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Elinor Ostrom - Estrutura das normas

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Introdução ao Direito 1 – noturno 1º/2013 – prof. Cláudio Ladeira de Oliveira 
Material auxiliar. Aula de 18/04/2013 
 
De acordo com Elinor Ostrom (prêmio Nobel de economia em 2009), os elementos de uma “regra 
regulativa completa” são os seguintes (para o que nos interessa, não faremos a distinção que ela faz entre “regra” 
e “norma”): 
 
 A - Atributos: é a parte da norma que atribui algum valor a uma variável relativa aos sujeitos que participam 
da ação, permitindo distinguir o(s) sujeito(s) ao(s) qual(is) a proposição institucional se aplica. Exemplos: 18 
anos de idade, sexo feminino, bacharel em direito, 3 anos de experiência; ou então faz referência a alguma 
posição específica: empregado, magistrado etc. Podem fazer referência a duas espécies de “sujeitos”: 
 
o (1) indivíduos, quando então as variáveis referem-se a aspectos como idade, sexo, residência, 
nacionalidade, profissão, classe social; ex. Código Civil, Art. 3o São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses 
atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 
o (2) organizações compostas por vários indivíduos, quando então os atributos referem-se a variáveis 
organizacionais, tais como o número de membros da coletividade, sua localização geográfica, sua 
estrutura etc. Exemplo: Código Civil, art. 41. “São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a 
União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias; IV - as 
autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por 
lei.” 
 
 D - Deôntico: é a parte da norma que contém um dos três verbos modais: “permitido” (Pe), “obrigado” (Ob) e 
“proibido” (Pr). Este aspecto permite distinguir as proposições “normativas” das “não-normativas” 
(puramente descritivas, por exemplo). As relações lógicas entre os operadores deônticos são: 
o Os únicos operadores deônticos possíveis = proibido (“Pr”) ou permitido (“Pe”) ou obrigatório (“Ob”) 
o Pr + Pe = impossível 
o Ob + Pe = Ob 
o Pr + Ob = impossível 
o Se Ob então também é Pe. 
 
 I - Objetivo: é a parte da norma que descreve ações particulares ou resultados na situação de ação à qual o 
aspecto “deôntico” é dirigido. Um objetivo pode incluir uma fórmula especificando (1) uma certa 
“quantidade” de uma ação ou resultado ou (2) uma descrição de um processo específico mediante o qual 
uma ação deve ser realizada. 
 
 C - Condições: é a parte da norma que estabelece as variáveis que definem quando e onde uma ação ou 
resultado é “permitido”, “obrigatório” ou “proibido”. Especifica quando e onde a prescrição se aplica. Caso a 
norma silencie sobre este aspecto, então a norma deve ser aplicada em todos os lugares abrangidos pela 
regra. 
 
 O - “Ou então...”: é a parte da norma que estabelece a consequência institucional para o não cumprimento 
da norma. 
 
Existem algumas qualificações importantes quanto a cada um destes aspectos, mas elas serão estudadas nas 
próximas aulas. 
 
ATENÇÃO: todas as normas “regulativas” completas podem ser apresentadas (reconstruídas) na seguinte 
forma: [atributos] [deôntico] [objetivo] [condições] [ou então]. 
 
FONTE: OSTROM, Elinor. Understanding Institutional Diversity. Princenton: Princenton University Press, 2005.

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