esse prazo é contado (regra) da constituição definitiva. Repetição do Indébito: o 1) Legitimidade ativa para pleitear repetição de indébito e os tributos indiretos: o Superior Tribunal de Justiça proferiu alguns julgados, inclusive, no âmbito dos Recursos Repetitivos, firmando o entendimento de que apenas o contribuinte de direito possui a legitimidade para a repetição, pois é apenas ele que compõe a relação jurídico tributária, cabendo aocontribuinte de fato, se for o caso, ingressar com eventual demanda em face do contribuinte de direito para reaver a quantia de tributo que por ele foi repetida. EXCEÇÃO: Segundo o STJ, o consumidor final de energia elétrica tem legitimidade ativa para propor ação declaratória cumulada com repetição de indébito que tenha por escopo afastar a incidência de ICMS sobre demanda contratada e não utilizada de energia elétrica, bem como para discutir pedido de compensação do ICMS supostamente pago a maior no regime de substituição tributária (EDcl nos EDcl no Ag Rg no REsp 1270547/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TU RMA, julgado em 04/06/2013, DJe 11/06/2013 o 2) Requisitos da repetição de indébito: STF – Súmula 546 – “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo”. c) Prazo para restituição: O prazo para o contribuinte exercer o seu direito à repetição de indébito, seja no 20 âmbito administrativo ou judicial, é de 5 anos, com base no artigo 168, do CTN, tendo início a partir da extinção do crédito tributário, que ocorreu com o se u pagamento. Assim, é necessário o esgotamento do âmbito administrativo? NÃO, em virtude do direito de ação e da inafastabilidade da jurisdição, inexistindo, no Brasil, o curso administrativo forçado, à exceção da Justiça Desportiva, conforme artigo 217, §1, CF/88. É possível que fosse alegado, caso o contribuinte procurasse o judiciário, a eventual falta de interesse de agir, mas isto demanda uma análise casuística. Ingressando no âmbito administrativo, haverá repercussões quando o prazo prescricional, que, nos termos d o artigo 169, sendo denegado o pedido administrativo, poderá ser pleiteada a anulação da respectiva de cisão em juízo no prazo de 2 anos, sendo tal praz o interrompido pelo início da ação, e recomeçando seu curso pela metade, a partir da intimação da Fazenda Pública, caracterizando verdadeira prescrição intercorrente (art. 168, CTN). o Taxa de juros de mora aplicável na devolução de tributo estadual pago indevidamente: Súmula 523-STJ: A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua cumulação com quaisquer outros índices. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário: o Renda e patrimônio do sujeito passivo respondendo pelo crédito tributário nos moldes do artigo 184, CTN: Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos e m lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. o Presunção de fraude na alienação ou oneração de bens ou rendas: 21 Art. 185. Presume -se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou se u começo, por sujeito passivo em débito p ara com a Fazenda Pública, por cré dito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. o Decretação de Indisponibilidade: Art. 185-A. Na hipótese de o de vedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. § 1.º A indisponibilidade de que trata o caput d este artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. § 2.º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada d os bens e direitos cuja indisponibilidade houve rem promovido. o Atenção: conforme se destaca no caput do artigo, sua aplicabilidade está limitada aos créditos de natureza tributária, havendo posicionamento do STJ corroborando a dicção legal. o Jurisprudência: Súmula 560 -STJ: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185 -A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/12/2015. DJe 15/ 12/2015. o NÃO CONFUNDA: Para que seja decretada a penhora on-line, não é necessário que o credor tente localizar outros bens penhoráveis em nome do devedor. Não se exige do exequente o exaurimento das vias extrajudiciais na busca de bens a serem 22 penhorados (STJ. Corte Especial. REsp 1112943/MA, Rel. Mi n. Nancy An drighi, julgado em 15/09/2010). o Para que seja decretada a indisponibilidade de bens de que trata o art. 185 -A do CTN, exige-se que a Fazenda Pública exequente prove que tentou localizar outros bens penhoráveis em nome do devedor. Exige-se o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis (STJ. 1ª Seção. REsp 1.377.507 - SP, Rel. Min. Og Fernandes, julga do em 26/11/2014). Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar, Espécies Tributárias e Impostos em Espécie Princípio da Legalidade Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos. Taxas o Art. 145, §2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. o Súmula vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Empréstimo Compulsório: o A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias,de correntes d e calamidade pública, d e guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observada a anterioridade anual. Obs.: não há previsão constitucional para a instituição de empréstimos compulsórios no caso de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, como há no CTN. 23 Imunidade: o A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público. o STF INFO 767: a ECT (Correios) goza de imunidade tributária recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com a iniciativa privada. o Art. 13, CTN: o disposto na alínea a do inciso IV d o artigo 9º (imunidade recíproca) não se aplica aos serviços públicos concedidos, cujo tratamento tributário é estabelecido pelo poder concedente, no que se refere aos tributos de sua competência, ressalvado o que dispõe o parágrafo único. Parágrafo único. Mediante lei especial e tendo em vista o interesse comum, a União pode instituir isenção de tributos federais, estaduais e municipais para os serviços públicos que concede r, observado o disposto no § 1º do artigo 9º. o É vedado instituir imposto sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive sua s fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. o Súmula 730 STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. o Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito p resumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido me diante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo o u contribuição. Imunidade, Competência Tributária e Princípios: o A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido. 24 o Empresa privada com finalidade lucrativa e que for arrendatária de imóvel público não goza de imunidade tributária o Assim, se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva. Noutra ponta, se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva. STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 2 3/2/2017 (repercussão geral) (Info 855). o Se uma pessoa jurídica de direito público faz contrato de cessão de uso de imóvel com empresa privada, esta última não goza de imunidade e deverá pagar IPTU. o Ademais, destaque-se que não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado de finalidade estatal o Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar. STF. Plenário. ADI 2028/ DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o a c. Min. Rosa Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855). STF. Plenário. RE 56 6622/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/2/2017 (Info 855). Vale ressaltar que o STF fez a seguinte distinção: • Os requisitos (exigências, normas de regulação) para que a entidade goze da imunidade devem estar previstos em lei complementa r, com base no art. 195, § 7º c/c art. 146, II, da C F/88. Ex: como as entidades deverão atuar para serem consideradas beneficentes, as contrapartidas que deverão oferecer etc. • Por outro lado, as regras sobre o procedimento de habilitação dessas entidades nos órgãos da Administração Pública poderão se r disciplinadas por meio de lei ordinária. Ex.: previsão de que a entidade deverá obter, junto ao Conselho Nacional de Assistência Social, o Certificado e o Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, renovado a cada três anos. Para o STF, esta norma trata de meros aspectos procedimentais necessários à verificação do atendimento das finalidades constitucionais da regra de imunidade. o Cabe à União, por meio de lei complementar, criar o imposto sobre grandes fortunas. o É facultado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF. - II: não se sujeita à legalidade, anterioridade e noventena; todos que importam pagam, seja para revenda, utilização própria ou consumo; base de cálculo cláusula CIF (custo, seguro e frete); taxa de câmbio vigente no momento da entrada; alíquota pode ser fixa ou ad valorem (percentual); drawback - suspensão da incidência do imposto no caso de importações realizadas com objetivo de posterior exportação. 25 o Súmula 569-STJ: Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de débito no desembaraço aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais quando da concessão do benefício relativo ao regime de drawback. STJ. 1ª Seção. A provada em 27/04/2016, DJe 02/05/2016. o STJ INF 535: Não é ilegal a nova incidência de IPI no momento da saída de produto de procedência estrangeira do estabelecimento do importador, após a incidência anterior do tributo no desembaraço aduaneiro. Assim, os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando ocorre a sua saída do estabelecimento importador na ope ração de revenda. o Súmula 591 STF: A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados. o Súmula 463 STJ: Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas , ainda que decorrentes de acordo coletivo. o Súmula 386 STJ: São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. o Súmula 262 STJ: Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas. o Súmula 215 STJ: A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda. o Competência Residual: A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - n a iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos o u não e m sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente , cessadas as causas de sua criação. - Impostos residuais e contribuições sociais residuais: lei complementar. Imposto extraordinário: lei ordinária. Súmula 33 1 STF: É legítima aincidência do imposto de transmissão "causa mortis" n o inventário por morte presumida. 26 Súmula 661 STF: na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. Súmula 334 STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet. O ICMS integra a sua própria base de cálculo, sendo por isso chamado de ICMS "por dentro" ou "cálculo por dentro". O ICMS por dentro está previsto no art. 13, § 1º, I, da LC 87/96, sendo considerado constitucional pelo STF. Essa mesma regra aplica -se para o ICMS substituição tributária, considerando que se trata do mesmo tributo. Assim, ainda que se adote a substituição tributária como forma de arrecadação de ICMS, é legal aplicar-se a sistemática do "cálculo por dentro". STJ. 2ª Turma. REsp 1. 454.184 -MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 5/5/201 6 (Info 585). IPVA: terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal. Súmula Vinculante 31: é inconstitucional ISS sobre locação de bens móveis. Súmula 589 STF: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte. Súmula 111 STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir a finalidade da sua desapropriação. Súmula 656 STF: é inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel. ISS: cabe à lei complementar fixar alíquotas máxima e mínima, excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior e regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fis cais serão concedidos e revogados. À exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país. A definição de obrigações acessórias e a alteração da data de vencimento da obrigação principal por meio de decreto executivo não configuram violação ao princípio da reserva de lei em matéria tributária. 27 Súmula 659 , STF: É legítima a cobrança da COF INS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. - (nem toda alteração introduzida, por lei, no sistema de exigência dessas contribuições há de ser entendida como sinônimo da modificação. Não seria admissível que se aguardasse o protraimento da eficácia da regra legislativa, simplesmente por haver alterado a data de pagamento da obrigação tributária, sem qualquer outra repercussão). No que tange aos livros eletrônicos (e-books), o STF entendeu que os mesmos estão abrangidos pela imunidade. A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d ”, da Constituição Federal (CF), a plica-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. STF. Plenário. RE 330817/R J, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856). Pedágio não é taxa - O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias NÃO tem natureza tributária, mas de preço público, consequentemente, não está sujeito ao princípio da legalidade estrita. STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750). Incide imposto de renda sobre o adicional de 1/3 (um terço) de férias gozadas. Essa verba tem natureza remuneratória (e não indenizatória) e configura acréscimo patrimonial. STJ. 1ª Seção. REsp 1.459.779-MA, Rel. para acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/04/2015 (recurso repetitivo) (Info 573). São isentos do imposto de renda os proventos percebidos de fundo de previdência privada a título de complementação da aposentadoria por pessoa física acometida de uma das doenças arroladas no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/1988. Para que haja a isenção é indispensável que o portador da doença grave esteja na inatividade, recebendo rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma. Assim, não haverá isenção se o contribuinte é portador de uma das moléstias elencadas, mas ainda não se aposentou, optando por continuar trabalhando. Os proventos de aposentadoria ou reforma percebidos por portador de cegueira monocular também são isentos de imposto sobre a renda. O Ganho de capital obtido com a venda de imóvel residencial é isento de IR se for utilizado para pagar outro imóvel residencial comprado anteriormente. A base de cálculo do IPI nas vendas a prazo, sem a intermediação de instituição financeira, é o valor total da operação. Situação diferente ocorre na chamada "venda financiada". Nesta, o comprador obtém recursos de instituição financeira para pagar a aquisição da mercadoria e o IPI 28 incide apenas sobre o valor efetivamente pago ao vendedor do produto, não englobando os juros pagos ao financiador, sobre o qual incidirá apenas o IOF. Os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil. É constitucional a progressividade das alíquotas do ITR previstas na Lei nº 9.393/96 e que leva em consideração, de maneira conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel.
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