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Campus- Maracanaú Prof: Carlos 1 Objetivos da Disciplina Física 2 Transmitir conhecimentos, possibilitando a formação crítica. Aplicar conceitos, leis, teorias, demonstrações em sala de aula e estabelecer um diálogo com o cotidiano. Programa da disciplina: 1. Equilíbrio e Elasticidade 2. Gravitação Universal 3. Noções de Mecânica dos Fluidos 4. Análise das Oscilações 5. Estudo das Ondas 6. Temperatura e Calor 7. Gases e Termodinâmica Bibliografia Mínima: HALLIDAY, RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 9ª edição, volume 2 SERWAR, Princípios da Física, volume 2 NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. São Paulo volume 2 FRANCO BRUNETTI, Mecânica dos Fluidos ‘Física é uma ciência empírica, a ciência da medida. “Tenho afirmado frequentemente que, quando se pode medir aquilo de que se está falando e exprimir essa medida em números, fica-se sabendo algo a seu respeito; mas quando não se pode exprimi-la em números, o conhecimento é limitado e insatisfatório. Ele pode ser o começo do conhecimento, mas o pensamento terá avançado muito pouco para o estágio científico, qualquer que seja o assunto”. (Lorde Kelvin, 1824-1907) Campus- Maracanaú Prof: Carlos 2 1.Equilíbrio e Elasticidade: Objetivo Geral: Compreender os principais conceitos relacionados com equilíbrio e Elasticidade e analisar as condições de equilíbrio. I.Introdução: Se um corpo estiver estacionário, e permanecer estacionário, diz-se que o corpo está em equilíbrio estático. A determinação das forças que atuam sobre um corpo em equilíbrio estático tem muitas aplicações importantes, particularmente em engenharia. Por exemplo, as forças exercidas pelos cabos de uma ponte precisam ser conhecidas a fim de que os cabos sejam projetados de modo a poder suportá-los. Neste capítulo, examinaremos os dois aspectos principais da estabilidade: O equilíbrio de forças e torques que atuam sobre objetos rígidos e a elasticidade de objetos não rígidos, uma propriedade que determina como tais objetos podem ser deformados. Quando essa Física é feita de forma correta ela é assunto de incontáveis artigos publicados em periódicos de Física e Engenharia; quando é feita de forma errada é assunto de incontáveis matérias nos jornais e em periódicos da área jurídica. II.Principais Conceitos: a)Ponto material ou partícula: b)Corpo extenso: c)Centro de Massa: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 3 d)Centro de Gravidade: e)Translação: f)Rotação: g)Torque: h)Corpo Rígido: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 4 III.Como resolver problemas de Física: 1ª ETAPA: LER O PROBLEMA: É preciso saber ler, quer dizer, ser capaz de imaginar a cena que o enunciado descreve. Nem sempre entendemos tudo o que está escrito, mas podemos estar atentos aos detalhes para "visualizar" corretamente o que se está dizendo. 2ª ETAPA: FAZER UM ESQUEMA: Fazer um esquema ou desenho simples da situação ajuda a visualizá-la e a resolvê-la. Procure indicar em seus esquemas informações básicas como o sentido e os valores envolvidos. 3ª ETAPA: MONTE AS EQUAÇÕES E FAÇA AS CONTAS: Uma equação só faz sentido se você sabe o que ela significa. Sabemos que é possível resolver a nossa questão porque há a conservação da quantidade movimento total de um sistema, como por exemplo.Quer dizer, a soma das quantidades de movimento antes e depois do choque deverá ter o mesmo valor. Com isso, você consegue montar as contas. 4ª ETAPA: INTERPRETE OS VALORES. (A ETAPA MAIS IMPORTANTE!) Muito bem, você achou um número! Mas ainda não resolveu o problema. Não queremos saber somente o número, mas também o que aconteceu. O número deve nos dizer isso. Olhando para ele você deve ser capaz de chegar a alguma conclusão. DESCONFIE DOS NÚMEROS!!! Existe uma coisa que se chama erro nas contas, que pode nos levar a resultados errados. Pense bem no que o número está lhe dizendo e avalie se é uma coisa razoável. Se achar que há um erro, confira suas contas. IV.Condições de Equilíbrio: Considere os seguintes objetos: (1) Um livro em repouso sobre uma mesa. (2) Um disco deslizando com velocidade constante sobre uma superfície sem atrito. (3) as pás de um ventilador de teto em rotação e, (4) a roda de uma bicicleta que se desloca ao longo de uma trajetória retilínea com velocidade constante. Para cada um desses objetos, temos: a) O momento linear P de seu centro de massa é constante. b) Seu momento angular L em torno de seu centro de massa, ou em torno de qualquer ponto, também é constante. Nossa preocupação neste assunto são as situações nas quais as constantes acima são iguais a zero; ou seja, estamos interessados principalmente em objetos que absolutamente não se movem em translação nem em rotação, no sistema de referencia a partir do qual os observamos. Partiremos agora da segunda lei de Newton em termos de momento linear e momento angular e mostrar as condições de equilíbrio. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 5 V.Elasticidade: Quando inúmeros átomos se juntam para formar um sólido metálico, como por exemplo, um cubo de ferro, eles atingem posições de equilíbrio em uma rede tridimensional, um arranjo repetitivo no qual cada átomo está em uma distância de equilíbrio bem definida de seus vizinhos mais próximos, então os átomos são mantidos juntos por forças interatômicas modeladas por pequenas molas. A rede é bastante rígida, o que é outra maneira de dizer que “molas interatômicas” são extremamente duras. É por esta razão que sentimos muitos objetos como escadas, mesas e colheres de metal, por exemplo, como perfeitamente rígidos. Outros objetos, como mangueiras de jardim e luvas de borracha, não nos parecem de forma alguma rígidos. Os átomos que constituem esses objetos não formam uma rede rígida, mais estão alinhados em cadeias moleculares longas e flexíveis, cada cadeia sendo apenas fracamente ligada às suas vizinhas. Todos os corpos “rígidos’ reais são até certos pontos elásticos, o que significa que podemos modificar suas dimensões ligeiramente puxando-os, empurrando-os, torcendo-os, comprimindo-os. Para se ter uma ideia das ordens de grandeza envolvidas, considere uma haste de aço de 1 m de comprimento e 1 cm de diâmetro presa no teto de uma fabrica. Se você pendurar um carro compacto na extremidade livre desta haste, ela esticará, mas por apenas 0,5 mm ou 0,05% e a haste retornará ao seu comprimento original quando o carro for removido. Se você pendurar dois carros na haste, ela ficará permanentemente esticada e não mais retornará ao seu comprimento original quando você remover a carga. Se você pendurar três carros, o que acontecerá fisicamente? A haste arrebentará imediatamente antes da ruptura, o alongamento da haste será menor do que 0,2%. Embora deformações deste tamanho pareçam pequenas, elas são importantes na pratica da engenharia. (Se uma asa vai permanecer presa ao corpo de um avião é obviamente uma questão importante). Campus- Maracanaú Prof: Carlos 6 Na figuras abaixo, temos 3 maneiras segundo as quais um sólido pode mudar suas dimensões quando forças atuam sobre ele, um cilindro é deformado por uma força perpendicular ao seu eixo maior, de modo parecidocom a deformação em uma pilha de cartas de baralho ou em um livro, um objeto sólido mergulhado em um fluido sob alta pressão é comprimido uniformemente em todas as direções. O que esses três comportamentos tem em comum é que uma tensão, ou força deformadora por unidade de área, produz uma deformação específica. A tensão de tração (associada com alongamento) é ilustrada em (a), a tensão de cisalhamento em (b), e a tensão hidráulica em (c) a) Cilindro submetido a uma tensão de tração: b) Cilindro submetido ao Cisalhamento: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 7 c) Esfera submetida a Compressão Hidráulica: Importante: As tensões e deformações tomam formas diferentes nas 3 situações. Mas em um amplo intervalo de aplicabilidade, tensão e deformação são proporcionais uma à outra. A constante de proporcionalidade é chamada de módulo de elasticidade, fisicamente vale a relação: Tensão = módulo x deformação Desafio: Prove a seguinte situação física: Se o campo gravitacional é o mesmo para todos os elementos de um corpo, então o centro de gravidade do corpo coincide com o centro de massa. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 8 Lista 1:Equilíbrio e Elasticidade Campus- Maracanaú Prof: Carlos 9 Campus- Maracanaú Prof: Carlos 10 2.Gravitação Universal: Objetivo Geral: Compreender a lei geral da Gravitação Universal e as Leis de Kepler I.Introdução: Desde que começou a brilhar no cérebro do homem a luz da racionalidade, o brilho e o movimento dos astros desafiaram sua curiosidade. Em todas as etapas da civilização o homem procurou dar uma explicação para os fascinantes problemas da gravitação universal, os sábios gregos, por exemplo, deduziram que a terra ocupava o centro do universo e em torno dela giravam os demais planetas em perfeitos círculos. O homem era assim, o centro e a medida de todas as coisas, pensando de modo diferente, porém, o astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C) foi o primeiro a afirmar que todos os planetas, inclusive a terra, giravam em torno do sol, deste modo surgiu o sistema heliocêntrico, que privilegiava o sol, contrário ao geocentrismo que destacava a terra. A teoria heliocêntrica não se firmou de imediato, pois a sabedoria grega admirava mais a ideia de que o homem ocupava o lugar central do universo. No século II d.C. , o sistema geocêntrico foi desenvolvido e consagrado por Ptolomeu, grande matemático com várias contribuições na geometria, para ele a terra era fixa e ocupava o centro das órbitas circulares dos planetas. Somente no século XVI foi que a teoria heliocêntrica se firmou novamente: o estudioso polonês Nicolau Copérnico renovou a teoria de Aristarco, afirmando que o sol ocupava o centro do universo. Levantaram-se muitos debates em torno desta reafirmação, uma vez que os cientistas da época e a própria igreja católica só aceitava o geocentrismo. O dinamarquês Brahé, concluiu que os planetas giravam em torno do sol e a lua girava em torno da terra, suas observações e conclusões levaram o alemão Johannes Kepler a elaborar algumas leis Campus- Maracanaú Prof: Carlos 11 que convenceram os pesquisadores a respeito da teoria heliocêntrica. O físico e matemático Galileu Galilei, um dos maiores inovadores da pesquisa e das ciências, foi acusado de herege, processado pela igreja católica e julgado em tribunal por afirmar que a terra não era fixa e fazia parte do sistema solar. Todas essas conclusões foram coroadas pela contribuição de Isaac Newton, físico e matemático inglês, autor da lei gravitação universal, que explica a mecânica celeste. II.Lei da Gravitação: Em 1965, Isaac Newton, aos 23 anos, deu uma contribuição fundamental á Física quando mostrou que a força que mantém a lua em sua órbita é da mesma natureza da força que faz uma maça cair. Hoje em dia, tornamos este conhecimento como tão certo que não é fácil para nos compreendermos a antiga crença de que o movimento de corpos terrestres e o de corpos celestes eram de natureza diferente e que eram governados por leis diferentes. Newton concluiu não somente que a terra atrai maças e a lua, mais também que cada corpo no universo atrai os demais; esta tendência dos corpos de se moverem uns em direção aos outros é chamada de gravitação. Uma das aplicações da teoria da gravitação universal seria, por exemplo, os satélites em órbita da terra, com as mais diversas finalidades: observações meteorológicas, telecomunicações, pesquisas etc Newton propôs uma lei de força que denominamos lei de Newton da gravitação: toda partícula atrai outra partícula qualquer com uma força gravitacional de modulo. III.Gravitação nas proximidades da terra: Vamos supor que a terra seja uma esfera uniforme de massa M. O módulo da força gravitacional que a terra exerce sobre uma partícula de massa m, localizada fora da terra a uma distância r do centro da terra, é dada como: Se a Partícula for solta, ela cairá em direção ao centro da terra, em consequência da força gravitacional F, com uma aceleração que chamaremos de aceleração da gravidade ag. A segunda lei de Newton nos diz que os módulos de F e ag são relacionados por Campus- Maracanaú Prof: Carlos 12 Agora igualando as duas expressões e resolvendo para ag encontramos: Esse resultado é muito interessante e nos diz que o valor do campo gravitacional em um dado ponto depende somente da massa da terra e da distância do ponto ao centro da terra e não depende da massa de prova e mais: a intensidade do campo gravitacional terrestre varia com a altitude e é atrativo IV.Energia Potencial Gravitacional: A energia potencial gravitacional de um sistema de duas partículas de massas M e m, separadas por uma distância r, é igual ao negativo do trabalho que seria realizado pela força gravitacional de uma partícula agindo sobre a outra se a distância entre elas mudasse de infinita (muito grande) até r. Matematicamente essa energia é dada por: V.Leis de Kepler: Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma referência para identificar as épocas de plantio e colheita. Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns astros descrevem um movimento regular, o que propiciou a eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano. Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas observados giravam em torno da Terra. Mas este modelo, chamado de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incentivaram o estudo deste sistema por milhares de anos. Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol estava no centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor. No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem o movimento planetário, utilizando anotações do astrônomo Tycho Brahe (1546- 1601). Campus- Maracanaú Prof: Carlos 13 1º lei) Lei das Órbitas: Adotando-se o sol como referencial, todos os planetas movem- se descrevendo órbitas elípticas, tendo o sol como um dos focos da elipse.2º lei) Lei das áreas: A linha que liga o planeta ao sol varre áreas iguais no plano da órbita do planeta em intervalos de tempo iguais; isto é a taxa dA/dt na qual ela varre a área A é constante. 3ºLei) dos períodos: O quadrado do período do planeta (tempo para dar uma volta completa em torno do sol) é proporcional ao cubo da sua distância média do sol. VI.Curvatura no espaço: Até aqui explicamos a gravitação como resultado da força entre massas. Einstein mostrou que, em vez disso, a gravitação é devida a uma curvatura do espaço que é causada pelas massas. O espaço e o tempo estão entrelaçados, de maneira que a curvatura da qual Einstein falou é na verdade a curvatura do espaço-tempo, a combinação das quatro dimensões do nosso universo. É difícil ilustrar como o espaço (assim como o vácuo) pode ter curvatura. Uma analogia pode nos ajudar. Suponha que estejamos em órbita observando uma corrida na qual dois barcos partem do equador da terra separados de 20 km e se dirigem para o sul. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 14 Para os navegantes, os barcos se deslocam ao longo das suas trajetórias planas e paralelas, entretanto, com o passar do tempo os barcos tendem a se aproximar até que nas proximidades do pólo sul, eles se tocam. Os navegantes em cada um dos barcos podem interpretar esta aproximação em termos de uma força que atua sobre os barcos. Observando-os do espaço, entretanto, podemos ver que os barcos se aproximam simplesmente por causa da curvatura da superfície da terra. Podemos constatar isso porque estamos observando a corrida de um local “fora” daquela superfície. Outra situação seria de duas maçãs separadas horizontalmente soltas da mesma altura acima da superfície da terra. Embora as maças aparentem se mover ao longo das trajetórias paralelas, elas na verdade se aproximam porque ambas caem em direção ao centro da terra. Podemos interpretar o movimento das maçãs em termos da força gravitacional exercida pela terra sobre as maçãs. Podemos também interpretar o movimento em termos da curvatura do espaço próximos da terra, uma curvatura devido á presença da massa da terra. Desta vez não podemos observar a curvatura por que não podemos nos posicionar “fora” do espaço curvo, como fizemos no exemplo dos barcos. Neste caso as maças se moveriam ao longo de uma superfície que se curva em direção á terra por causa da massa da terra. Desafio: Suponha um corpo de massa m lançado verticalmente para cima a partir da superfície da terra a uma distância R do centro da terra. Obtenha a expressão da energia potencial estudada no tópico IV. Sugestão: Use a expressão do trabalho mecânico na notação de vetorial Lista 2:Gravitação Universal Campus- Maracanaú Prof: Carlos 15 Campus- Maracanaú Prof: Carlos 16 3.Noções de Mecânica dos Fluidos: Objetivo Geral: Analisar as leis ou Teoremas relacionados com os fluidos e interpretar a equação de Bernoulli em certos tipos de escoamentos I.Introdução: Fluidos compreendem líquidos e gases. Os líquidos escoam sob a ação da gravidade até preencherem as regiões mais baixas possíveis dos vasos que os contém. Os gases se expandem até ocuparem todo o volume do vaso, qualquer que seja a sua forma. As moléculas em um gás não têm restrição de movimento dentro do recipiente que o contém, e podem se deslocar através de toda essa região do espaço, já o líquido está restrito a se mover abaixo da sua superfície. Nos líquidos grande parte de suas moléculas não têm energia suficiente para vencer essa barreira imposta pela superfície, daí a contenção entre a sua superfície e as paredes do recipiente. A física dos fluídos é a base da engenharia hidráulica, um ramo de engenharia aplicada em muitos campos, tais como por exemplo: Um engenheiro médico poderia estudar o fluxo de sangue nas artérias de um paciente, já um engenheiro ambiental poderia analisar a drenagem de depósitos de lixo ou irrigação de plantações, por outro lado um engenheiro nuclear poderia estudar o escoamento de um fluído no sistema hidráulico de um reator nuclear, enfim a física dos fluidos que veremos agora está muito relacionado com o nosso dia a dia e pode ser dividida em duas formas: a) Fluido-estática: Estuda os fluidos em repouso b) Fluido-dinâmica: Estuda os fluidos em movimento Os fluidos são formados por moléculas em constante movimento e com ocorrências de colisões entre elas. Desta forma consideram-se os fluidos como sendo formados por pequenas partículas, cada uma contendo muitas moléculas, trata-se o fluido como um meio contínuo composto de partículas fluidas que interagem entre si e o meio. Algumas aplicações típicas da Mecânica dos fluidos na engenharia, são: Redes de distribuição de água, combustíveis (gás natural, gases de petróleo), de vapor de água Ventilação em edifícios urbanos Máquinas de conversão de energia (turbinas hidráulicas, turbinas eólicas, bombas hidráulicas) Transferência de calor e massa em equipamentos térmicos (caldeiras, trocadores de calor, motores de combustão interna) Transporte de veículos (resistência ao avanço, sustentação de aeronaves, controle de ruído e circulação de ar no interior de veículos. Vibrações e esforços de origem aerodinâmica. Estudos de qualidade de água e qualidade de ar, entre outro Campus- Maracanaú Prof: Carlos 17 II.Conceitos e Princípios: a) Fluido: É uma substância que não tem uma forma própria, assume o formato do recipiente, é toda substância capaz de fluir, isto é escoar facilmente, por isso os líquidos e gases são chamados de fluidos, ou ainda fluido é uma substância que se deforma continuamente, quando submetido a uma força tangencial constante. b) Tensão de Cisalhamento: É o quociente entre o módulo da componente tangencial da força e a área sobre a qual está aplicada, ou seja: c) Viscosidade absoluta ou Dinâmica: Propriedade que os fluídos têm de resistirem à força cisalhante, propriedade que indica a maior ou menor dificuldade de o fluido escoar. d) Massa específica: É definida como a relação entre a massa e o volume do corpo, cuja unidade é o Kg/m3 ou g/cm3 e) Peso específico: É o peso do fluido por unidade de volume f) Pressão: Essa grandeza é calculada pela razão entre a intensidade da força e a área em que a força se distribui cuja unidade é o N/m2. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 18 g) Pressão de uma coluna de líquido: Considere um cilindro que contém um líquido de densidade d, em um local onde a aceleração é g. O líquido contido no cilindro tem peso P e exerce sobre a base do recipiente uma pressão dada por: h) Pressão Atmosférica: Em torno da terra há uma camada de ar denominada atmosfera, constituída de uma mistura de gases (oxigênio, nitrogênio, gás carbônico, vapor d’agua etc) cuja altura é da ordem de 18km , essa massa de ar exerce pressão sobre todos os corpos no seu interior, pressão essa que é denominada pressão atmosférica. Nota: foi o físico italiano Torricelli que foi o primeiro que mediu essa pressão atmosférica, utilizando um tubo cheio de mercúrio de 1m de comprimento e chegando a seguinte conclusão: que a 1atm é igual a 1,01.105 N/m2 i) Princípio de Pascal: Aumentando-se a pressão em um ponto de um líquido em equilíbrio, este aumento transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido. nota: Uma das aplicaçõesdeste princípio seria a prensa hidráulica que consiste em dois cilindros verticais, de seções diferentes ligados por um tubo, no interior do qual existe um líquido que sustenta dois êmbolos de áreas também diferentes, o principal objetivo deste dispositivo é multiplicar a força, logo: j) Empuxo: Se você estiver sustentando em suas mãos um objeto e mergulhá-lo em um líquido qualquer, vai perceber que ele lhe aparecerá mais leve. Isto ocorre porque o líquido exerce sobre o corpo nele mergulhado uma força vertical, dirigida para cima, e assim você terá que fazer uma força menor para sustentar o objeto. O princípio de Arquimedes diz o seguinte: Todo corpo mergulhado em um líquido recebe um empuxo vertical, para cima, igual ao peso do líquido deslocado pelo corpo. nota: Este princípio também se aplica a um corpo imerso em um gás, por exemplo, quando um balão sobe na atmosfera, o empuxo do ar sobre ele é maior que o seu peso, ou seja, fisicamente a densidade média do balão é menor que a do ar. Um corpo poderá afundar ou emergir em um líquido se sua densidade sofrer variações, uma pessoa afunda na água, entretanto a mesma pode boiar, enchendo os pulmões de ar que leva a um aumento de volume da pessoa e sua densidade então diminui. Do mesmo jeito um peixe regula sua densidade expandindo ou contraindo uma câmara de ar interna que possui o que faz variar Campus- Maracanaú Prof: Carlos 19 sua densidade, desta maneira o mesmo consegue se mover para cima e para baixo na água. Um fato interessante é observado com o crocodilo: normalmente este animal flutua com boa parte do seu corpo fora d’água. Para se aproximar de sua presa sem ser percebido, o crocodilo engole pedras que aumentam sua densidade, fazendo com que ele afunde, ficando apenas parte de sua cabeça fora d’água. III. Tipos de Escoamentos: Para uma descrição completa dos escoamentos, segue abaixo um fluxograma. a) Quanto à direção da trajetória: Laminar: Ocorre quando as partículas de um fluido movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas (daí o nome laminar) cada uma delas preservando suas características no meio. Este escoamento ocorre geralmente a baixas velocidades; Turbulento: Ocorre quando as partículas do fluido não se movem ao longo de trajetórias bem definidas, as partículas descrevem trajetórias irregulares, com movimento aleatório, produzindo uma transferência de quantidade de movimento entre regiões de massa líquida. b) Quanto à variação no tempo: Permanente: Neste tipo de escoamento as propriedades do fluido não variam no tempo, como por exemplos a velocidade e pressão. Escoamento dos Fluidos Quanto à direção da trajetória Quanto à variação na trajetória Quanto ao movimento de rotação Quanto à variação no tempo Quanto à dependência espacial Campus- Maracanaú Prof: Carlos 20 𝑑𝑝 𝑑𝑡 = 0 𝑑𝑣 𝑑𝑡 = 0 Não-Permanente ou Transitório: Ocorre quando as propriedades do fluido em cada ponto apresentam variação com o tempo. c) Quanto à variação na trajetória: Uniforme: Todos os pontos da mesma trajetória possuem a mesma velocidade, ocorre, por exemplo, em líquidos sob pressão constante em longas tubulações; Variado: Todos os pontos da mesma trajetória possuem velocidades diferentes, ocorre, por exemplo, no golpe de aríete. d) Quanto ao movimento de Rotação: Rotacional: Ocorre quando as partículas de um fluido, numa certa região apresentam rotação em relação a um eixo qualquer; Irrotacional: Ocorre quando as partículas de um fluido, numa certa região não apresentam rotação em relação a um eixo qualquer. e) Quanto à dependência espacial: Unidimensional: Sua propriedade se exprime em apenas uma dimensão, além do tempo. V= f(x,t) Bidimensional: A velocidade é função das duas coordenadas x e y. V= f(x,y,t) Tridimensional: A velocidade é função de x,y e z V= f(x,y,z,t) Importante: Reynolds verificou que o fato de um movimento ser laminar ou turbulento depende do valor do número adimensional dado por: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 21 Reynolds verificou que, no caso de tubos, seriam observados os seguintes valores: IV. Vazão e Equação da Continuidade: Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se vazão como a relação entre o volume e o tempo. A vazão pode ser determinada a partir do escoamento de um fluido através de determinada seção transversal de um conduto livre (canal, rio ou tubulação aberta) ou de um conduto forçado (tubulação com pressão) Tomemos um tubo de fluxo em que a seção reta não seja constante, supondo o fluído ideal e, portanto incompressível, para qualquer intervalo de tempo, o volume que passa por S1 é igual ao que passa por S2, logo a vazão permanece constante e temos a equação da continuidade dada por: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 22 V. Velocidade e Aceleração nos Escoamentos de Fluidos: A descrição de qualquer propriedade do fluido como densidade, pressão, velocidade e aceleração é formulada em função das partículas. A representação dos parâmetros dos fluidos em função das coordenadas espaciais denominam-se campo de escoamento. Existem dois métodos em mecânica dos fluidos para análise de movimento: a) Método de Lagrange: Descreve o movimento de cada partícula, acompanhando-a na trajetória total, este método apresenta grandes dificuldades nas aplicações práticas. b) Método de Euler: Consiste em adotar um certo intervalo de tempo, escolher um ponto do espaço e considerar todas as partículas que passam por esse ponto. Neste método a pressão, velocidade e aceleração serão funções das coordenadas e do tempo, por sua vez as coordenadas podem depender ou não do tempo. Admitindo que a velocidade V seja função da posição e do tempo, podemos encontrar com o uso de derivadas parciais as relações das velocidades e acelerações para o regime permanente e variado do movimento dos fluidos. Vejamos: a) Regime Permanente: Regime onde, nem a velocidade e nem suas componentes serão função do tempo. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 23 b) Regime Variado: Regime no qual existe variação com o tempo VI. Tipos de Energia associadas a um fluido e Equação de Bernoulli: Com base no fato de que a energia não pode ser criada nem destruída, mais apenas transformada, é possível construir uma equação que permitirá fazer o balanço das energias, da mesma forma como foi feita para as massas, por meio da equação da continuidade. A equação que permite tal balanço chama-se equação da energia e nos permitirá associada à equação da continuidade, resolver inúmeros problemas práticos como, por exemplo: determinação da potência de máquinas hidráulicas, determinação de perdas em escoamento, transformação de energia etc. Outra equação muito usada na mecânica dos fluidos ou fenômenos de transportes é a equação de Bernouilli, que relaciona a pressão com o nível e a velocidade do fluido, suas hipóteses simplificadoras são: a) Regime permanente b) Sem máquina no trecho do escoamento c) Sem perdas por atrito d) Fluido incompressívele sem trocas de calor Tipos de energias associadas a um fluido e equação de Bernouilli a) Energia potencial: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 24 b) Energia cinética: c) Energia de pressão: d) Energia mecânica: Desafio: Deduza a equação de Bernouilli , usando o princípio de conservação de energia para ser aplicada em mecânica dos fluidos e Hidraúlica. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 25 Lista 3: Noções de Mecânica dos Fluidos Campus- Maracanaú Prof: Carlos 26 4.Análise das Oscilações: Objetivo Geral: Analisar o fenômeno do M.H.S e encontrar as relações de velocidade e aceleração com o uso de derivadas. I.Introdução: O nosso mundo está repleto de oscilações, nas quais os objetos se movem repetidamente de uma lado para o outro. Muitas são curiosas ou desagradáveis, mas outras podem ser economicamente importantes ou perigosas. Eis alguns exemplos: Quando o vento balança uma linha de transmissão de energia elétrica, a linha às vezes oscila com tanta intensidade que pode romper, interrompendo o fornecimento energia elétrica, nos aviões a turbulência do ar que passa pelas asas faz com que oscilem, causando fadiga no metal que pode fazer com que as asas se quebrem, quando um trem faz uma curva, as rodas oscilam horizontalmente quando são forçadas a mudar de direção, produzindo um som peculiar. Quando acontece um terremoto nas vizinhanças de uma cidade, os edifícios sofrem oscilações tão intensas que podem desmoronar. O estudo e o controle da oscilações são dois dos objetivos importante da física e engenharia, neste capítulo vamos analisar o chamado Movimento Harmônico Simples e como se comporta os tipos de energia: Cinética e Potencial. II. Principais Conceitos: Para um entendimento melhor do M.H.S segue abaixo alguns conceitos e fórmulas principais: a) Movimento Periódico ou Movimento Harmônico Simples: b) Período T: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 27 c) Frequência f: d) Velocidade Angular: e) Velocidade Linear: f) Aceleração Centrípeta: III. Trigonometria e Derivadas no M.H.S: Considere um ponto P’ executando um movimento circular uniforme em volta de um círculo de raio R, cuja projeção é P e executa um movimento harmônico simples. Podemos usar relações trigonométricas e derivadas para encontrar as funções horárias do M.H.S. a) Função do Deslocamento: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 28 b) Função da Velocidade: c) Função da Aceleração: d) Relação entre Deslocamento e Velocidade: e) Relação entre Deslocamento e Aceleração: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 29 f) Gráficos do M.H.S: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 30 IV. A lei do Movimento Harmônico Simples: Uma vez conhecida a forma como a aceleração de uma partícula varia com o tempo, podemos aplicar a segunda lei de Newton para determinar qual é a força que deve agir sobre a partícula para que ela adquira essa aceleração. O M.H.S é o movimento executado por uma partícula sujeita a uma força de módulo proporcional ao deslocamento da partícula e orientada no sentido oposto. Iremos encontrar a frequência angular e o período do M.H.S. V. Energia no M.H.S: Uma partícula em M.H.S possui em qualquer instante, uma energia cinética e energia potencial, caso não haja atrito a energia mecânica permanece constante mesmo que a cinética e a potencial variem. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 31 VI. Equação Diferencial do M.H.S: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 32 VII. Equação Diferencial do M.H.S.A: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 33 Desafio: Dado um corpo de massa m em M.H.S no eixo X, mostre que a energia mecânica se conserva. Lista 4:Análise das Oscilações Campus- Maracanaú Prof: Carlos 34 Campus- Maracanaú Prof: Carlos 35 5.Estudo das Ondas: Objetivo Geral: Compreender os tipos de Ondas e deduzir a equação de onda I.Introdução: Considere duas pessoas segurando as extremidades de uma corda. Se uma delas fizer um movimento vertical brusco, para cima e depois para baixo, causará uma perturbação na corda, originando uma sinuosidade, que se deslocará ao longo da corda aproximando-se da outra pessoa, enquanto a extremidade que recebeu o impulso retorna à posição inicial, por ser a corda um meio elástico. Neste exemplo, a perturbação denomina-se pulso, o movimento do pulso denomina-se onda, a mão da pessoa que faz o movimento é a fonte e a corda onde se propaga a onda é denominado meio. Se provocarmos vários pulsos sucessivos com o movimento de sobe-desce, teremos várias ondas propagando-se na corda, uma atrás da outra, formando o que se chama de um trem de ondas. Fisicamente podemos definir onda como o movimento causado por uma perturbação que se propaga através de um meio. Uma onda transmite energia sem o transporte de matéria. II. Classificação das Ondas: Quanto à Natureza: a) Ondas Mecânicas: São aquelas que precisam de um meio para se propagar, como por exemplo ondas em cordas e ondas sonoras b) Ondas Eletromagnéticas: São geradas por cargas elétricas e não necessitam de um meio para se propagarem, como por exemplo ondas de rádio, de televisão, de luz, ondas de radar Quando à direção de Propagação: a) Unidimensional: Se propagam em apenas uma direção, como por exemplo ondas em cordas. b) Ondas Bidimensionais: Se propagam num plano, como por exemplo ondas na superfície de um lago. c) Ondas Tridimensionais: Se propagam em todas as direções, como por exemplo ondas sonoras Quanto à direção de Vibração: a) Transversais: São aquelas cujas vibrações são perpendiculares à direção de propagação, como por exemplo ondas em cordas. b) Longitudinais: São aquelas onde as vibrações coincidem com a direção de propagação, como por exemplo ondas sonoras. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 36 III. Ondas Senoidais e seus elementos: Para descrever uma onda em uma corda, precisamos de uma função que forneça a forma da onda, isso significa que precisamos de uma relação da forma y = h(x,t) , onde y é o deslocamento transversalde um elemento da corda e h é uma função da posição x e do tempo t do elemento de corda. Vamos considerar uma onda senoidal se propagando no sentido positivo do eixo x, quando a onda passa por elementos da corda, os elementos oscilam paralelamente ao eixo y. Em um instante t, o deslocamento y do elemento da corda situado na posição x é dado por: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 37 IV. Velocidade de uma Onda em uma Corda Esticada: Considere uma corda de massa m e comprimento L, sob a ação de uma força de tração F. Suponha que a mão de uma pessoa, agindo na extremidade livre da corda, realize um movimento vertical, periódico, de sobe e desce. Uma onda passa a se propagar horizontalmente com velocidade v dada por: Desafio: Usando derivadas parciais e partindo da equação de uma onda senoidal explicada no tópico III, deduza a equação diferencial parcial da Onda. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 38 Lista 5: Estudo das Ondas Campus- Maracanaú Prof: Carlos 39 6.Temperatura e Calor: Objetivo Geral: Compreender o conceito de temperatura e calor, juntamente com os processos de transferência de calor I. Introdução: De todas as grandezas físicas, a temperatura é a que produz maior impacto na biosfera. A existência da vida na terra só é possível dentro de uma estreita faixa de temperatura, pois cada célula, cada sistema biológico e cada ser vivo altera o seu metabolismo quando a temperatura muda, como por exemplo ocorre um aumento na temperatura do corpo para combater uma “invasão” de bactérias ou de vírus, desta forma um aumento anormal da temperatura indica que existe a possibilidade de uma infecção. Neste capítulo trataremos sobre a temperatura e o calor, que são duas grandezas escalares de fundamental importância para o entendimento da Termodinâmica. II. Conceito de temperatura: O nível de energia interna de um corpo depende da velocidade com que suas partículas se movimentam. Se o movimento é rápido, o corpo possui um nível de energia interna alto; se o movimento é lento, o corpo tem nível de energia interna baixo. Com base nesta explicação a temperatura é uma grandeza escalar que mede o estado de agitação das partículas de um corpo, caracterizando o seu estado térmico. Fisicamente a temperatura pode ser medida em 3 escalas, cujas relações estão abaixo. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 40 Notas: III. Dilatação Térmica: Um dos efeitos da variação da temperatura é provocar a variação de um corpo, de forma geral, o aumento da temperatura de um corpo provoca neste um aumento de suas dimensões, em função da maior agitação apresentada pelos seus átomos, ocasionando maior número de choques entre eles e, consequentemente, aumentando o espaçamento entre eles. O estudo da dilatação térmica dos sólidos é experimental. Para facilitar esse estudo, costuma-se dividir a dilatação em 3 tipos, conforme o número de dimensões que são analisadas a) Dilatação Linear: b) Dilatação Superficial: c) Dilatação Volumétrica: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 41 IV. Calorimetria: Conceito de calor: Dados dois corpos de temperaturas diferentes, dizemos que o calor é a energia que é transferida do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura, ou seja o calor não é a energia térmica contida no corpo, mas sim uma energia em trânsito, devido exclusivamente da diferença de temperatura entre eles. Fisicamente, temos dois tipos de calor: a) Calor sensível: Aquele que ocorre apenas com variação de temperatura. Forma simples Forma diferencial b) Calor latente: ocorre com mudança de fase A caloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um grama para que sua temperatura varie de 1ºC. Capacidade Térmica: Quociente entre a quantidade de calor recebido ou cedido pelo corpo e a variação de temperatura. Princípio da troca de calor: Quando dois ou mais corpos, com temperaturas diferentes, são postos em contato, eles trocam calor entre si, até atingir o equilíbrio térmico. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 42 Mudanças de Fase: Do ponto de vista da química um sólido é formado por átomos agrupados de forma regular constituindo a rede cristalina. As ligações interatômicas são forças de atração (forças eletrostáticas) que permitem aos átomos vibrarem em torno de uma posição de equilíbrio. Com o aumento da temperatura, há aumento das vibrações dos átomos. Assim, a distância média entre os átomos aumenta e, consequentemente, diminuem as forças de atração entre eles. Quando a temperatura de fusão do sólido é atingida essa ligações são rompidas, a rede cristalina desaparece e o corpo passa para fase líquida. Curvas de Aquecimento ou Resfriamento: São curvas que relacionam a variação de temperatura sofrida por um corpo com a quantidade de calor trocada por ele. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 43 V. Propagação de calor: A propagação de calor entre dois sistemas pode ocorrer através de 3 processos diferentes: a condução, a convecção e a irradiação. A condução térmica é um processo lento de transmissão de energia, de molécula para molécula, sem que elas sejam deslocadas. A convecção é o movimento das massas de ar quente e frio. A irradiação é a propagação de energia através de ondas eletromagnéticas e é a única que pode ocorrer no vácuo. A propagação de calor por condução difere de substância para substância, mesmo entre os metais (bons condutores) encontramos aqueles que conduzem melhor o calor do que outros, como por exemplo, o cobre conduz melhor o calor que o alumínio. A prata é um dos melhores condutores de calor. Existem, no entanto substâncias em que a condução térmica ocorre de modo pouco intenso, sendo denominados maus condutores ou isolantes térmicos, como por exemplo a madeira, tijolo de barro, gelo etc... Podemos calcular o fluxo de calor que passa por uma superfície em um intervalo de tempo, como sendo a razão entre a quantidade de calor e a variação de tempo, matematicamente, temos: Campus- Maracanaú Prof: Carlos 44 VI. Lei de Fourier: Considere uma placa com área da face igual a A e de espessura l, cujas faces são mantidas nas temperaturas TQ = T1 e TF = T2 por um reservatório quente e um frio, como mostra a figura abaixo: Segundo a lei de Fourier, o fluxo de calor é diretamente proporcional a diferença de temperatura e a área da secção transversal, mais é inversamente proporcional ao comprimento, essa lei é expressa da seguinte forma: Forma simples Forma diferencial VII. Lei de Resfriamento de Newton: A taxa de diminuição da temperatura de um corpo é proporcional à diferença de temperatura entre o corpoe o meio ambiente. Campus- Maracanaú Prof: Carlos 45 Lista 6:Temperatura e Calor
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